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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DE DIREITO DA 4ª VARA FEDERAL DE

EXECUÇÃO FISCAL DA SJPI

Processo nº: 0005652-17.2007.4.01.4000

PAULO HENRIQUE DOS SANTOS FERREIRA, brasileiro, casado, médico,


portador do RG: 250.298 SSP-PI e sob n° CPF: 097.363.873-72, residente e domiciliado na Avenida
Presidente Kennedy, no 4560, Casa 125, bairro Morros, Teresina (PI), CEP 64.062-005 e a senhora
MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO P. COUTINHO FERREIRA, brasileira, casada, medica,
portadora do RG nº 675313 – SSP/PI, e sob CPF nº 287.609.213-15, residente e domiciliado na Avenida
Presidente Kennedy, no 4560, Casa 125, bairro Morros, Teresina (PI), CEP 64.062-005, ora intermediado
por seu mandatário, sob instrumento de procuração acostado, esse com endereço eletrônico e profissional
inserto na referida procuração, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido
respeito a Vossa Excelência, com suporte no art. 674 e segs. do novo CPC, interpor o presente

EMBARGOS DE TERCEIRO

Em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, neste ano


representado pelo Procurador Geral da Fazenda Nacional – PGFN, sob CNPJ nº 00.394.460/0216-53,
com sede na Edifício Sede do Ministério da Fazenda, 7º andar, Praça Marechal Deodoro, nº 954, Centro,
CEP 64000-160, Teresina-PI, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

1. DO CABIMENTO E LEGITIMIDADE DO EMBARGANTE

O art. 914 do NCPC determina que o executado poderá opor-se a execução


independente de penhora, depósito ou caução, por meio de embargos;

Desta feita, pugna pelo recebimento dos presentes embargos, aplicando-lhe o efeito
suspensivo, cujo as razões, a seguir passa a expor.

2. DOS FATOS

Compulsando os autos, trata-se de Ação de Execução de título extrajudicial proposta


pelo embargado em desfavor do embargante, na qual busca receber valores oriundos de impostos
referentes a dois imóveis com número de registro R-4-1.169 e R 4-12.723 que foram adquiridos pelo
embargante ambos em 19/09/2007.
Tal processo foi julgado procedente, condenando fulano de tal ao pagamento de R$
400.000,00 (quatrocentos mil reais) a título de execução fiscal.

Em dia tal, congruente ID XXXXX, efetivou-se a penhora dos terrenos citados


alhures, registrado no RI XXXXX da Comarca de XXXX, sob o nº XXXX.

Ocorre que tais bens não pertencem mais ao Sr. Paulo Henrique da Silva Sauro,
desde o dia X de Y de ano tal, o qual adquiriu tal bem por meio de ESCRITURA PÚBLICA DE
COMPRA E VENDA, como conta no documento acostado aos autos, no valor de R$ XX.XXX, XX
(XXXXXXXX).

Desde que fora efetivada a compra dos tais terrenos, o embargante passou a possuir
posse e propriedade dos referidos bens. Ocorre que na época da compra, o embargante realizou junto ao
Registro de Imóveis da cidade, e sobre os terrenos em questões não constavam nenhum gravame ou
constrição judicial, cônsona certidão emitida pelo próprio Registro.

Junta memorial discriminado dos débitos, com atualizações e ao final pugna pelo
recebimento dos valores apontados nos moldes dos artigos 771 e seguintes do CPC, além da condenação
nos honorários de sucumbência no importe de 20% sobre o valor da causa.

3. DO CABIMENTO E LEGITIMIDADE DO EMBARGANTE

Conforme passará a demonstrar e provas que junta anexo, o Embargante é possuidor


direto do bem alvo de execução fiscal. O Embargante, em nítida boa-fé, adquiriu dois lotes de terra,
conforme registro de compra e venda anexos. Desconhecendo a existência de restrição judicial, pois não
anotada no Certificado de Registro de Compra e Venda do Imóvel.

Todavia, no dia 03/10/2023, foi surpreendido com a notícia que fora acusado de ter
cometido fraude de execução fiscal, levando ao conhecimento do Embargante a existência da ação de
execução.

Diante do quadro fático acima narrado, tem-se que os bens foram adquiridos de boa-
fé e, desse modo, o contrato entabulado entre os Embargados não é oponível ao terceiro, ora se
apresentando como Embargante. Além disso, impende destacar que os imóveis não estão mais sobre a
posse do ora Embargante.

Os Referidos imóveis foram adquiridos do Sr. José Antônio Carlos de Araújo,


anteriormente em 19 de setembro de 2007, o que se comprova pelo Certificado de Registro de Imóveis,
bem como Escritura Pública de Compra e Venda, que foi preenchido e assinado pelo Embargante,
assinado pelo então proprietário dos imóveis.

4. DO DIREITO

Conforme restou devidamente demonstrado por meio de todos os fatos já descritos,


o embargante está sofrendo lesão grave em um patrimônio que se quer encontra-se em sua posse, estando
amparado pela legislação mencionada, em especial ao que dispõe o artigo 674 do CPC, in verbis:

“Art. 674. Quem não sendo parte no processo, sofrer


constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou
sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo,
poderá requqere seu desfazimento ou sua inibição por meio de
embargos de terceiro.

§ 10. Os embargos podem ser de terceiro proprietário,


inclusive fiduciário, ou possuidor.

§ 20. Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:


I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens
próprios ou de sua menção, ressalvado os disposto no art. 843;

II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão


que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à
execuçãp;

III – quem sofre contrição judicial de seus bens por força de


desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente
não faz parte;

IV – o credor com garantia real para obstar expropriação


judicial do objeto de direito real do garantia, caso não tenha
sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatório
respectivos.”

Portanto, resta demonstrado ser o embargante parte legítima para opor embargos de
terceiro, visto que não participou desde o início da lide, e teve bens de sua propriedade blá,bá,blá.

Igualmente, deve-se considerar o dispositivo no artigo 678 do Código de Processo


Civil, com objetivo de afastar a restrição invasiva imposta sobre o imóvel do embargante.

Art. 678

Reforçando o entendimento, entende o Superior Tribunal de Justiça:

EMBARGOS DE TERCEIRO SOBRE IMÓVEL ALIENADO. ESCRITURA


PÚBLICA DE COMPRA E VENDA NÃO LEVADA A REGISTRO. DESDE QUEA PENHORA
TENHA RECA´DO SOBRE BENS TRANSFERIDOS À POSSO DE TERCEIRO, ADMISSÍVEL SÃO
EMBARGOS, INDEPENDETEMENTE DA Circunstância DE QUE A ESCRITURA PÚBLICA DE
COMPRA E VENDA NÃO TENHA AINDA SIDO LEVADA A REGISTRO (STJ, REsp. 29.048-3 PR.
Rel. Min. Barros Monteiro, j. Em 14.06.1993).

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