AO JUÍZO DA ___ ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MUCURICI/ES,
JOSÉ AFONSO, engenheiro, solteiro, portador do CPF __, residente e
domiciliado na (endereço), na cidade de Mucurici/ES, por intermédio de seu advogado (nome do advogado), inscrito na OAB/UF sob o nº ___, com escritório profissional na (endereço do escritório), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 674 e seguintes do Código de Processo Civil, opor os presentes EMBARGOS DE TERCEIRO em face da constrição judicial que recaiu sobre o imóvel de sua propriedade, situado na cidade de Mucurici/ES, na Rua Central, n° 123, bairro Funcionários, e que ora é objeto de penhora nos autos da Execução de Título Extrajudicial n° 6002/2021, em trâmite perante a 4ª Vara Cível de Itaperuna/RJ, movida por Carlos Batista, contador, solteiro, residente à Rua Rio Branco, 600, Itaperuna/RJ, em face de Lúcia Maria, enfermeira, solteira, residente na Avenida dos Bandeirantes, 555, São Paulo/SP.
I. DOS FATOS
Em 02/05/2021, o Embargante adquiriu da Executada Lúcia Maria,
por meio de instrumento particular de compromisso de compra e venda, o imóvel descrito acima, pelo valor de R$100.000,00 (cem mil reais). Assim, o pagamento integral do valor ajustado ocorreu por meio de depósito bancário em uma única parcela, devidamente comprovado por meio de extrato bancário anexado a esta peça.
O compromisso de compra e venda foi celebrado sem cláusula de
arrependimento e, desde então, o Embargante ocupa o imóvel como sua única e legítima moradia.
Ocorre que, dez meses após a aquisição do imóvel, ao requerer as
certidões necessárias para a lavratura da escritura pública de compra e venda e respectivo registro, o Embargante tomou ciência da existência da penhora sobre o referido imóvel, determinada pelo Juízo da 4ª Vara Cível de Itaperuna/RJ, nos autos da execução mencionada, movida por Carlos Batista em face da Executada Lúcia Maria. Dessa forma, a penhora foi determinada em razão de requerimento expresso formulado na inicial da execução por Carlos Batista, desconsiderando a existência de outros imóveis livres e desimpedidos de titularidade de Lúcia Maria na cidade de Itaperuna/RJ.
II. DO DIREITO
A presente medida de Embargos de Terceiro é cabível, uma vez que
o Embargante é terceiro não incluído na lide que deu origem à constrição judicial sobre o imóvel, sendo seu direito legítimo e anterior à penhora, e busca afastar a constrição sobre o bem que lhe pertence.
O artigo 674 do Código de Processo Civil estabelece que qualquer
terceiro, que não seja parte na execução, que sofra constrição judicial sobre bens que possui ou detém, pode opor embargos para resguardar seu direito de propriedade ou posse.
III. DO PEDIDO
Diante do exposto, o Embargante requer:
1. A concessão de liminar para suspender imediatamente a
constrição judicial sobre o imóvel descrito, evitando qualquer ato de alienação ou transferência do mesmo;
2. A citação do terceiro interessado, Carlos Batista, para apresentar
contestação, se desejar, no prazo legal, sob pena de serem julgados procedentes os presentes embargos à revelia;
3. A procedência dos Embargos de Terceiro, declarando-se a
inexistência de constrição judicial sobre o imóvel de propriedade do Embargante, tornando definitiva a medida liminar, com a consequente liberação do bem;
4. A condenação do Embargado, Carlos Batista, ao pagamento das
custas e honorários advocatícios, bem como demais despesas processuais;
5. A produção de todos os meios de prova admitidos em direito, em
especial a juntada do instrumento particular de compromisso de compra e venda celebrado entre o Embargante e Lúcia Maria, e demais documentos que se fizerem necessários.
Dá-se à causa o valor de R$100.000,00 (cem mil reais) para fins de