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Caso 1
i. Pressupostos processuais
Posto isto, o tribunal e juízo competente no nosso caso seriam o juízo de execução do
tribunal da comarca de Aveiro. Temos por isso uma incompetência relativa, art. 102º
CPC. Estamos no âmbito do processo sumario, art. 550º/2, e por isso, a questão de falta
dos pressupostos deve ser suscitada pelo agente de execução ao juiz, que vai proferir um
despacho – 726º. Executado ainda poderia sempre suscitar essa questão segundo o
729º/c.
Sobre o patrocínio judiciário, art. 58º, temos um valor da causa que excede o valor da
alçada dos tribunais da relação, 30 mil euros, logo, era obrigatória a constituição de
advogado segundo o n1 desse artigo. Temos uma exceção dilatória que pode ser suprida
com um despacho de aperfeiçoamento segundo o 734º. Também exceção dilatória.
Penhora dos executados ilegítimos. Berto e Carla são executado, mas não são partes
legitimas da ação executiva. Desse modo, pare reagirem contra a penhora ilegal feita
sobre seus bens, podem deduzir oposição à penhora, segundo art. 784º. No nosso caso,
está em causa a al. c) desse artigo. Juntamente com a oposição a penhora podem
cumular o pedido de embargos do executado alegando a ilegitimidade das partes,
segundo art. 856º/3. Se este último for considerado procedente, então obviamente a
oposição a penhora também será.
Caso 2
Se o título for contra apenas um e a dívida de ambos, esse incidente permite chamar o
outro cônjuge para responder juntamente pela dívida, dívida comum.
ii. O objeto de execução a penhora está previsto no art. 735º CPC. Podem ser
penhorados os bens do devedor, de terceiros se tiverem sido dados como garantia real.
O agente de execução poderia penhorar somente a quota do prédio em compropriedade
com Carlos, seu irmão, apenas a quota de Joao seria penhorável. Carlos poderia, deste
modo, reagir contra a penhora ilegal deduzindo embargos de terceiro, segundo art. 342º.
Pode deduzir embargos de terceiro aquele que se ver prejudicado com a penhora do
bem, pois tem um direito subjetivo sobre o mesmo bem, que é o nosso caso. Assim, se o
agente de execução quisesse, poderia penhorar apenas uma parte da propriedade,
relativamente a parte de Joao e Carlos, proprietário da outra parte, teria o direito de
preferência para a compra do bem.
iii. O art. 824º diz-nos que os bens são transmitidos livres dos direitos de garantia que o
onerem. Se tivéssemos uma hipoteca, por exemplo, e o credor não viesse reclamar seu
crédito na pendencia da ação, seu DR garantia caducaria com a venda executiva. No
entanto, os DR de gozo não caducam com a venda executiva, como usufruto, direito de
uso e habitação, etc. Já os direitos pessoais de gozo caducam com a venda, visto que
não são gozam de oponibilidade em relação a terceiros. O arrendamento, que é um
direito pessoal de gozo, possui um estatuto misto e também não vai caducar com a
venda executiva se tiver registro anterior a penhora, ou seja, mesmo que o bem seja
vendido, o arrendamento se mantém, mudando apenas o arrendatário. É o que nos diz o
art. 1057º CC. Sendo assim, o contrato de arrendamento de Rui vai manter-se até o
final, mesmo que o novo arrendatário queiram pôr fim ao contrato, não pode o fazer.
*comodato, parceiro pensador, depositário, vão todos caducar com a venda executiva.
Caso 3
5250 os
Segundo o art. 129º/2 LOSJ, os processos atribuídos aos juízos da família e dos menores
são os competentes em matéria executiva, é uma exceção do 129º/1 LOSJ. Desse modo,
temos uma incompetência absoluta em razão da matéria, art. 96º, temos uma exceção
dilatória segundo o art. 577º CPC e assim, o agente de execução vai suscitar a
intervenção do juiz e o mesmo irá indeferir liminarmente o requerimento executivo,
segundo o art. 726º CPC. O executado poderia ainda, por meio de embargos do
executado, suscitar o art. 729º/c.
Patrocínio judiciário, 5250 euros, não é obrigatória constituição advogado, podendo ser
advogado estagiário ou solicitador. No entanto, se houver na pendencia da ação
embargos ou ações declarativas por apenso, etc., a constituição de advogado será
obrigatória segundo o art. 58º.
iii. António pode, nesta execução, invocar o contra crédito através dos embargos de
executado, previstos no art. 728º e 729º CPC. Os embargos do executado são ações
declarativas que tramitam por apenso a ação executiva, um meio de defesa do executado
na ação. Aqui, o executado quer acabar com a ação executiva, diferente do que ocorre
com a oposição à penhora, em que quer o fim da própria penhora. Há uma alínea no 729
que prevê exatamente essa situação, nomeadamente al. h). Invocando esse fato, o
executado quer fazer valer um fato extintivo da execução.
iv. Segundo o art. 824º CC, com a venda executiva, os bens são transmitidos livres de
qualquer DR de garantia que o onerem, ou seja, todos os DR de garantia caducam com a
venda executiva. Isso acontece, pois os credores com registro são chamados, após feita a
penhora, pelo agente de execução para reclamarem seus créditos. Os credores com
registro anteriores a penhora são chamados na pendencia da ação executiva e podem
ainda embargar de terceiro para fazerem valer seu crédito. Após a venda executiva, se
não tiverem reclamado seus créditos, perdem o direito de o fazer.
*Hipoteca vai caducar, sobrando um crédito hipotecário para o credor, que será pago em
primeiro lugar, pois o registro é anterior ao da execução.
Isso ocorre para os DR garantia e os direitos pessoais de gozo, como comodato, por
exemplo. No entanto, os direitos reais de gozo e o arrendamento possuem estatuto
diferente, pois estes não caducam com a venda executiva do bem, pelo contrário,
continuam existindo mesmo após a venda executiva. Isso se tiverem registro com data
anterior a penhora. Mas, apenas poderá ser penhorada a nua propriedade e não a
propriedade plena, se não teremos uma penhora ilegal e o titular desse direito poderia
recorrer a ação de reivindicação. Temos um direito de superfície, que é um direito real
de gozo, com registro anterior a penhora. Sendo assim, esse direito se mantem após a
venda executiva e a penhora não pode abranger a propriedade plena.