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ALGUNS EXERCÍCIOS DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO - ELEMENTOS DE

CONEXÃO COM GABARITO E EXPLICAÇÃO

1. José, de nacionalidade brasileira, era casado com Maria, de nacionalidade sueca,


encontrando-se o casal domiciliado no Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na
França, Maria, após o jantar, veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar.
Maria, quando ainda era noiva de José, havia realizado testamento em Londres,
dispondo sobre os seus bens, entre eles dois imóveis situados no Rio de Janeiro.

À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale a afirmativa correta.

a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à


observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Maria
encontrava- se domiciliada no Brasil. b) Se houver discussão acerca da validade do
testamento, no que diz respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a
legislação inglesa, local em que foi realizado o ato de disposição de última vontade de
Maria
c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário e à
partilha de bens, porquanto Maria faleceu na França, e não no Brasil.d) Se houver
discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legislação sueca, em razão
da nacionalidade do de cujus.

Fundamentação: art. 9 da LinDB adotou como elemento de conexão formal (aquele destinado
a informar que lei se aplica às obrigações no geral) do LOCAL DA CONSTITUIÇÃO /
LOCAL DA CELEBRAÇÃO. Segundo o artigo 9º, portanto, as obrigações são regidas
conforme a lei do local da constituição. Um testamento, portanto, rege-se conforme as leis do
local onde foi celebrado, ainda que disponha sobre bens situados em outro país. Não é outra a
conclusão a que se chega, destarte, se não a de que o testamento será válido quando celebrado
conforme as leis do local em que foi lavrado.

O próprio STF já consolidou o entendimento de que aos testamentos celebrados no exterior


aplica-se a regra do locus regit actum:
“TESTAMENTO PARTICULAR FEITO NA ITALIA, SEM TESTEMUNHAS. SUA
EXEQUIBILIDADE NO BRASIL. TANTO O ART. 10 DA NOSSA LEI DE
INTRODUÇÃO COMO O ART. 23 DA ITALIANA DIZEM RESPEITO A LEI
REGULADORA DA SUCESSÃO. E AQUI NÃO SE DISCUTE SOBRE A LEI
REGULADORA DA SUCESSÃO MAS SOBRE FORMALIDADES DO TESTAMENTO.
DA FORMA DO TESTAMENTO CUIDA, NÃO O CITADO ART. 23 MAS O ART. 26.
DEVOLUÇÃO. A ESTA E INFENSA A ATUAL LEI DE INTRODUÇÃO (ART. 16). A
LEI ITALIANA E A LEI BRASILEIRA ADMITEM O TESTAMENTO OLOGRAFO OU
PARTICULAR, DIVERGINDO APENAS NO TOCANTE AS RESPECTIVAS
FORMALIDADES, MATÉRIA EM QUE, INDUBITAVELMENTE, SE APLICA O
PRINCÍPIO LOCUS REGIT ACTUM” II. EMBARGOS DE DIVERGENCIA
CONHECIDOS MAS REJEITADOS. (RE 68157 embargos, Relator(a): Min. THOMPSON
FLORES, TRIBUNAL PLENO, julgado em 14/12/1972, DJ 30-03-1973 PP-*****). Por isso
resposta certa é a B.

2. Um contrato de empreitada para a construção de quatro navios foi concluído, por


razões fiscais e de captação de financiamentos, entre as subsidiárias estrangeiras da
empresa brasileira e do estaleiro brasileiro que construirá os navios. O contrato,
assinado em Londres, indica as leis brasileiras como aplicáveis e Londres como foro
exclusivo do contrato. Em decorrência do atraso desmedido na entrega do primeiro
navio, a empresa contratante rescinde o contrato e ingressa em juízo no Brasil,
pleiteando do estaleiro, cuja sede é em Niterói, RJ, a devolução dos pagamentos já feitos.

O estaleiro pode requerer a extinção do feito, por incompetência da justiça brasileira?

a) Sim, em razão da existência de cláusula de foro exclusivo. b) Sim, em razão

do forum non conveniens. c) Sim, porque o contrato foi assinado no exterior. d)

Não, porque o contrato seria cumprido no Brasil. e) Não, porque o contrato é regido
pelo direito brasileiro.

Fundamentação: art. 12 da LINDB.

O Direito Processual Civil, competência é tema de extrema importância. Isso se revela já pela
constatação de sua qualidade de pressuposto processual, categoria conceitual utilizada pela
doutrina para divisar as matérias preliminares sem as quais a relação jurídica processual não
se aperfeiçoa, impedindo a apreciação do mérito pelo juiz. Tal é o caso da regra de
competência absoluta, pressuposto processual de validade que, uma vez não observado,
implica nulidade dos atos decisórios praticados pelo juiz incompetente, consoante prescreve o
art. 113, § 2º, do CPC:

Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em
qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção.

§ 1º Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira oportunidade em


que Ihe couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas.

§ 2º Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-


se os autos ao juiz competente.

Mas competência é um tema complexo, sobretudo pela possibilidade de uma mesma causa ser
conhecida por vários foros, todos, em tese, igualmente competentes para a apreciação do feito.
Nota-se que, muita vez, o Código de Processo Civil abriga regras que facultam ao autor a
escolha do foro competente. Eis algumas delas:

a) ações fundadas em direito real sobre imóveis: em regra, é competente o foro da situação
da coisa. Mas a lei faculta ao autor a escolha entre os foros de domicílio ou de eleição, caso o
litígio não recaia sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e
demarcação de terras e nunciação de obra nova, conforme prevê o art. 95 do CPC:

Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da
coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o
litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de
terras e nunciação de obra nova.
b) ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos: a lei
faculta ao autor a escolha entre o seu próprio domicílio (domicílio do autor) ou o do local do
fato, ambos igualmente competentes para o conhecimento da causa. É o que se lê no parágrafo
único do art. 100 do CPC:

Art. 100. omissis

Parágrafo único. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de
veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.

c) na fase de cumprimento de sentença: a lei faculta ao exequente optar pela execução do


título judicial perante o juízo do local onde os bens se encontram sujeitos à expropriação ou
perante o juízo do domicílio do executado, consoante a norma do parágrafo único do art. 475-
P do CPC:

Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:

I – os tribunais, nas causas de sua competência originária;

II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição;

III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença
arbitral ou de sentença estrangeira.
Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exequente poderá optar pelo
juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do
executado, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.

