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Centro Universitário FAMETRO

Professora Perpetua
 Noções introdutórias: saisine, legislação
aplicável, aceitação e renuncia de herança e
sua administração, da capacidade para
suceder e dos que não tem legitimação para
suceder: indignidade e deserdação. Sucessão
legítima. Vocação hereditária - sucessão das
seguintes classes: descendentes,
ascendentes, cônjuge e companheiro,
colateral.
 Herança jacente e vacante. Sucessão
testamentária. Capacidade para testar.
Formas de testamento. Codicilo. Existência,
validade (nulidade absoluta e anulabilidade) e
eficácia (caducidade e rompimento do
testamento). Legados. Direito de acrescer e
redução das disposições testamentárias.
Inventário e Partilha. Colação.
 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil
brasileiro: direito das sucessões. v.6. 29.ed.
São Paulo: Saraiva, 2015.
 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de
direito civil: direitos de sucessões. v.6. 22.ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2015.
 PENTEADO, Luciano de Camargo. Manual de
direito civil: sucessões. São Paulo: Revista dos
tribunais, 2014. (Coleção Manuais
instrumentais para graduação)
 CARVALHO, Luiz Paulo Vieira de. Direito das
sucessões. São Paulo: Atlas, 2014.
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil
brasileiro: direito das sucessões. v.7. 8.ed. São
Paulo: Saraiva, 2014.
 MALUF, Carlos Alberto Dabus; MALUF, Adriana
Caldas do Rego Freitas Dabus. Curso de direito
das sucessões. São Paulo: Saraiva, 2013.
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de
direito civil: direito das sucessões. v.6. 38. ed.
São Paulo: Saraiva, 2011.
 TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito das
sucessões. v.6. 7.ed. São Paulo: Método, 2014.
 SUCESSÃO EM SENTIDO AMPLO: Ato pelo qual
uma pessoa assume o lugar de outra,
substituindo-a na titularidade de
determinado bem. Ex: Numa compra e venda,
o comprador sucede ao vendedor, adquirindo
todos os direitos que a este pertenciam.
(sucessão inter vivos).
 SUCESSÃO EM SENTIDO ESTRITO (DIREITO
DAS SUCESSÕES): Para designar tão-somente
a sucessão decorrente da morte de alguém,
ou seja, a sucessão causa mortis.
 DIREITO DAS SUCESSÕES: Ramo do direito
que disciplina a transmissão do patrimônio
(ativo e passivo) do de cujus (autor da
herança) a seus sucessores.
 Direito de herança: Constituição Federal, art.
5º, XXX e o Código Civil disciplina em 4
capítulos: “Da Sucessão em Geral”, “Da
Sucessão Legítima”, “Da Sucessão
Testamentária e “Do Inventário e da
Partilha”.(Art. 1.784 a 2.027 do CC)
 A existência da pessoa natural termina com a morte
real (art. 6º do CC). Como não se concebe direito
subjetivo sem titular, no momento da morte abre-se
a sucessão, transmitindo-se automaticamente a
herança aos herdeiros legítimos e testamentários do
de cujus (art. 1.784). Nisto consiste o princípio da
Saisine, segundo o qual o próprio defunto transmite
ao sucessor o domínio e a posse da herança (le mort
saisit le vif). Acolhido no art. 1.074, tal princípio
harmoniza-se com o art. 1.027, pelo qual o “sucessor
universal continua de direito e posse do seu
antecessor”, com os mesmos caracteres (art. 1.026).
 Inventariante administra os bens (posse direta), os
herdeiros (posse indireta).
 Lei vigente ao tempo da abertura da sucessão
(art. 1.787, CC). Exemplo: Se a abertura da
sucessão tiver ocorrido pouco antes do advento
da atual Constituição, que igualou os direitos
sucessórios dos filhos adotivos aos dos
consanguineos, qualquer que seja a forma de
adoção (art. 227, §6º, CF), o adotado pelo
sistema do CC/16 (adoção restrita – adotante
possuía filhos consanguineos). Outra
consequência desse princípio: O herdeiro que
sobrevive ao de cujus, ainda que por um
instante, recebe a herança e os transmite aos
seus sucessores.
 ESPÓLIO: Significa a massa patrimonial deixada
pelo autor da herança (Universalidade de bens,
sem personalidade jurídica).
 REPRESENTAÇÃO DO ESPÓLIO: Inventariante –
representação ativa e passiva. Pode ser também
representado pelo inventariante dativo ou o
administrador provisório). A nomeação do
inventariante é regulada pelo CPC.
 ABERTURA DA SUCESSÃO: É também denominada
delação ou devolução sucessória e beneficia
desde logo os herdeiros.
 SITUAÇÃO DOS LEGATÁRIOS: Adquirem a propriedade
dos bens infungíveis desde a abertura da sucessão.
