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CONTRATOS INTERNACIONAIS

Prof. Adler Martins


@ADLER.MARTINS
 LEI X FORO
LITIGÂNCIA INTERNACIONAL

 ESCOLHA ESTRATÉGICA DO FORO É ESSENCIAL

Ex: China e a execução de sentenças estrangeiras


A LITISPENDÊNCIA INTERNACIONAL
NOVO CPC

Art. 24. A ação proposta perante tribunal


estrangeiro não induz litispendência e não
obsta a que a autoridade judiciária brasileira
conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em
contrário de tratados internacionais e acordos
bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante
a jurisdição brasileira não impede a
homologação de sentença judicial estrangeira
A LITISPENDÊNCIA INTERNACIONAL

NOVO CPC

Art. 63. As partes podem modificar a competência em


razão do valor e do território, elegendo foro onde será
proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de


instrumento escrito e aludir expressamente a determinado
negócio jurídico.

§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das


partes.

§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se


abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que
 DETERMINAÇÃO da lei aplicável

Lei de conflito de leis X Lei material


Lei de Introdução

Art. 8o  Para qualificar os bens e regular as


relações a eles concernentes, aplicar-se-á a
lei do país em que estiverem situados.
            
        Art. 9o  Para qualificar e reger as
obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que
se constituirem.

            § 2o  A obrigação resultante do contrato


reputa-se constituida no lugar em que residir
o proponente.
Lei de Introdução

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos


precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição
desta, sem considerar-se qualquer remissão
por ela feita a outra lei.

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país,


bem como quaisquer declarações de vontade,
não terão eficácia no Brasil, quando
ofenderem a soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes.
CISG

Art. 7º

(1) Na interpretação desta Convenção ter-se-ão em conta seu


caráter internacional e a necessidade de promover a
uniformidade de sua aplicação, bem como de assegurar o
respeito à boa fé no comércio internacional.

(2) As questões referentes às matérias reguladas por esta


Convenção que não forem por ela expressamente resolvidas
serão dirimidas segundo os princípios gerais que a inspiram ou,
à falta destes, de acordo com a lei aplicável segundo as regras
de direito internacional privado.
PRINCIPAIS CLÁUSULAS DA PROPOSTA

 Cláusula de escolha da lei aplicável

LEX MERCATORIA

“DIREITO INTERNACIONAL”

Convenções internacionais e leis modelo

CISG
UNIDROIT - Limitações
ARBITRAGEM INTERNACIONAL

Convenção de arbitragem
Câmaras de arbitragem
Custos
Produção de provas – “Discovery”

Mecanismos para evitar o litígio


LEI DE ARBITRAGEM
LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE
1996.
Art. 2º A arbitragem poderá ser de
direito ou de eqüidade, a critério das
partes.
§ 1º Poderão as partes escolher,
livremente, as regras de direito que
serão aplicadas na arbitragem, desde
que não haja violação aos bons
costumes e à ordem pública.
Convenções Internacionais

Convenção sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais


Estrangeiras – Convenção de Nova Iorque, de 1958 - Decreto de nº
4.311/02

Promulga a Convenção Interamericana sobre Eficácia Extraterritorial das


Sentenças e Laudos Arbitrais Estrangeiros, concluída em Montevidéu em 8
de maio de 1979. - DECRETO Nº 2.411, DE 2 DE DEZEMBRO DE 1997

Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional


(Panamá), de 30 de janeiro de 1975 - DECRETO Nº 1.902, DE 9 DE MAIO
DE 1996.

Acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do Mercosul.-


DECRETO Nº 4.719, DE 4 DE JUNHO DE 2003.
Convenções Internacionais

A Convenção de Viena das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e


Venda Internacional de Mercadorias (CISG, na sigla em Inglês, ou CVIM, na
sigla em Francês) DE 1980.
Parecer do Dep. Roberto de Lucena sobre a CISG
, aprovado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional em 1
8/05/2011

Regras Unidroit - UNIDROIT Principles 2016 (black letter rules)

Estatuto da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado -


DECRETO Nº 3.832, DE 1º DE JUNHO DE 2001

Convenção de direito internacional privado, de Havana (Código


Bustamante) DECRETO N. 18.871 – DE 13 DE AGOSTO DE 1929
Convenções Internacionais
UNCITRAL Electronic Contracts Convention