Em se tratando de Processo Civil Coletivo, nas ações ajuizadas para a tutela de direitos
individuais homogêneos, há regra específica para a fixação do foro competente, adotando-se o
critério do âmbito do dano. Temos então:

a) dano de âmbito local: é competente a justiça local do foro do lugar onde ocorreu ou deva
ocorrer o dano;

b) dano de âmbito nacional ou regional: é competente a justiça local do foro da capital do


Estado ou o do Distrito Federal.

Nesse sentido, dispõe o art. 93 do CDC:

Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça
local:

I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;

II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito


nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de
competência concorrente.

Todas essas observações revelam a já natural complexidade da matéria. Não obstante, ainda é
possível piorá-la. Basta pensar nas causas oriundas de relações privadas, a envolver pessoas
naturais e jurídicas, com conexão internacional, para o deslinde das quais haja
a concorrência de foros internacionais - todos, em princípio, igualmente competentes. Aí a
dificuldade é tamanha que o Direito desenvolveu uma disciplina autônoma para lidar com o
assunto: trata-se do Direito Internacional Privado, que não é ramo do Direito Internacional
Público, mas se presta a regular determinados aspectos das relações internacionais,
especialmente aqueles que envolvam conflitos de leis no espaço. Nessa matéria, o que importa
é a definição da norma de direito aplicável (se a nacional ou a estrangeira) às relações
jurídicas cujos efeitos ultrapassam as fronteiras dos países envolvidos.

Para todos esses casos, vige, no Direito Processual, o chamado princípio da territorialidade.
Isto é, o Estado está autorizado a aplicar, nos limites do seu próprio território, o direito
nacional. Trata-se de vetor ligado à soberania estatal, mas que deve comportar
temperamentos, máxime no cenário de um mundo globalizado.

É nesse contexto que devem ser compreendidas as regras de competência internacional


estabelecidas no Código de Processo Civil brasileiro. São normas que subtraem dos países
estrangeiros a jurisdição, tomada no prisma de julgar determinadas demandas em caráter
definitivo (aptidão para a formação da coisa julgada material, com força de lei, imutável e
indiscutível, que é corolário do ideal de segurança jurídica).

Basicamente, o art. 88 do CPC estipula as regras aplicáveis a relações jurídicas com conexão
internacional, no bojo das quais é admissível pensar em foros concorrentes (ou cumulativos)
para o conhecimento da causa. Fala-se emcompetência concorrente, na medida em que tanto o
juiz brasileiro quanto o juiz alienígena são competentes para o julgamento da demanda. Eis a
norma:

Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando:

I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;

II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;


III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.

Parágrafo único. Para o fim do disposto no nº I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa


jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal.

Já no art. 89, o legislador aduz as regras do CPC aplicáveis às situações em que somente o
juiz brasileiro é competente para o conhecimento da causa, daí a doutrina falar que se trata de
regra de competência exclusiva. Vamos dar uma olhada nesse dispositivo também:

Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:

I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da


herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.

Por fim, o regramento da competência internacional, no âmbito do Processo Civil brasileiro,


encerra-se com a norma do art. 90 do CPC. Vejamo-la:

Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência, nem obsta a
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que Ihe são conexas.

A regra do art. 90 claramente afasta a eficácia da litispendência, que épressuposto processual


objetivo extrínseco, atrelado à validade da relação jurídica. A litispendência é um fenômeno
do processo que ocorre nas hipóteses de coexistência de demandas em curso e com elementos
idênticos (mesmas partes, mesma causa de pedir, mesmo pedido), de acordo com o §§ 2º e 3º
do art. 301 do CPC:

Art. 301. omissis

§ 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o
mesmo pedido.

§ 3º Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando
se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso.

Note o leitor que minha alusão às regras do CPC é proposital. Isso porque o tema da
competência internacional não se esgota nas disposições do códex. Há regras alhures, como
no caso do Decreto-lei 4.657/42 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), cujo art.
12 prescreve o seguinte:

Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis


situados no Brasil.

§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma


estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira
competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
Essas são premissas que dão embasamento teórico à matéria objeto de cobrança na questão 47
reproduzida no início deste escrito. Retomemos uma vez mais o seu texto:

47

Um contrato de empreitada para a construção de quatro navios foi concluído, por razões
fiscais e de captação de financiamentos, entre as subsidiárias estrangeiras da empresa
brasileira e do estaleiro brasileiro que construirá os navios. O contrato, assinado em
Londres, indica as leis brasileiras como aplicáveis e Londres como foro exclusivo do
contrato. Em decorrência do atraso desmedido na entrega do primeiro navio, a empresa
contratante rescinde o contrato e ingressa em juízo no Brasil, pleiteando do estaleiro, cuja
sede é em Niterói, RJ, a devolução dos pagamentos já feitos.

O estaleiro pode requerer a extinção do feito, por incompetência da justiça brasileira?

(A) Sim, em razão da existência de cláusula de foro exclusivo.

(B) Sim, em razão do forum non conveniens.

(C) Sim, porque o contrato foi assinado no exterior.

(D) Não, porque o contrato seria cumprido no Brasil.

(E) Não, porque o contrato é regido pelo direito brasileiro.

