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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...

VARA
CÍVEL DA COMARCA DE ...

AMÉLIA DOS ANZÓIS, brasileira, casadoa profissão ..., inscrita


no CPF sob o nº ..., portadora do Registro Geral sob o nº ..., residente e
domiciliada na rua ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP ..., por seu procurador ao
final assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, para
ajuizar

EMBARGOS DE TERCEIRO COM PEDIDO LIMINAR

Em face do processo de execução de alimentos, nº ..., que tramita


na Comarca de Passo Fundo, arguindo total ausência de pressuposto de
constituição e desenvolvimento válido e regular do processo e penhora de
bens em razão deste, fulcro nos artigos 674 e seguintes do CPC, pelos fatos
e fundamentos jurídicos que passa a expor:

DA LEGITIMIDADE, TEMPESTIVIDADE E DO DIREITO AO


DESFAZIMENTO E INIBIÇÃO DE ATO DE CONSTRIÇÃO
A embargante é coproprietária de imóvel penhorado, conforme certidão do
registro de imóveis (anexo ...).
Ocorre que, a dívida de alimentos não é da embargante, pertencendo
exclusivamente ao seu falecido marido, vide certidão de casamento (anexo ...) e certidão
de óbito (anexo ...).
O bem este, é o único imóvel que a embargante possui, sendo, o imóvel no qual é
residente e domiciliada, constituindo portanto, bem de família.
Como dispõe o Código de Processo Civil em seu artigo 675, se a construção ocorre
no curso de processo de conhecimento o terceiro que tiver interesse, poderá propor
embargos enquanto não ocorrer o transito em julgado.

Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no


processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a
sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução,
até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa
particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da
respectiva carta.

A embargante, sendo coproprietária e possuidora atual do imóvel, está legitimada


a postular o cancelamento do ato judicial de penhora, bem como a defesa de sua posse.
(§§ 1º e 2ª, II, do art. 674 do CPC).

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou


ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha
direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.

§1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive


fiduciário, ou possuidor.

§2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:

II. o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que


declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à
execução;

Ademais, a posse é comprovada e tem fulcro no art. 1.196 do CPC, conforme


segue:

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o


exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO DE TUTELA DE URGÊNCIA


Uma vez provado o domínio e a posse do bem, postula-se a suspensão das medidas
constritivas sobre o bem litigioso, objeto dos embargos, na forma dos artigos 300 e 678
do CPC, os quais dispõe:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo.

§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada
se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após


justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida


quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou
a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os
bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a
reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido.

DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer:
a) Seja determinada a suspensão das medidas constritivas sob o bem;
b) Seja concedida em sede liminar a manutenção da embargante na posse de seu
bem;
c) Em caso de não ser concedida a medida liminar prolatada, postula-se a oitiva das
testemunhas abaixo arroladas para justificar e comprovar a posse, nos termos do
art. 677, § 1º, do CPC;
d) A citação do embargado na forma do art. 677 § 3º, do CPC;
e) Ao final, que seja julgado procedente os presentes embargos, para convalidando
a medida liminar, concedida, cancelar o ato de constrição judicial e
indisponibilidade do bem, reconhecendo o domínio e mantendo a autora na posse
do bem imóvel, condenando a embargada no pagamento das custas e honorários
advocatícios;
f) A produção de prova documental e testemunhal, e com a necessidade, toda e
qualquer prova admitida em direito.

Dá-se a causa o valor de R$ ..., fulcro no art. 292, IV, do CPC.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Local ... Data...

Advogado ...
OAB ...

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