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Combinação das regras do Código Civil com o CPC em

relação as provas

Direito Civil II

Professor: Andressa

Acadêmicos: Almir Rogério, Francisco, Felipe, Guilherme Cleyton,


         
Edmar, Edmárcio Leal, Luiz Mário
   
1 – Prova do Ato Negocial

• Intimamente ligada à forma está a questão da prova!

“Conjunto de meios empregados para demonstrar,


legalmente, a existência de negócios júridicos (Clóvis
Beviláqua, 1949). “

“ Representação de um fato e, consequentemente, a


demonstração da realidade (ou irrealidade) desse fato
(Messineo, 1971)”

         

   
1 – Prova do Ato Negocial

• Código Civil:
• Artigos 212-132 da Lei Nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002.

• Código de Processo Civil:


• Artigos 369 a 480 da Lei Nº 13.105 de 16 de março de 2015.

• Provas devem ser:


• Admisível (não proibida por lei);
• Pertinente (idônea demonstrando aftos com a questão discutida);

• Concludente (esclarecer pontos controversos);

         

   
1 – Prova do Ato Negocial
• Princípios:
• O ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o contesta
(CPC, art. 373, I e II);
• Se o autor nada provar, o réu sera absolvido;

• Só depois de comprovada e que se deve dar preferência a uma ou outra


declaração;
• O juíz deve julgar pelo alegado e provado;
• Prova-se o fato e não o direito a aplicar;

• Independem de prova os fatos notórios (CPC, art. 374, I);

         

   
1 – Prova do Ato Negocial

• Princípios:
• A anuência ou autorização de outrem (CC, arts. 1647, 1643 e 1553),
necessária à validade de um ato, deve ser provada do mesmo modo que
este, devendo sempre que possível constar do próprio instrumento (CC,
art. 220);
• O juíz apreciará livremente a prova, zelará pela rápida solução do litígio
(CPC, art. 370), mas deverá indicar na sentença, as razões que formaram o
convencimento (CPC, art. 371);

         

   
1 – Prova do Ato Negocial
“Se para a validade do negócio jurídico a lei exige forma
especial, p. ex., instrumento público, sua prova só poderá
ser feita pela exibição do documento exigido pela lei (CPC,
art. 406).”

“Tratando-se de negócio jurídico não formal, qualquer meio


de prova é permitido pela ordem jurídica desde que não
sejapor ela proibido ou restringido.”

“CPC, art. 369 estatui: As partes têm o direito de empregar todos so


meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não
especificados neste Código, para prova a verdade dos fatos, em que se
funda o pedido ou defesa e influir eficazmente na convicção do juíz”.
         

   
1 – Meios de prova
 ATA NOTARIAL
 DEPOIMENTO PESSOAL
 DA CONFISSÃO
 EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA
 DA PROVA DOCUMENTAL
 DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
 DA PROVA TESTEMUNHAL
 DA PROVA PERICIAL
 DA INSPEÇÃO JUDICIAL
         

   
Ata Notarial – CPC 2015

A ata notarial é prova documentada, lavrada por tabelião dotado de fé


pública, que atesta fato, suas circunstâncias, modo de existir, dados
representados por imagens, sons, reduzindo-os à escrita.
Está prevista na Lei nº 8.935/1994, arts. 6º, inciso III, e 7º, inciso III. Trata-se
de meio de prova sem dúvida útil para a instrução probatória do processo. É
corriqueiro o uso da ata notarial, por exemplo, para atestar mensagens ou
gravações em celulares, publicações em sites, estado de determinado bem
móvel ou imóvel, etc.

Art. 384 - A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único - Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos
eletrônicos poderão constar da ata notarial.
         

   
Depoimento Pessoal– CPC 2015
Art. 385 - Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a
fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento,
sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.

§ 1º - Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal


e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se
recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.

§ 2º - É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra


parte.

§ 3º - O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou


subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo poderá ser
colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer,
inclusive, durante a realização da audiência de instrução e julgamento.
         

   
Depoimento Pessoal– CPC 2015

Depoimento pessoal e interrogatório


O depoimento pessoal é requerido pela parte contrária, sob pena de
confissão pelo não comparecimento ou recusa em responder às perguntas, e
ocorre na audiência de instrução e julgamento.

Já o interrogatório é determinado de ofício pelo juiz, sem pena de confissão


e pode ocorrer em qualquer fase do procedimento.
O interrogatório serve para esclarecer o julgador quanto a fatos do processo.