O leitor pode observar que a questão trata sobre competência internacional, tendo como pano
de fundo caso hipotético de conflito de leis no espaço, havendo divergências sobre a
competência do juízo brasileiro frente ao inglês. A pergunta versa sobre as formalidades
necessárias para o prosseguimento do processo, pois pressupõe dúvida quanto à competência
absoluta - que, como vimos antes, épressuposto processual subjetivo (ou requisito de
validade). Trocando em miúdos, a pergunta poderia ser assim formulada: o réu, em sua
contestação, antes de discutir o mérito, pode alegar preliminar de incompetência absoluta
(CPC, art. 301, II), objetivando a declaração de nulidade de todos os atos decisórios do juízo
absolutamente incompetente (CPC, art. 113, § 2º)?

A resposta é negativa.

O fundamento dessa conclusão extrai-se do regramento aplicável às hipóteses de competência


internacional concorrente ou cumulativa, previstos no art. 88 do CPC. Nesse dispositivo, que
já citei anteriormente, há norma específica, a dar conta de que o juízo brasileiro é competente
sempre que a obrigação tiver de ser cumprida no Brasil (CPC, art. 88, II), independentemente
do lugar onde tiver sido celebrado o contrato.

Tal é o caso hipotético apresentado na questão, onde se verifica existir um pacto


contratual, firmado em Londres, que elegeu a capital inglesa como foro exclusivo do contrato.
Ora, à luz do direito interno brasileiro, a cláusula de foro exclusivo não pode prevalecer, dado
que a empreitada seria cumprida no Brasil (construção, pelo estaleiro, dos navios). Essa
circunstância atrai a regra competencial que permite à autoridade brasileira conhecer da ação
em casos nos quais a obrigação tiver de ser cumprida no Brasil (CPC, art. 88, II c/c art.
12,caput, in fine, da LINDB). Tampouco há que se falar em aplicação da teoria escocesa
do forum non conveniens, já que não se cuida de hipótese permissiva de autocontrole de
competência (o juiz não pode, a pretexto de controlar a própria competência, deixar de
conhecer da causa, sob a alegação de abuso no exercício do direito potestativo de escolha do
foro, reputado, assim, por motivos fáticos ou de direito, o foro estrangeiro como o mais
adequado ao julgamento da lide).

Conclusão: a alternativa correta é a letra D.


3. AS REGRAS SOBRE O COMEÇO E FIM DA PERSONALIDADE, O NOME, A
CAPACIDADE OU O DIREITO DE FAMILIA DE BRASILEIRO QUE TENHA

OUTRA NACIONALIDADE ORIGINÃRIA.

a) são determinadas pelo direito brasileiro;

b) são determinadas pelo direito brasileiro e pelo direito do pais da outra nacionalidade,
cabendo ao juiz dirimir as dúvidas decorrentes sobre eventual colisão normativa:

c) são determinadas pelo direito do pais em que for domiciliado:

d) são determinadas pelo direito da pais de local de seu nascimento

Fundamentação do caso: art. 7º , caput, da LINDB. CERTA: C

4. A SUCESSÃO DE BENS DE ESTRANGEIRO SITUADOS NO BRASIL

a) é regulada pela lei do último domicilio em beneficio do cônjuge e filhos brasileiros,ou de


quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei brasileira;

b) é regulada pela lei pessoal do de cujus

c) é regulada pela lei brasileira em beneficio do cônjuge e filhos brasileiros, ou de quem os


represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;

d) é regulada pela lei do último domicilio em beneficio do cônjuge e filhos brasileiros,ou de


quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.;

Fundamentação: art.10º, paragrafo 1º da LINDB. CERTA C

Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VII - Primeira Fase
5. Um jato privado, pertencente a uma empresa norte-
americana, se envolve em um incidente que resulta na queda de uma aeronave comerci
al brasileira em território brasileiro, provocando dezenas de mortes. A família de uma d
as vítimas brasileiras inicia uma ação no Brasil contra a empresa norte-
americana, pedindo danos materiais e morais. A empresa norte-
americana alega que a competência para julgar o caso é da justiça americana. Segund
o o direito brasileiro, o juiz brasileiro

a) Tem competência concorrente porque o acidente ocorreu em território brasileiro.

b)Não tem competência concorrente porque o réu é empresa estrangeira que não opera n
o Brasil.

c)Não tem competência, absoluta ou relativa, e deverá remeter o caso, por carta rogatória
, à justiça americana.

d) tem competência concorrente porque a vítima tinha nacionalidade brasileira.

Fundamentação: É a competência concorrente prevista no art.88, III do CPC.CERTA


A.

6.Um contrato de financiamento, entre uma empresa brasileira e um Banco comercial


holandês com filial em Londres, acaba de ser assinado pelos representantes legais das
partes em Londres. Como garantia, a empresa brasileira deu em hipoteca dois imóveis
situados no Brasil. O contrato nada dispõe sobre a lei aplicável ao mesmo, limitando-se a
indicar Londres como foro competente para as disputas que vierem a surgir entre as
partes.

Segundo o disposto na legislação brasileira, a lei aplicável a esse contrato é a

a) de Londres, em razão da cláusula de foro.

b) de Londres, por ser o local em que o contrato foi concluído.


c) da Holanda, por ser a sede do proponente.

d) brasileira, porque as garantias contratuais estão no Brasil

e) brasileira, por ser o domicílio do devedor.

Fundamentação: ART.9, paragrafo único da LINDB. CERTA B.

Prova: CESPE - 2011 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz

7.Os elementos de conexão brasileiros constituem parte da norma do direito


internacional privado que determina o ordenamento jurídico a ser aplicado a
determinada causa. Assinale a opção correspondente à correta correlação entre fato(s)
jurídico(s) e elemento de conexão na LINDB

a) situação do regime de bens — nacionalidade dos cônjuges

b) qualificação e regulação das obrigações — domicílio dos contratantes

c) formalidades de celebração e impedimentos do casamento — nacionalidade dos


nubentes

d) personalidade e capacidade — domicílio da pessoa

Fundamentação: ART. 7º LINDB. CERTA D.


