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Rafael Barreto Ramos

© 2014

Direito Civil VI - Sucessões


31/07/14 (Retirado do material de Rebeca Ribeiro e Thâmara Laís)
Ø Bibliografia
Francisco José Cahali e Giselda Hironaka – Curso Avançado de Direito Civil – RT.

Francisco José Cahali e Giselda Hironaka – Direito das Sucessões – RT.

Salomão de Araújo Catelo – Direito das Sucessões – Atlas.

Maria Helena Diniz – Curso de Direito Civil Brasileiro – Saraiva.

Eduardo de Oliveira Leite – Direito Civil Aplicado

Carlos Roberto Gonçalves – Direito Civil Brasileiro – Saraiva

Paulo Nader – Curso de Direito Civil – Foresne

Silvio Rodrigues – Direito Civil - Saraiva

Ø Sucessão
1. Considerações Iniciais

Intervivos – compra e venda, doação, incorporação, etc.

Sucessão¹

Causa mortis ou mortis causa

(1) Sucessão: Sinônimo de TRANSMISSÃO

Estudar-se-á a sucessão provocada pelo fato jurídico MORTE, conhecida como causa mortis.

2. Direito das Sucessões – Desvantagens & Críticas


2.1. Desvantagens
a) Desejo de ver a morte do outro;

b) Sucessão é como escravidão – geradora de preguiça, não gera vontade produtiva;

c) A pessoa acumula riquezas através da sociedade e quando morre deve devolver.

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2.2. Críticas
Alguns autores socialistas eram contra o Direito das Sucessões, uma vez que acreditavam que
quando alguém morre, não deve deixar seu patrimônio para a família, mas sim para o Estado,
beneficiando, portanto, a todos.

A sucessão, além de incentivar a preguiça, desestimula o trabalho.

As tentativas de repressão ao Direito das Sucessões não lograram êxito, uma vez que, se este
não existisse, mitigar-se-ia o desejo de acumulação, bem como haveria simulações/fraudes para
que se desse a transferência do patrimônio para os entes queridos.

3. Teoria Droit de saisine (Direito a posse – 1.784)


3.1. Ficção Jurídica
Trata-se de uma ficção jurídica¹.
(1) Ficção Jurídica: Criação artificial/forçada, elaborada pelo Direito para produzir efeitos num
determinado sentido.

Ex. Personalidade jurídica

3.2. MORTE - Transmissão dos bens e abertura da sucessão


O patrimônio é transferido com a MORTE.

Os herdeiros já são tidos como proprietários dos bens do de cujus a partir de seu último suspiro.

Assim, a transmissão dos bens, sua propriedade e posse, CARACTERIZA-SE LOGO APÓS A MORTE.

Some-se a isso, a sucessão se abre com a morte.

Nota:
No feudalismo, o patrimônio do servo passava para o senhor feudal e este “repassava” para os
herdeiros do servo.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários.

3. Inventário
3.1. Considerações Iniciais
Após a abertura da sucessão, realizar-se-á o INVENTÁRIO. Através deste:
a) Apura-se o valor da herança líquida;

b) Credores apuram o crédito do falecido e habilitam crédito;

c) Regulariza-se a situação dos bens para que seja possível, por exemplo, sua alienação;

d) O Estado recolhe o imposto estadual ITC (Imposto de Transmissão de Causa Morte e Doação);

e) Realiza-se a partilha dos bens para os herdeiros.

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3.2. Inventário Judicial - Lugar (Onde se ajuíza o inventário JUDICIAL – Foro competente) (Art.
1.785 cc 96 CPC)

- 1ª Regra – Domicílio do falecido;

- 2ª Regra – Situação dos bens (onde os bens se encontram) – Caracteriza-se se o falecido possuía
domicílio incerto ou mais de um domicílio;

- 3ª Regra – Lugar da morte – Ocorrerá se falecido tinha bens em vários lugares, domicílio incerto
ou mais de um domicílio.

- 4ª Regra - Último domicílio no Brasil – Caso o falecido tenha morrido no EXTERIOR.


Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.

Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha,
a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for
réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

Parágrafo único. É, porém, competente o foro:

I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo;

II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em
lugares diferentes.

3.3. Inventário Administrativo (Necessário ADVOGADO)


Feito em QUALQUER CARTÓRIO DE NOTAS do país.

Dar-se-á nos casos em que as partes:


a) São MAIORES e CAPAZES;

b) Concordam com a partilha.

Tem maior custo, todavia é mais célere.

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Legítima (art. 1.829 e 1.790 – CCB – 50%)


Testamentária (Art. 1.786 – CCB)
4. Espécies de Sucessão
Sucessão universal
Sucessão a título singular
4.1. Sucessão legítima vs. Sucessão testamentária
4.1.1. Sucessão legítima
Obedece a uma ordem de preferência da lei – herdeiros necessários¹ (quem herda primeiro).

(1) Herdeiros necessários: Ascendente, descendente e cônjuge.

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido
no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único);
ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens
adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:

I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao
filho;

II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada
um daqueles;

III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;

IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

4.1.2. Sucessão testamentária


Obedece a vontade do testador que distribui o seu patrimônio ou parte dele através de declaração
unilateral da vontade à testamento.

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IMPORTANTE:

50% dos bens do testador são destinados por lei aos HERDEIROS NECESSÁRIOS.
Todavia, quem não tem herdeiro necessário pode deixar TODO SEU PATRIMÔNIO para quem
bem entender.

- Exceção – Impedidos de receber herança (Art. 1.801 e 1.802 – CC):


Testemunhas, tabelião, pessoa que a rogo fez o testamento e a concubina do testador, bem como as
interpostas pessoas (ascendente, descendente e cônjuge de pessoas impedidas).

Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:

I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus
ascendentes e irmãos;

II - as testemunhas do testamento;

III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há
mais de cinco anos;

IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que
fizer ou aprovar o testamento.

Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda
quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.

Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmãos e o


cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder.

4.2. Sucessão Universal vs. Sucessão a Título Singular


4.2.1. Sucessão Universal
Transmite-se uma universalidade de bens, isto é, não se transmite um bem específico, determinado.

Ex. Na sucessão legítima somente se tem certeza do que cada um vai receber após a partilha.

≠ Legatário: pessoa que recebe bem específico.


Se o legatário for filho e não houver ressalva no testamento, este receberá a parte testamentária e a
legítima.

4.2.2. Sucessão a Título Singular


Transmite-se um bem específico, determinado.

Ex. Pai com três filhos e patrimônio de dois milhões de reais pode deixar 1 milhão para um dos filhos e o
outro milhão (PARTE LEGÍTIMA – INDISPONÍVEL) será dividido entre os três.

Assim, um dos filhos receberá um milhão trezentos e trezentos e trinta e três mil trezentos e trintas e três
reais e os outros dois receberão trezentos e trezentos e trinta e três mil trezentos e trintas e três reais.

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01/08/14 (Retirado do material de Rebeca Ribeiro e Thâmara Laís)


5. Conceito de sucessão
Ato em que alguém assume o lugar de outrem.

6. Conceito de Direito das Sucessões


“Conjunto de normas que disciplinam a transmissão do patrimônio de uma pessoa que morreu
a seus sucessores” – Eduardo Oliveira Leite

“A sucessão abranda a angústia da morte criando o sentimento de imortalidade” – Eduardo


Oliveira Leite

“O ser humano, buscando seu próprio interesse, tende a adquirir bens em seu proveito
atendendo assim, indiretamente, ao interesse social. Por isso, a sociedade permite a
transmissão de bens aos herdeiros, estimulando a produção de riquezas e conservando
unidades econômicas a serviço do bem comum. Daí se infere que o Direito das Sucessões
desempenha importante função social” – Maria Helena Diniz

7. Partilha (Art. 1.791)


A partilha é o que diz o que pertencerá a cada herdeiro.

Até a partilha, os herdeiros são considerados condôminos.

Assim, as mesmas regras que regem o condomínio regerão a partilha.


Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.

Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será
indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.

8. Herança – Bem IMÓVEL (Art. 80, II)


Herança é tratada como bem imóvel. Deste modo, a transferência deve ser feita por meio de
ESCRITURA PÚBLICA, ainda que a herança seja de BENS MÓVEIS.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

9. Regimento da sucessão – legislação em vigor no momento da morte (Art. 1.787)


O que rege a sucessão é a lei em vigor NO MOMENTO DA MORTE do de cujus.
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

Ex. Morte em 2001 – lei aplicável – Código de 1.916.

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10. Cessão da herança (Pessoa que pode vender ou doar a herança) (Art. 1.793)
É possível vender/doar o direito de herança.

10.1. Pacta Corvina - Herança de pessoa viva – Vedada a negociação


Não se pode negociar herança de pessoa viva, isto é, o herdeiro somente pode vender sua parte
após a morte do de cujus.

10.2. Cessão onerosa – Direito de Preferência


Deve-se ofertar, primeiramente, aos demais herdeiros, tendo em vista que, até a partilha, estes
são CONDÔMINOS.

Somente existe direito de preferência na cessão onerosa.

IMPORTANTE:
Não existe direito de preferência na CESSÃO GRATUITA, em razão do animus donandi.

10.3. Negócio jurídico inter vivos


Trata-se de uma cessão inter vivos.

10.4. Autorização do cônjuge


Para ceder a herança deve-se ter a AUTORIZAÇÃO DO CÔNJUGE, exceto no regime de separação
absoluta de bens.

O cônjuge deve assinar a escritura pública.

10.5. Cessão vs. compra e venda comum


Na compra e venda comum é sabido sobre qual bem recairá.

Na compra e venda da condição de herdeiro não há certeza quanto ao que lhe será destinado,
exceto quando a herança recai sobre um único bem.

10.6. Impostos

- ITCD – Imposto de Transmissão causa mortis e doação – 5%

Sobre o valor líquido da herança – descontadas as dívidas.

- Em caso de cessão:
a) ITBI – Imposto de Transmissão de bens imóveis

Pago pelo adquirente do direito de herança.

- Em caso de doação:

a) ITCD – 5%

Sobre o valor referente à parte da herança doada.

Prazo para recolhimento do ITCD – 180 dias da morte, sob pena de multa de 1% ao mês sobre o valor
líquido da herança.

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IMPORTANTE:
Havendo DOAÇÃO, o ITCD incide DUAS VEZES, mas sobre bases distintas.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser
objeto de cessão por escritura pública.

§ 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer,


presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente.

