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11/01/2022
Casos Práticos:
Neste caso, estamos perante uma relação jurídica plurilocalizada, visto que estamos em
contacto com mais do que uma ordem jurídica.
Para se saber se o Regulamento se aplica neste caso, torna-se necessário analisar os seus
âmbitos objetivos, subjetivo e temporal.
Na situação em analise, o reu tem sede em Marrocos, ou seja, num pais que não
pertence a EU. Ora, de acordo com o art.º 6, nº1, do regulamento, se o requerido não
tiver domicílio num Estado-Membro, é sem prejuízo do art.º 18, nº1, do art.º º21, nº2 e
dos art.º 24 e 25, regida pela lei desses Estado-Membro. Significa isto que, não se
verificando nenhuma competência exclusiva (art.º 24 do regulamento), ou convencional
(art.º 25 do regulamento), nem dizendo respeito a uma relação de consumo ou de
trabalho (art.º 18, nº1 do regulamento), o Regulamento nº1215/2012, 12 de dezembro,
não se aplica.
Deste modo, teremos de nos socorrer do nosso regime interno - visto que o autor tem
sede em Portugal (o que implica o não preenchimento de um dos requisitos). Torna-se
necessário analisar as regras de competência internacional previstas no CPC nos art.º
59, 62, 63 e 94.
A luz do nosso direito interno e tendo em conta as regras da competência internacional
poderá aplicar-se a alínea b) do art.º 62, de acordo com o Critério de Causalidade.
Tal critério permitira ao autor anular a celebração do contrato. Esta alínea permite fazer
com que os tribunais portugueses sejam internacionalmente competentes.
Uma vez fixada a competência internacional dos tribunais portugueses, pode-se assim
aferir qual será o tribunal português concretamente competente para julgar ou conhecer
a ação.
Âmbito da Competência Interna:
Art.º 60 nº2 – Razão da matéria, razão do valor da causa, hierarquia judiciaria e
território.
Matéria:
Valor da Causa: Se a ação tivesse valor a 5000 euros
Hierarquia Judiciaria:
Território: 80º nº3
Seria demandado no domicílio do autor, em Lisboa.
Comarca de Lisboa.
Visto que não temos o valor de ação, temos de analisar se a ação seria superior ou não a
50000 euros.
Suponha que em sede de contestação, B alegou que celebrou um negócio em
nome da sociedade “Supervendas, Lda.”, com sede no Brasil e sucursal no
Porto e por essa razão é parte ilegítima, podendo ser absolvido da instância.
Quid Iuris?
Estamos perante um caso de legitimidade singular porque só temos um autor e um reu -
art.º 30.
B invoca que o contrato foi celebrado em nome da sociedade e não em nome dele. Será
procedente?
Art.º 30, nº3 - “Na falta de indicação da lei em contrário, são considerados titulares do
interesse relevante para o efeito da legitimidade os sujeitos da relação controvertida,
tal como é configurada pelo autor.”
Ou seja, aceita-se a configuração do autor (A). O reu será sempre quem o autor quiser
demandar – legitimidade singular. A argumentação de B é improcedente.
Meios de Prova -
A (autor) - Temos um contrato celebrado por escrito (prova documental), prova
testemunhal, em relação ao prédio em si uma prova pericial, declarações de parte (factos
de que tenham conhecimento direto) e depoimento de parte (o autor deve requerer
porque ai pode ter a confissão de que o prédio não tinha as licenças urbanísticas e as
autorizações administrativas necessárias à execução do projeto.)
B - prova documental
Momento ou momentos -
A – Na Petição inicial art.º 552º, nº6, podendo ser alterado na Replica.
Prova testemunhal – 598º, pode ser alterado antes da audiência previa.