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Aula 06

 Herança Jacente.
 Herança Vacante.
 Arts. 1.819 a 1.823, CC.
 Arts. 738 a 743, CPC/15

Direito das Sucessões


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 CAPÍTULO VI
2 Da Herança Jacente
 Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo
notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a
guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente
habilitado ou à declaração de sua vacância.
 Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão
expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira
publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança
declarada vacante.
 Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas
reconhecidas, nos limites das forças da herança.
 Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que
legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados
nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados
em território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da
sucessão.
 Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta
desde logo declarada vacante.

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Seção VI
Da Herança Jacente

 Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja
comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação
dos respectivos bens.
 Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a
administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente
habilitado ou até a declaração de vacância.
§ 1º Incumbe ao curador:
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público;
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros
porventura existentes;
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança;
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa;
V - prestar contas ao final de sua gestão.
§ 2º Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161 .

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 Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do escrivão ou do chefe de secretaria e do curador,
arrole os bens e descreva-os em auto circunstanciado.
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§ 1º Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade policial que proceda à arrecadação e ao
arrolamento dos bens, com 2 (duas) testemunhas, que assistirão às diligências.
§ 2º Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário e lhe entregará os bens, mediante simples termo
nos autos, depois de compromissado.
§ 3º Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os moradores da casa e da vizinhança sobre a
qualificação do falecido, o paradeiro de seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto de
inquirição e informação.
§ 4º O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os livros domésticos e, verificando que não
apresentam interesse, mandará empacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do falecido ou
queimados quando os bens forem declarados vacantes.
§ 5º Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará expedir carta precatória a fim de serem
arrecadados.
§ 6º Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge
ou companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do curador, de
qualquer interessado, do Ministério Público ou do representante da Fazenda Pública.
 Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de
computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional
de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca,
por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo
de 6 (seis) meses contado da primeira publicação.
§ 1º Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
§ 2º Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à autoridade consular.
§ 3º Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou
companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário.
§ 4º Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários ou propor a ação de cobrança.
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5  Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação:


I - de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa;
II - de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma indústria;
III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação;
IV - de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não dispuser a herança de dinheiro
para o pagamento;
V - de bens imóveis:
a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro para o pagamento.
§ 1º Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Pública ou o habilitando adiantar a
importância para as despesas.
§ 2º Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal, livros e obras de arte, só
serão alienados depois de declarada a vacância da herança.

 Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro
habilitado nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante.
§ 1º Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma sentença que a julgar improcedente,
aguardando-se, no caso de serem diversas as habilitações, o julgamento da última.
§ 2º Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge, o companheiro, os
herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito por ação direta.

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 HERANÇA JACENTE:
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 ver art. 1.819, CC

 Conceito: art. 1.819, CC


 Sucessão legítima: se não houver herdeiros legítimos (art.
1.829, CC)
 Sucessão testamentária: se não houver herdeiros legítimos nem
testamentários
 Fundamentação: impedir o perecimento dos bens
 Objetivo:
 entregar aos herdeiros ou
 declarar a vacância
 A jacência é uma fase do processo
 Característica: transitoriedade

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CAPÍTULO VI
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Da Herança Jacente
 Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo
notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a
guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente
habilitado ou à declaração de sua vacância.

CAPÍTULO I
Da Ordem da Vocação Hereditária
 Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
(Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694).
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este
com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens
(art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança
não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.

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 Habilitação do herdeiro no período de jacência: 687 a


692, CPC/15
 Credores (1.821, CC)
 Após 01 ano da publicação do primeiro edital, sem a
habilitação de nenhum herdeiro, a herança será
declarada vacante (art. 1.157 CPC/73 – 743, CPC/15
c/c art.1.820 CC)

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CAPÍTULO IX
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DA HABILITAÇÃO – CPC 2015.
 Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os
interessados houverem de suceder-lhe no processo.
 Art. 688. A habilitação pode ser requerida:
I - pela parte, em relação aos sucessores do falecido;
II - pelos sucessores do falecido, em relação à parte.
 Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que
estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo.
 Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos para se pronunciarem
no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. A citação será pessoal, se a parte não tiver procurador constituído nos autos.
 Art. 691. O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se este for
impugnado e houver necessidade de dilação probatória diversa da documental, caso em que
determinará que o pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução.
 Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo principal retomará o
seu curso, e cópia da sentença será juntada aos autos respectivos.
 Art. 1.821, C:. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas
reconhecidas, nos limites das forças da herança.