8.Pelas regras de direito internacional privado brasileiras, um contrato entre duas
empresas brasileiras, assinado em Nova York, com previsão de cumprimento no Brasil e
cláusula de foro indicando São Paulo como foro exclusivo do contrato, é regido pela lei

a) brasileira, por ser o local de cumprimento da obrigação principal.

b) brasileira, por ser o foro exclusivo do contrato.

c) brasileira, por ser a nacionalidade comum das empresas contratantes.

d) norte-americana, por ser o local de assinatura do contrato.

e) norte-americana, apenas com relação à forma e às formalidades.

Fundamentação: Art. 9º LINDB. A questão aí é o contrato e não a obrigação, leia a


pergunta no final. RESPOSTA CORRETA D.

Caso prático:

A e B, cidadãos iranianos refugiados em Portugal ao abrigo da Convenção de Genebra de


1951 relativa ao estatuto dos refugiados (que no seu art. 12.º, n.º 1, prevê: “o estatuto pessoal
de cada refugiado será regido pela lei do país do

seu domicílio, ou, na falta de domicílio, pela lei do país da residência”). Este casal contraiu
matrimónio no Irão, em Outubro de 2005, sem que nenhum deles se tenha deslocado ao país
da sua nacionalidade: com efeito, o Código Civil iraniano, que regula a celebração do
casamento nos arts. 1071.º a 1074.º, prevê, no art. 1071.º, que “cada nubente pode encarregar
um terceiro da celebração do casamento”, o que significa, naquele sistema jurídico, a
admissibilidade da celebração do casamento na presença de procuradores de cada um dos
nubentes (cfr., no CC português, a conjugação dos arts. 1615.º, a), e 1616.º, a)), bem como a
possibilidade - que o direito português não prevê

- de a escolha do outro nubente caber ao próprio procurador. No caso, as


procurações foram outorgadas por A e por B ainda quando cada um deles se encontrava no
Irão, e com a expressa atribuição de poderes aos respectivos procuradores para que
escolhessem com quem o seu representado iria casar, sendo que A e B à data nem sequer se
conheciam. Hoje pretendem proceder ao registo civil dessa união em Portugal, o que lhes é
negado pela Conservatória. Quid iuris, atendendo aos arts. 49.º e 50.º do CC?!

R:

A e B iranianos (L.Nacionalidade) refugiados em Portugal ao abrigo da C.Genebra de 1951.

Artigo 12º/1 . estatuto pessoal de A e B= Lei do País do seu domicilio ou lei do Pais da
residencia , que é PORTUGAL.

Outubro de 2005 - casamento de A com B no Irão por procuração.

Código civil Iraniano 1071 a 1074 - admite o casamento por procuração e a escolha dos
nubentes pelo procurador.

Código civil Português 1615/a e 1616/a - admite o casamento por procuração mas não prevê a
escolha dos nubentes pelos procuradores (ver 1620º).

Procurações foram assinadas por A e B no Irão (A e B nem se conheciam) autorizando aos


respectivos procuradores a escolha do outro nubente.

Hoje , querem registar o casamento em Portugal e isso é-lhe negado!

1. Ordenamentos juridicos: Portugal e Iraniano.

2. Regras de conflito: artigo 49ºCC (est. fam. matrimonial); artigo 50º (qt á forma);

3.Normas materiais: artigo 1071 CC Iraniano e artigo 1615/a e 1616/a CCPortugues;

Temos referencia às normas materiais logo, será um problema de qualificação!

O artigo 49º manda aplicar a lei pessoal (aqui a lei pessoal é a da residencia e não a da
nacionalidade 12/1 CG, o 49 conjuga-se com o 12/1 CG nao com o 31 cc;

O artigo 50º manda aplicar a lei do Estado onde o acto é celebrado;

Irão - Lei Iraniana (permite o casamento)


Não ha problemas de reenvio n. conflitos de sistema. A lei iraniana diria o mesmo que a
nossa.

E, aceitando o registo nao seria chocante? ...

Poderia , mas são eles mesmos que querem registar o casamento, logo não há problema , eles
é que sabem da vida deles!!!

Razão de ser do 12º CG - o dto da nacionalidade nao se deve aplicar pois se o agente é
refugiado há uma grande quebra com o esse ordenamento juridico.

Estatuto matrimonial quanto à substancia (lei pessoal - portuguesa 12/1CG)

Art 50 estatuto matrimonial qt à forma Lei Indiana

Normas materiais 49 aplica-se?


50 aplica-se?

1071 a 1074 CC Iraniano : estatuto matrimonial qt à substancia admite a procuraçao (forma) e


a procuraçao de vontade (esta é a questão principal) - subsume-se no 49 manda aplicar
L.Portuguesa e nao iraniana, logo nao se aplica...

Arts CC PT: estatuto matrimonial quanto à forma - subsume-se no 50? manda aplicar Lei
Iraniana. logo estes arts não se aplicam.

Estamos perante um conflito negativo:


nenhuma das leis chamada a titulo diferente se considera competente
Lacuna

Lançamos mão da adaptação


Esta deve operar ao nivel das regras de conflitos em vez de operar nas regras materiais Prof.
Collaço.
As normas assim obtidas são mais universalizaveis no caso de ocorrer novamente o problema;
a adaptaçao da norma material é muito mais dificil.

