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I – DOS FATOS
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Apesar do recurso administrativo manejado (cópia em anexo) este também foi
indeferido, não restando outra alternativa senão a via judicial.
O autor já foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
em várias ocasiões com relato de crises convulsivas, conforme comprova um dos relatórios
em anexo (doc.02).
Houve ainda internações no Sistema único de Saúde que resultaram em
indicação de exames médicos, os quais, por não estarem disponíveis na Rede SUS, não
foram realizados pelo autor, por conta das suas dificuldades financeiras. (doc. 03)
Na data de 15/07/2014 foi comunicado o deferimento do primeiro pedido de
Auxílio doença ao autor com início de pagamento para 22/06/2014, conforme comunicado de
decisão em anexo (doc. 04) e Carta de Concessão datada de 01/08/2014. O benefício foi
registrado sob o número 606.491.087-2.
Houveram algumas prorrogações do benefício de auxílio doença, vindo o
mesmo a ser cessado em 21/01/2015, sob a alegação de que “não foi constatada, em
exame realizado pela perícia médica do INSS em 21/01/2015 incapacidade para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual”. O autor aviou recurso, o qual foi indeferido,
sendo tal decisão incompatível com tantos documentos médicos anexos ao processo
administrativo.
Importante ressaltar que o autor era designer gráfico, conforme perfil
profissiográfico previdenciário (doc. 05). Na declaração datada de 10/02/2015 emitida pela
última empresa em que o requerente trabalhou e foi demitido sem justa causa (doc. 06), pode-
se extrair o motivo da dispensa:
“Declaramos para os devidos fins que se destina que foi constatado a total
impossibilidade laboral do empregado XXXXXXXXX, em razão de reiteradas
crises de epilepsia refratária, doença da qual é portador. Ressaltamos que
tais eventos provocam crises psicomotoras com ausência e não raras vezes,
convulsões, que impossibilitam totalmente o exercício das atividades para
as quais foi contratado, além de por em risco a sua integridade física.
Informamos ainda que no último episódio registrado nas instalações da
empresa, o empregado caiu ao chão desacordado, sendo necessário o
acionamento do SAMU para o socorro imediato e encaminhamento ao
hospital”.
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Desde então o autor não conseguiu inserir-se no mercado de trabalho e não
recebe nenhum benefício previdenciário, no entanto a doença agrava-se a cada dia, conforme
podemos observar do doc. 01 (relatório médico emitido pelo Dr. Tullio D”Alessandro Purri
Rosas – CRM 19444), onde o mesmo declara que o paciente encontra-se com embotamento
psíquico e moderado déficit cognitivo. Declara ainda o relatório que “as crises aumentaram a
frequência, muitas vezes com generalização secundária” e que “vários anticonvulsionantes
foram tentados sem êxito”. (doc. 01)
O autor precisa fazer uso diário dos seguintes medicamentos:
Medicamento quantidade Preço unitário R$ Preço total/mês R$
Keppra – 750 mg 02 comp. ao dia 160,00 480,00
Torval – 500 mg 02 comp. ao dia 40,00 80,00
Urbanil – 20 mg 1 ½ ao dia 80,00 160,00
TOTAL 720,00
II – DO DIREITO
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invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
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III – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige
e às exigências do bem comum.
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alimentar do benefício, bem como afetando a sua saúde na medida em que falta-lhe recursos
financeiros para a compra dos medicamentos de uso contínuo.
Além das patologias incapacitantes, o ambiente de trabalho e seu respectivo
modus operandi corroboram para o agravamento do estado de saúde da Parte Autora. Nesse
sentido, tem-se uma dupla faceta nesta relação patologia-trabalho: de um lado a doença
possui o condão de impossibilitar o exercício da atividade laborativa, e de outro, a própria
ocupação além de agravar o estado incapacitante é o próprio parâmetro para estabelecer a
incapacidade. Ou seja, a soma das funções exercidas no desempenho do labor com a
patologia é o que permite chegar ao parecer positivo ou negativo quanto à incapacidade.
No caso em tela, analisando o PPP (perfil profissiográfico previdenciário – doc.
05) do autor, como designer gráfico, o mesmo manuseava substâncias, compostos ou
produtos químicos (solventes); estava exposto a ruídos e outras situações de risco que
poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
Assim, impõe-se a designação de perícia médica, com urgência, a fim de que,
após o laudo, possam ser antecipados os efeitos da tutela, como medida de salvaguardar a
subsistência d autor.
Destaca-se que, em não sendo possível o agendamento de perícia de forma
rápida, ainda assim seja concedida a antecipação da tutela, de forma a garantir a subsistência
do segurado bem como de sua família.
IV – DOS PEDIDOS:
Is positis, requer:
a) A citação do réu, na pessoa de seu representante legal, para, querendo,
contestar a presente ação, requerendo o autor a realização de audiência de conciliação;
b) A concessão de tutela de urgência determinando ao réu que restabeleça o
benefício por incapacidade sob o nº 606.491.87-2 liminarmente, de imediato ou após a
realização de perícia médica (caso entenda necessário), determinando-se ao INSS que inicie
imediatamente o pagamento das prestações do benefício previdenciário de auxílio-doença
enquanto persistir a enfermidade ensejadora do benefício, ou conceda a aposentadoria por
invalidez, como pedido sucessivo (como será demonstrado que inexiste a capacidade
laborativa).
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c) no mérito, seja restabelecido benefício de auxílio-doença habilitado sob o nº
606.491.87-2, ou alternativamente, seja o autor aposentado por invalidez, condenando o réu
a pagar os valores retroativos à data da cessação do benefício (21/01/2015), com os devidos
acréscimos legais;
d) a condenação do INSS ao pagamento dos honorários advocatícios
devidamente atualizados, na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação,
apuradas em liquidação de sentença, conforme dispõem os artigos 55 da Lei nº 9.099/95 e
do Código de Processo Civil.
e) a concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, por ser o
requerente pobre no sentido legal, conforme declaração anexa.
f) Para a prova dos fatos alegados, além do conhecimento dos documentos que
acompanham a presente ação, requer e protesta pela produção de todos os meios de prova
admitidos em direito, em especial a perícia médica, sem exclusão de nenhum outro meio que
se fizer necessário ao deslinde da demanda. Requer, portanto, a nomeação de perito,
escolhido por este digno juízo, para a realização da perícia médica, inclusive, se necessários,
a realização de exames suplementares, além dos apresentados, que sejam considerados
indispensáveis para a constatação da incapacidade.
Dá-se à causa o valor de R$ 49.481,00 (quarenta e nove mil, quatrocentos
oitenta e um reais).
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Teófilo Otoni-MG, XXXXXX.