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SUCESSÓRIOS
b) Igualdade: requer isonomia formal (em lei), e também material (na sociedade). Não se
permite, por exemplo, o tratamento desigual entre filhos consanguíneos ou não, ou entre
herdeiros da mesma classe;
d) Boa-fé: regra objetiva a ser observada nas relações jurídicas em geral. Nas sucessões,
pode ser aplicada na interpretação das disposições de última vontade, nos reflexos
sucessórios do regime de bens escolhido, indignidade, planejamento sucessório, etc.;
g) (Non) Ultra Vires Hereditatis: Além do conteúdo da herança, “herança danosa”, “herança
maldita”. O herdeiro não pode ser obrigado a pagar dívidas e obrigações além da herança,
ou seja, com bens próprios. Previsão legal: art. 1.792, CC;
i) Territorialidade: Previsão legal: art. 1.785, CC. A sucessão abre-se no lugar do último
domicílio do falecido (regra de ordem material);
j) Intertemporalidade: Previsão legal: arts. 1.787 e 2.041, CC. Para garantir segurança nas
relações jurídicas já consolidadas, evitando prejuízos de terceiros, aplica-se as normas
vigentes à época da abertura da sucessão;
ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA
Pela leitura do art. 1.791, CC, é possível notar que, aberta a sucessão, forma-se uma massa
patrimonial que, pela saisine, é transferida imediatamente aos herdeiros, de forma indivisível,
aplicando-se as normas relativas ao condomínio.
Administrador provisório:
O patrimônio do falecido, composto por sua massa patrimonial indivisível, passa a ser
chamado de espólio, especialmente para fins processuais, pois, apesar de não ter personalidade
jurídica, tem capacidade postulatória (art. 75, CPC).
ACEITAÇÃO
Aceitação é o ato jurídico mediante o qual o herdeiro, de forma expressa, tácita ou presumida,
manifesta sua vontade de receber, aceitar a herança (autonomia privada).
a) Expressa: feita por declaração escrita, por documento público ou particular, ou mesmo
por termo nos autos;
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b) Tácita: quando o herdeiro pratica atos típicos de herdeiro. Por exemplo, se habilita na ação
de inventário, contrata advogado, recolhe o ITCMD, etc.;
Por se tratar de ato puro, não admite condição ou termo. Portanto, não posso aceitar herança
sob a condição de não haver dívidas, ou aceitar parte da herança, ou seja, aceitar apenas
determinado bem, porque sei que sob os demais há litígio, por exemplo.
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição
ou a termo.
Todavia, sobre a aceitação parcial da herança, é preciso destacar os casos em que a mesma
pessoa figura como herdeiro e legatário, nada o impede de aceitar um e renunciar o outro (art.
1.808, §1º, CC). Da mesma forma, nada impede que o herdeiro à título legítimo e testamentário
sobre a mesma sucessão possa aceitar um e renunciar o outro (art. 1.808, §2º, CC).
Não é, portanto, uma aceitação parcial da herança, mas, sim, uma aceitação total de
apenas uma ou algumas partes que lhe cabe.
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Uma vez aceita a herança, é possível revogar a aceitação? E o que
?
acontece se o herdeiro falece antes de aceitar a sua herança?
?
RENÚNCIA
Características da renúncia:
b) Não pode ser presumida, decorre de declaração expressa (art. 1.806, CC);
c) É negócio puro, não podendo haver condição ou termo (art. 1.808, CC);
e) É negócio formal, exigindo escritura pública ou termo judicial, sob pena de nulidade (art.
1.806, CC);
f) Não pode ser feita antes da abertura da sucessão (art. 426, CC, pacta corvina);
g) Deve acontecer antes da aceitação, já que esta não admite revogação (art. 1.804,
parágrafo único, CC);
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É um ato negocial de natureza aleatória, pois o cessionário assume o risco de nada vir a
receber, caso de apure a existência de dívidas que esgotem as forças da herança, ou de receber
menos do que negociou, caso surjam novos herdeiros, diminuindo a quota cedida.
Art. 1.793: O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha
o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
a) É negócio formal, exigindo escritura pública, sob pena de nulidade (art. 1.793, CC). A
jurisprudência tem admitido a cessão por termo nos autos, assim como acontece na
renúncia;
b) Não se admite cessão de bem singular (art. 1.793, §2º e 3º, CC);
c) Se admite o direito de preferência sobre a quota hereditária (art. 1.794 e 1.795, CC);
Tendo por base o art. 1.647, I, CC, para cessão de direitos hereditários, é
?
necessária a autorização do cônjuge do herdeiro cedente?
?
Para finalizar, como fica a questão tributária em caso de renúncia e cessão de direitos
hereditários?
Se a cessão for gratuita, será recolhido o ITCMD (causa mortis) pelo recebimento da herança,
e novamente o ITCMD (doação) pela parcela doada.
Se a cessão for onerosa, será recolhido o ITCMD (causa mortis) pelo recebimento da
herança, e ITBI pela parcela transmitida a título oneroso.
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EXERCITANDO O QUE APRENDEU
(FCC – 2022 – TRT 23ª Região) De acordo com o Código Civil, a herança
(IESES – 2022 – TJ-TO) Conforme disposto no Código Civil, é possível a cessão de direitos
hereditários, mediante escritura pública. A respeito desse assunto, leia as assertivas:
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