         

   
Da Confissão – CPC 2015

Art. 386 - Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao


que lhe for perguntado ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais
circunstâncias e os elementos de prova, declarará, na sentença, se houve
recusa de depor.

Quando o julgador reconhecer a recusa da parte em prestar depoimento, aplicar-lhe-


á a pena de confissão (art. 385, § 1º, CPC/2015). Essa recusa poderá ser explícita
quando o depoente afirmar que não irá responder, ou poderá também ser
configurada quando as respostas forem evasivas, desviando-se do ponto principal. A
caracterização dessa segunda hipótese ficará a critério do julgador.

         

   
Da Confissão – CPC 2015

A recusa às respostas pode ocorrer ostensivamente quando o depoente


afirmar não querer responder, mas pode ocorrer também por respostas
diversas do conteúdo da pergunta, quando o depoente tergiversa sobre as
questões, configurando da mesma forma a recusa que origina a aplicação da
pena de confissão, considerando-se verdadeiros os fatos contra o depoente
alegados.

Se a recusa der-se justificadamente e o juiz aceitar a justificativa, não haverá a


incidência da pena de confissão, como, por exemplo, nas hipóteses do art.
388 do CPC/2015 (por exemplo, quando referir-se a fatos criminosos ou
torpes imputados ao depoente).
         

   
Da Confissão – CPC 2015

Art. 387 - A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não


podendo servir-se de escritos anteriormente preparados, permitindo-lhe o
juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar
esclarecimentos.

O depoimento da parte implica a sua resposta pessoal e direta às perguntas


formuladas pelo juiz e pelo advogado da parte contrária. Trata-se de ato
personalíssimo.
A parte pessoa física, quando residente na comarca em que tramita o
processo, deverá comparecer pessoalmente à audiência de instrução e
julgamento para prestar seu depoimento. Se residente em outra comarca,
poderá ser ouvida também pessoalmente por videoconferência ou outro
recurso tecnológico de sons e imagens em tempo real (art. 385, § 3º,
CPC/2015).
         

   
Da Confissão – CPC 2015

Art. 388 - A parte não é obrigada a depor sobre fatos:

I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados;

II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;

III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu
cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível;

IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas


no inciso III.

Parágrafo único - Esta disposição não se aplica às ações de estado e de


família.

         

   
Da Confissão – CPC 2015

Art. 389 - Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a


verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.

Confissão é ato da parte reconhecendo fato contrário a seu interesse e


favorável ao adversário. Vale ressaltar, confissão tem por objeto fatos, e não
direitos. E mais: fatos que favoreçam interesse da parte contrária. Apesar da
referência expressa no dispositivo legal a “admissão”, há diferença substancial
com a confissão. Confessar é um agir, a admissão decorre de uma conduta
meramente omissiva.

         

   
Da Confissão – CPC 2015

Art. 390 - A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.


§ 1º - A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por
representante com poder especial;
§ 2º - A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal.

Art. 391 - A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando,
todavia, os litisconsortes.
Parágrafo único - Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos
reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não
valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação
absoluta de bens.
         

   
Da Confissão – CPC 2015

Art. 392 - Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a
direitos indisponíveis.
§ 1º - A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor
do direito a que se referem os fatos confessados.
§ 2º - A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites
em que este pode vincular o representado.

         

   
Da Confissão – CPC 2015
Os direitos indisponíveis, aqueles sobre os quais o sujeito de direito não pode
dispor (alienando, transacionando, renunciando, etc.), não podem ser objeto de
confissão. Por exemplo, não se admite confissão de fatos relativos ao direito à
vida, a partes do corpo humano, à paternidade.

Se o incapaz de dispor de seus direitos vier a reconhecer fatos relativos a esses


direitos em favor da parte contrária e contra si, esse reconhecimento não terá
efeitos de confissão. Esse é o teor do § 1º do art. 392.

A confissão em juízo, por representante, só terá eficácia se realizada com


poderes especiais para confessar, identificando-se o fato ou fatos objeto da
confissão.
         

   
Da Confissão – CPC 2015

Art. 394 - A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia


nos casos em que a lei não exija prova literal.

Art. 395 - A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a


quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la
no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela
aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito
material ou de reconvenção.

         

   
Da Exibição de documento – CPC 2015

Art. 396 - O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que
se encontre em seu poder.

Em várias situações o meio probatório mais adequado será outro, em especial a


perícia (arts. 464/480) e/ou a inspeção judicial (arts. 481/484), eventualmente
solicitados por meio de pedido de produção antecipada de prova (arts. 381/383).