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 HERANÇA VACANTE:

 Conceito: art. 1.820, CC


 Requisito: arrecadação da herança jacente e cumprimento dos
prazos
 Deve-se aguardar as sentenças nas habilitações pendentes
 Renúncias de todos os herdeiros: art. 1.823, CC (não há fase de
jacência).
 A herança, então, passa ao Poder Público (municípios, distrito
federal e união), mas não de forma definitiva (propriedade resolúvel,
art. 1.359, CC): art. 1.822, CC

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 Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o


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inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido
um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou
penda habilitação, será a herança declarada vacante.
 Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os
herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da
abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do
Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em
território federal.
 Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança,
será esta desde logo declarada vacante.
CAPÍTULO VIII
Da Propriedade Resolúvel
 Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo
advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais
concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a
resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha.

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 Efeitos da vacância:
 Cessação dos deveres do curador (art. 739, CPC/15)
 Propriedade resolúvel do Poder Público (art. 1.359, CC)
 Possibilidade de habilitação dos herdeiros necessários
nos cinco anos seguintes a abertura da sucessão
 Colaterais afastados da herança (art. 1.822, § único, CC)
 Obrigação do Poder Público de, após os cinco anos,
aplicar o patrimônio em fundações destinadas aos
desenvolvimento do ensino universitário (DL 8.207/45 –
revogado - ver Lei 8.049/90).

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13 CAPÍTULO VIII
Da Propriedade Resolúvel
 Art. 1.359, CC. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou
pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais
concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a
resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou
detenha.
 Art. 1.822, CC. A declaração de vacância da herança não prejudicará os
herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da
abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do
Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em
território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os
colaterais ficarão excluídos da sucessão.
Art. 739, CPC/15. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a
administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente
habilitado ou até a declaração de vacância.

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 Após a decretação de vacância, os colaterais são excluídos da sucessão (art.


1.822, § único, CC).

 Após a decretação de vacância e antes de completados os cinco anos da


abertura da sucessão (período de carência) os herdeiros necessários podem
pleitear seu direito sucessório através da ação de petição de herança (art.
1.824, CC).

 A arrecadação definitiva – incorporação – dos bens pelo Poder Público


ocorre após cinco anos da abertura da sucessão (art. 1.822, CC).

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15  Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os


herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da
abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do
Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados
em território federal.

CAPÍTULO VII
Da petição de herança
 Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar
o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da
herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou
mesmo sem título, a possua.

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 Textos recomendados:

 GONTIJO, Juliana. Sucessões. Disponível em:


http://pt.scribd.com/doc/65023129/Sucessoes
 MENEZES, Rafael. Direito das sucessões. Disponível em:
http://www.rafaeldemenezes.adv.br/direitosuc.htm

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 Bibliografia desta aula:


 CÓDIGO CIVIL/2002
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL/1988
 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. v. 6. São
Paulo: Saraiva.
 RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões. Rio de Janeiro: Forense.

 Exercícios

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 Da sucessão legítima.
 Ordem de vocação hereditária. Regras.
 Classificação dos herdeiros.
 Concorrência sucessória.
 Modos de suceder. Modos de partilhar.
 Meação X Herança.

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19  DA SUCESSÃO LEGÍTIMA:
 ver art. 1.829, CC

 A sucessão decorre da lei ou testamento: art. 1.786, CC.


 Sem testamento: art. 1.788, CC.
 Características: hereditariedade, legalidade, universalidade,
subsidiariedade.
 Justificativa:
 Consenso universal do afeto entre familiares
 Proteção à família (parentes próximos)
 Garantia econômica para o grupo familiar
 Vontade presumida do de cujus

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CÓDIGO CIVIL
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Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
(Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens
particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.

Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.

Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos


herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem
compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o
testamento caducar, ou for julgado nulo.

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 Herdeiros necessários (limites do testamento): Arts. 1.789


e 1.845, 1.846, CC.
 Legítima: forma de calcular – art. 1.847, CC

 Sucessão legítima: art. 1.829 e seguintes do CC.


 Rol exclusivo

 Sucessão anômala ou irregular:


 art. 5º, XXXI, CF e art. 10, §1º da LINDB.
 Art. 1.831, CC
 Previdência social
 DPVAT

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Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o
cônjuge.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a
metade dos bens da herança, constituindo a legítima.

Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na


abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral,
adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujei

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


(Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão
parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.

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LINDB, Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do
país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja
a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou
de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995)
CF, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de
cujus";
CC, Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de
bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na
herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à
residência da família, desde que seja o único daquela natureza a
inventariar. Direito das Sucessões
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 Sucessão do cônjuge: art. 1.829, CC
 Sucessão do companheiro: art. 1.790, CC.
 As bases de cálculo e de incidência hoje são iguais.
 Qual é melhor: casar ou viver em união estável ?
 A resposta dependia do regime de bens e qualidade e número
de herdeiros concorrentes.

O tratamento diferenciado entre cônjuge e


companheiro no direito sucessório é
inconstitucional.

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CC, Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
(Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.

CC, Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do


outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável,
nas condições seguintes: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que
por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a
metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da
herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
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26  Notícias STF:

 Suspenso julgamento em 31.08.2016 sobre tratamento


diferenciado a cônjuge e companheiro em sucessões.
 O Recurso Extraordinário (RE) 878694 discutia a legitimidade
do tratamento diferenciado dado a cônjuge e a companheiro(a),
pelo artigo 1.790 do Código Civil, para fins de sucessão. Naquele
momento, sete ministros haviam votado pela
inconstitucionalidade da norma, por entenderem que a
Constituição Federal garante a equiparação entre os regimes da
união estável e do casamento no tocante ao regime sucessório.

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27 Julgado mérito de tema com repercussão geral


TRIBUNAL PLENO

Decisão: O Tribunal, apreciando o tema 809 da repercussão geral, por


maioria e nos termos do voto do Ministro Relator, deu provimento ao
recurso, para reconhecer de forma incidental a inconstitucionalidade
do art. 1.790 do CC/2002 e declarar o direito da recorrente a
participar da herança de seu companheiro em conformidade com o
regime jurídico estabelecido no art. 1.829 do Código Civil de 2002,
vencidos os Ministros Dias Toffoli, Marco Aurélio e Ricardo
Lewandowski, que votaram negando provimento ao recurso. Em
seguida, o Tribunal, vencido o Ministro Marco Aurélio, fixou tese nos
seguintes termos: “É inconstitucional a distinção de regimes
sucessórios entre cônjuges e companheiros prevista no art. 1.790
do CC/2002, devendo ser aplicado, tanto nas hipóteses de
casamento quanto nas de união estável, o regime do art. 1.829
do CC/2002”. Ausentes, justificadamente, os Ministros Dias Toffoli e
Celso de Mello, que votaram em assentada anterior, e, neste
julgamento, o Ministro Luiz Fux, que votou em assentada anterior, e o
Ministro Gilmar Mendes. Não votou o Ministro Alexandre de Moraes,
sucessor do Ministro Teori Zavascki, que votara em assentada
anterior. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário,
10.5.2017.
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 DA ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA:


 ver art. 1.829 e 1.790, CC

 Chamamento dos sucessores pela ordem prevista em lei (relação


preferencial).
 Descendentes, ascendentes, cônjuge/companheiro e colaterais (por
classes e por graus): art. 1.829, CC
 Observar o direito à concorrência

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29 CC, Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


(Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens
particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
CC, Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão
do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união
estável, nas condições seguintes: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721)
(Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à
que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a
metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço
da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
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30  DA CLASSIFICAÇÃO DOS HERDEIROS:

 Herdeiros legítimos:
 necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge
 não necessários ou facultativos: colaterais e companheiro.
 Fazenda Pública: arrecada a herança é sucessor obrigatório
 Classe de herdeiros:
 Descendentes, ascendentes, cônjuge e colaterais.
 Ordem de preferência:
 Linha reta descendente; linha reta ascendente;
cônjuge/companheiro, colaterais.
 Ordem de prejudicialidade:
 Arts. 1.833, 1.836, § 1º, 1.840, CC.

