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QUESTÕES OBJETIVAS E DISCURSIVAS DE TGP 2

AVALIAÇÃO DE P2 – manhã

ALUNA: Josilene Raquel Silva Araújo


Matrícula: 119050003- Manhã- Bangu
Teoria Geral do Processo II- Evelin Poyares

Observações:
CADA QUESTÃO OBJETIVA VALERÁ 1,0 PONTO
CADA QUESTÃO DISCURSIVA VALE 2,0 PONTOS
TODAS AS QUESTÕES DEVEM SER FUNDAMENTADAS E JUSTIFICADAS
A mera citação do dispositivo legal não pontua.

1ª Questão: Sobre a disciplina do incidente de desconsideração da personalidade


jurídica, pelo Código de Processo Civil de 2015, é correto afirmar:

A)Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade


jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a
pessoa jurídica.

Resposta: Letra A. É o que está previsto no art. 134, §2° do CPC, e significa que as
duas formas de desconsideração da personalidade jurídica, tanto a direta quanto a
inversa, poderão ser requeridas na petição inicial, dispensando a instauração do
incidente no processo. Ou seja, o CPC trouxe a possibilidade da desconsideração ser
admitida já no pedido inicial, dispensando a sua instauração somente na sua fase
executória. Sendo assim, caso queira o credor da pessoa jurídica atingir o patrimônio
dos sócios, que é a direta, ou credor dos sócios que queira atingir a pessoa jurídica,
que é a inversa, pode ele na petição inicial citar o sócio ou a pessoa jurídica e o juiz irá
decidir ou não, pela desconsideração.

B)Há incidentes com procedimentos distintos, previstos pelo Código de Processo Civil
de 2015, para as hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica e da
desconsideração inversa.

C)O incidente de desconsideração é cabível em qualquer fase do processo de


conhecimento, não sendo possível formular esse requerimento em cumprimento de
sentença ou no processo de execução de título executivo extrajudicial, tendo em vista
que esses tipos de processo não admitem qualquer discussão sobre mérito.
D)Instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, o juiz decidirá
sobre o pedido e, em seguida, determinará a citação dos sócios para o cumprimento
da decisão, sendo que a eventual defesa deverá ser formulada em autos apartados.

E)A decisão que julga o pedido de desconsideração da personalidade jurídica é


recorrível por apelação, por ter natureza de sentença.

2ª Questão: Com relação à Assistência, considere:

I. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de


jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.

II. Na assistência simples, sendo revel o assistido, o assistente será considerado revel
também.

III. Assistência simples obsta que a parte principal reconheça a procedência do pedido,
desista da ação ou renuncie ao direito sobre o que se funda a ação.

IV. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o
juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. De acordo com o Código de
Processo Civil, está correto o que se afirma APENAS em

A)I e IV. B)I, II e III. C)II, III e IV. D)II e IV. E)I e III.

Resposta: As alternativas corretas são a I e a IV, letra A. A assistência do Capítulo I da


intervenção de terceiros no processo, é um instituto do Direito que diz que uma pessoa
que não faça parte de uma lide, mas que por qualquer interesse jurídico, como por
exemplo, o locatário de um imóvel que está em disputa dentro de um processo para se
saber quem é o proprietário, poderá intervir no processo para dar assistência à parte
que lhe interessa vencer, como está previsto no art. 119 do CPC. Dito isso, a alternativa
I está prevista no parágrafo único do art. 119 do CPC, e garante que esse assistente
poderá adentrar ao processo a qualquer momento e recebê-lo em qualquer estado, ou
seja, no caso do exemplo do locatário, ele pode, observando que o seu locador pode
perder o processo no andamento da lide em grau de recurso, poderá ele se valer da
assistência simples para ajudar seu locador a ganhar a causa naquele momento, sem
necessidade de estar na lide desde o início. E a alternativa IV está transcrita no
parágrafo único do art. 120 do CPC, onde as partes podem alegar que não há
interesse jurídico por parte do assistente, e o juiz deverá dar o prazo de 15 dias para
elas se pronunciarem, para depois decidir a respeito sem suspender o andamento do
processo. Por sua vez, as alternativas II e III estão erradas, pois na alternativa II em que
trata da assistência simples, em caso da parte assistida ser revel, o assistente não será
considerado revel e sim, o seu substituto processual, de acordo com o parágrafo único
do art. 121 do CPC. E a alternativa III também está errada, pois o assistente atua
dentro da assistência simples como um auxiliar, não podendo atuar dentro do processo
ou impedir que as partes principais decidam o que irão ou não fazer, sendo
determinado assim pelo art. 122 do CPC. Desse jeito, a letra A é a alternativa que
carrega as duas alternativas corretas da questão.

3ªQUESTÃO: Quando devedores solidários forem citados para compor o polo


passivo da lide, na condição jurídica de terceiros, na hipótese de o credor exigir
de um ou de alguns deles o pagamento da dívida comum, ter-se-á a figura
processual

A)da assistência litisconsorcial.