§ 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança
considerado singularmente.

§ 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem
componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.

10.7. Não envolve acréscimo posterior


A cessão de direitos hereditários anterior (a partilha) não envolve acréscimo posterior em
decorrência da renúncia de herdeiro.

Ex. Depois que o filho 3 vendeu para o filho 4, o filho 2 renunciou a herança. Em relação à parte
que aumentou, deve-se fazer uma nova escritura pública e vender para o filho 4 novamente.

10.8. Interesse de mais de um herdeiro divide a parte para os interessados (Art. 1.795)
Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver
para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.

Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se distribuirá o quinhão
cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.

11. Aceitação e renúncia à herança (Art. 1.806 e seguintes)


São IRRETRATÁVEIS.

11.1. Renúncia abdicativa


Abre-se mão do Direito de Herança. O montante aumenta em favor do que não renunciou
(monte-mor).

Em favor do montante/acervo/monte mor/espólio.

11.2. Renúncia translativa - NÃO EXISTE NO BRASIL


Realizada em favor de uma pessoa específica.

No Brasil, é considerada como aceitação da herança e cessão.

“Pois seria o mesmo de aceitar e doar.”

11.3. Renúncia parcial ou condicional (Aceitação)


Não existe renúncia parcial ou condicional, nem mesmo aceitação neste sentido.

11.3.1. Exceção

Se o herdeiro for, ao mesmo tempo, legítimo (referente à parte indisponível – 50%) e testamentário,
poderá escolher se quer apenas uma das partes, as duas ou nenhuma delas

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11.4. Irretratáveis
A aceitação e renúncia são IRRETRATÁVEIS.
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.

§ 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a,
repudiá-los.

§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios
diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.

11.5. Formas de renúncia


a) Por termo nos autos

OU Formas exigidas por lei

b) Por escritura pública


Na prática, o juiz aceita petição do advogado que possui procuração de todos os herdeiros.

IMPORTANTE:
A aceitação pode ser TÁCITA.

11.6. Perigo da renúncia


Se todos os filhos renunciarem, os herdeiros da classe mais próxima (netos), herdam.

Se apenas um dos filhos renuncia, os filhos dele não herdam, pois os irmãos permanecem.

≠ morte – se um dos filhos/herdeiros morre, os netos herdam.


Nota:
Ordem de recebimento da herança à descendentes.

Os mais próximos excluem os mais remotos.

11.7. Aceitação dos credores


Herdeiro que renuncia tendo dívidas dá margem a aceitação de sua herança pelos credores.

Aceita somente até a parte da dívida. O restante será destinado ao espólio.

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07/08/14 (Retirado do material de Rebeca Ribeiro e Thâmara Laís)


Ø Da exclusão do herdeiro por indignidade (Arts. 1.814 e seguintes)
1. Exclusão¹ do herdeiro ou do legatário incurso em falta grave contra o autor
da herança² e pessoas de sua família que o impede de receber o acervo
hereditário.
(1) Exclusão: Ato de afastar da herança.

(2) Autor da herança: Inventariado, falecido.

Afasta-se da herança o herdeiro que cometeu uma falta grave contra o inventariado.

2. Pena Civil que priva do Direito à herança

A exclusão é uma penalidade civil que não obsta eventual condenação penal cabível.

3. Hipóteses (ROL TAXATIVO) (Art. 1.814)

a) Homicídio ou tentativa contra o autor da herança, ascendente, descendente, cônjuge ou


companheiro

b) Calúnia em juízo ou crime contra honra¹ contra o autor da herança

(1) Crime contra a honra: Estende ao cônjuge ou companheiro.

c) Atentado de livre disposição dos bens através de documento por ato de última vontade

Ex. Filho ameaça mãe para que esta escreva testamento.

4. Ação de exclusão do herdeiro por indignidade

4.1. Exclusão não automática – ajuizamento da ação necessário

A exclusão do herdeiro não é automática, devendo os demais interessados ajuizar Ação de


Exclusão de Herdeiro por Indignidade.

4.2. Prazo decadencial – 4 anos

Conta-se o prazo de 4 anos a partir da MORTE DO DE CUJUS.

IMPORTANTE:

- No Brasil, a condenação cível é independente em relação à criminal, exceto se o cerne referir-


se a prática de crime.

- Se o herdeiro excluído já tiver recebido os bens, pode-se pedir de volta.

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Nota:

Existe projeto de lei que torna automático o afastamento da herança na própria sentença penal
condenatória do crime de homicídio ou tentativa de homicídio.

Todavia, na atualidade os herdeiros devem propor a ação específica supramencionada.

4.3. Propositura pelo Ministério Público

O Ministério Público tem competência para a propositura da ação, principalmente quando há


incapaz envolvido ou tratar-se de filho único.

Também pode ajuizar a ação quando interessado não o fizer.

Justifica-se pelo fato de que a sociedade não deve assistir a este tipo de conduta. É de interesse
social, pois não se pode permitir que o torpe se beneficie da própria torpeza.

5. Efeitos

5.1. Pessoais e retroativos

Os efeitos são PESSOAIS e RETROATIVOS À DATA DA MORTE¹.

(1) Efeitos retroativos à data da morte: Ex tunc - Deve o condenado devolver a herança eventualmente
recebida, inclusive com os frutos.

Destarte, os filhos² do agressor não são prejudicados, tendo, portanto, direito à herança.

(2) Filhos: Concebidos ou nascidos.

Todavia, em caso de morte dos filhos, o condenado não volta a ter direito sobre a herança.

5.2. Vedação – usufruto e administração da herança

Some-se a isso, o condenado não pode ser usufrutuário ou administrador da herança.

5.3. Frutos e rendimentos também devem ser devolvidos

A partir do momento em que a pessoa tem que devolver a herança, deve devolvê-la com seus
respectivos frutos e rendimentos.

5.4. Ressarcimento das benfeitorias

Antes da citação, o condenado tem direito de ser ressarcido pelas benfeitorias necessárias e
úteis.

Após a citação, por outro lado, considera-se comprovada a má-fé, não terá direito ao
ressarcimento das benfeitorias úteis e voluptuárias.

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IMPORTANTE:

- As regras de exclusão também são válidas para os HERDEIROS TESTAMENTÁRIOS e


NECESSÁRIOS.

- Na RENÚNCIA, por se tratar de ato voluntário, os filhos daquele que renunciou não recebem.
Entretanto, se caracterizada a exclusão, os filhos receberão.

6. Venda a terceiro de boa-fé

Pede-se o dinheiro apurado com a venda pelo condenado.

“Ocorreu antes da sentença de exclusão do herdeiro por indignidade por ele próprio. Os outros
interessados pedem o dinheiro de volta (apurado pelo vendedor) e o comprador não perde o
que comprou.

7. Doação a terceiro

Pede-se o bem de volta. Se este perdeu, pede-se indenização.

8. Reabilitação (Art. 1.818)

Referente aos casos de tentativa de homicídio e crimes contra a honra

É possível o perdão pelo autor da herança. Deve ser EXPRESSO através de testamento ou outro
ato autêntico (Ex. Firma reconhecida).

Se o autor da herança não expressa o perdão, mas deixa determinado bem para o agressor, este
recebe o bem especificado (no limite da deixa), mas não o perdão.

Assim, NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE PERDÃO IMPLÍCITO.

Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder,
se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.

Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido,
quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição
testamentária.

Ø Deserdação
1. Conceito

Afasta do recebimento da herança o herdeiro que cometeu falta grave.

“Manifestação de vontade, feita pelo autor do patrimônio, externada através do testamento,


pelo qual o testador almeja excluir o herdeiro sucessório, privando-o de sua legítima” - Cateb

Trata-se de penalidade civil que priva do direito à herança.

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2. Hipóteses (Arts. 1.814, 1.962 e 1.963)

As mesmas da exclusão, incluídas ofensa física, injúria grave, relação amorosa com madrasta ou
padrasto ou deixar ascendente enfermo ou em grave alienação mental abandonado.

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:

I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a
pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;

II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a
sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;

III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor
livremente de seus bens por ato de última vontade.

Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por
seus ascendentes:

I - ofensa física;

II - injúria grave;

III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;

IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.

Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos
descendentes:

I - ofensa física;

II - injúria grave;

III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro
da filha ou o da neta;

IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.

3. Ação ordinária de deserdação

3.1. Exclusão não automática – testamento e ajuizamento da ação necessários

A deserdação NÃO É AUTOMÁTICA.

São necessários o TESTAMENTO e o AJUIZAMENTO DA AÇÃO ORDINÁRIA DE DESERDAÇÃO.

3.2. Prazo decadencial – 4 anos

O prazo para ajuizamento da ação é de 4 anos contados da ABERTURA DO TESTAMENTO.

NÃO PODE SER AJUIZADA LOGO APÓS A MORTE DO DE CUJUS.

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IMPORTANTE:

Se o autor da herança nada disser, mesmo diante de falta grave, cabe AÇÃO DE EXCLUSÃO POR
INDIGNIDADE.

Assim, se o ascendente se tornou alienado mental e não conseguiu fazer o testamento, não cabe
deserdação.

Trata-se de ato personalíssimo. Logo, o curador não pode fazer.

4. Deserdação de ascendentes (Art. 1.963)

Os filhos podem deserdar pais.

5. Requisitos

a) Falta grave

b) Testamento

c) Ação ordinária de deserdação

6. Propositura pelo Ministério Público (Regras da exclusão)

O Ministério Público tem competência para a propositura da ação.

Também pode ajuizar a ação quando interessado não o fizer.

Justifica-se pelo fato de que a sociedade não deve assistir a este tipo de conduta. É de interesse
social, pois não se pode permitir que o torpe se beneficie da própria torpeza.

7. Efeitos (Regras da exclusão)

7.1. Pessoais e retroativos

Os efeitos são PESSOAIS e RETROATIVOS À DATA DA MORTE¹.

(1) Efeitos retroativos à data da morte: Ex tunc - Deve o condenado devolver a herança eventualmente
recebida, inclusive com os frutos.

Destarte, os filhos² do agressor não são prejudicados, tendo, portanto, direito à herança.

(2) Filhos: Concebidos ou nascidos.

Todavia, em caso de morte dos filhos, o condenado não volta a ter direito sobre a herança.

7.2. Vedação – usufruto e administração da herança

Some-se a isso, o condenado não pode ser usufrutuário ou administrador da herança.

