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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

PROCESSO Nº 017/1.16.0005181-7
com AJG

Rita Oliveira da Conceição, brasileira, divorciada, desempregada,


portadora da CI n º 2455386 SSP/Paraíba, inscrita no CPF sob o nº 032.442.474-40, PIS
148.24374.27-4, CTPS nº 6159688 série 0030/PB, residente e domiciliada na Rua Henrique
Stein Filho, nº 755, Bairro Jardim do Cedro na cidade de Lajeado/RS; vem perante Vossa
Excelência, por sua procuradora, Bel. Alicia Carla Zambiasi Caero, advogado regularmente
inscrito na OAB/RS sob o n.º 60.817, com endereço profissional na Rua Julio May, n.º 237,
Centro, na cidade de Lajeado/RS, demonstrar seu inconformismo em relação ao indeferimento,
por ora, do pedido de antecipação de tutela, fl..., interpondo o presente AGRAVO DE
INSTRUMENTO, fulcro no artigo 1015 e seguintes do Código de Processo Civil, para este
Egrégio Tribunal de Justiça, expondo suas razões de fato e de direito que esta acompanha.

Segue em anexo a presente os documentos referidos no artigo 1.017 do


Código.

Noticia-se, ainda, com espeque no artigo 1.016, inciso IV, do mesmo


Codex, que o nome e o endereço dos advogados da parte Demandante/Agravada –: ÉRCIO
ANDRÉ WEIZENMANN – OAB/RS 59381/RS. (processo em carga com o procurador da Autarquia após
intimação procuradora autora).

Demandada/agravante –: Alicia Carla Zambiasi Caero, OAB/RS 60817 com escritório na Rua
Julio May, nº 237, centro na cidade de Lajeado/RS.

Deu-se à causa o valor de R$ 16.800,00, para fins de cálculo de custas.

Destarte, sendo tempestivo o agravo, pede seu recebimento e autuação


para que, uma vez conhecido, mereça juízo de procedência.

Porto Alegre, 08 de novembro de 2016.

Alicia Carla Zambiasi Caero


OAB/RS 60.817
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

COMARCA: LAJEADO

VARA: 1.ª VARA

PROCESSO: 017/1.16.0005181-7

AGRAVANTE: RITA OLIVEIRA DA CONCEIÇÃO

AGRAVADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

OBJETO: RAZÕES DE AGRAVO

EMÉRITOS JULGADORES!

DA SÍNTESE DOS FATOS

Ajuizou a Agravante Ação de concessão de auxilio doença por acidente de


trabalho com pedido de antecipação de tutela e pagamento das parcelas desde o requerimento.
Refere a Autora que ao ser admitida do último emprego (20/12/2013) a Autora gozava de ótima
saúde física e mental, exercendo junto à empregadora atividade de operadora produção I,
quando nos primeiros meses do ano de 2015 passou a sentir fortes dores no ombro, braço e na
mão. Narrou que suas atividades laborais (operadora produção), comumente era submetida a
posições forçadas, gestos repetitivos, posturas inadequadas e levantamento de peso, que em
nada contribuíam com o conforto ergonômico obrigatórios nas atividades laborais. A Autora
buscou junto a Empresa ainda na vigência do contrato de trabalho o reconhecido da
incapacidade para o trabalho devido à doença do trabalho diante da impossibilidade de laborar,
sendo que restou demitida mesmo padecendo da doença, sem ser emitido CAT ou encaminhada
ao INSS para requer o beneficio de auxilio doença. A doença que a Autora padece trata-se de
doença profissional que guarda relação de causalidade com a execução do contrato de
emprego, conclui-se que a Agravante não poderia, efetivamente, ser dispensado. Não houve
emissão de CAT. Com o fim do recebimento do seguro desemprego, e, persistindo a
incapacidade para o trabalho a Autora requereu junto a Autarquia o benefício de auxílio doença
ainda em – 15/08/2016 – oportunidade que o perito da Autarquia entendeu que não existe
incapacidade laboral. Diferente do que concluiu o perito da Autarquia a Autora não consegue
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exercer atividade laboral que exige movimento do ombro, braço, mão direita e coluna devido a
doenças que padece. Resta demonstrado nos autos, através atestado médico recente que a
Autora padece de bursite subacrômio-deltoidea e subaracnoide (pequeno grau)
evidenciada em RM ombro esquerdo realizada em 01/09/16, cisto em bainha sinovial em
ombro direito conforme RM de ombro direito de 01/09/16, além de epicondilite lateral em
cotovelo esquerdo conforme ecografia de cotovelo esquerdo realizada em 25/08/2016 e
hernia de disco em C5 e C6-C7 e leve artrose nas articulações dos processos articulares
de acordo com RM de coluna cervical de 04/08/2016. Realizou tratamento com relaxante
musculares e AINES, sem alivio dos sintomas. CID-10, M771, M755, M509 e M713. (datado
de 19/09/16 – Dr. Daphne Dalpian CRM 42405). Ressalta a Autora que padece de doença
incapacitante situação que o impede de laborar, sendo que os rendimentos advindos do trabalho
sempre foram sua única fonte de renda, a falta do beneficio requerido e/ou a demora da
concessão certamente irão contribuir para o agravamento da doença, vez que a Autora não tem
condições financeiras de manter o tratamento adequado nem mesmo manter seu sustento e de
seu neto o qual detém a guarda jurídica. Requereu Antecipação de tutela e AJG.