B)da denunciação da lide

C)da assistência simples.

D)do chamamento ao processo.

E)da substituição processual.

Resposta: Alternativa D. A figura processual de que se fala aqui é o chamamento ao


processo. O chamamento ao processo é quando o devedor demandado para o
pagamento da dívida convoca um ou mais terceiros para responderem de forma
solidária àquela dívida, trazendo assim, estes coobrigados ao processo para ocuparem
o pólo passivo da lide, o litisconsórcio passivo. Entende-se aqui, que o credor da dívida
não tinha conhecimento da responsabilidade destes coobrigados, uma vez que
acreditava estar perante um único devedor seu, portanto, estar responsabilizando de
forma única este devedor. Este instituto do Direito, o chamamento ao processo, está
previsto no art. 130, III do CPC, onde faculta o réu demandado chamar para o
processo os demais responsáveis, por alegação dele, do objeto da lide ao credor. Além
disso, o art. 131 do CPC impõe ao réu o prazo de trinta dias para requerer a citação
dos demais responsáveis, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.

4ª QUESTÃO: Ao celebrar um contrato de compra e venda, os contratantes


convencionaram sobre determinados ônus e deveres processuais. Nesse sentido,
afirmaram que se houvesse necessidade de ação judicial para dirimir qualquer
conflito em relação ao negócio jurídico ora entabulado, e pela possibilidade legal
de autocomposição, o autor estaria desincumbido de provar a existência do
contrato e que o réu não poderia contestar o feito. Nesse cenário:

A) o juiz não poderá controlar as validades destas convenções, pois se trata de direito
disponível às partes;

B) estas convenções são nulas de pleno direito, pois convencionadas antes da


existência do processo;
C) o juiz controlará as validades destas convenções de ofício, e deverá admiti-las por se
tratarem de direitos disponíveis;

D) o juiz controlará as validades destas convenções, recusando aplicação de ambas as


cláusulas;

E) o juiz controlará as validades destas convenções, recusando, de ofício, a cláusula que


impossibilita o réu contestar.

Resposta: Letra E correta. De acordo com o art. 190 do CPC, os contratantes podem
modificar seu acordo no que verse sobre ônus, deveres, faculdades e poderes, antes e
durante o processo, sendo totalmente lícito, e o caso acima relata isso. Porém, dentro
desse acordo das partes, o juiz vai fiscalizar essas modificações, e poderá agir de oficio
ou a requerimento para impedir qualquer prejuízo de uma das partes, conforme o
parágrafo único do art. 190 do CPC. Sendo assim, no caso citado, o fato do réu não
poder contestar traz um prejuízo ao contraditório e ampla defesa, devendo o juiz,
diante da inserção abusiva no contrato, operar em recusa a aplicação dessa clausula.

5ª QUESTÃO: Responda Justificadamente e de forma fundamentada: 2,0 PONTOS

Citado regularmente, o réu ofereceu contestação no quinto dia do prazo de que


dispunha para tanto. Mas, depois de protocolizada a sua peça de bloqueio,
lembrou-se ele de outra tese defensiva que lhe seria aproveitável, não suscitada
em sua contestação e tampouco sendo cognoscível ex officio pelo juiz. Assim,
optou o demandado por ofertar nova contestação, o que fez no décimo segundo
dia após o da juntada do mandado de citação. Nesse cenário, deve fazer o juiz?

Resposta: De acordo com o caso apresentado, o juiz deve considerar para o processo
apenas a primeira contestação, recusando a segunda, uma vez que o citado já tinha
protocolado, não sendo possível fazê-lo duas vezes em virtude da preclusão
consumativa. Essa preclusão consumativa diz que um ato já praticado se consumou,
não podendo ser novamente praticado, ou seja, o réu perde o poder processual de
repetir o ato já praticado, não podendo ele oferecer nova contestação posteriormente,
mesmo que esteja dentro do prazo para tal. Portanto, o art. 336 do CPC prevê essa
situação e diz que o réu deve fazer toda sua defesa e provas em uma contestação. O
que seria uma solução para o réu, é apresentar embargos declaratórios, pois segundo o
art. 494 do CPC, o juiz pode alterar sua sentença por meio deles.

6ª QUESTÃO: Analise a referida situação jurídica e responda: 2,0 pontos

M.R ajuizou ação de indenização em face da companhia telefônica “Live”, visando


obter reparação pelos danos materiais e morais causados pela realização de
cobrança indevida. O processo foi sentenciado no dia 07/08/2017, segunda-feira,
tendo o juiz condenado a empresa ré ao pagamento de R$ 1.500,00 a título de
danos materiais, nada tendo mencionado sobre os danos morais. O autor, então,
apresentou embargos declaratórios no dia 14/08/2017, segunda-feira seguinte.
Diante de tais fatos, responda JUSTIFICADAMENTE: ( 2,0 pontos)

A) Agiu certo o autor em relação ao prazo?


