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HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA

A homologação é a aprovação/ ratificação/ confirmação judicial ou


administrativa.
Sentença Estrangeira: Incide no campo entre PJ e PF.
É a decisão de tribunal de determinado país que terá como parte PFxPF,
PJxPJ ou PFxPJ, em que, para ter validade no Direito brasileiro precisa passar por
processo de homologação de sentença estrangeira, onde o STF (Art.105, Inciso I,
Alínea i) também regulado pelos Art. 960, A, Art. 965 CPC e Art.15 CF
Sentença Internacional: É a decisão internacional do tribunal internacional
que tem como partes os Estados Soberanos e não precisa de processo de
homologação de sentença, uma vez que o próprio tratado que o criou proferiu a
decisão já dando legitimidade para a sua execução.
- Ex. CIJ da ONU, TPI do Estatuto de Roma, Corte Interamericana de DH
criada pela Convenção Americana de DH, Tribunal Arbitral do MERCOSUL etc.
- Como a concordância do acordo se baseia na autonomia da vontade, não há
porque discordar de alguma decisão ou não cumprir aquilo determinado.
- O descumprimento da sentença internacional acarretará infrações e sanções,
chegando até mesmo em embargos comerciais humanitários, sociais, financeiros e em
último caso, numa crise diplomática.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
às cartas rogatórias
- Competência originaria
- Uma sentença estrangeira só terá validade se o STJ homologar. Ele não
executa a sentença, isso compete ao Juiz Federal realizar (Art.109, X)
- Exequatur: Autorizar ou determinar o cumprimento de uma carta rogatórias
(uma forma de comunicação entre o juiz de dois países. Ex. Testemunha alemã seja
ouvida no Brasil)
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL

Normas que definirão quais as causas de ordem brasileira, a fim de limitar e


resolver conflitos normativos entre os Estados.
- Limitação junto com o princípio da Efetividade (Só deve haver jurisdição até
onde o Estado consegue promover a execução do seu julgado).

1-) Competência Internacional Concorrente ou Cumulativa (Art.21 e 22


CPC)
As causas podem ser julgadas por um tribunal brasileiro quanto justiça de outro
pais. Podemos ter ações iguais/ idênticas tramitadas no Brasil e em outro país, em
que, ao final do julgamento estrangeiro, a sentença terá de se submeter ao
procedimento de homologação no Brasil.
- Para ter eficácia em nosso território, ela deverá ser homologada (verificar se
não ofende a soberania, é eficaz no país etc.)
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações
em que:
I - O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - No Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no
Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar
as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - Decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio
ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição
nacional.

2-) Competência Exclusiva (Art.23 CPC)


Competência exclusiva do Brasil, pois há nesta matéria interesse financeiro do
Estado da justiça do Estado (Entes Federados).
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer
outra:
I - Conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - Em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da
herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território
nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Não cabe nestes casos a homologação de sentença estrangeira em nenhuma
hipótese.
O problema é o Bem, independentemente se o autor mora ou não no Brasil.

3-) Cláusula de Eleição de Foro (Art.25)


Cabe somente em relações privadas e determinadas.
No contrato, será determinado uma clausula de eleição de foro, ou seja,
determinar onde a resolução do conflito deve ser. Em um contrato de compra e venda
combinam onde e em qual jurisdição o problema será resolvido.
Lembrando que, se for Direito Público e objeto indeterminado, não cabe
clausula de eleição de foro.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro
em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.

4-) Competência Concorrente e Litispendência (Art.24 CPC)


Não ocorrerá nas competências concorrentes a Litisprudencia.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e
não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que
lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e
acordos bilaterais em vigor no Brasil.

5-) Cooperação Jurídica


CONTRATOS, COMERCIO E GUERRA NO DIREITO INTERNACIONAL

Segue alguns decretos que o Br internalizou referente aos acordos


internacionais:

- Decreto n. 1.355 de 30 de dezembro de 1994: promulga a Ata Final que


Incorpora os Resultados da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais
do GATT, bem como o Acordo Constitutivo da Organização Mundial do Comércio.

- Decreto n. 8.327 de 16 de outubro de 2014: promulga a Convenção das


Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias –
Uncitral.

- Decreto n. 19.841 de 22 de outubro de 1945: promulga a Carta das Nações


Unidas de 1945 que contém o Estatuto da Corte Internacional de Justiça.

Segue algumas normas referentes as obrigações (requisitos e regras que


deverão ser cumpridas ao realizar uma obrigação com o Estado brasileiro)

- Art. 9° Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que


se constituírem.
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de
forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira
quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
- Celebrada no estrangeiro, mas deverá ser executada no Brasil
- Requisitos Extrínsecos: Aquilo que está fora do ato.
- Aquilo que chega do estrangeiro deverá ser observada e fiscalizada
dependendo de sua essência. Vigilância sanitária.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que
residir o proponente.
- A obrigação em via de regra deverá ser cumprida no local do objeto ou
pessoa que propôs o contrato. Salvo, quando há cláusula de declaração de foro
(acordo estabelecido para resolverem o conflito em determinado local, sendo referente
ao direito privado e objeto determinado – Art.25).

- Art.21 ao Art.25 CPC: Competências Internacionais.


- Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o
Brasil faz parte e observará:
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos
que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas
fundamentais que regem o Estado brasileiro.
- A cooperação não deverá ofender as Normas de ordem pública (referentes a
soberania do Estado) . Caso contrário elas serão invalidas.
I – Devem respeitas os princípios e garantias no Estado
II - A igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo – Transparências
de suas ações.
IV - A existência de autoridade central – Julgado pela autoridade competente.
V - A espontaneidade na transmissão de informações a autoridades
estrangeiras. – As autoridades estrangeiras podem contribuir com as informações.

- Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:

O comercio internacional é regulamentada pela OMC


As relações comerciais eram incentivadas pelo acumulo de riquezas durante o
mercantilismo por meio de trocas comerciais
- Adam Smith: A riqueza das nações
- Lex Mercatoria: Documento desenvolvido a fim de solucionar os conflitos
decorrentes das primeiras relações comerciais internacionais. Atualmente é utilizada
como fonte subsidiaria.
- Nasce na idade medieval, fruto do uso e costumes na medida em que os
próprios mercadores criavam princípios e regras para regular as transações nacionais
e estrangeiras comerciais.
É conhecida como a lei mercantil ou a lei do mercador e enfatiza a liberdade
contratual. Esta pratica data do século XV.
- Precursora da Arbitragem Internacional
- Harmoniza as fontes existentes
- Tratado de Methuen (Tratado de Panos e Vinhos): Primeiro tratado
internacional. Foi firmado entre Inglaterra e Portugal, envolvendo a lã inglesa e os
vinhos portugueses;
- Cláusula da nação mais favorecida (NMF): Traz à tona tratamentos
desiguais mediante a tratados internacionais, como ocorreu com a França em relação
a Inglaterra e Portugal no Tratado de Panos e Vinho.
- A preferencia e beneficio deverão ser estendidos aos outros países.

Nos séculos XVIII e XIX, com a Revolução Industrial e o início do liberalismo


econômico, o mercantilismo deu lugar ao livre comércio e, consequentemente, ao
fortalecimento do capitalismo. Além de novas formas de acumulação de riqueza, o
capital e a propriedade privada passaram a ser o foco
- Tratado Cobden-Chevalier: Firmado entre a Inglaterra e a França, no qual a
Inglaterra beneficiava a França com reduções e isenções tarifárias. Em troca, a França
eliminou inúmeras proibições no tocante às relações comerciais entre os dois países e
também reduziu as tarifas incidentes sobre os produtos ingleses

 Após as guerras e crises, muitos países optaram por políticas


protecionistas, afim de preservar e se desenvolverem internamente, diminuindo
consideravelmente acordos internacionais

Nas décadas de 1970 e 1980, passamos para a etapa da globalização, que se


aperfeiçoou na atualidade: a financeirização do capitalismo, iniciada com a
implementação de políticas neoliberais (estado mínimo, comercio máximo) nos
governos de:
- Ronald Reagan
- Margaret Thatcher (a dama de ferro)

 Com o desenvolvimento tecnológico e o surgimento da internet para fins


comercial, o cenário e relações comerciais internacionais se intensificam e tem a
Organização Mundial do Comércio (OMC) como reguladora dessas atividades, bem
como solucionadora das controvérsias entre os países em meio dos novos desafios
comercial global.

No intuito de promover maior estabilidade às relações comerciais


internacionais, especialmente os contratos de compra e venda internacional de
mercadorias, em 1988 passou a viger a Convenção de Viena de 1980 – ratificada por
mais de 80 países –, que dispõe sobre os direitos e deveres das partes, bem como
sobre o formato dos contratos, como a redação das cláusulas e a ampliação das
informações necessárias.
No Brasil, a Convenção de Viena foi promulgada pelo Decreto n. 8.327/2014.
De modo semelhante ao Código Civil e ao Código de Defesa do Consumidor
no Brasil, a Convenção de Viena de 1980 também possui disposições sobre:
- Possibilidades de exigir o pagamento,
- Rescindir o contrato ou pedir indenização por perdas e danos, na hipótese de
o comprador não cumprir com as suas obrigações.
- Dispõe sobre hipótese de ocorrência de eventos imprevisíveis, como o caso
fortuito e a força maior
- Incoterms (nternational Commercial Terms (Termos Comerciais
Internacionais): Tem o objetivo de garantir estabilidade e segurança jurídica em
relação aos contratos de compra e venda de mercadorias internacionais.
- São cláusulas padronizadas determinando certas disposições, como a
entrega de mercadoria, prazo, despesas, obrigações, deveres etc.
- Recomendações gerais sem vinculação.

FONTES DO COMERCIO INTERNACIONAL


- Boa fé
- Pacta Sun Servida
- Autonomia da Vontade
- Tratados e Convenções
- Usos e Costumes
- Lei
- Princípios Gerais do Direito
- Doutrina e Jurisprudência
Tais princípios também são extremamente valorizados na prática do comércio
internacional que, somados à autorregulação, buscam a valorização da vontade das
partes contratantes e a flexibilidade no tocante à criação e à aplicação dos
instrumentos jurídicos.
- O contrato deve ser bom para ambas as partes, caso contrário ocorrerá a
nulidade do contrato.

FMI (Fundo Monetário Internacional)


ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)

 Modalidades
- Públicas: Realizadas por duas figuras públicas
- Privadas: Realizadas por duas figuras Privadas
- Híbridas: Uma pública e uma Privada.

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