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Prova 1

 Legitimidade processual: Daniel deveria ter sido demandado, pois temos uma
hipoteca que incide sobre seu apartamento, e se o credor quiser fazer a sua
garantia, deve demandar o mesmo – art. 735º/2 e 54º/2.
 Ilegitimidade processual relativamente a Berto e Carla, visto que no momento a
proposição da ação executiva, os mesmos já não eram os proprietários do
imóvel, e sim Daniel.
 A ilegitimidade processual pode ser sanada, segundo art. 726º/3, com despacho
de indeferimento parcial do requerimento executivo interposto pela agente de
execução, designadamente quanto a parte do pedido, carência de legitimidade
processual.
 Banco tem que demandar Daniel se quiser que a penhora sobre o prédio se torne
legal.
 Berto e Carla poderiam ainda, se o agente de execução não suscitasse a questão
da ilegitimidade, se oporem mediante embargos do executado, art. 729º/c.
 Competência: vamos analisar 5 requisitos para determinar o tribunal competente.
1. Competência material geral dos tribunais judicias: critério atribuição positiva, ou
seja, é da competência dos tribunais judicias as ações executivas que esteja em
causa a não realização de uma prestação e critério atribuição judicial em que só
não serão da competência dos tribunais judicias se for atribuído a outro tribunal
por força de lei.
2. Competência internacional: não vamos entrar em detalhes.
3. Competência hierárquica: tribunais de 1ª instancia, da comarca.
4. Competência em razão da matéria: qual dos juízos daquela determinada comarca
será responsável. Art. 129º/1 LOSJ diz-nos que é da competência exclusiva dos
juízos de execução as ações executivas, mas o n2 traz uma exceção, quando for
melhor para o caso, será remetido para o tribunal que julgou a questão.

Até aqui todos os requisitos se cumprem.

5. Competência territorial: como temos um título extrajudicial, vamos olhar para o


art. 89º. Como temos uma dívida com garantia real, serve o n2, e o lugar
competente para julgar a ação é o local onde a coisa se encontra, logo, Aveiro.
Portanto, seria competente juízo de execução de Aveiro. Esse requisito não se
preenche, logo, temos uma incompetência relativa, art. 102º.
 Patrocínio judiciário não se cumpre, era obrigatório constituição de advogado
visto que o valor da causa excede o valor da alçada do tribunal da relação, 30
mil euros – art. 58º/1. Temos uma exceção dilatória que pode ser sanada – 578º,
com despacho de aperfeiçoamento.
 Berto e Carla reagirem contra a penhora: como são executados na ação
executiva, mesmo sem legitimidade processual, eles podem opor-se a penhora –
art. 784º/1/c – visto que não são os verdadeiros devedores e o automóvel não foi
dado em garantia. Podem deste modo cumular as duas oposições, a oposição a
penhora, relativamente ao automóvel que foi penhorado ilegalmente, e a
oposição a execução, nomeadamente, os embargos de executado, em que alegam
a ilegitimidade das partes – 856º/3. Eles não podem embargar de terceiro
enquanto forem partes passivas da execução.