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7.3. Frutos e rendimentos também devem ser devolvidos

A partir do momento em que a pessoa tem que devolver a herança, deve devolvê-la com seus
respectivos frutos e rendimentos.

7.4. Ressarcimento das benfeitorias

Antes da citação, o condenado tem direito de ser ressarcido pelas benfeitorias necessárias e
úteis.

Após a citação, por outro lado, considera-se comprovada a má-fé, não terá direito ao
ressarcimento das benfeitorias úteis e voluptuárias.

8. Venda a terceiro de boa-fé (Regras da exclusão)

Pede-se o dinheiro apurado com a venda pelo condenado.

“Ocorreu antes da sentença de exclusão do herdeiro por indignidade por ele próprio. Os outros
interessados pedem o dinheiro de volta (apurado pelo vendedor) e o comprador não perde o
que comprou.

Deserdação Exclusão por indignidade

Conta-se o prazo da abertura do testamento. Conta-se o prazo da morte do de cujus.

Deve haver testamento. Hipóteses do art. 1.814.

Além das hipóteses do art. 1.814, engloba as dos


arts. 1.962 e 1.963.

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08/08/14
Ø Do testamento
1. Considerações Iniciais (Arts. 1.857 e seguintes CC)

1.1. Surgimento

Não se sabe se precisar ao certo quando surgiu o testamento, bem como o Direito de Sucessões
como um todo.

Todavia, já se sabia que o testamento e o Direito das Sucessões já existia no Direito Romano.

1.2. Conceito

Declaração unilateral da vontade, através da qual alguém dispõe sobre seus bens, OU SOBRE
PARTE DELES, para depois de sua morte e faz outras especificações.

É a forma de se alterar a sucessão legítima.

IMPORTANTE:

Testamento não é só para se fazer disposição do patrimônio.

Ademais, no testamento pode-se:

a) Reconhecer um filho fora do casamento;

b) Deserdar alguém;

c) Impor condições.

1.3. Características

a) Escrito;

b) Solene¹;

(1) Solene: Tem uma formalidade prevista na lei.

c) Ato com produção de efeitos causa mortis ou mortis causa.

Somente começa a produzir efeitos após a morte.

d) Revogável

Testamento posterior revoga o anterior em tudo aquilo que for contrário.

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e) Gratuito

Não existe negociação com relação à herança de uma pessoa se esta está viva.

Não se pode cobrar para uma pessoa ser beneficiada no testamento.

IMPORTANTE:

O testamento VEDA a realização do inventário em cartório. Deve ser, OBRIGATORIAMENTE,


judicial.

2. Cálculo da legítima (Art. 1.846)

Quem possui herdeiros necessários¹ somente pode dispor de 50% de seu patrimônio.

(1) Herdeiros necessários:

a) Ascendente;

b) Descendente;

c) Cônjuge

Calcula-se a legítima sobre a HERANÇA LÍQUIDA.

Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança,
constituindo a legítima.

IMPORTANTE:

O companheiro AINDA NÃO É CONSIDERADO como herdeiro legítimo.

3. Capacidade para testar (Art. 1860)

16 anos de idade.
Segundo parte da doutrina, a pessoa pode ir desacompanhada dos pais para testar, uma vez que
os pais poderiam influenciar na decisão.

A INCAPACIDADE POSTERIOR NÃO INVALIDA A CAPACIDADE ANTERIOR.

A CAPACIDADE POSTERIOR TAMBÉM NÃO VALIDA O TESTAMENTO PELO INCAPAZ DE TESTAR.

Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno
discernimento.

Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

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4. Formas de testamento

Público¹

4.1. Formas ordinárias Cerrado, secreto ou místico²

Particular (03 testemunhas) ou hológrafo³

(1) Testamento público: Deve-se ir em qualquer Cartório de Notas (enviar por e-mail, presencialmente,
etc.).

Será marcada uma data pelo tabelião, data em que se deverá levar 02 testemunhas.

Não poderão ser testemunhas:

a) Funcionários do Cartório;

b) Não podem ser testemunhas os parentes até 3º grau.

Após será feita uma escritura pública de testamento.

Forma mais segura de se testar, tendo em vista que ficará uma cópia com o testador.

(2) Testamento cerrado, secreto ou místico: É aberto SOMENTE PELO JUIZ em uma audiência de abertura
de testamento.

Deve-se levar o testamento escrito a mão ou digitado a um cartório de notas. O oficial do cartório
SOMENTE RECEBERÁ o testamento, não sendo lido para as testemunhas nem para o testador.

Ademais, o tabelião rubricará todas as páginas do testamento e, no final do mesmo, este e as duas
testemunhas assinarão a última folha.

NÃO FICA UMA CÓPIA NO CARTÓRIO.

Qualquer violação ao envelope do testamento o INVALIDA.

(3) Particular (03 testemunhas) ou hológrafo: Não é necessário nem mesmo o reconhecimento em
cartório.

Tem como requisito apenas a presença de 03 testemunhas, devendo estas confirmar em juízo apenas
que na referida data foi elaborado o testamento pelo testador.

IMPORTANTE:

A única parte que nunca é revogada em NENHUMA FORMA DE TESTAMENTO é a parte de


RECONHECIMENTO DE FILHOS.

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Nota:

Uma das formas de se invalidar um testamento é fazendo um posterior.

NÃO EXISTE HIERARQUIA DE TESTAMENTOS.

TODAS AS FORMAS DE TESTAMENTOS PODEM REVOGAR AS ANTERIORES.

Ex. Testamento particular pode revogar testamento público, que pode revogar testamento
cerrado, etc.

Marítimo¹

4.2. Especiais Aeronáutico²

Militar³

CADUCAM EM 90 DIAS. Assim que possível, deve-se testar das formas ordinárias.

(1) Marítimo: Realizado a bordo de navios. O comandante do navio deve realizar o testamento. Deve ser
registrado no diário de bordo. Cópia do diário de bordo deverá ser entre às autoridades no próximo porto.

(2) Aeronáutico: Realizado a bordo de aeronaves. O comandante da aeronave deve designar alguém para
realizar o testamento. Ademais, deve entregar cópia às autoridades no próximo aeroporto.

(3) Militar: Realizado por militares.

Deverá sempre confiar a sua vontade ao oficial de mais alta patente. Em caso de ausência, será o oficial
de patente imediatamente inferior.

Caso seja o oficial de mais alta patente o testador, deverá testar o oficial de patente imediatamente
inferior.

4.2.1. Testamento nuncupativo (“testamento oral”) (Art. 1896)

Trata-se do testamento oral das pessoas que estão à beira da morte.

Somente os militares podem fazer testamento nuncupativo na presença de 02 testemunhas.

Art. 1.893. O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha,
dentro do País ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicações interrompidas,
poderá fazer-se, não havendo tabelião ou seu substituto legal, ante duas, ou três testemunhas, se o
testador não puder, ou não souber assinar, caso em que assinará por ele uma delas.

§ 1o Se o testador pertencer a corpo ou seção de corpo destacado, o testamento será escrito pelo
respectivo comandante, ainda que de graduação ou posto inferior.

§ 2o Se o testador estiver em tratamento em hospital, o testamento será escrito pelo respectivo oficial
de saúde, ou pelo diretor do estabelecimento.

§ 3o Se o testador for o oficial mais graduado, o testamento será escrito por aquele que o substituir.

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Art. 1.896. As pessoas designadas no art. 1.893, estando empenhadas em combate, ou feridas, podem
testar oralmente, confiando a sua última vontade a duas testemunhas.

Parágrafo único. Não terá efeito o testamento se o testador não morrer na guerra ou convalescer do
ferimento.

4.2.2. Testamento militar - caducidade (Art. 1.895) (90 dias)

O testamento militar caduca em 90 dias.

Art. 1.895. Caduca o testamento militar, desde que, depois dele, o testador esteja, noventa dias seguidos,
em lugar onde possa testar na forma ordinária, salvo se esse testamento apresentar as solenidades
prescritas no parágrafo único do artigo antecedente.

4.2.2.1. Exceção (Art. 1.894) – Testamento militar cerrado

O testamento militar cerrado NÃO CADUCA EM 90 dias.

Art. 1.894. Se o testador souber escrever, poderá fazer o testamento de seu punho, contanto que o date
e assine por extenso, e o apresente aberto ou cerrado, na presença de duas testemunhas ao auditor, ou
ao oficial de patente, que lhe faça as vezes neste mister.

Parágrafo único. O auditor, ou o oficial a quem o testamento se apresente notará, em qualquer parte
dele, lugar, dia, mês e ano, em que lhe for apresentado, nota esta que será assinada por ele e pelas
testemunhas.

5. Pessoa cega

Somente pode fazer testamento público.

6. Surdo-mudo

Somente pode fazer testamento público ou cerrado.

Deve conseguir se comunicar.

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14/08/14
Ø Das disposições testamentárias (Art. 1.897 e seguintes)
Pura e Simples¹

1. Disposição testamentária Condicional²

Com encargo³
(1) Pura e simples: Ex. Deixo 20% do patrimônio para Paulo.

(2) Condicional: Coloca-se um requisito para receber o bem. Caso não seja cumprido, o bem não será
recebido.

Ex. Deixo fazenda para Paulo desde que este se forme no ensino superior.

ACOMPANHA A COISA, A NÃO SER QUE A CONDIÇÃO SEJA PERSONALÍSSIMA.

(3) Com encargo: O bem é recebido, mas há obrigação de cumprir certas disposições.

Ex. Paulo terá direito à casa se reformar o telhado uma vez ao ano.

ACOMPANHA A COISA, A NÃO SER QUE O ENCARGO SEJA PERSONALÍSSIMO.

1.1. Considerações
As condições são fiscalizadas pelos interessados – herdeiros. Caso não sejam cumpridas, o bem
será perdido e retornará para o monte.

Se a pessoa parar de cumprir condição depois de encerrado o inventário e não há herdeiros


diretos, o Ministério Público tem legitimidade para propor a ação.

Pode-se indicar substituto. Certas disposições só podem durar por UMA geração.

Usufruto¹ (Art. 1.921)

2. Fixação de termo inicial e final Alimentos² (Art. 1.920)

Fideicomisso³ (Arts 1.951/1.952)

Não se deixa um bem para uma pessoa com termo inicial e final. Deixa-se para vida toda.
Somente se coloca termo inicial e final na disposição testamentária nos casos:
(1) Usufruto: Pode-se receber de legado somente o usufruto de um bem.