Adaptamos o elemento de conexão:


Deveriamos no artigo 49 excluir a aplicaçao do 12/1 e aplicar o 31/1 Nacionalidade!!!
Assim a lei aplicavel poderia ser a iraniana: o 1071 cciraniano subsumia-se no 49º

ou

poderiamos mexer na qualificaçao: normas mat. segundo um principio favor negotii. dizendo
que as normas do cc sao de forma subsumia-se no 50.
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Fim

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Aula 14

Caso prático

A, português residente na cidade do México, explora nessa cidade uma empresa de


empacotamento de frutas e legumes. Em 2007, durante uma feira em Pequim, na China,
contratou com B, pessoa colectiva inicialmente constituída no Nepal mas com sede na Índia, a
venda, por esta a A, de componentes electrónicos para as máquinas de empacotamento
utilizadas por A. Os mesmos deveriam ser entregues a A, em Dezembro de 2007, na cidade de
Coimbra.

a) Qual é a lei que regerá as consequências de um incumprimento do contrato

por B, no caso de ser intentada acção de cumprimento junto dos Tribunais

portugueses? (Suponha, para efeito da aplicação do Regulamento Roma I, que o

contrato é celebrado após 17 de Dezembro de 2009)

b) Por que lei deveria um Tribunal português apreciar a questão da capacidade

de B para a celebração do contrato sabendo que:

-a lei indiana considera competente a lei do lugar da constituição da pessoa colectiva, nos
termos da teoria da dupla devolução;

-a lei nepalesa reconhece competência à lei do lugar onde agiu o representante da pessoa
colectiva, adoptando a teoria da devolução simples; e

-a lei chinesa considera competente a lei do foro demandado, com referência material? Cfr. o
art. 33.º do Código Civil.

c) A sua resposta à questão anterior mantém-se se o negócio for considerado inválido à luz
das leis portuguesa e chinesa, mas válido de acordo com as leis indiana e nepalesa?

R:

Não há indicação de normas materiais, logo não será problema de qualificação.

Estamos perante um problema de lei aplicável.

a) Regulamento Roma I - art.3º, aplicamos a lei escolhida pelas partes (não há) --->artigo 4º
"na falta de escolha..." a) residencia habitual do vendedor (INDIA) ; pessoa colectiva - artigo
19º (local da sua sede);
Artigo 4º/1 a

A lei aplicável é o direito material Indiano.

Al.b Ver artigo 33º

Sede de B-India

A lei Indiana não se considera competente mas antes o Nepal.

L1---->L2-dd--->L3-ds--->L4(lei chilena) ------->L1 (retorno indirecto - de L4 para L1)

L1->L2->L3->L4->L1

Retorno indirecto.

Qual a lei aplicável?

Artigo 18º

L2 aplica o que L3 aplicar

L3 aplica L1 (atende as regras de L4)

L4=L1

Logo, L3-L1 e L2-L1 e L1-L1

Vale a pena aceitar o reenvio pois temos harmonia juridica internacional!

E o artigo 18º/2?

Lei Nacionalidade

Lei residencia habitual

Não aplicamos este nem o 17/2, pois estamos perante uma PESSOA COLECTIVA (não
singular)

H.juridica qualificada - não faz sentido para as pessoas colectivas.

A lei aplicável é L1.


c) Problema validade/invalidade:

Em L1 (inválido)----> L2 (válido)----> L3 (válido)----> L4(inválido)

L1 para L2 L2 para L3 com DD L3 para L4 com DS L4 para L1 com RM;

Se aceitassemos o reenvio o negócio seria inválido....

Se não aceitarmos o reenvio (ref. material) o negócio será válido (L1=L2);

L1 --- L2

RM

Afastamos o reenvio (aplicamos L2 lei indiana (favor negotii) artigo 19º/1 --->16º (RM);

+ interpretação restritiva (+ 2 requisitos): 1. situação já constituida sim!! 2007; 2. que tenha


conexão com o nosso ordenamento à data da const. da relação sim - lugar da execução da
obrigação de B e A é Portugues;

Aplicamos L2 - a Lei Indiana.

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Aula 13

Caso prático:

A, italiano residente na Suíça, declarou em Itália, em 2002, a perfilhação de B, de


nacionalidade portuguesa. Contudo, o acto, celebrado em conformidade com o direito suíço,
é nulo em face da lei italiana. Em que sentido deveria um juiz português apreciá-lo, sabendo
que o direito internacional

privado italiano considera competente a lei pessoal do

perfilhante, praticando um regime de devolução simples, e

que a lei suíça faz uma referência material para a lei do seu

domicílio?

R:

Filiação- artigo 56.

A=Italiano.

L1----> L2 (L.Italiana) (considera-se competente L2) [L1 e L2 aplicam L2]

O reenvio é o método usado para resolver conflitos de sistemas. Neste caso, para já, não há
conflito, logo não se justifica o reenvio...

Mas, de acordo com L2 o acto é nulo. Mas , no País de residência é válido. Qual a sua
importância?
Quando contribuiu para a validade do negócio... mas , não chegamos à Lei Suiça por L1 nem
por L2...

O relevo dado á lei da residência habitual nasce do artigo 31/2 e não pelas referências feitas
pelas regras de conflitos.

Lei Suiça considera-se competente e faz ref. material para si própria, aplica-se!

O facto de fazer ref. material e de a lei italiana fazer dev. simples é irrelevante pois as leis
consideram-se competentes, não remetem para outras...

Interpretação extensiva do 31/2: Reconhecimento de situações constituidas no estrangeiro,


que estão de acordo com uma lei que não é aquela designada na nossa regra de conflitos.

Requisitos:

1. Matérias de estatuto pessoal (sim);

2. Celebrado no pais de residência habitual (não)... parece ter sido em Itália;

3. Conformidade com a lei da residencia habitual (sim);

4. Que essa lei se considere competente (sim);

Não há forma de contornar o problema do ponto 2.?

Será o requisito não preenchido essencial?

Essencial é o facto de o negócio produzir os efeitos à luz da lei da residência habitual - poderá
justificar-se então uma interpretação extensiva para aplicar o 31º/2. (adequando a letra da lei
ao seu espirito, recusando um dos seus requisitos para a poder aplicar);

Então, podemos afastar aquele requisito?


O lugar da celebração do acto não deve ser decisivo para protecção das expectativas dos
particulares.

REQUISITOS que resultam da ratio do 31/2:

1. questão levantada a titulo principal;

2. situação consolidada (que tenha produzido efeitos +/- estáveis (no caso desde 2002);

3.Decorrente de acto/negócio juridico;

4.Não tenha sido objecto de sentença judicial transitada em julgado (se não seria problema de
reconhecimento de sentenças).