Prova 2

 Mesmo que o chegue tenha falta de provisão, ele pode e deve ser usado como
título executivo.
 Legitimidade processual: art. 53º e 54º CPC. Será legitimo para ser exequente e
executado aqueles que constem no título executivo como tais. Nomeadamente,
temos um título executivo extrajudicial, cheque, subscrito apenas por A, sendo
então este o devedor da nossa ação. Nesse caso, Berta não pode constar como
devedora, visto que a dívida foi em favor exclusivamente de A, para reparar seus
instrumentos de trabalho. Poderia o exequente, segundo art. 741º, alegar que a
dívida era comum e requerer a comunicabilidade da dívida. B seria chamado
para contestar e dizer se aceita ou não. Como isso não foi feito, podemos dizer
que a dívida diz respeito apenas a A, não cumprindo o pressuposto de
legitimidade processual de B segundo o art. 53º. Essa falta de pressuposto deve
ser suscitada pelo agente de execução e o requerimento seria indeferido
parcialmente pelo juiz segundo o 726º/2. Além disso, poderia B como
executada, suscitar embargos do executado, 729º/c, alegando falta de
pressuposto processual.
 Competência do tribunal: analisar 5 requisitos. Competências: (1) material geral
dos tribunais judicias – critério da atribuição positiva e residual, são da
competência dos tribunais judicias as AE que estejam em causa a não realização
de uma prestação e só não será assim quando seja atribuído a outro tribunal por
força de lei. (2) em razão da hierárquica, tribunais de 1ª instancia, se cumpre. (3)
em razão da matéria, qual será o juízo competente dentro da comarca, art. 129º
LOSJ, diz-nos que é competência exclusiva dos juízos de execução as AE se este
existir e o n2 é a exceção, quando seja melhor para o caso concreto, será
remetida para o tribunal que julgou a ação. (3) em razão do território, segundo
art. 89º, é o domicilio do executado, Coimbra. Posto isto, o tribunal competente
seria o de Coimbra, mas o juízo competente é o de execução, visto que o mesmo
existe nessa comarca. Logo, temos uma incompetência absoluta segundo o art.
96º. Execução era em processo sumario, art. 550º/2/d.
 Patrocínio judiciário, temos um valor superior a alçada do tribunal de 1ª
instancia, 5 mil, mas a partida não é obrigatória constituição de advogado se não
existirem embargos, se estes existirem mais a frente, então será necessária a
intervenção de advogado a partir desse momento processual.

Arrasei até aqui

 Art. 703º/c. Títulos de crédito: letras, livranças, cheques. São títulos executivos.
“Mero quirógrafo” = aquilo que já foi. Morreu e reencarnou. Esse documento,
esse cheque que perdeu o prazo, não vale como título de crédito para pagar a
obrigação, mas vale como título executivo, vale para fazer cumprir
coercitivamente a obrigação. Todavia, o credor que consta no documento tem
que alegar os fatos constitutivos da obrigação para que esse título de crédito
valesse como documento particular assinado, quirógrafo, pelo devedor no qual
consta uma obrigação. Se não alegar esses fatos constitutivos, então o executado
pode alegar o motivo do art. 729º/a.
 Apesar dos instrumentos de trabalho serem impenhoráveis, pois há
impenhorabilidade relativa segundo art. 737º/2 CPC, no nosso caso, se trata da
al. b) desse artigo, A é credor do preço de reparação e por isso, os automóveis
podem ser penhorados.

Casos

 Comunicabilidade da dívida artigos 741º e 742º CPC. O incidente de


comunicabilidade da dívida pode ser requerido quando haja ação movida contra
apenas um dos cônjuges e a dívida é comum e o título seja extrajudicial. Como
temos uma sentença neste caso, a comunicabilidade não poderia ter sido
requerida no processo executivo, mas Joao deveria ter requerido no decorrer do
processo declarativo. Como Joao não pode invocar essa comunicabilidade, a
dívida é de sua exclusiva responsabilidade, respondendo apenas seus bens
próprios e subsidiariamente a meação dos bens comuns.
 Está em causa o art. 824º/2 CC, que diz-nos que com a venda executiva caducam
todos os direitos reais de garantia que incidam sobre o bem. Isso ocorre, pois
após a penhora dos bens, o agente de execução chama todos os credores que
possuem DR de garantia sobre o bem para reclamarem seus créditos, podendo os
mesmo ainda embargar de terceiro – art. 786º/b. Todos os DR garantia vão
caducar com a venda executiva. No entanto, os direitos reais de gozo, que não
possuem oponibilidade em relação a terceiros, não caducam com a venda dos
bens, desde que o registro seja anterior ao registro da penhora. Isso não vai
afetar a venda executiva, vamos apenas vender o bem com um encargo sobre
ele, com um direito real de gozo sobre ele. O arrendamento tem um estatuto
hibrido, a posição de arrendatário se mantém com a venda do bem, mesmo que
mude o proprietário. Logo, se temos um contrato de 5 anos de arrendamento, o
mesmo se manterá até o final e o novo adquirente não pode pôr termo ao
contrato antes do fim do prazo.
 António poderia deduzir embargos de executado, segundo art. 729º/h. Fato
extintivo da obrigação exequenda

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