Resposta: Sim. Os prazos processuais se dão em dias úteis, conforme o art. 219 do
CPC, o que excluiu da contagem do prazo no caso, o final de semana, dando a M.R até
o dia 14/08, uma segunda-feira para interpor o embargo declaratório, esse ato
realizado em prazo oportuno.

B) Qual o início do prazo e qual o início e término de sua contagem?


Resposta: O início do prazo começa a partir do dia da publicação da sentença, no caso
07/08/17, e a contagem desse prazo irá começar excluindo o primeiro dia e incluindo o
dia do vencimento, conforme art. 224, caput do CPC, ou seja, a contagem vai começar
pelo dia útil seguinte da publicação, conforme o §3° do mesmo artigo, na terça-feira,
dia 08/08/17, e seu término será no dia 14/08/17, contando assim os 5 dias úteis do
prazo para M.R interpor o embargo declaratório.

C) Como se classifica o referido prazo?


Resposta: O prazo aqui é classificado como legal, tempestivo, uma vez que o ato
processual de interpor o embargo declaratório do caso tem prazo de 5 dias
determinado por lei, e M.R o fez dentro do prazo em que dispunha para tanto,
conforme o art. 1.023, caput do CPC que trata do prazo para embargos declaratórios.

7ª QUESTÃO: JULGUE AS ASSERTIVAS, JUSTIFICANDO-AS e fundamentando-as:


(0,5 ponto)

A) De acordo com o CPC, a ausência de denunciação da lide acarreta a perda do


direito de regresso que o réu eventualmente possua contra aquele que estiver
obrigado, por lei ou por contrato, a lhe ressarcir.

( )

Resposta: Errado. A denunciação da lide consiste em um direito de ação regressiva


que o denunciante, podendo ser qualquer uma das partes, tem em chamar para litigar
em conjunto ao processo, um terceiro contra quem possui uma pretensão de
reembolso caso venha ser condenado, sendo assim uma ação regressiva antecipada
para não ser preciso, se condenado, o denunciante entrar com a ação de regresso após
a lide. Porém, a denunciação da lide é facultativa à parte, podendo ela optar por
exercer o direito de regresso em uma ação autônoma, ou seja, a ausência da
denunciação não irá acarretar a perda desse direito, conforme o §1° do art. 125 do
CPC.

B) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica poderá ser


instaurado a pedido da parte, pelo Ministério Público ou de ofício pelo juiz. ( )
Resposta: Errado. A instauração da desconsideração da personalidade jurídica deve ser
pedida pela parte ou pelo MP quando lhe couber intervir no processo, de acordo com
o que diz o art. 133 do CPC, onde não pode o juiz de ofício instaurar, uma vez que fere
o princípio da inércia jurisdicional. O incidente da desconsideração da personalidade
jurídica é uma forma de intervenção de terceiros, onde na fase de cumprimento de
sentença a pessoa jurídica não apresenta patrimônio suficiente para a execução, e,
aceitando o pedido, o juiz cita um terceiro para que este, se comprovado sua
responsabilidade, sofra execução do processo em cima de seu patrimônio particular,
desconsiderando a pessoa jurídica processada, porém, somente após ser feito por meio
de pressupostos legais, de acordo com o §1° do art. 133, e depois de demonstrado no
requerimento, o preenchimento dos pressupostos, segundo o §4° do art. 134 do CPC.
Assim, a lei explica que para a justa execução da desconsideração da PJ, o pedido será
feito pelas partes ou pelo MP, e concedido ou não, pelo juiz.

C) É obrigatória a denunciação da lide ao alienante imediato, no processo relativo


à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os
direitos que da evicção lhe resultam.  ( )

Resposta: Errado. O art. 125 do CPC diz que a denunciação da lide é admissível, não
obrigatória, sendo uma faculdade das partes denunciarem ou não. O inciso I do art.
125 trata do citado acima, onde possivelmente, se o denunciante optar por uma ação
regressiva autônoma daquela principal, ele pode fazê-lo depois que a ação principal
estiver resolvida. Está ainda combinado com o previsto no §1° do art. 125 do CPC,
onde diz que se a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não
for permitida, o denunciante pode, por meio de ação autônoma, exercer seu direito de
regresso.

D) Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 8 (oito) às 18 (dezoito)


horas e serão concluídos depois das 18 (dezoito) horas, os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.( )

Resposta: Errado. O erro da alternativa se encontra no tempo de funcionamento dos


atos processuais, conforme previsto no art. 212 do CPC, e que continua no seu §1°. Os
atos processuais então serão realizados em dias úteis das 6 às 20 horas, e não das 8 às
18 horas como a questão traz. E aqueles atos que começados antes das 20 horas, onde
seu adiamento pode prejudicar ou causar grave dano à lide, pode continuar no mesmo
dia, conforme o §1° do art. 212.

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