Ex. Deixa-se o bem para João, todavia o usufruto é deixado para José e Márcio. João somente terá o direito
de usufruto do bem depois que José e Márcio morrerem (caso não haja termo final para o usufruto).

Art. 1.921. O legado de usufruto, sem fixação de tempo, entende-se deixado ao legatário por toda a sua
vida.

(2) Alimentos: Pode-se destinar parte da herança a títulos de alimentos para terceiro.

Ex. Quero que durante um ano seja retirado 1 salário mínimo da herança e seja entregue à Carla.

Art. 1.920. O legado de alimentos abrange o sustento, a cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatário
viver, além da educação, se ele for menor.

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(3) Fideicomisso: Forma de beneficiar duas pessoas com um mesmo bem. Deixa o bem a A até este
completar certa idade, depois passará para outrem.

Ex. Testador constrói apartamento e o deixa para João, todavia quando este completar 50 anos, o
apartamento passará a ser do filho de João que ainda nem nasceu.

Art. 1.951. Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de sua morte,
a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua morte, a certo
tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário.

Art. 1.952. A substituição fideicomissária somente se permite em favor dos não concebidos ao tempo da
morte do testador.

Parágrafo único. Se, ao tempo da morte do testador, já houver nascido o fideicomissário, adquirirá este a
propriedade dos bens fideicometidos, convertendo-se em usufruto o direito do fiduciário.

3. Disposições nulas (Art. 1.900) (Rebeca Ribeiro & Thâmara Laís)


São nulas as disposições:
a) Que contenham BENEFICIÁRIOS INCERTOS.

“Deixo 15% do meu patrimônio para uma pessoa bonita/alta/inteligente.”

b) Que contenham beneficiários incertos para que estes sejam determinados por terceiros

c) Que contenham pessoas que não podem ser identificadas.

d) Que não especifiquem o que está deixando para determinada pessoa.

Ex. Deixo algo (não especificado) para Carlos.

e) Que condicionem ao testamento de outra pessoa.

Ex. Somente se Jaqueline me beneficiar em seu testamento.

f) Que indiquem um bem a ser escolhido por terceiro.

Ex. Júlia escolhe a quem vou dar a casa.

Art. 1.900. É nula a disposição:

I - que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que este disponha, também por
testamento, em benefício do testador, ou de terceiro;

II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar;

III - que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua identidade a terceiro;

IV - que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do legado;

V - que favoreça as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.802.

IMPORTANTE:
Quando a disposição não puder ser cumprida, volta para o monte.

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Nota:
- Condição testamento:
I. Não pode deixar de escrever o que será deixado ao beneficiário

- Exceção: O testador pode não escrever o que será deixado ao beneficiário se este for a pessoa que
cuidou dele nos derradeiros meses de vida.

Ex. Enfermeiro, cuidador de idosos, médico, fisioterapeuta e afins

Neste caso, O HERDEIRO ESCOLHERÁ OS BENS QUE TERÁ PARA SI.

3.1. Disposições válidas (Art. 1.901) – Exceções (Rebeca Ribeiro & Thâmara Laís)
a) Fechar o rol de terceiros (Rebeca Ribeiro) / É possível deixar que alguém seja indicado por terceiro,
desde que seja fechado o rol de opções;

b) Não especificar o que está deixando se o beneficiário for a pessoa que cuidou dele nos derradeiros
meses de vida.

Enfermeiro.

Art. 1.901. Valerá a disposição:

I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro, dentre duas ou mais pessoas
mencionadas pelo testador, ou pertencentes a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um
estabelecimento por ele designado;

II - em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da moléstia de que faleceu, ainda que
fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar o valor do legado.

4. Disposições gerais em favor dos pobres (Art. 1.902)


(Rafael Barreto) Serão as instituições que ajudam pessoas carentes do domicílio do testador.

Instituição privada tem prioridade às instituições públicas.

(Thâmara Laís) Pobres do domicílio do testador, entendidos como as instituições que trabalham
com pessoas pobres.

Pode-se destinar a herança para mais de uma instituição.

Toda instituição deve ser cadastrada no Conselho Municipal de Assistência Social.

Instituições privadas têm prioridade sobre as instituições públicas, pois estas já recebem
subsídio governamental.
Art. 1.902. A disposição geral em favor dos pobres, dos estabelecimentos particulares de caridade, ou dos
de assistência pública, entender-se-á relativa aos pobres do lugar do domicílio do testador ao tempo de
sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos, salvo se manifestamente constar que tinha em mente
beneficiar os de outra localidade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, as instituições particulares preferirão sempre às públicas.

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5. Erro na designação da pessoa (Art. 1.903)


(Rafael Barreto) Ao invés de mencionar Luiz Henrique, menciona-se Henrique Luiz. Trata-se de
cláusula VÁLIDA.

(Rebeca Ribeiro) Erro material. Coloca o nome errado, mas é possível identificar a pessoa, o
testamento é VÁLIDO.

(Thâmara Laís) Quando há erro, mas é possível identificar, a disposição é VÁLIDA.


Art. 1.903. O erro na designação da pessoa do herdeiro, do legatário, ou da coisa legada anula a
disposição, salvo se, pelo contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos inequívocos, se
puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador queria referir-se.

individualmente¹
6. Pessoas citadas (Art. 1.905)

em grupo²
(1) Pessoas citadas individualmente: Se for citado individualmente, somente o indivíduo será
beneficiado.

(2) Pessoas citadas em grupo: Se for citado em grupo, a herança será dividida igualmente por todo o
grupo.

Art. 1.905. Se o testador nomear certos herdeiros individualmente e outros coletivamente, a herança será
dividida em tantas quotas quantos forem os indivíduos e os grupos designados.

7. Prazo para anulação de testamento inteiro – 05 anos (Art. 1.859)

Começa a contar dos 5 anos do termo de registro do testamento¹ no juízo do inventário.

(1) Registro do testamento (Rebeca Ribeiro): Momento que o juiz aceita o testamento (após a morte do
de cujus) no procedimento do inventário.

Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado o prazo
da data do seu registro.

8. Prazo para anulação de cláusula testamentária – 04 anos (Art. 1.909)

4 anos, contados do CONHECIMENTO DO VÍCIO.


Art. 1.909. São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas de erro, dolo ou coação.

Parágrafo único. Extingue-se em quatro anos o direito de anular a disposição, contados de quando o
interessado tiver conhecimento do vício.

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9. Circunstâncias excepcionais (Art. 1.879)


(Thâmara Laís) Em circunstâncias excepcionais, o documento datado e assinado, SEM
TESTEMUNHA, pode ser considerado válido pelo juiz.

(Rebeca Ribeiro) Documento em circunstância especial, datado e assinado, vale como


testamento.

NÃO É NECESSÁRIA TESTEMUNHA.

Ex. Sequestro, incêndio.


Art. 1.879. Em circunstâncias excepcionais declaradas na cédula, o testamento particular de próprio
punho e assinado pelo testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz.

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21/08/14

Ø Dos Codicilos
1. Conceito

Testamento simplificado que NÃO REQUER TESTEMUNHAS para distribuição bens de PEQUENO
VALOR¹.

(1) Bens de pequeno valor: Não existe uma tabela que defina o que é bem de pequeno valor. Fica a critério
judicial.

2. Testamento vs. codicilo

O testamento possui peso maior que o codicilo.

Portanto, se realizado testamento posterior ao codicilo, aquele deve confirmar o conteúdo


deste.

Por outro lado, codicilo posterior NÃO revoga testamento anterior.

Art. 1.884. Os atos previstos nos artigos antecedentes revogam-se por atos iguais, e consideram-se
revogados, se, havendo testamento posterior, de qualquer natureza, este os não confirmar ou modificar.

3. Reconhecimento de Filhos

Codicilo posterior REVOGA codicilo anterior, EXCETO NA PARTE QUE VERSA SOBRE
RECONHECIMENTO DE FILHOS.

Assim, pode-se reconhecer filho através do codicilo, sendo este reconhecimento IRREVOGÁVEL.

4. Codicilo cerrado (Art. 1.885)

Pode-se fazer codicilo cerrado tal como o testamento cerrado, ou seja, secreto. Somente deve
ser aberto pelo juiz.

Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo, abrir-se-á do mesmo modo que o testamento cerrado.

5. Nomeação de testamenteiro

Através do codicilo, pode-se nomear testamenteiro¹

(1) Testamenteiro: Pessoa da confiança do testador, indicada por ele, para fiscalizar se as disposições
testamentárias estão sendo cumpridas.

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Ø Das cláusulas (Art. 1.848 e 1.911 – CCB)


Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer
cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.

§ 1o Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie
diversa.

§ 2o Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados,
convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros.

Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica
impenhorabilidade e incomunicabilidade.

Parágrafo único. No caso de desapropriação de bens clausulados, ou de sua alienação, por conveniência
econômica do donatário ou do herdeiro, mediante autorização judicial, o produto da venda converter-se-
á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos primeiros.

Impenhorabilidade²

1. Inalienabilidade¹

Incomunicabilidade³
(1) Inalienabilidade: Característica ou particularidade do que é inalienável. Conceito Jurídico:
Característica dos bens que, sendo transmitidos por herança ou doação, não podem ser penhorados nem
alienados.

(2) Impenhorabilidade: É tudo aquilo que se faz essencial para a vida da pessoa devedora. Ou seja, o único
imóvel próprio e todos os itens eletrodomésticos que se possua apenas uma unidade de cada.

São então isentos de penhora, todos aqueles bens considerados necessários.

(3) Incomunicabilidade: Característica das propriedades que, por vontade ou disposição legal, não fazem
parte da comunhão de patrimônios.

É possível gravar o patrimônio com as cláusulas supramencionadas.

IMPORTANTE:

Se escrever no testamento a gravação da cláusula de INALIENABILIDADE, já IMPLICA NA


IMPENHORABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE.

2. Legitima: justificativa

Somente pode-se colocar condição na parte disponível.

Nas situações em que gravar a legítima com cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade e


incomunicabilidade deverá JUSTIFICAR, ou seja, a gravação da cláusula deve ser fundamentada.

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3. Desapropriação ou alienação

(Rafael Barreto) Os novos bens adquiridos deverão ser gravados com a mesma cláusula.

(Rebeca Ribeiro) O juiz pode autorizar, mas o novo bem adquirido com o dinheiro da venda deve
ser gravado com a mesma cláusula.

Deve-se comprar o bem de mesma natureza.

4. Valem por 01 geração

Não se pode gravar os bens ad eternum.

