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Trabalho Processo Cívil II – 2º bimestre

Aluna: Thaís Kuzminski Kaminski


Turma: 4NA
RA: 1311910310

Questões:
01) Quando se deve utilizar as tutelas de urgência? Quais as modalidades
previstas no CPC/15? Quais os requisitos autorizadores para a concessão da
tutela de urgência? O juiz poderá não conceder a tutela de urgênca? Caso
positivo, em qual situação?
Conforme inscrito no artigo 300 do CPC, ‘’a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo’’. A tutela de urgência poderá ser cautelar ou satisfativa, segundo
art. 294, § único, CPC. Seguindo os termos requerentes para a concessão da tutela de urgência
são, conforme disposto no artigo 300, §1º do CPC:

‘’ para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. ‘’

O juiz poderá não conceder a tutela de urgência de natureza antecipada, e não será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, conforme art. 300, §3º, CPC.

02) Caso a petição inicial preencha os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou
de mediação, devendo o réu ser citado com pelo menos 20 (vinte) dias de
antecedência. Em quais hipóteses essa audiência não será realizada?
Conforme o Art.334/CPC, incisos I e II, não serão realizadas as audiências se:

I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;

II - quando não se admitir a autocomposição.

Como exemplo temos as ações de família.

03) Caso o autor ou o réu não compareça na audiência de conciliação ou de


mediação, e não justifique a sua ausência, será considerado ato atentatório a
dignidade da justiça? Qual a sanção prevista em lei? As partes podem ser
representadas por seus procuradores em aludida audiência?
Não comparecendo a audiência de conciliação ou mediação, sendo injustificado, por qualquer
uma das partes, é considerado ato atentatório a dignidade da justiça, e deve ser sancionado
com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa,
devendo o valor ser revertido em favor da União ou do Estado, conforma o processo tramite
na Justiça Federal ou Estadual (conforme disposto no art. 334, §8º, CPC).
A parte poderá ser representada, por meio de procuração específica, com poderes para
negociar e transigir, conforme art. 334, §10º, CPC.

04) O julgamento conforme o estado do processo ocorrerá quando o juiz


verificar que não há necessidade de produção de provas, além daquela
documental eventualmente já produzida pelas partes. Cite quais são essas
hipóteses.
É uma denominação genérica que reúne três diferentes hipóteses: extinção do processo
(contido no art. 354, CPC), o julgamento ‘’antecipado’’ do mérito (podendo ser total ou
parcial), contido nos arts. 355 e 356, CPC, e por último, a decisão de saneamento e organização
do processo (previsto no art. 357, CPC).

05) Caso a demanda apresente complexidade em matéria de fato ou de direito, o


juiz poderá designar audiência de saneamento e organização do processo?
Nesse caso mencionado, o juiz deverá designar audiência para que o saneamento seja feito em
cooperação com as partes, conforme previsto no Art.357/CPC, § 3º:

§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz


designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes,
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas
alegações.

06) A audiência de instrução e julgamento é designada quando há prova oral a


ser produzida. Ela poderá ser adiada? Caso positivo, em quais circunstâncias?
Além disso, a audiência poderá ser gravada em imagem ou em áudio?
O inciso I do art. 362 do novo código de processo civil se difere do CPC de 1973, pelo motivo
de na legislação anterior mencionava-se:

‘’por convenção das partes, caso em só será admissível uma vez’’. No novo código de processo
civil não há tal limitação; informando apenas em caso de convenção de partes, a AIJ poderá ser
adiada.

Uma segunda hipótese do art. 362 cita-se que será adiada a AIJ se qualquer pessoa que iria
participar não puder comparecer tendo um motivo justificado.

Tendo um outro motivo de adiamento da audiência é quando, por atraso injustificado no


horário marcado para o inicio for superior a trinta minutos, seguindo os termos do art. 362,
inciso III, NCPC. O motivo deve ser comprovado até a abertura da audiência, segundo §1º,
art.362, NCPC. Ocorre para evitar-se uma condução parcial do magistrado de eventual
audiência.

O art. 367, §5º e §6º, do NCPC tratam da probabilidade de gravação em imagem e vídeo da AIJ.
É necessário que seja assegurado o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, e que
conste em ata. Além disso, qualquer das partes pode realizar a gravação em audiência,
independentemente de autorização judicial.
07) A prova oral na audiência de instrução e julgamento será colhida
preferencialmente em qual ordem? Essa ordem, poderá ser alterada pelo juiz?
O juiz detém do poder de fazer a modificação da ordem de produção da prova, se assim
entender necessário; mas para isso, o saneamento do processo tem que ser realizado de
forma plena e efetiva, de forma que o magistrado entenda e tenha conhecimento do processo
anteriormente. A primeira alteração com relação a legislação do CPC de 1973 se faz no caput
do art. 361 que menciona ‘’preferencialmente’’. O CPC de 1973 é de um procedimento mais
rijo, ao passo que no novo código de processo civil, o procedimento é adaptável as situações,
podendo o juiz ter margem para conduzir os trabalhos da melhor forma possível.

08) O juiz poderá distribuir o ônus da prova de forma diversa daquela prevista na
regra geral (ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu, quanto
à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor), a
partir da análise de quem está em melhores condições de produzir a prova?
Como é chamado esse instituto processual?
Segundo a organização metódica processual vigente, em caso de o juiz identificar que uma das
partes tem mais facilidade de produzir determinada prova, poderá fazer a dinamização de
ônus probatório, fundamentando a decisão e respeitando a regra do procedimento, de forma
a garantir á parte a oportunidade de afastar o ônus que lhe foi concedido, todavia conhecido
como ‘’inversão do ônus da prova’’. Ressaltando que a desincumbência do encargo probatório
para uma parte não poderá gerar para a outra ônus impossível ou excessivamente difícil,
conforme artigo 373, §2º do novo CPC:
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à


impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova
de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

09) Quais são os fatos que não dependem de prova? Cite e explique. Ademais, o
CPC/15 admite que o juiz utilize de prova produzida em outro proceso (prova
emprestada)? Caso positivo, deverá ser observado qual garantia processual?
O art. 374, CPC/15 faz a regulação dos fatos cuja prova é isenta. Não há a dependência de
prova os fatos notórios, os afirmados por uma parte e confessados pela parte contraria, os
admitidos no processo como incontroversos e aqueles em cujo favor milita presunção legal de
existência ou de veracidade.

O CPC de 2015 passa a adotar de modo expresso, a possibilidade do uso de uma prova
emprestada, ou seja, da prova produzida em outro processo e que também afeta a causa em
questão.

10) O CPC/15 estabeleceu a garantia de não produzir prova contra si mesmo na


esfera do processo civil (garantia de não autoincriminação)? Explique.
No que diz respeito ao direito de não produzir provas contra si própria, temos o Art. 379 nos
dizendo o seguinte: ´´ Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à
parte:

I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;


II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária;
III - praticar o ato que lhe for determinado.´´ O direito de não auto-incriminação reside no
direito de não falar, direito de não confessar, de não apresentar prova contra ele e etc. Nesse
caso, o limite está na afetação de direitos de terceiros. O réu/autor pode declarar o inverídico,
mas não pode prejudicar terceiros.

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