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Etiquetas: Aula 13 DIP

Aula 12

Caso prático:

I. A, brasileiro e residente em Portugal, perfilhou B neste País,

sendo tal acto nulo em face do direito português mas válido

em face do direito brasileiro. Quid iuris, sabendo que o direito

brasileiro manda aplicar às questões de filiação a lei do

domicílio com referência material?

II. A, inglês, residente em Paris, morreu em Portugal deixando

bens imóveis em Inglaterra, Itália e Portugal e bens móveis na

Itália. Quais as leis competentes tendo em conta que:


-!o direito inglês pratica a dupla devolução e submete a

sucessão à lei do último domicílio do de cuius;

-!a lei francesa pratica a devolução simples e submete a sucessão

dos móveis à lei do último domicílio do de cuius e a sucessão

dos imóveis à lex rei sitae;

-!o direito Italiano é hostil ao reenvio e manda reger a sucessão

pela lei nacional do de cuius.

I. Problema do reenvio:

Artigo 56º (constituição da filiação) --> manda aplicar a lei pessoal (31º): Nacionalidade
(brasileira);

L1----->L2 (se a L2 se considerasse competente, o problema estaria resolvido);

A lei brasileira remete para a lei portuguesa (domicilio) com referencia material;

L1(LResidencia) --------> L2

L2------------------------->L1 (RM)

Referencia material: remete para as normas materiais;

Haverá retorno?

Devemos analisar o 18º/1


REQUISITOS:

"lei designada pela nossa regra de conflito"

lei brasileira L2

"devolver"

Sim, é o caso.

"direito interno devolver"

Sim, é o caso, há referência material.

Logo, L1=L1; L2=L1; Há har

monia juridica internacional.

Como estamos perante matéria de estatuto pessoal, vamos agora analisar o 18/2.

Requisitos:

Residir em territorio portugues: Sim, está preenchido!

ou

Lei do Pais da residencia considerar competente o direito interno portugues. Nao está
preenchido.
Logo, L1= L1; L2=L1 (Harmonia juridica internacional; harmonia juridica qualificada) Além
do acordo entre leis materiais e regras de conflito há acordo entre a lei da nacionalidade e a lei
da residencia habitual.

Artigo 19º

Aceitamos o reenvio, há harmonia juridica internacional.

MAS ATENÇÃO!

A lei aplicável L1= Portugue

sa, considera o acto NULO.Nestes casos , em que a lei aplicável considera o negocio nulo,
devemos rejeitar o reenvio, em prol do favorecimento da validadedo negocio (favor negotii).

O artigo 19º/1 deve ser restritamente aplicado/interpretado.

Devemos acrescentar - lhe dois requisitos doutrinais que decorrem da ratio da norma e não da
sua letra:

1. Que a situação esteja já c

onstituida (Se não estivesse, nao haveria expectativas legitimas a tutelar;

2. Que, no momento da sua

constituição, a situação tenha contacto com a nossa ordem juridica;

Assim podemos afirmar que as partes tinham considerado a nossa lei (regra de conflito);

Estão ambos preenchidos!


Assim, aplicamos a LEI BRASILEIRA.

II. Problema de sucessão:

Artigo 62º

L1 (L.Portuguesa) --------> L2 (L.Inglesa) remete para L1 ou L3 com DD (dupla devolução)

A ultima residencia será portugal (L1)ou frança (L3)?

Se fosse Portugal....

Retorno para Lei Portuguesa:

L1---------->L2

PT ING

L2---DD--->L1

Artigo 18º/1

A dupla devolução é um sistema de referencia global.

O artigo 18º/1 não está preenchido, logo, segundo FERRER CORREIA, devemos aplicar o
16ºCC.

L1-L2
L2-L2

Harmonia

ou

Segundo Baptista Machado, a

dupla devolução pode ser entendida como fazendo referencia para o

direito material portugues , se este se considerar competente:

L1-L1

L2-L1

Tanto com FERRER como com BAPTISTA obtemos harmonia juridica internacional. Mas é
aconselhável que sigamos BAPTISTA - sempre que possivel, os juizes portugueses devem
aplicar a lei portuguesa ---- principio da boa administração da justiça.

Portanto, aplicamos L1 (P

T) aceitando o reenvio.

Se não quisermos aceitar

o reenvio, aplicamos a L2 Inglesa.

Se fosse em França....

L1 (pt)----->L2 (Inglaterra) --- DD---> L3 (França)


A L3 (França) manda aplicar aos móveis a lei do ultimo domicilio do de cuius (L3 -
considera-se competente)

E manda aplicar aos imoveis a lex rei situae

Portugal ; Inglaterra ; Itália

Bens móveis (Itália)

L1---->L2---->L3 considera-se competente;

Reenvio:

transmissão de competência

art 17/1 - cumprido, artig

o 17/2 cumprido, não cessa o 17º/1, há reenvio.

Aplica-se a L.Francesa.

(verificar os pressupostos verificar se 17/2

tá cumprido)

---------------------------------------------------------------------
Ben

s imóveis

Em Inglaterra:

L2 - aplicará aquela que L3 considerar competente; L3 faz referencia global para a lei inglesa:
a lei inglesa designa a francesa , logo: temos L2=L3; L3=L3; O 17/1 está preenchido. Artigo
17/2: norma de estatuto pessoal; residencia habitual em Portugal? Nao; A lei do Pais de
residencia considera compete

nte o direito interno portugues? Não; O artigo 17º/2 não se preenche, logo, não faz cessar o
17º/1 e assim há reenvio.Aplicamos a lei Francesa.

Imóveis em Itália:
L2 aplica a lei que L3 considerar competente; L3 transmite com DS para L4 e L4 devolve
para L2; LOGO: L4=L2;L3=L2;L2=L2; Se L1=L2 com referencia material, temos
h.j.internacional. L2 é aplicável, a Lei Inglesa. L2 considera-se competente desde inicio, logo

, não há reenvio.