5. Inalienabilidade – cláusula ampla (Thâmara Laís & Rebeca Ribeiro)

(Thâmara Laís) Se inserir no testamento a cláusula inalienabilidade, implicará na


impenhorabilidade e incomunicabilidade.

Somente ocorrerá no caso da inalienabilidade.

(Rebeca Ribeiro) A inalienabilidade implica automaticamente na impenhorabilidade e


incomunicabilidade.

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Ø Dos Regimes de Bens (Revisão da matéria anterior)


A forma de distribuição de herança está totalmente vinculada ao regime de bens que a pessoa
escolheu quando casou.

Bens comunicáveis

1. Do regime de comunhão parcial de bens

Bens incomunicáveis

Divide-se tudo aquilo que foi COMPRADO E ADQUIRIDO A TÍTULO EVENTUAL DURANTE A
UNIÃO.

IMPORTANTE:

No regime parcial de bens, doação e herança NÃO SÃO RECEBIDOS PELO CASAL. Pertence
apenas ao donatário/herdeiro.

Bens comunicáveis

2. Do regime de comunhão universal de bens

Bens incomunicáveis

Divide-se TUDO, inclusive doação e herança.

Somente não se divide quando se está gravado (Ex. Cláusula de incomunicabilidade).

3. Do regime de participação final nos aquestos

Idêntico à comunhão parcial de bens, todavia, neste, os cônjuges administram sozinhos tudo
aquilo que foi comprado durante o casamento.

Entretanto, no dia do divórcio divide-se tudo que foi comprado durante o matrimônio
igualmente.

Pode-se colocar no pacto pré-nupcial que não é necessária a assinatura do cônjuge para a venda
de bem imóvel.

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Voluntário¹

4. Do regime de separação de bens

Obrigatório² (Súmula 377 – STF)


(1) Regime de separação de bens voluntário: Ato de vontade. Cada coisa será de cada um, inclusive os
frutos gerados.

(2) Regime de separação de bens obrigatório: Para a pessoa que se casou OBRIGATORIAMENTE pelo
regime de separação de bens, quais sejam:

a) Maiores de 70 anos;

b) Menores de 16 anos;

c) Pessoas que não obedeceram cláusulas suspensivas.

STF Súmula nº 377 - 03/04/1964 - DJ de 8/5/1964, p. 1237; DJ de 11/5/1964, p. 1253; DJ de 12/5/1964,


p. 1277.

Regime de Separação Legal de Bens - Comunicação - Constância do Casamento

No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.

- Interpretação:

(Rebeca Ribeiro) No caso de regime de separação de bens OBRIGATÓRIO, tudo o que for comprado
durante a união SERÁ DIVIDIDO.

(Thâmara Laís) No regime de separação obrigatório, tudo o que for comprado durante a união será
dividido.

Se nada for comprado, mas se houver rendimentos do dinheiro depositado (Ex. Poupança), serão estes
divididos.

5. Dos regimes híbridos

Cria-se o próprio regime a partir de pacto pré-nupcial.

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22/08/14

Ø Da ordem de vocação hereditária


1. Casamento (Art. 1.829 – CCB)
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos DESCENDENTES, EM CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE SOBREVIVENTE,


SALVO SE:

- Casado este com o falecido nos regimes:

a.1) da COMUNHÃO UNIVERSAL;

OU

a.2) da SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS (art. 1.640, parágrafo único);

a.3) da COMUNHÃO PARCIAL, SE O AUTOR DA HERANÇA NÃO HOUVER DEIXADO BENS PARTICULARES¹;

(1) Bens particulares: Doação, herança, bens adquiridos antes do matrimônio.

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; (NÃO IMPORTA O REGIME DE BENS)

III - ao cônjuge sobrevivente; (NÃO IMPORTA O REGIME DE BENS)

IV - aos colaterais (NÃO IMPORTA O REGIME DE BENS)

1.1. Não haverá concorrência (Art. 1.829, I - vide acima):


Como não há concorrência, vai tudo para o descendente e não para o cônjuge.

- Hipóteses:
a) No regime de comunhão universal de bens

(Rebeca Ribeiro) Ex.

b) No regime de separação obrigatória de bens

c) No regime de comunhão parcial quando não houver bens particulares.

(Rebeca Ribeiro) Na prática, é igual ao regime de comunhão universal de bens:

a) 50% meação para o CÔNJUGE;

b) 50% meação para os filhos.

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IMPORTANTE:
- Comunhão parcial de bens com bens particulares (SOMENTE QUANDO HÁ DESCENDENTES):
a) Corrente majoritária: Pega-se somente os bens particulares e se divide entre cônjuge e filhos. Não
dividirá com os filhos o que já está na partilha;

NA PRÁTICA, É A MAIS ACEITA.

b) Pega-se a herança inteira e divide entre esposa e filhos.

(Rebeca Ribeiro) Bens particulares entram somente porque é morte. Se fosse DIVÓRCIO, NÃO ENTRARIA.

Ex.

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2. Da concorrência entre descendentes e ascendentes (Art. 1.836 e 1.837)


2.1. Considerações Iniciais
a) Se houver pai, mãe e cônjuge: 1/3 da herança para cada

b) Se houver um só ascendente ou ascendente em grau superior ao primeiro: metade da herança


para o cônjuge e metade para os ascendentes, dividindo-se entre os da linha paterna e materna.

2.2. Art. 1.836 (Rebeca Ribeiro)


Na falta de descendentes, são chamados à sucessão aos ascendentes, em concorrência com o
cônjuge sobrevivente.

§1º - Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de
linhas.

§2º - havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha partena


herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual
ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for
ascendente dos herdeiros com que concorrer.

Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o
cônjuge sobrevivente.

§ 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas.

§ 2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a


metade, cabendo a outra aos da linha materna.

2.3. Art. 1.837 (Rebeca Ribeiro)


Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-
lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.

Ex. Se concorrer com o pai e a mãe do falecido, o cônjuge terá direito a um terço;

Se Concorrer com um só dos pais do falecido ou com seus avós ou bisavós, terá direito à metade
da herança.
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança;
caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.

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3. União estável (Art. 1.790) (Rebeca Ribeiro)


A companheira ou companheiro participará da sucessão do outro quanto aos bens adquiridos
onerosamente na vigência da união estável nas seguintes condições:

I – Se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao
filho;

Ex. Herança de 3.000 à dois filhos comuns à cada um destes e o companheiro herdarão 1.000.

II – Se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada
um deles;

III – Se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;

IV – Não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

Pré-nupcial
4. Regimes (Rebeca Ribeiro)

Híbrido
Duas correntes:

a) Maria Helena Diniz: Se a lei não exclui a concorrência, esta ocorrerá.

b) Silvio Rodrigues: O juiz aplicará o regime mais próximo.

- Art. 1.832 – Se a mulher é mãe de todos, na concorrência ela tem ¼ assegurando.

Desta forma, somente fará diferença se for mais de 03 filhos.

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28/08/14

Ø Dos Legados (Arts. 1.912 e seguintes)


1. Conceito

“Transmissão de bem específico, determinado a alguém que se chama de legatário.”

Transferência de um bem específico/determinado a alguém.

A vantagem de ser legatário é que, se no momento do recebimento, não houver dinheiro para
pagar todo mundo, o legatário tem preferência com relação ao herdeiro testamentário.

IMPORTANTE:

É incluído DENTRO do testamento.

2. Partes
a) Legante

Aquele cujos bens serão transferidos após a morte.

b) Legatário
Aquele que receberá o bem específico e determinado.

c) Onerado
Os demais herdeiros do legante. Ficam com o ônus do cumprimento do legado.

3. Sublegado
O testador A deixa uma casa para B, desde que este compre/entregue um carro a C.

Se B não comprar/entregar o carro, não receberá o carro. Portanto, nem B e nem C serão
beneficiados.

Assim, o bem voltará para o monte¹.


(1) Monte: Caracterizado pelos demais herdeiros.

4.1. Partes
a) Sublegante
Aquele que somente receberá o bem se cumprir determinada condição.

b) Sublegatário
Aquele que será o beneficiário final da condição estipulada pelo legante.

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5. Bem especificado apenas pelo gênero (Art. 1.951/1.929)


Se o bem for especificado somente pelo gênero, os demais herdeiros deverão providenciar a
compra do bem de qualidade intermediária.

Ex. Deixo um relógio para Daniel.

Contraexemplo. Deixo meu carro para Daniel. Caso o carro seja roubado, Daniel não receberá o
carro.
Art. 1.951. Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de sua morte,
a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua morte, a certo
tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário.

Art. 1.929. Se o legado consiste em coisa determinada pelo gênero, ao herdeiro tocará escolhê-la,
guardando o meio-termo entre as congêneres da melhor e pior qualidade.

6. Legatário vs. herdeiro testamentário


6.1. Legatário

O legatário recebe BEM ESPECÍFICO e DETERMINADO.

Ex. Um carro 1.0.

6.2. Herdeiro testamentário

O herdeiro testamentário recebe PORCENTAGEM ou FRAÇÃO DA HERANÇA.

Ex. 15% do patrimônio do falecido.

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Usufruto¹ (Art. 1.921)

Alimentos¹ (Art. 1.920)

Dinheiro

7. Legado Bens móveis/imóveis

Semoventes

Perdão de dívida
(Art. 1.918)

Crédito de dívida

“Pode ser de tudo.”


(1) Legado de usufruto e de alimentos: Se não houver especificação de tempo, considera-se que este será
VITALÍCIO.

Art. 1.921. O legado de usufruto, sem fixação de tempo, entende-se deixado ao legatário por toda a sua
vida.

Art. 1.920. O legado de alimentos abrange o sustento, a cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatário
viver, além da educação, se ele for menor.

Art. 1.918. O legado de crédito, ou de quitação de dívida, terá eficácia somente até a importância desta,
ou daquele, ao tempo da morte do testador.

§ 1o Cumpre-se o legado, entregando o herdeiro ao legatário o título respectivo.

§ 2o Este legado não compreende as dívidas posteriores à data do testamento.

9. Legado alternativo (Art. 1.932)


Aquele em que o testador deixa uma opção.

O testador poderá elencar alguém para fazer a escolha.

Em caso de omissão, a escolha caberá ao ONERADO/HERDEIRO.

Ex. Deixo ou minha casa ou cem mil reais.


Art. 1.932. No legado alternativo, presume-se deixada ao herdeiro a opção.

