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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4 ª VARA CÍVEL DA COMARCA

DE ANÁ POLIS – GO
Distribuiçã o por dependência aos autos da Açã o de Execuçã o de Título Extrajudicial nº
6002/2011
JOÃ O AUGUSTO, brasileiro, solteiro, professor, RG nº..., CPF nº..., residente e domiciliado na
Rua Central, 123, Bairro Funcioná rios, Aparecida de Goiâ nia/GO, vem à presença de V. Exa.,
por intermédio de seu procurador infra-assinado, procuraçã o em anexo, interpor, com
amparo nos arts. 282, 1.046 e 1.049, todos do Có digo de Processo Civil, os presente
EMBARGOS DE TERCEIRO,
em face de CARLOS BATISTA, solteiro, contador, residente à Rua Rio Branco, 600,
Aná polis/GO, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir:
1. DOS FATOS
O embargante adquiriu de Lú cia Maria, enfermeira, solteira, residente na Avenida dos
Buriti, 555, Goiâ nia/GO, pela quantia de R$100.000,00 (cem mil reais), um imó vel para sua
moradia, localizado na cidade de Aparecida de Goiâ nia/GO, Rua Central, nº 123, Bairro
Funcioná rios.
O Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda, sem clá usula de
arrependimento, foi assinado pelas partes em 02/05/2011. O valor ajustado foi saldado
por meio de depó sito bancá rio em parcela ú nica.
Entretanto, dez meses apó s a aquisiçã o do imó vel onde passou a residir, ao fazer o
levantamento de certidõ es necessá rias à lavratura da Escritura Pú blica de Compra e Venda
e respectivo registro, o embargante toma conhecimento da existência de uma penhora
sobre o imó vel, determinada por este Juízo, nos auto da execuçã o supracitados, ajuizada
pelo embargado, já qualificado, em face de Lú cia Maria, também qualificada, visando
receber valor representado por cheque emitido e vencido quatro meses apó s a venda do
imó vel.
A determinaçã o de penhora do imó vel ocorreu em razã o de expresso requerimento
formulado na inicial da Execuçã o pelo embargado, tendo o credor desprezado a existência
de outros imó veis livres e desimpedidos de titularidade de Lú cia Maria, cidadã de posses na
cidade onde reside.
2. DO DIREITO
Em razã o dos fatos acima narrados, evidencia-se que o embargante está sofrendo lesã o
grave em seu direito de posse, haja vista que este adquiriu o imó vel através de contrato de
compra e venda em época anterior à da existência da aludida dívida, estando, portanto,
amparado pela legislaçã o mencionada, em especial o disposto no artigo 1046 do CPC, que
preceitua:
Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de
apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação judicial, arrecadação,
arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer lhe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos.

Igualmente, deve-se considerar o disposto no artigo 1.051 do Có digo de Processo Civil, com
o objetivo de afastar a restriçã o invasiva imposta sobre o imó vel do embargante:
Art. 1.051. Julgando suficientemente provada a posse, o juiz deferirá liminarmente os embargos e ordenará a
expedição de mandado de manutenção ou de restituição em favor do embargante, que só receberá os bens depois
de prestar caução de os devolver com seu rendimentos, caso sejam afinal declarados improcedentes.

Reforçando o entendimento, entende o Superior Tribunal de Justiça:


Embargos de terceiro sobre imóvel alienado. Escritura pública de compra e venda não levada a registro. Desde que
a penhora tenha recaído sobre bens transferidos à posse de terceiro, admissível são os embargos,
independentemente da circunstância de que a escritura pública de compra e venda não tenha ainda sido levada a
registro (STJ, REsp. 29.048-3 – PR. Rel. Min. Barros Monteiro, j. Em 14.06.1993).

Na jurisprudência acima, percebe-se que, mesmo nã o tendo sido registrada a escritura de


compra e venda, afasta-se qualquer restriçã o quando se trata de adquirente de boa-fé.
Há que se observar, também, que Lú cia Maria, conforme mencionado, é proprietá ria de
outros imó veis livres e desimpedidos, os quais fornecem perfeitamente garantia para a
dívida que tem para com o credor.

3. DO PEDIDO
Ante o exposto, requer o embargante, a Vossa Excelência:
a) sejam os presentes embargos recebidos, apó s a distribuiçã o por dependência a esse
Juízo, com a suspensã o imediata do processo de execuçã o mencionado;
b) a citaçã o do embargado para, no prazo de 10 (dez) dias, contestar a presente;
c) ao final, a procedência da açã o, com a condenaçã o do embargado em custas processuais e
honorá rios advocatícios.
Protesta o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial,
depoimento pessoal, prova documental, prova pericial e oitiva de testemunhas.
Dá -se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Aparecida de Goiâ nia, 30 de setembro de 2014.
__________________________________
ADVOGADO
OAB/GO 00000

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