Imóveis em Portugal
L2 aplica a lei que L3 considera competente; L3 lex rei sitae: devolve com devolução simples
para L1 e, L1 manda aplicar L2 (Nacionalidade);

Logo L1=L2; L3=L2;L2=L2;

Não aceitamos o retorno nem a trasmissão de competência; Sem reenvio temo harmonia
juridica internacional! (L1=L2);

Questões Regras de Conexão

1) A respeito dos elementos de conexão no Brasil, assinale a afirmativa correta.


A) A lei da nacionalidade da pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade.

B) A Lex loci executionis é aplicável aos contratos de trabalho, os quais, ainda que tenham
sido celebrados no exterior, são regidos pela norma do local da execução das atividades
laborais.

C) A norma do país em que é domiciliada a vítima aplica-se aos casos de responsabilidade por
ato ilícito extracontratual.

D) O elemento de conexão Lex loci executionis ou Lex loci solutionis é o critério aplicável,
como regra geral, para qualificar e reger as obrigações.

2) José, de nacionalidade brasileira, era casado com Maria, de nacionalidade sueca,


encontrando-se o casal domiciliado no Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na
França, Maria, após o jantar, veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar.
Maria, quando ainda era noiva de José, havia realizado testamento em Londres,
dispondo sobre os seus bens, entre eles dois imóveis situados no Rio de Janeiro. À luz das
regras de Direito Internacional Privado, assinale a afirmativa correta.

A) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância


das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Maria encontrava-se
domiciliada no Brasil.

B) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância


das formalidades, deverá ser aplicada a legislação inglesa, local em que foi realizado o ato de
disposição de última vontade de Maria.

C) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário e à


partilha de bens, porquanto Maria faleceu na França, e não no Brasil.

D) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legislação sueca,
em razão da nacionalidade do de cujus.
3) Em janeiro de 2003, Martin e Clarisse Green, cidadãos britânicos domiciliados no
Rio de Janeiro, casam-se no Consulado-Geral britânico, localizado na Praia do
Flamengo. Em meados de 2010, decidem se divorciar. Na ausência de um pacto
antenupcial, Clarisse requer, em petição à Vara de Família do Rio de Janeiro, metade
dos bens adquiridos pelo casal desde a celebração do matrimônio, alegando que
o regime legal vigente no Brasil é o da comunhão parcial de bens. Martin, no entanto,
contesta a pretensão de Clarisse, argumentando que o casamento foi realizado no
consulado britânico e que, portanto, deve ser aplicado o regime legal de bens vigente no
Reino Unido, que lhe é mais favorável. Com base no caso hipotético acima e nos termos
da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a alternativa correta.

(A) O juiz brasileiro não poderá conhecer e julgar a lide, pois o casamento não foi realizado
perante a autoridade competente.

(B) Clarisse tem razão em sua demanda, pois o regime de bens é regido pela lex domicilli dos
nubentes e, ao tempo do casamento, ambos eram domiciliados no Brasil.

(C) Martin tem razão em sua contestação, pois o regime de bens se rege pela lei do local da
celebração (lex loci celebrationis), e o casamento foi celebrado no consulado britânico.

(D) O regime de bens obedecerá à lex domicilli dos cônjuges quanto aos bens móveis e à lex
rei sitae (ou seja, a lei do lugar onde estão) quanto aos bens imóveis, se houver.

Questões sobre Competência Internacional Homologação de Sentença Estrangeira

4) Um jato privado, pertencente a uma empresa norte‐ americana ,se envolve em um


incidente que resulta na queda de uma aeronave comercial brasileira em território
brasileiro, provocando dezenas de mortes. A família de uma das vítimas brasileiras
inicia uma ação no Brasil contra a empresa norte‐ americana, pedindo danos materiais e
morais. A empresa norte‐americana alega que a competência para julgar o caso é da
justiça americana. Segundo o direito brasileiro, o juiz brasileiro

A) tem competência concorrente porque o acidente ocorreu em território brasileiro.


B) não tem competência concorrente porque o réu é empresa estrangeira que não opera no
Brasil.

C) não tem competência, absoluta ou relativa, e deverá remeter o caso, por carta rogatória, à
justiça americana.

D) tem competência concorrente porque a vítima tinha nacionalidade brasileira.

5) Em junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do


Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de
um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As
contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um
ano depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos de medição das obras
e não conseguem chegar a uma solução amigável. A construtora brasileira decide, então,
ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória com o objetivo de colocar termo ao
contrato.Com relação ao caso hipotético acima, é correto afirmar que

(A) o Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro
para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local onde o contrato é
assinado.

(B) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na
legislação sul-africana, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura.

(C) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na
legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras.

(D) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na legislação
brasileira, pois em litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros aplica-se a lex fori

6) Jogador de futebol de um importante time espanhol e titular da seleção brasileira é


filmado por um celular em uma casa noturna na Espanha, em avançado estado de
embriaguez. O vídeo é veiculado na internet e tem grande repercussão no Brasil.
Temeroso de sercortado da seleção brasileira, o jogador ajuíza uma ação no Brasil
contra o portal de vídeos, cuja sede é na Califórnia, Estados Unidos. O juiz brasileiro
(A) não é competente, porque o réu é pessoa jurídica estrangeira.

(B) terá competência porque os danos à imagem ocorreram no Brasil.

(C) deverá remeter o caso, por carta rogatória, à justiça norteamericana.

(D) terá competência porque o autor tem nacionalidade brasileira

Questões sobre Nacionalidade, Estatuto do Estrangeiro e Saída Compulsória do Estrangeiro

7) Rafael é brasileiro naturalizado e casado com Letícia, de nacionalidade italiana.


Rafael foi transferido pela empresa onde trabalha para a filial na Argentina,
estabelecendo-se com sua esposa em Córdoba. Em 02/03/2009, lá nasceu Valentina, filha
do casal, que foi registrada na repartição consular do Brasil. De acordo com as normas
constitucionais vigentes, assinale a afirmativa correta.

A) Valentina não pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a nacionalidade


brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo derivado e pelo fato de sua mãe ser
estrangeira.