Os bens fungíveis, somente pela partilha. A posse,
em ambos os casos, deve ser requerida aos
herdeiros, que só estão obrigados a entregá-la por
ocasião da partilha e depois de comprovada a
solvência do espólio.
 FORO COMPETENTE: Abre-se a sucessão no lugar do
último domicílio do falecido (art. 1.785, CC), ainda
que o óbito tenha ocorrido no exterior. Será na
situação dos bens, se o autor da herança não tinha
domicílio certo, ou do lugar em que ocorreu o óbito,
se possuía bens em lugares diferentes.
 SUCESSÃO LEGÍTIMA (ab intestato): Decorre
de lei. Morrendo a pessoa sem testamento,
transmite-se a herança a seus herdeiros
legítimos (art. 1.788, CC), expressamente
indicados na lei (art. 1.829, CC), de acordo
com uma ordem preferencial (ordem da
vocação hereditária). A sucessão legítima
representa a vontade presumida do de cujus
de transmitir o seu patrimônio para as pessoa
indicadas na lei, pois teria deixado
testamento se outra fosse a intenção.
 SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA: Decorre de
disposição de última vontade, ou seja, de
testamento ou codicilo (art. 1.786, CC). Havendo
herdeiros necessários (ascendentes,
descendentes ou cônjuge), o testador só poderá
dispor da metade da herança (art. 1789), pois a
outra constitui a legítima, aqueles assegurados
no art. 1.846. Não havendo herdeiros legítimos,
plena será a liberdade de testar, podendo afastar
da sucessão os herdeiros colaterais (art. 1850,
CC).
 Sucessão Contratual: Não admitida pelo
nosso ordenamento jurídico, por está
expressamente proibido os pactos
sucessórios, não podendo ser objeto de
contrato herança de pessoa viva (art. 426,
CC).
 Partilha do Patrimônio: Exceção – Podem os
pais, por ato entre vivos, partilhar o seu
patrimônio entre os descendentes (art.
2.018).
 SUCESSÃO A TITULO UNIVERSAL: Quando o
herdeiro é chamado a suceder a totalidade da
herança, fração ou parte alíquota
(porcentagem) dela. Pode ocorrer tanto na
sucessão legítima como na testamentária.
 SUCESSÃO A TITULO SINGULAR: O testador
deixa ao beneficiário um bem certo e
determinado, denominado legado. Exemplo:
um veículo ou um terreno.
 Legatário é diferente de herdeiro.
 HERDEIRO: Sucede a título universal (pois a herança
é uma universalidade).
 LEGATÁRIO: Sucede o falecido a titulo singular,
tomando o seu lugar em coisa certa e
individualizada.
 A sucessão legítima é sempre a título universal,
porque transmite aos herdeiros a totalidade ou
fração ideal do patrimônio do de cujus;
 A sucessão testamentária pode ser a título
universal ou a título singular (coisa determinada e
individualizada), dependendo da vontade do
testador.
 LEGÍTIMO: É o indicado pela Lei, em ordem
preferencial (art. 1.829, CC).
 TESTAMENTÁRIO ou INSTITUÍDO: É o
beneficiário pelo testador no ato de última
vontade com uma parte ideal do acervo, sem
individualização de bens. A pessoa
contemplada em testamento com coisa certa
e determinada não é herdeiro instituído ou
testamentário, mas sim LEGATÁRIO.
 NECESSÁRIO (Legitimário ou reservatário): É o
descendente ou ascendente sucessível e o
cônjuge (art. 1.845, CC), ou seja, todo parente
em linha reta não excluído da sucessão por
indignidade ou deserdação, bem como o
cônjuge, que só passou a desfrutar dessa
qualidade no Código Civil de 2002,
 UNIVERSAL: É o herdeiro único, que recebe a
totalidade da herança, mediante auto de
adjudicação (não de partilha) lavrado no
inventário.
 HERDEIRO E LINHA SUCESSÓRIA: O que o legislador quis
dizer é: “que se você quiser deixar algo a alguém que não
está na sua linha sucessória, você precisa fazer um
testamento”.
 Linha sucessória é a ordem natural das pessoas que a lei
estabelece na qual a lei decide quem deve herdar. Ela
funciona assim:
 A regra geral é que ela começa com o descendentes e o
cônjuge. Se não houver descendentes (filhos, netos etc),
ela olha na outra direção: ascendentes e cônjuge. Mas se
também não houver ascendentes (pais, avós etc), o
cônjuge é quem herdará. Mas se também não houver
cônjuge, os irmãos herdam, e se não houver irmãos, os
sobrinhos e, se não houver sobrinhos, os tios herdam. Por
fim, se não houver nenhuma dessas pessoas vivas, os
bens vão para o município nos quais estão situados.