Rotterdam Rules - United Nations Convention on Contracts for the


International Carriage of Goods Wholly or Partly by Sea

Hamburg Rules
Limites à aplicação do Direito Estrangeiro

Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (Antiga LICC)

Art. 15.  Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes
requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no
lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. 
(Vide art.105, I, i da Constituição Federal).
Parágrafo único.  Não dependem de homologação as sentenças meramente declaratórias do
estado das pessoas. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
Art. 16.  Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira,
ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra
lei.
Art. 17.  As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade,
não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os
bons costumes.

RESOLUÇÃO STJ N. 9
Limites à aplicação do Direito Estrangeiro

Lei 9.307/96 (Lei de Arbitragem)

Do Reconhecimento e Execução de Sentenças


Arbitrais Estrangeiras
        Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será reconhecida ou executada no Brasil de
conformidade com os tratados internacionais com eficácia no ordenamento interno e, na
sua ausência, estritamente de acordo com os termos desta Lei.
        Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha sido proferida
fora do território nacional.
        Art. 35. Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentença arbitral estrangeira
está sujeita, unicamente, à homologação do Supremo Tribunal Federal.
        Art. 36. Aplica-se à homologação para reconhecimento ou execução de sentença
arbitral estrangeira, no que couber, o disposto nos arts. 483 e 
484 do Código de Processo Civil.
        Art. 37. A homologação de sentença arbitral estrangeira será requerida pela parte
interessada, devendo a petição inicial conter as indicações da lei processual, conforme o
art. 282 do Código de Processo Civil, e ser instruída, necessariamente, com:
        I - o original da sentença arbitral ou uma cópia devidamente certificada, autenticada
pelo consulado brasileiro e acompanhada de tradução oficial;
        II - o original da convenção de arbitragem ou cópia devidamente certificada,
acompanhada de tradução oficial.
       
Limites à aplicação do Direito Estrangeiro
Art. 38. Somente poderá ser negada a homologação para o reconhecimento ou execução de sentença
arbitral estrangeira,      quando o réu demonstrar que:
        I - as partes na convenção de arbitragem eram incapazes;
        II - a convenção de arbitragem não era válida segundo a lei à qual as partes a submeteram, ou, na
falta de indicação, em virtude da lei do país onde a sentença arbitral foi proferida;
        III - não foi notificado da designação do árbitro ou do procedimento de arbitragem, ou tenha sido
violado o princípio do contraditório, impossibilitando a ampla defesa;
        IV - a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da convenção de arbitragem, e não foi possível
separar a parte excedente daquela submetida à arbitragem;
        V - a instituição da arbitragem não está de acordo com o compromisso arbitral ou cláusula
compromissória;
        VI - a sentença arbitral não se tenha, ainda, tornado obrigatória para as partes, tenha sido anulada,
ou, ainda, tenha sido suspensa por órgão judicial do país onde a sentença arbitral for prolatada.
        Art. 39. Também será denegada a homologação para o reconhecimento ou execução da sentença
arbitral estrangeira, se o Supremo Tribunal Federal constatar que:
        I - segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido por arbitragem;
        II - a decisão ofende a ordem pública nacional.
        Parágrafo único. Não será considerada ofensa à ordem pública nacional a efetivação da citação da
parte residente ou domiciliada no Brasil, nos moldes da convenção de arbitragem ou da lei processual do
país onde se realizou a arbitragem, admitindo-se, inclusive, a citação postal com prova inequívoca de
recebimento, desde que assegure à parte brasileira tempo hábil para o exercício do direito de defesa.
        Art. 40. A denegação da homologação para reconhecimento ou execução de sentença arbitral
estrangeira por vícios formais, não obsta que a parte interessada renove o pedido, uma vez sanados os
vícios apresentados.
Entendimento dos tribunais brasileiros

Ementa
CARTA ROGATÓRIA - CITAÇÃO - AÇÃO DE COBRANÇA DE
DÍVIDA DE JOGO CONTRAÍDA NO EXTERIOR - EXEQUATUR -
POSSIBILIDADE. - Não ofende a soberania do Brasil ou a ordem
pública conceder exequatur para citar alguém a se defender
contra cobrança de dívida de jogo contraída e exigida em
Estado estrangeiro, onde tais pretensões são lícitas.

