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Art. 1.225.

São direitos reais:


I - a propriedade;
II - a superfície; (FRUIÇÃO)
III - as servidões; (FRUIÇÃO)
IV - o usufruto; (FRUIÇÃO)
V - o uso; (FRUIÇÃO)
VI - a habitação; (FRUIÇÃO)
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; (DE
AQUISIÇÃO)
VIII - o penhor; (GARANTIA)
IX - a hipoteca; (GARANTIA)
X - a anticrese. (GARANTIA)
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (FRUIÇÃO)
XII - a concessão de direito real de uso; e (FRUIÇÃO)
DO USO

O direito real de uso pode ser constituído de forma


gratuita ou onerosa, havendo a cessão apenas do
atributo de utilizar a coisa, seja ela móvel ou
imóvel (o U do GRUD).

Por isso se justifica as nomenclaturas usufruto


anão, nanico ou reduzido, utilizadas tanto pela
doutrina clássica quanto pela contemporânea. A
transmissão de atributos dominiais, como se nota,
é menor do que ocorre no usufruto.
São partes do direito real em comento:

a) o proprietário, aquele que faz a cessão real


da coisa; e
b) o usuário, que tem o direito personalíssimo
de uso ou utilização da coisa. Recaindo
sobre imóvel, o direito real de uso deve ser
registrado no Cartório de Registro de
Imóveis (art. 167, I, n. 7, da Lei 6.015/1973).

A natureza real da categoria, com efeitos erga


omnes, diferencia o instituto da locação.
TÍTULO VII
Do Uso

Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus


frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua
família (TEORIA DO PATRIMÔNIO MÍNIMO).

§ 1º Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário


conforme a sua condição social e o lugar onde viver.

§ 2º As necessidades da família do usuário compreendem as


de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu
serviço doméstico.

Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à


sua natureza, as disposições relativas ao usufruto.
DA HABITAÇÃO

O direito real de habitação constitui o mais restrito dos


direitos reais de fruição, eis que apenas é cedida uma
parte do atributo de usar, qual seja, o direito de habitar o
imóvel (fração do U do GRUD). São partes da habitação: a)
o proprietário, que transmite o direito; e b) o habitante,
que tem o direito de moradia em seu benefício.

Tal direito real pode ser legal ou convencional, decorrendo


o último de ato inter vivos ou testamento. Recaindo sobre
imóvel, o direito real de habitação convencional deve ser
registrado no Cartório de Registro de Imóveis (art. 167, I,
n. 7, da Lei 6.015/1973), norma que não se aplica ao
direito de habitação legal que decorre do Direito das
Sucessões.
Direito de Habitação
DA HABITAÇÃO

A norma visa a proteger o direito de


moradia do cônjuge, direito fundamental
reconhecido pelo art. 6.º da Constituição
Federal.
TÍTULO VIII
Da Habitação

Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar


gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode
alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua
família.

O caráter gratuito da habitação é claro no art. 1.414 do CC/2002,


pelo qual o titular deste direito não a pode alugar, nem
emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família.

Ademais, a norma deixa claro o caráter personalíssimo da


categoria (intuitu personae), não sendo possível ceder o direito a
terceiros, eis que o instituto visa à moradia específica do
beneficiado.
TÍTULO VIII
Da Habitação

Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma


pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar
aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem,
querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la.

Havendo direito real de habitação simultâneo, conferido a mais de uma


pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar
aluguel à outra, ou às outras, o que ressalta o seu caráter gratuito (art.
1.415 do CC/2002). Porém, esse habitante exclusivo não pode as inibir
de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de
habitá-la. Em suma, é possível o compartilhamento compulsório do
imóvel.

Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua
natureza, as disposições relativas ao usufruto.
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA FINS DE MORADIA.