B) Valentina é brasileira nata, pelo simples fato de seu pai, brasileiro, se ter deslocado por
motivo de trabalho, em nada influenciando o modo como Rafael adquiriu a nacionalidade.

C) Valentina somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opção pela
nacionalidade brasileira após atingir a maioridade.

D) Valentina é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de seu pai ser brasileiro
naturalizado e sua mãe, estrangeira

8) A respeito da autorização de trabalho a estrangeiro com vínculo empregatício no


Brasil, assinale a afirmativa correta.

A) Trata‐se de ato administrativo de competência do Ministério do Trabalho, para efeito de


requerimento de visto permanente e/ou temporário, a estrangeiros que desejem trabalhar no
Brasil.
B) O empregador deve se comprometer com o treinamento profissional, mas não é necessário
haver correlação entre a atividade que o estrangeiro exercerá e sua qualificação/experiência
anterior.

C) O empregador que pretender importar mão de obra deverá manter pelo menos metade das
vagas da empresa ocupadas por brasileiros, que também devem responder por, pelo menos,
metade da folha de salários.

D) Trata‐se de ato administrativo de competência do Ministério da Educação, que dispensa a


autorização para o estrangeiro que haja concluído curso de pós‐graduação stricto sensu no
Brasil ou tiver seu diploma estrangeiro revalidado.

9) Jean Pierre, cidadão estrangeiro, foi preso em flagrante em razão de suposta prática
de crime de falsificação de passaporte com o objetivo de viabilizar sua permanência no
Brasil. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.

A) A fraude para obter a entrada e permanência no território brasileiro constitui motivo


suficiente para a expulsão do estrangeiro, cabendo, exclusivamente, ao Presidente da
República, de forma discricionária, resolver sobre a conveniência e oportunidade da sua
retirada compulsória do País.

B) O ilícito deverá ser apurado no âmbito do Ministério da Relações Exteriores, tornando


desnecessária a instauração de processo administrativo ou inquérito para fins de apuração dos
fatos que ensejam a expulsão.

C) O mérito do ato de expulsão é analisado mediante juízo de conveniência e oportunidade


(discricionariedade), sendo descabido o ajuizamento de ação judicial para impugnar suposta
lesão ou ameaça de lesão a direito, devendo, nesse caso, o juiz rejeitar a petição inicial por
impossibilidade jurídica do pedido.

D) A fraude para obter entrada e permanência no território brasileiro não é motivo para
fundamentar ato de expulsão de estrangeiro.

10) João, residente no Brasil há cinco anos, é acusado em outro país de ter cometido
crime político. Nesse caso, o Brasil
(A) pode conceder a extradição se João for estrangeiro.

(B) pode conceder a extradição se João for brasileiro naturalizado e tiver cometido o crime
antes da naturalização.

(C) não pode conceder a extradição, independentemente da nacionalidade de João.

(D) não pode conceder a extradição apenas se João for brasileiro nato.

11) Roberta Caballero, de nacionalidade argentina, está no Brasil desde 2008, como
correspondente estrangeira do jornal “El Diário”, sediado em Buenos Aires. Roberta
possui visto temporário, válido por quatro anos. Em 2011, pouco antes do vencimento
do visto, Roberta recebe um convite do editor de um jornal brasileiro, sediado em São
Paulo, para ali trabalhar na condição de repórter, sob sua supervisão,
mediante contrato de trabalho. Para continuar em situação regular, é correto afirmar
que Roberta

(A) deverá renovar, a cada quatro anos, o visto temporário VI (correspondente estrangeiro) e
requerer autorização de trabalho a estrangeiro com vínculo empregatício.

(B) não poderá aceitar o emprego, pois a Constituição Federal, em seu artigo 222, veda a
atuação de repórteres estrangeiros em qualquer meio de comunicação social.

(C) deverá apenas renovar, a cada quatro anos, o visto temporário VI (correspondente
estrangeiro), pois pessoas de nacionalidade de países do Mercosul não precisam de
autorização de trabalho.

(D) deverá transformar seu visto temporário VI (correspondente estrangeiro) em visto


temporário V (mão de obra estrangeira) e requerer autorização de trabalho a estrangeiro com
vínculo empregatício.

12) Pierre de Oliveira nasceu na França, filho de pai brasileiro (que à época se
encontrava em viagem privada de estudos) e mãe francesa. Viveu até os 25 anos em
Paris, onde se formou em análise de sistemas e se pós-graduou em segurança de rede.
Em 2007, Pierre foi convidado por uma universidade brasileira para fazer parte de um
projeto de pesquisa destinado a desenvolver um sistema de segurança para uso de
instituições financeiras. Embora viajasse com frequência para a França, Pierre passou a
residir no Brasil, optando, em 2008, pela nacionalidade brasileira. No início de 2010,
uma investigação conjunta entre as polícias brasileira e francesa descobriu que Pierre
fez parte, no passado, de uma quadrilha internacional de hackers. Detido em São Paulo,
ele confessou que, entre 2004 e 2005, quando ainda vivia em Paris, invadiu mais de uma
vez a rede de um grande banco francês, desviando recursos para contas localizadas em
paraísos fiscais. Com relação ao caso hipotético acima, é correto afirmar que:

(A) se a França assim requerer, Pierre poderá ser extraditado, pois cometeu crime comum
sujeito à jurisdição francesa antes de optar pela nacionalidade brasileira.

(B) a critério do Ministério da Justiça, Pierre poderá ser expulso do território nacional pelo
crime cometido no exterior antes do processo de aquisição da nacionalidade, a menos que
tenha filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa
economicamente.

(C) Pierre poderá ser deportado para a França, a menos que peça asilo político.

(D) Pierre não poderá ser extraditado, expulso ou deportado em qualquer hipótese.

Gabarito: 1) B; 2) B; 3) B; 4) A; 5) B; 6) B; 7) D; 8; A; 9) a; 10) C; 11) D; 12) D

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