 Olhando a linha sucessória vemos que amigos,
entidades etc, não entram na lista. É por isso que
se quisermos deixar bens para eles precisamos
fazer um testamento. Pense em um restaurante
no qual os pratos chegam em determinada
ordem (linha sucessória) estabelecida pelo
cozinheiro (Código Civil). Óbvio que, como
cliente você pode estabelecer uma ordem
diferente e até pedir um pratos diferentes
(através de um testamento). Mas se você não o
fizer (morrer sem testamento ou seu testamento
não for válido), a ordem estabelecida pelo
cozinheiro será respeitada.
 No testamento só é possível dispor livremente de até
a metade de seus bens se houver herdeiros
necessários.
 E quem são os herdeiros necessários? São os
descendentes, os ascendentes e cônjuge. Logo, se
houver qualquer membro desses três grupos vivos, a
pessoa que morreu terá de deixar, necessariamente,
no mínimo, a metade da herança para eles (na ordem
sucessória explicada acima). Isso significa que
apenas a outra metade pode ser disposta livremente
em testamento pela pessoa.
 Óbvio que se não houver herdeiros necessários,
todos os bens podem ser dispostos livremente pelo
testador.
 Na primeira, a pessoa é casada e gosta de cães. Em
seu testamento ela pode deixar apenas a metade de
seus bens para a Associação de Proteção dos Cães
porque a outra metade, necessariamente, irá para seu
herdeiro necessário: o cônjuge.
 Na segunda situação, a pessoa não teve filhos, os
ascendentes já morreram e ela nunca se casou. Ela
tem tios, sobrinhos e irmãos, mas não gosta de
nenhum deles. Embora eles sejam herdeiros na linha
sucessória, eles não são necessários, o que quer
dizer que ela poderá dispor de todos os seus bens
como bem quiser. Por exemplo, deixando tudo para
a Associação de Proteção aos Cães.
 Irmãos, sobrinhos e tios também são seus
herdeiros (estão na sua linha sucessória); mas
eles não são herdeiros necessários: você não
é obrigado a deixar nada para eles. Se eles
existirem mas você não tiver herdeiros
necessários (ascendentes, descendentes,
cônjuge), você pode dispor de tudo que tem
como bem quiser.
 Se no cardápio do dia houver jiló, abobrinha e
rabada (herdeiros necessários), você vai ter de
preencher 50% de seu estômago com esses
pratos, podendo escolher outros pratos
(testamento) que virão depois para preencher os
outros 50% (se não escolher, o chef (Código Civil)
vai presumir que você quer comer só jiló,
abobrinha ou rabada). Mas se naquele dia não
houver um desses três pratos (não houver
herdeiros necessários), você pode seguir a ordem
de pratos proposta pelo chef (Código Civil) ou
escolher qualquer outro prato que queira
(testamento).
 A partir do inventário, é estipulada a parte que cabe ao
viúvo ou à viúva. Esse montante, chamado de meação,
depende do tipo de regime matrimonial de bens do
casal. Se eles eram casados em comunhão universal, o
cônjuge tem direito à metade de todo o patrimônio do
falecido - incluindo os bens que ele possuía antes do
casamento, mesmo aqueles recebidos por doação ou
herança. No caso da comunhão parcial de bens, o
cônjuge também recebe a meação, mas ela se refere
apenas ao patrimônio adquirido pelo casal durante o
casamento, por meio do esforço comum. "O Código
Civil de 2002, porém, determinou que no caso da
comunhão parcial o cônjuge entra ainda como herdeiro
daqueles bens que o falecido tinha quando era solteiro
e que recebeu em doação ou herança”.
 Já as pessoas casadas pelo regime de separação
total de bens não têm direito à meação nem à
herança. "Entende-se que quem opta por esse
regime não quer meação nem sucessão. Mas isso
ainda gera discussão jurídica, e há situações em
que os tribunais deram ao cônjuge o direito de
herança", diz Luiz Edson Fachin, professor da
Faculdade de Direito da Universidade Federal do
Paraná e diretor nacional do Instituto Brasileiro de
Direito de Família (Ibdfam). Na união estável, o
companheiro também tem direito à meação, desde
que o casal tenha definido por contrato o regime
de bens. Se não houver contrato ou a definição do
regime, vale a comunhão parcial.
 Antônio, viúvo, domiciliado em Belo Horizonte, fez
testamento público. Instituiu legatário de um apartamento
situado nesta cidade, que vale atualmente 100 mil reais,
seu primo Ernane. Instituiu herdeiros os seus amigos
Clóvis, Agripino e Sandra, respectivamente, com 1/3, 1/4
e 1/5 dos bens, depois de deduzido o valor do legado.
Infelizmente, Antônio faleceu em abril passado.
Sobrevivem-lhe os seguintes parentes: Andrelina, prima;
Manuel, sobrinho-neto; Ernane, primo. Todos os bens
deixados têm o valor de 300 mil reais.
 a. Quais são os herdeiros legítimos?
 b. Quais são os herdeiros instituídos?
 c. Por que se diz que Ernane é legatário?
 d. Qual o foro competente para o processo de inventário
de Antônio?

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