Conforme despacho último restou deferido a AJG à parte autora e, no que


atine ao pedido de Antecipação Tutela, entendeu o juízo que a pretensão de tutela antecipada
seja analisada após a realização da prova pericial, motivo pelo qual foi indeferido, por ora, o
pedido.

E é contra esta decisão injurídica e assazmente injusta que se rebela o


Agravante, traduzindo sua inconformidade no presente agravo.

DA FUNDAMENTAÇÃO

Contrariando a decisão da juíza de primeiro grau busca a Agravante a


reforma de decisão vinda a ser deferida a Antecipação de tutela determinando a concessão do
beneficio ora pleiteado, eis que, na conformidade do expendido, salvo melhor juízo, restam
preenchidos todos os requisitos autorizadores da concessão do benefício de auxílio-doença,
porquanto não possui a Requerente condições para o exercício do seu labor habitual.

Consta nos autos atestado médicos recentes atestando que a Autora


padece de bursite subacrômio-deltoidea e subaracnoide (pequeno grau) evidenciada em
RM ombro esquerdo realizada em 01/09/16, cisto em bainha sinovial em ombro direito
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conforme RM de ombro direito de 01/09/16, além de epicondilite lateral em cotovelo
esquerdo conforme ecografia de cotovelo esquerdo realizada em 25/08/2016 e hernia de
disco em C5 e C6-C7 e leve artrose nas articulações dos processos articulares de acordo
com RM de coluna cervical de 04/08/2016. Realizou tratamento com relaxante musculares
e AINES, sem alivio dos sintomas. CID-10, M771, M755, M509 e M713. (datado de 19/09/16
– Dr. Daphne Dalpian CRM 42405).

Importa referir que a Autora teve apenas um contrato de trabalho, cópia


CTPS, este último, o que se pressupõe que era saudável antes de laborar na empresa vinda a
ser acometida de doença incapacitando no decorrer do contrato de trabalho.

A Autora sobrevive única e exclusivamente dos rendimentos advindos do


trabalho, única fonte de renda, estando impossibilitada de labor não tem nenhum rendimento,
situação de completa a vulnerabilidade, contribuindo diretamente com o agravamento do seu
estado de saúde. Assim sendo, diante do caráter alimentar do benefício pleiteado afigura-se
evidente o risco de dano irreparável ou de difícil reparação se a tutela antecipatória não for
deferida.

O trabalho desenvolvido pela Autora na empresa Empregadora exigia


produção alta – abatedouro aves – necessitando para tanto movimentos repetitivos, temperatura
constantemente baixas, força física constante, horas ma mesma posição, situação que
colaborou diretamente para o surgimento da doença.

No caso em tela a concessão do benefício mostra-se necessária, devido


sua natureza alimentar e ao princípio da proteção ao hipossuficiente.

Ainda é de se referir que ao contrario do que exigia a sistemática anterior, a


nova tutela provisória de urgência satisfaz-se com a demonstração da probabilidade do direito
invocado.

Resta presente nos autos prova inequívoca das alegações da agravante


como pressuposto obrigatório para a concessão da antecipação de tutela.

Segue julgados sobre o tema:


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AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ACIDENTÁRIA. INSS. AUXILIO DOENÇA POR
ACIDENTE DO TRABALHO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. DEFERIMENTO. A
antecipação de tutela pode ser concedida, no início da lide, ou em qualquer fase do
processo, desde que presentes os requisitos do art. 300 do CPC/2015, haja vista que o
requerente pode ter a necessidade de cumprimento imediato da obrigação e/ou pretensão.
Precedentes e lições doutrinárias. Pressupostos da antecipação de tutela presentes no
caso concreto em face da prova médica apresentada. Dano irreparável pelo caráter
alimentar que decorre do benefício previdenciário pleiteado. AGRAVO PROVIDO. (Agravo
de Instrumento Nº 70069335081, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em 05/05/2016).

CONCLUSÃO

Pelo exposto, demonstrado ser injusta e repugnante ao bom direito a


decisão atacada, são as presentes razões pela sua reforma, na conformidade do expendido:

1 – requer o provimento ao agravo de instrumento para conceder a tutela


provisória de urgência e determinar, com isso, deferindo a concessão imediata do benefício
previdenciário postulado pela agravante (auxílio-doença por doença do trabalho).

2 – que se mantenha a assistência judiciária gratuita deferida em primeiro


grau.

Por indispensável, ainda, afirma-se que as cópias ora juntadas


correspondem fielmente aos originais.

Porto Alegre, 08 de novembro de 2016.

Alicia Carla Zambisi Caero


O AB/RS 60.817

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