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10. Imóveis contíguos¹


(1) Imóveis contíguos: Imóvel ao lado/que faz divisa com o primeiro imóvel.

Os imóveis contíguos NÃO SÃO INCORPORADAS AO LEGADO.

Somente serão incorporados se houver cláusula expressa.

11. Benfeitorias
As benfeitorias posteriores ao testamento INCORPORAM O LEGADO.

Ex. Deixa-se um sítio a Rubens. Todavia, quando o “de cujus” morre, várias benfeitorias
posteriores já haviam sido feitas. Neste caso, Rubens terá direito ao sítio COM TODAS AS
BENFEITORIAS, NÃO TENDO DEVER DE INDENIZAR NADA.

12. Da caducidade dos legados (Art. 1.939)


O legado caduca quando a natureza da coisa for modificada a tal ponto de que esta não possua
a mesma denominação.
Art. 1.939. Caducará o legado:

I - se, depois do testamento, o testador modificar a coisa legada, ao ponto de já não ter a forma nem lhe
caber a denominação que possuía;

II - se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso, caducará
até onde ela deixou de pertencer ao testador;

III - se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do herdeiro ou legatário
incumbido do seu cumprimento;

IV - se o legatário for excluído da sucessão, nos termos do art. 1.815;

V - se o legatário falecer antes do testador.

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Ø Do Direito de Representação (Art. 1.851 a 1.856 do CC)


Por estirpe¹ (representação)

1. Sucessão

Por cabeça² (direito próprio)


(1) Sucessão por estirpe ou representação: Acontece quando uma pessoa é chamada a receber a herança
no lugar de um herdeiro faltante como se ele fosse vivo.

SERÁ SEMPRE EM LINHA RETA DESCENDENTE.

Ex. Neto recebendo herança do avô, tendo em vista que seu pai morreu.

(2) Sucessão por cabeça ou direito próprio: Acontece quando a pessoa recebe a herança por seu próprio
direito.

IMPORTANTE:
Se não houver ninguém da geração mais próxima (filhos), os da mais distante (netos) receberão
por direito próprio, isto é, dividir-se-á igualmente entre todos.

Ex. Se um filho A que tem 20 filhos (netos) sobreviver, os 02 filhos do filho B, que morreu,
receberão METADE da herança (Sucessão por estirpe).

Todavia, se os filhos A e B morrem, a herança será dividida por 22 (sucessão por direito próprio).

Linha reta descendente

2. 02 casos
Filhos de irmãos pré-mortos
CAPÍTULO III Do Direito de Representação

Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder
em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.

Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.

Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos
do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.

Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes.

Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.

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04/09/14 (Atividade)
01.

a)
Patrícia, Rosimeire.

b)

Não

c)
Sim, herdeiros legítimos. Não há herdeiros necessários.

d) Partilha de bens
Elvira, sem herdeiros necessários, deixou:

Juliana 1/3 (morreu antes, então nem ela e nem seus filhos Geraldo e Epitáfio receberam)

Patrícia ¼ (70.000,00)

Rafaela 1/6 (46.666,66)

20.000,00 de legado para felipe

300-20-70-46=163.333,33

Assim, restará 163.333,33 para os sobrinhos.

02.
a) Herdeiros legítimos – Os parentes Andrelina, Manuel e Ernane.

300 mil menos o legado de 100 = 200 mil.

Clovis 1/3 – 66.666,66

Agripino ¼ - 50 mil

Sandra 1/5 – 40 mil.

Ernane – 100 mil.

300-100-66-50-40=43.333,33.

Andrelina, Manuel e Ernane ficarão com a sobra, pois todos são parentes de 4º grau.

03 – 67. Anaximandro, em testamento, deixou um cavalo para Pedro. Para Epicuro, para outro
lado, deixou um cavalo que era dele (cavalo específico). 5 dias antes da morte do testador,
morte dos cavalos. Houve caducidade?
Caducou o legado destinado a Epicuro. Todavia, não caducou o deixado para Pedro.

04.
Não caducou. Não é necessário ser nem o mais barato e nem o mais caro.

76.
a) 120 mil

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b) Não, pois ela morreu antes.

c) Hélio à Carlos à José à Ronaldo (parte indisponível 120 mil)

Parte disponível menos o legado – 100 mil

Rafael ¼ - 25.000

Daniel 1/8 – 12.500

20.000 para Selma (morreu antes – volta pro monte).

100-25-12500=62500

XX. Maria, amasiada


J - 1/5 – 240 – 48.000

A – 1/6 – 40.000

L 1/8 – XXX

240 mil + 152.000

Antonieta e Eliane – Necessárias

Antonieta e Eliane - Legítimas

Josefa, Aparecida e Lima –

91. Demócrito e Helena – Regime de Comunhão Universal


Filho fora do casamento, mais filhos A, B e C.

B renunciou à herança através de documento particular (INVÁLIDA – RENÚNCIA SOMENTE ATRAVÉS


ESCRITURA PÚBLICA OU NOS AUTOS).

Celso – 1/5 de 130 mil – 26 mil

Julieta – 1/3 de 130 mil – 43.333,33

130-26-43=60.666,66

A, B, C e FF = 130 mil mais 60.666,66

Não foram instituídos legatários, pois ninguém recebeu bem específico ou determinado.

Testamentários – sim – pois houve herdeiros que receberam porcentagem ou fração da herança.

92. Heigel casado com Renata – Comunhão Universal de bens


Parte disponível –

L – 1/3 – 20.000

J – ¼ - 15.000

Sobram 25.000

A,B,C – 60 mais 25 mil.

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95. Regime parcial de bens Vicente e Taís

Patrimônio total – 1.275.000

Vicente – 637.500

Tais – 637.500

Vicente – 1 filho – sílvio – 12 anos – reconhecido por testamento cerrado

Vicente Taís – 4 filhos – A, B, C, D

Herculado 1/5 (morreu antes. Portanto, não vai receber 1/5)

Teotônio – ¼ - se não puder, os filhos receberão (Murilo e Clarisse) – ¼ de 318.750 – 79.000,00


- Legítimos – A, B, C, D e sílvio

- Testamentários – Herculato, Teotônio e seus filhos.

c) Sim – Se considerado que foi comprado durante a união.

e) Taís tem o Direito Real de habitação (somente para ela. Se os filhos forem menores ou estiverem
sujeitos a alimentos, ela tem a obrigação de abrigá-los).

XX. Sílvio – Antígona


Sílvio – 200 mil apartamento anterior – somente dele

Lote durante o casamento – dividirá – Herança de Sílvio – 350 mil.

Antígona – 250 mil só dela

Caso de comunhão particular com - 200 mil particular.

- Corrente majoritária
200 = Confúcio + E + Antígona

150 (já tá inserido na meação) = C + E (somente os filhos)

- Corrente Minoritária
350/3 (tudo dividido pelo cônjuge e filhos).

a) A, C, E.

b) Tudo menos os 100 mil que ela recebeu de herança.

c) Não tem metade dos bens deixados, mas somente do lote e do apartamento.

d) Não (Agora, em qualquer regime de bens, vigora o Direito de Habitação).

82. Melquides

André – 1/5 – 140.000

Cristiano – 1/6 – XXXX

560.000 – Marco Aurélio e Cristiano –

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a) Tem validade, todavia as testemunhas não poderão receber pela sucessão


TESTAMENTÁRIA, podendo receber pela sucessão legítima.

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05/09/14 Rebeca e Thâmara


Da sucessão do companheiro
Lei 8.971 – Direito Real de Usufruto

Art. 2º - Direito Real de usufruto

- ¼ dos bens: havendo filhos

- ½ dos bens: não havendo

Art. 3º à partilha dos bens adquiridos com esforço comum.

EXEMPLO!!!!

Lei 9.278/96

Art. 5º - meação automática

Parágrafo único à direito real de habitação sobre o imóvel de residência do casal


(substituindo o Direito de Usufruto).

Sucessão no CCB/2002

Art. 1790 – bens adquiridos onerosamente na constância da União – o companheiro participa.

I – Companheiro concorre com filhos na mesma proporção

(diferente do casamento, no qual vai para os filhos)

II – Quando tem filho fora do casamelho

2x e 1x

Art. 1830 – Separação de fato e Direitos Sucessórios

Separação de fato: ocorre sem interferência do poder judiciário. “Cada um para seu canto”.

Separação de fato superior a 02 anos afasta os direitos sucessórios (perde-se o direito de


herança).

Culpa à continua herdando se separou de fato e não foi culpa sua. Polêmico, na prática os
tribunais afastam essa hipótese.

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11/09/14
Direito Real de Habitação – art. 1831
Para evitar que os próprios filhos coloquem os pais na rua.

- único imóvel residencial à critério se for casado

- só está previsto para pessoas casadas

Defende-se direito real de habitação para união estável por meio da lei 9728/96, parágrafo
único, art. 7º

- imóvel residencial da família (onde moravam) – mesmo se tiver outros

- enquanto permanecer solteiro

Pessoas legitimadas a suceder – art. 1.799/1798


Pode deixar para pessoa não nascida:

- se o testador não colocar prazo – 02 anos

- se o testador colocar prazo – espera tempo.

Diferente de – na sucessão legítima só pessoa viva ou concebida

- Pessoas não legítimas:

I. testemunha do testamento

II. Concubina do testador casado

III. tabelião perante quem escreveu a rogo

IV. culpa 1801, III – se não tiver culpa pode herdar

V. ascendente, descendente, irmão, cônjuge de quem não pode receber

Substituição Arts. 1947 e seguintes


Indicação de uma ou mais pessoas para receber o direito hereditário ou legatário nomeado
venha a falhar.

Motivos:

I. morte;

II. exclusão por indignidade;

III. renúncia

IV. descumprimento de condição

Substituição (vulgar ou ordinária):

a) Simples: uma pessoa substitui uma pessoa

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b) Coletiva: mais de uma pessoa substitui o faltante

c) Recíproca: grupo indicado que vai substituindo reciprocamente (mais de um bem).

Diferente de Co-legado: UM bem para várias pessoas. Eles são substitutos recíprocos
automaticamente.

- Se colocou proporção e 1 não herdar, obedece proporção na divisão

- Se entrar um de fora, a parte do que faltar é dividida sem observar as proporções.