Contudo, parte da doutrina não aceita que o pedido de exibição verse sobre bem
imóvel, ou sobre bem cujas dimensões não permitam o transporte.

         

   
Da Exibição de documento – CPC 2015
Em relação aos documentos públicos (e/ou arquivados em órgãos públicos), o meio
processual mais simples é o do art. 438

Também existem outras normas processuais, fora do CPC/2015, que estabelecem o dever
da administração pública em fornecer documentos, como o § 4º do art. 1º da Lei de Ação
Popular (Lei nº 4.717/1965), e o § 1º do art. 6º da Lei de Mandado de Segurança (Lei nº
12.016/2009).

O documento eletrônico também pode ser objeto de pedido de exibição. Não só o


documento eletrônico propriamente dito (como um contrato, ou foto, arquivado em meio
eletrônico), como
também dados em geral armazenados em meio eletrônico, inclusive dados cadastrais de
usuários e de mensagens eletrônicas, ou de aplicativos como Facebook, Twitter, Instagram,
etc.          

   
Da Prova Testemunhal – CPC 2015

Art. 442 - A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de


modo diverso.

A testemunha é o indivíduo que, não sendo parte nem sujeito interessado


no processo, depõe perante um juiz sobre fatos pretéritos relevantes para o
processo e que tenham sido percebidos pelos seus sentidos.

Vedações legais à prova testemunhal

Sendo a regra a admissão da prova testemunhal, as hipóteses de sua


inadmissão exigem expressa previsão legal, normalmente por impor a forma
documental de demonstração de algum fato, como a prova da fiança (CC,
art. 819), a prova do estado de casado (CC, art. 1.543),

         

   
Da Prova Testemunhal – CPC 2015

Art. 444 - Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é
admissível a prova testemunhal quando houver começo de prova por
escrito, emanado da parte contra a qual se pretendia produzir a prova

Não mais subsiste no CPC/2015 a generalizada vedação de prova


exclusivamente testemunhal para os contratos acima de dez salários
mínimos.
Além disso, o art. 1.072, inciso II, do CPC revogou expressamente o art. 227
do CC, que continha vedação equivalente da prova testemunhal.

         

   
Da Prova pericial – CPC 2015

Art. 464 - A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

§ 1º - O juiz indeferirá a perícia quando:


I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
§ 2º - De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição
àNão
perícia,
maisdeterminar
subsiste anoprodução
CPC/2015de prova técnica simplificada,
a generalizada vedaçãoquando o
de prova
ponto controvertido for de menor complexidade.
§exclusivamente testemunhal
3º - A prova técnica para
simplificada os contratos
consistirá acima
apenas na de dez
inquirição de salários
especialista,
mínimos. pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande
especial conhecimento científico ou técnico.
§Além disso, o art.
4º - Durante 1.072, inciso
a arguição, II, do CPCque
o especialista, revogou
deveráexpressamente
ter formação o art. 227
acadêmica
do CC, que específica na área objeto
continha vedação de seudadepoimento,
equivalente poderá valer-se
prova testemunhal.
de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com o
fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.
         

   
Da Prova pericial – CPC 2015

A perícia deve ser determinada quando a prova de determinado


fato depender de conhecimento técnico ou científico (cf. art.
156, caput). Nas mais diversas áreas, os especialistas (experts)
podem ter sua atuação certificada nos planos científico, em geral
envolvendo graduação universitária (ex., medicina, engenharia),
ou técnico, no caso de cursos em geral mais curtos que os
universitários e voltados a objetivos profissionalizantes (ex.,
corretagem de imóveis, de valores) (sobre perito, v. arts. 156 a
158).
         

   
Da Inspeção Judicial – CPC 2015

Art. 481 - O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em


qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim
de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.

Art. 482 - Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por


um ou mais peritos.

         

   
Da Inspeção Judicial – CPC 2015

Art. 483 - O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa


quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos
fatos que deva observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis
despesas ou graves dificuldades;
III - determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único - As partes têm sempre direito a assistir à
inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que
considerem de interesse para a causa.

         

   
Da Inspeção Judicial – CPC 2015

O art. 482 do CPC/2015, objeto destas anotações, reproduz a


redação do art. 441 do CPC/1973, com pequena alteração de
grafia, sem qualquer alteração de essência do texto. O citado art.
441 do CPC/1973 tem a seguinte redação, in verbis: “Art. 441. Ao
realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou mais
peritos”.

         

   
Fontes Consultadas:

         

   
Muito Obrigado!!!

         

   

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