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CC, Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os
mais remotos, salvo o direito de representação.

CC, Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os


ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1º. Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais
remoto, sem distinção de linhas.

CC, Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os


mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de
irmãos.

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 O companheiro é herdeiro necessário ?

SIM (Caio Mário, Giselda Hironaka, Maria Berenice


Dias)
NÃO (Francisco Cahali, Zeno Veloso, Maria Helena
Diniz, Rolf Madaleno, Rodrigo da Cunha Pereira, Flávio
Tartuce)
Art. 1.845, CC não arrola o companheiro como herdeiro
necessário (“são herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes
e o cônjuge”).

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 DA CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA:
 ver art. 1.829 e 1.790, CC

 Entrelaçamento de classes

 Descendentes e cônjuge/companheiro
 Ascendentes e cônjuge/companheiro

Direito das Sucessões


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34 CC, Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


(Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens
particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
CC, Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão
do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união
estável, nas condições seguintes: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721)
(Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à
que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a
metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço
da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da
herança.
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35  MODOS DE SUCEDER X MODOS DE PARTILHAR:

 Modos de suceder (já visto na aula 03):


 Por direito próprio
 Por representação: art. 1.851, CC (só na descendente)
 Por transmissão: art. 1.809, CC

 Modos de partilhar:
 Por cabeça: quando a sucessão for por direito próprio
 Por estirpe: quando a sucessão for por representação (art. 1.854,
CC)
 Por linhas: quando a sucessão for na ascendente(art. 1.836, § 2º,
CC)

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36 CC, Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos
parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia,
se vivo fosse.
CC, Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a
herança, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate
de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada.
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da
aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança, poderão
aceitar ou renunciar a primeira.

CC, Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que


herdaria o representado, se vivo fosse.

CC, Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os


ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 2º. Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes
da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.

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 MEAÇÃO X HERANÇA:

 Não confundir meação do cônjuge sobrevivente com direito à


herança.
 Meação é instituto do Direito de Família que tem sua previsão na
parte do direito patrimonial !!!!
 É relativo ao regime de bens e sua extinção e nada tem a ver com
morte !!!
 O direito a herança é instituto do Direito das Sucessões, aqui sim,
“tem a ver” com o evento morte.

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38 Exemplo de meação no Regime da Comunhão Parcial

 Bens do marido*: R$ 30.000,00 (a)


 Bens da esposa*: R$ 25.000,00 (b)
 Bens comuns: R$ 44.000,00 (c)
*Bens incomunicáveis

 Meação de cada cônjuge: R$ 22.000,00 (d)

R$ 52.000,00 (a+d)
 Total do marido:
R$ 47.000,00 (b+d)
 Total da esposa:

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 Textos recomendados:

 GONTIJO, Juliana. Sucessões. Disponível em:


http://pt.scribd.com/doc/65023129/Sucessoes
 MENEZES, Rafael. Direito das sucessões. Disponível em:
http://www.rafaeldemenezes.adv.br/direitosuc.htm
 SIMÃO, José Fernando. Casamento ou união estável: eis a questão!
Disponível em:
http://www.professorsimao.com.br/artigos_simao_casamento.htm

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 Bibliografia desta aula:
 CÓDIGO CIVIL/2002
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL/1988
 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil
Brasileiro. v. 6. São Paulo: Saraiva.
 RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões. Rio de
Janeiro: Forense.
 TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito
Civil 6. São Paulo: Método.
 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. v. VII. São
Paulo: Atlas.

 Exercícios
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