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19/09/14 Rebeca e Thamara


Substituição especial ou fideicomissária – arts. 1961 e ss – cc
Beneficiam-se 02 pessoas com 1 disposição testamentária

Partes
Testador: fideicomitente

Intermediário: fiduciário

Beneficiário final: fideicomissário

Morte do fiduciário à já passa para o beneficiário

Fideicomisso pode ser:

a) Vitalício (intermediário fica com o bem até morrer)

b) A termo

c) Condicional

- Se não houver prazo é sempre vitalício.

- Se depois do prazo não houver filho à espera-se 02 anos após a morte do testador à não
havendo filho – fica definitivamente com o fiduciário à enquanto isso o juiz coloca família do
beneficiário ou intermediário para administrar.

- Morte do beneficiário final – fica definitivamente com B.

- Se entre redação do testamento e a morte do testador o fideicomissário nascer à este passa


a ser proprietário e o intermediário usufrutuário

- O intermediário é proprietário de propriedade resolúvel (vai se extinguir), mas pode alienar,


exceto se houver cláusula de inalienabilidade.

- Fideicomisso à até 2º grau de transmissão. Termina em “C”.

Da concorrência:
- Entre tios e sobrinhos – art. 1843 CC

- Concorrência entre irmãos unilaterais (mesmo pai/mãe diferente) e bilaterais (mesmo pai e
mãe) art. 1841 a 1843

Irmãos bilaterais recebem o dobro dos unilaterais. Sobrinhos excluem os tios, pois são
descendentes. Apresentação é automática.

Obs: o ascendente vem antes do colateral.

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18/09/14
01.
União Estável – 2 filhos comuns – 1 filho somente do falecido.

a) 200 (bem particular)/3 = 66.666 para cada filho


400/7=x=57.142 para Alice.

114.284 para cada filho.

b) Regime de comunhão parcial de bens.


3 filhos, sendo um extraconjugal.

I – Corrente majoritária

Bem particular será dividido por 4 (3 filhos mais Alice).

200/4=50 mil para cada.

400 mil divididos somente pelos 3 filhos.

400/3=133.333.

II – Corrente minoritária

600/4(3 filhos e Alice)=150 mil para cada.

c) 500 para Alice.

500 divididos somente pelos filhos.

500/3=166.666 para cada.

02.
400.000,00 e herança de 300.000,00.

Thiago e Vanessa

2 filhos

350.000,00

União estável com Soraia 17 anos. R$800.000,00.

Thiago – 350.000,00 + 400.000,00

1 filho

750.000,00/2

375.000,00.

a) Os bens particulares serão divididos somente com os filhos.

350/3 filhos=166.666 para cada filho.

400/7=57.142 para Soraia.

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114.284 para cada filho.

b) I – Corrente majoritária

Os bens particulares serão divididas por 4 partes (3 filhos + Soraia)

350000/4=87500

400/3 (somente os 3 filhos)=133.333 para cada filho.

c) Comunhão universal de bens

1.150.000

Soraia 575.000

575.000/3=191.686,67 para cada filho.

d) Tudo para o cônjuge.

03. Comunhão parcial de bens.

3 filhos

5 irmãos

1 Filho de Marcos extraconjugal

Durante a união – 700.000,00.

Herança – R$400.000,00.

a) I – Corrente majoritária

400/4 (3 filhos e Marcos).

100.000 para cada.

350/3 (dividido pelos filhos) = 116.666 para cada filho.

II – Corrente minoritária

750/4 (3filhos e Marcos) = 187.500 para cada.

b) Comunhão Universal de Bens

550 para Marcos.

550/3 (3 filhos) = 183.333,333.

c) 400 mil bens particulares.

350 mil de bens comuns.

400/3 (3 filhos)=133.333 para cada filho.

350/4 (3 filhos e Marcos) = 87.500 para cada um.

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d) 350 de Marcos

350+400

400 mil / 5 (5 irmãos) = 80 mil para cada irmão.

1/3 para cônjuge

350 mil

2/3 para os 5 irmãos.

116 para Marcos.

233 para os 5 irmãos.

04.
a) I- Corrente Majoritária

150/4=37500 (1/4 assegurado para a mãe).

112.500/4 (4 filhos)=28.125 para cada filho.

450 mil/4 (4 filhos)=112.500.

II – Corrente Minoritária

600/4 (1/4 garantido para o cônjuge)=150.000 para Simone.

450/4(4 filhos)=112.500 para cada filho.

b) Comunhão Universal de Bens 525 mil para Simone.

525/4(4 filhos)=131.250 para cada filho.

c) 150/4 (4 filhos) = 37.500 para cada filho.

5x(4 filhos mais cônjuge)=450 x=90 para cada.

d, e, f) 1/3 cônjuge = 150 companheiro 2/3 Parentes = 300 parentes

150 parentes.

SUPERIMPORTANTE:
Na comunhão universal de bens, o CÔNJUGE não é herdeira, mas sim MEEIRA.

Na união estável O companheiro só concorre com os bens adquiridos onerosamente na


constância da união

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25/09/14 REBECA E THAMARA


Ø Da ação de petição de herança (Arts. 1.824 e seguintes do Código Civil)
Ação proposta no caso em que um herdeiro foi afastado da herança, com conhecimento ou não
dos demais quanto a existência daquele.

1. Herdeiro aparente

Não é o herdeiro ou não é o único.

2. Súmula 149 – STF

Prazo – não é uma ação imprescritível.

3. Alienação e terceiros - ?

Venda válida à aquele que ajuizou a ação pedirá o dinheiro que foi apurado com a venda. Se
não tiver o dinheiro e o patrimônio particular e estiver o herdeiro aparente de boa-fé, não pode
ser.

4. Doação a terceiros

Aquele que ajuizou a ação pedirá bem que foi doado.

5. Prazo

Não existe prazo específico. 10 anos da abertura da sucessão

6. Após a citação: posse de má-fé

Numa ação de petição de herança, os herdeiros aparentes são considerados


possuidores/proprietários de má-fé. Até a citação, todas as benfeitorias serão indenizadas. Após
a citação, não deve realizar benfeitorias, pois só as necessárias serão indenizadas.

Ø Da ação de sonegados
1. Sonegados são os bens que deveriam entrar na partilha, porém foram ciente e conscientemente dela
desviados, quer por não terem sido descritos ou restituídos pelo inventariante ou por herdeiro, quer
por este último não os haver trazido à colação, quando esse deve se lhe impunha.

2. Arts. 1992 e seguintes

3. Penalidade ao herdeiro que oculta bens ou sabe que alguém o faz e silencia.

Sempre há má fé, porque se um bem for descoberto após a partilha, será feita a sobrepartilha.

4. Sonegação realizada pelo inventariante (Art. 1.993)

5. Sonegação realizada pelo testamenteiro

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6. Prazo

Não há prazo específico, então é de 10 anos, contados da abertura da sucessão/morte.

7. Efeitos

Penalidade ao herdeiro que oculta bens ou sabe que alguém o faz e silencie:

Perderá qualquer direito relacionado aos bens, exceto indenização por benfeitorias necessárias,
para se evitar enriquecimento ilícito. Se ocultar dinheiro em poupança.

8. Ação de sonegados

9. Termo inicial de sonegação

A petição inicial de inventário deve constar:

- Qualificação do de cujus

- Qualificação dos herdeiros

- Aos bens (endereço, banco...)

No fim do processo de inventário podem ser feitas as últimas considerações.

10. alienação

Venda – o herdeiro prejudicado pedirá o dinheiro.

Doação – pede o bem de volta.

Se ocultar o dinheiro depositado/aplicado.

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09/10/14
Ø Da partilha
1. Conceito

“Divisão dos bens da herança segundo o direito hereditário dos que sucedem.” – Clóvis
Beviláqua

A partilha é um direito dos herdeiros. O dono da herança não pode criar uma cláusula dizendo
que seus bens são impartilháveis.

Pode, somente, gravar seus bens com as cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade e


inalienabilidade.
A partilha extingue o condomínio dos herdeiros, tendo em vista que divide os bens, isto é, direciona os
bens a cada herdeiro.

Após a partilha, o herdeiro sabe sobre o que o seu direito vai recair.

Em caso de um imóvel, por exemplo, ficará este em nome de todos os herdeiros. Nesta situação,
NÃO HÁ EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO.

2. Principal efeito (Arts. 1.784 e 1.791)


O principal efeito será estipular qual será o direito do herdeiro sobre cada um dos bens.

Quando a partilha é feita dividindo cada bem para um herdeiro, seu efeito principal será acabar
com o condomínio.

Termo nos autos1.1

Consensual Escritura Pública

Escrito particular

3. Partilha
Litigiosa² - JUDICIAL
(1) Partilha Consensual: Ocorre quando todos os herdeiros são maiores e capazes e concordam com a
partilha.

Pode haver diferença de valor entre os herdeiros no que se refere ao inicial estipulado.

É proposta pelos próprios herdeiros.

O juízo não decide a partilha, mas somente a HOMOLOGA.

(1.1) Termo nos autos: Uma ou todas as partes requerem ao advogado que peticione na vara de sucessões
que lavre um termo no qual constará a quem pertencerá cada bem.

Raro.

(1.2.) Escritura pública: Tabelião do cartório de notas que faça uma escritura pública de partilha.

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Nota:
Melhor é fazer também inventário no cartório, mas não somente a escritura pública.
(1.3.) Escrito particular: Faz-se uma petição ao juízo descrevendo a quem pertencerá cada bem.
Necessário advogado inventariante.

Tal petição é denominada Plano de Partilha.

(2) Partilha litigiosa: A partilha litigiosa SEMPRE será JUDICIAL, não podendo ocorrer em cartório.

IMPORTANTE:
Se houver herdeiro menor ou incapaz, a partilha também SEMPRE será JUDICIAL.

4. Partilha em vida à 02 formas


a) Feita quando o autor da herança faz um testamento TUDO o que tem entre os herdeiros.

Dar-se-á por testamento.

b) Quando a pessoa pega tudo o que ela tem e doa tudo o que tem para os filhos com reserva
de usufruto.

IMPORTANTE:
Todo inventário que tem testamento é JUDICIAL.

SUPERIMPORTANTE:
O de cujus deve, SEMPRE, RESPEITAR A LEGÍTIMA.

Ex. A diferença entre a herança dos filhos não pode afetar a legítima. Assim, deve, cada um, receber o
mínimo que lhe é devido.

5. Sobrepartilha (Arts. 2.022 e seguintes)


A partilha feita depois da partilha.

Depois da partilha, a família descobre um novo bem pertencido ao falecido que não foi dividido.

Paga-se 1% de multa ao mês.