Data do Julgamento
30/06/2008
Entendimento dos tribunais brasileiros
"Segundo consta do documento de folhas, o interessado teria perdido, em jogo, no
cassino, o montante de US$ 50.000,00 (cinqüenta mil dólares), vindo então a efetuar o
pagamento por meio de cheques, ao fim devolvidos em face da falta de fundos. (...). Ora,
norma de direito internacional, situada no mesmo patamar do artigo regedor da eficácia
das sentenças estrangeiras, revela que "para qualificar e reger as obrigações aplicar-se-á
a lei do país em que se constituírem" - cabeça do artigo 9º da Lei de Introdução ao Código
Civil. Esse dispositivo apenas é condicionado, quando a obrigação deva ser executada no
Brasil, à observância de forma essencial, mesmo assim admitidas as peculiaridades da lei
estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato - § 1º do aludido artigo 9º. Portanto,
não cabe, no caso, aplicar, relativamente à obrigação contraída e objeto de homologação
em juízo, o artigo 1.477 do Código Civil, mas ter presente o direito estrangeiro. É certo
estar a homologação de sentença estrangeira subordinada à ausência de desrespeito à
soberania nacional, à ordem pública e aos bons costumes. Entretanto, na espécie não
concorre qualquer dos obstáculos. (...). A hipótese equipara-se a ação versando sobre os
jogos admitidos no Brasil. Ninguém se atreveria a dizer carecedor da ação alguém que
viesse - e muitos já o fizeram - a demandar visando a receber prêmio de uma das nossas
múltiplas loterias. Somente o que passível de ser rotulado como contravenção é que não
gera a possibilidade de exigir-se em juízo. (...) defiro a execução desta carta rogatória".

(CR 9970 , Min. MARCO AURÉLIO, DJ DATA-01/04/2002 P - 0003, Julgamento em


18/03/2002)
Entendimento dos tribunais brasileiros

Sentença estrangeira — Formalidades — Legislação


aplicável. A sentença estrangeira deve estar revestida das
formalidades impostas pela legislação do país em que
prolatada. Descabe cogitar da estrutura de tal peça
considerados o Código de Processo Civil e a Constituição
nacionais

(SEC 4.590 – Estados Unidos, rel. Marco Aurélio,


Plenário, j. em 05/06/1992).
Entendimento dos tribunais brasileiros

"Decisão que se limita a revelar a sanção aplicada à ré, sem


dizer as razões que orientam o arbítrio, não se qualifica
como hábil à homologação"

(SEC 3.976 – França, rel. Maurício Corrêa, j. em


27/09/1995)

(obs: a decisão anterior representa a doutrina


majoritária)
Entendimento dos tribunais brasileiros

Homologação de sentença estrangeira. Despacho que denega a


concessão de medida cautelar de arresto. Inadmissibilidade de efeito
executivo à sentença estrangeira antes da homologação – AGRG a que
se nega provimento.

(Ag. Reg. SE 3.408-5 – Estados Unidos, rel. Cordeiro Guerra, j. em


01.08.1984.)

Em decisão de 1999, Celso de Mello decidiu ser "incabível, na ação de


homologação de sentença estrangeira, a antecipação da tutela a que se
refere o art. 273 do CPC", invocando o mesmo fundamento da decisão
de 1984: "enquanto não esgotadas as fases rituais da ação de
homologação, [...] não se revela possível conferir eficácia executiva à
sentença emanada de tribunal estrangeiro, mediante juízo de provisória
e antecipada delibação"  

(SE 6069-8, j. em 26/03/1999)


Entendimento dos tribunais brasileiros

Em decisão monocrática de 2003, Marco Aurélio afastou-se


dos precedentes e concedeu uma medida cautelar para
assegurar a efetividade da eventual sentença homologatória
de um laudo arbitral inglês

(Ação Cautelar n.º 13/PR, j. em 08/05/2003)

Resolução 9/2005 da Presidência do Superior Tribunal de


Justiça
Art. 4º, § 3º: "Admite-se a tutela de urgência nos
procedimento de homologação de sentenças estrangeiras."

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