Se a má-fé for de todos os herdeiros, dividir-se-á a multa entre todos.

Todavia, se a má-fé for de um herdeiro em relação a outro, tratar-se-á de sonegação. Neste caso,
o herdeiro perderá seu direito sobre o bem.

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6. Ação anulatória de partilha – Prazo 01 ano (Art. 2.027 – CCB e Art. 1.029 – CPC)

A partilha CONSENSUAL está sujeita à ação anulatória de partilha no prazo de 01 ano.

CAPÍTULO VII Da Anulação da Partilha

Art. 2.027. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em
geral, os negócios jurídicos.

Parágrafo único. Extingue-se em UM ANO o direito de anular a partilha.

CPC - Art. 1.029. A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do
inventário ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada, por dolo, coação,
erro essencial ou intervenção de incapaz. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Parágrafo único. O direito de propor ação anulatória de partilha amigável prescreve em 1 (UM)
ANO, CONTADO ESTE PRAZO:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessou;

II - no de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato;

III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.

7. Ação rescisória de partilha (Art. 485 – CPC)

Quando o tribunal anula partilha já decidida pelo juízo de 1º grau. Prazo de 02 anos.

Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem
ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo
quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.

Ø Da garantia dos quinhões hereditários


1. Evicção por fato anterior à partilha

Perde por evicção. Deverá dividir tudo novamente para beneficiar o prejudicado.

Quando, após a partilha, um dos herdeiros ou mais, perdem seus bens, pois descobrem que o
bem não era do testador.

Ex. Rita aparece e fala que a casa que foi para pedro foi vendida para ela por seu pai e não
transferiu a propriedade.

2. Herdeiro insolvente

Se após a evicção, um dos irmãos que deveria indenizar o herdeiro prejudicado não tiver mais
dinheiro, pois credores, a indenização da parte dele será dividida entre todos os irmãos, inclusive
o que é credor da indenização.

3. Evicção por culpa do herdeiro

1) Se a evicção ocorrer por culpa do herdeiro, este não terá direito à garantia dos quinhões
hereditários.

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Ex. Herdeiro foi intimado sobre audiência da casa e não compareceu.

2) Também não há garantia se a evicção vier por fato posterior à partilha.

Evicção: “busca o bem que está na mão de outra pessoa.”

4. (Arts. 2.023 e seguintes)

Ø Do testamenteiro (Arts. 1.976 e seguintes)


Pessoa de confiança do testador para fiscalizar se as disposições estão sendo cumpridas/se a
vontade do testador está sendo cumprida.

Recebe ou um bem ou remuneração – fixada pelo juiz – chamada vintena (não pode ultrapassar
5% da herança líquida).

1. Funções

Se alguém atacar testamento, o testador defendido.

- Cargo chama: testamentaria

- Fiscaliza se as disposições testamentárias estão sendo cumpridas

- Se a vontade do testador está sendo cumprida.

2. Remuneração

Chamada vintena à fixada pelo juiz quando o testador não deixa nenhum bem para
testamenteiro.

Não pode ultrapassar 5% da herança líquida.

3. Testamenteiro vs. inventariante vs. administrador provisório

a) Testamenteiro

Pessoa de confiança do testador para fiscalizar.

b) Inventariante

Da andamento ao processo de inventário.

Anexa os documentos nos autos, providencia as CND’s. Recolhe ITCD.

c) Administrador provisório

Está na posse dos bens até o juiz determinar o inventariante.

Indenizado pelas despesas, mas não recebe pelo exercício cargo.

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4. Mais de um testamenteiro

Cada um responsável por uma parte ou todos por tudo. Todos vão receber.

5. Falta do testamenteiro

(morte) fica sem testamenteiro. Juiz nomeia o cônjuge ou um filho que não receberá nada, pois
já está recebendo a herança. Sua função – testamenteiro – não transfere aos filhos.

6. Prazo

180 dias para fiscalizar se o testamento está sendo cumprido.

Pode aumentar o prazo dependendo da complexidade do caso.

Inicia-se a contagem do prazo da aceitação da testamentaria, isto é, após a aceitação por parte
do testamenteiro.

IMPORTANTE:

Quando toda a herança estiver distribuída em legados, o inventariante será o testamenteiro.

Direito de acrescer entre herdeiros e legatários


No co-legado, a herança recíproca de bem indivisível não volta para o monte.

Se ele for excluído, volta para o moente, exceto se houver substituição.

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16/10/14

Ø Herança Jacente e Herança Vacante (Arts. 1819 e seguintes do CCB)


1. Conceito
1.1. Ausência de herdeiros legítimo, testamentário ou legatário, COMO TAMBÉM QUANDO TODOS OS
HERDEIROS RENUNCIAM/SÃO EXCLUÍDOS POR INDIGNIDADE

a) São aquelas que, aparentemente, não têm dono.

Quando a pessoa não tem herdeiro legítimo e não deixa um herdeiro testamentário, tratar-se-á de
herança jacente.

b) Ocorre também quando TODOS OS HERDEIROS RENUNCIAM À HERANÇA ou SÃO


EXCLUÍDOS POR INDIGNIDADE.

Nestes casos, a herança é pertencente ao Estado.

1.2. Ausência de quem represente, delibere em nome do acervo hereditário

2. Procedimento

2.1. Após 01 ano da publicação do primeiro edital: sentença de vacância¹.

O juiz mandará publicar 3 editais para convocação dos possíveis herdeiros. Será qualificado
quem morreu.

Após um ano da publicação do primeiro edital, será prolatada a sentença de vacância¹ (não há
herdeiros), sendo nomeado curador para a herança.

(1) Sentença de vacância: Aquela na qual se indica que não há herdeiros.

4. Após 05 anos da abertura da sucessão¹ os bens passam para o domínio


público
(1) Abertura da sucessão: O prazo da abertura da sucessão se inicia após a morte do de cujus. Assim,
pode-se dizer que são 05 anos após a morte do autor da herança.

Após 5 anos do prazo da abertura da sucessão, a herança passa para domínio público.

5. Efeitos da sentença de vacância

Após 01 ano da publicação do primeiro edital é prolatada a sentença de vacância.

Neste caso, se aparecerem PARENTES COLATERAIS, estes não terão direitos à herança.

6. Arts. 1.142 e seguintes do CPC

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Ø Da colação (Arts. 2.002 e seguintes do CCB)


1. Devolução ao monte partível, para abatimento na herança das doações recebidas em vida
do autor da herança.

Devolução ao monte das doações feitas EM VIDA pelo de cujus/autor da herança aos seus
herdeiros necessários para abatimento na herança.

2. Obrigados: herdeiros necessários

São os herdeiros necessários OBRIGADOS colacionarem.

3. Dispensa de colação - formas

A dispensa deve ser feita por meio de TESTAMENTO ou inserido no INSTRUMENTO DA DOAÇÃO.

Somente se dá nos casos em que os bens doados não ultrapassam 50% do patrimônio total do
autor da herança.

IMPORTANTE:

Se o herdeiro for obrigado a colacionar, a doação advirá da PARTE INDISPONÍVEL da herança.

Caso contrário, advirá esta da PARTE DISPONÍVEL da mesma.

Nota:

O bem vendido ao filho deve possuir a assinatura de todos os demais filhos do vendedor.

Tal obrigação, por outro lado, não é característica na doação, uma vez que o bem deverá ser
COLACIONADO após a morte do de cujus.

4. Colação de neto?

Se no momento da doação pelo avô, o pai do neto era vivo, NÃO É NECESSÁRIO COLACIONAR.

Todavia, se no momento da doação pelo avô, o pai do neto já estava morto, SERÁ NECESSÁRIO
COLACIONAR, tendo em vista que o neto é REPRESENTANTE DO PAI.

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5. Despesas não colacionáveis

- Não são colacionáveis¹:

(1) Não são colacionáveis: Não podem ser abatidas da herança do filho.

a) Todas as despesas dos pais com os filhos MENORES com saúde, educação, vestuário, moradia, etc.

b) Despesas que os pais tiverem para defender o filho em processo criminal.

c) Despesas nupciais.

SUPERIMPORTANTE:
Apura-se o patrimônio na data da MORTE do autor da herança.

Ex. Autor da herança faz doação no valor de R$ 30 milhões em vida para um filho. Na data da
morte, possuía patrimônio de apenas R$ 8 milhões.

Neste caso, se houver dois filhos, deverão ser colacionados R$ 2 milhões pelo filho que recebeu
a doação no valor de R$ 30 milhões.

Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as
dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

6. Bens alienados

Voltam ao monte com o valor da época da doação corrigidos monetariamente.

IMPORTANTE:

Na colação, adota-se o valor da DOAÇÃO apenas CORRIGIDO MONETARIAMENTE.

7. Benfeitorias

Benfeitorias NÃO DEVEM SER COLACIONADAS, sendo o donatário restituído pelo valor das
mesmas.

Frutos e rendimentos anteriores à morte NÃO DEVEM SER COLACIONADOS.

Todavia, os frutos e rendimentos posteriores à morte DEVEM SER COLACIONADOS.

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17/10/14
- Das regras para redução das disposições testamentárias

Ocorre quando o testador deixa mais de 50% do que ele tem, ocorre redução.

Ou seja, reduz para o máximo que pode deixar em testamento (50%). Quando o bem é
indivisível.

- Bem divisível ou porcentagem: O excedente voltará para o monte, aos herdeiros necessários.

Nota:

O próprio testador pode colocar no testamento quem irá receber caso não tenha bens
suficientes no momento da morte. Se não há disposição, o legatário tem preferência.

- (Art. 1.967) quando a parte que ultrapassar a metade disponível for superior a ¼ do valor do
bem, o bem fica com os herdeiros e o legatário é indenizado.

- Se a parte que ultrapassar a metade disponível não for superior a ¼ do valor do bem, o bem
fica com o legatário e ele indenizará os herdeiros.

Do pagamento das dívidas – art. 965


Depois que retira a dívida do patrimônio (50% herdeiros necessários e 50% disponível)

- Ordem de preferência

a) Despesas funeral

b) Custas judiciais/inventário

c) ???

d) Despesas com doença de um semestre anterior, etc.

e) Dívidas com manutenção da família – 1 semestre anterior

f) Impostos devidos ano corrente e ano anterior

g) Crédito – salários empregados domésticos – últimos 6 meses

h) credores pignoratícios

i) credores quirografários (ordem de habilitação).

- Habilitação do credito dos credores

Inventário serve para habilitação dos credores, dentre outras funções.

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