Art. 1.225. São direitos reais:


I - a propriedade;
II - a superfície; (FRUIÇÃO)
III - as servidões; (FRUIÇÃO)
IV - o usufruto; (FRUIÇÃO)
V - o uso; (FRUIÇÃO)
VI - a habitação; (FRUIÇÃO)
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; (DE AQUISIÇÃO)
VIII - o penhor; (GARANTIA)
IX - a hipoteca; (GARANTIA)
X - a anticrese. (GARANTIA)
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (FRUIÇÃO)
XII - a concessão de direito real de uso; e (FRUIÇÃO)
XIII - a laje(FRUIÇÃO)
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA
FINS DE MORADIA.

Tais direitos reais referem-se a áreas públicas,


geralmente invadidas e urbanizadas por favelas.

Houve um claro intuito de regularização jurídica


das áreas favelizadas, dentro da política de
reforma urbana, para que a situação de
antidireito passe a ser tratada pelo Direito.
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA FINS DE
MORADIA.

A concessão de uso poderá ser contratada, por instrumento


público ou particular, ou por simples termo administrativo
firmado pelo órgão estatal.

Tal documento será inscrito em livro especial, no Cartório de


Registro de Imóveis (art. 7.º, § 1.º, do Decreto-lei 271/1967).

Desde a inscrição da concessão de uso, o concessionário fruirá


plenamente do terreno para os fins estabelecidos no
instrumento de constituição, e responderá por todos os
encargos civis, administrativos e tributários que venham a
incidir sobre o imóvel e suas rendas, caso de impostos prediais
(art. 7.º, § 2.º, do Decreto-lei 271/1967).
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA FINS
DE MORADIA.

A concessão de uso, salvo disposição em


contrário no instrumento, transfere--se por ato
inter vivos, ou por sucessão legítima ou
testamentária, como os demais direitos reais
sobre coisas alheias, registrando-se a
transferência no Cartório de Registro de Imóveis
(art. 7.º, § 4.º, do Decreto-lei 271/1967). Nota-se,
portanto, que a categoria não tem caráter
personalíssimo ou intuitu personae, ao contrário
do usufruto e do direito real de uso
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA FINS DE MORADIA.

Por outra via, a concessão de uso especial para fins de moradia


consta da Medida Provisória 2.220/2001, que ainda continua em
tramitação.

Dispõe a dita Medida Provisória, em seu art. 1.º, que aquele que,
até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta
metros quadrados de imóvel público situado em área urbana,
utilizando-o para sua moradia ou de sua família, tem o direito à
concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao
bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou
concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou
rural. A única alteração feita pela Lei 13.465/2017 diz respeito à
menção ao novo lapso temporal, com o fim de ampliar a extensão
do direito real.
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA FINS DE
MORADIA.

Apesar da similaridade, não se trata de usucapião


urbana, pois o instituto recai sobre bens públicos, que
não admitem tal forma de aquisição originária.

A natureza real da categoria foi reconhecida por


recente julgado do Superior Tribunal de Justiça, que
admitiu a possibilidade de sua partilha em sede de
união estável constituída pelo regime da comunhão
parcial de bens (STJ, REsp 1.494.302/DF, 4.ª Turma,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 13.06.2017,
DJe 15.08.2017).
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA
FINS DE MORADIA.

A natureza da categoria é de uma cessão de


moradia próxima ao direito real de
habitação.

O instituto não é personalíssimo, ao


contrário do que ocorre com a habitação.
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA FINS DE MORADIA.

O título de concessão de uso especial para fins de moradia será


obtido pela via administrativa, perante o órgão competente da
Administração Pública ou, em caso de recusa ou omissão deste, pela
via judicial. No âmbito administrativo, a Administração Pública terá o
prazo máximo de doze meses para decidir o pedido formulado pelo
requerente da concessão, contado da data de seu protocolo. Na
hipótese de bem imóvel da União ou dos Estados, o interessado
deverá instruir o requerimento de concessão de uso especial para fins
de moradia com certidão expedida pelo Poder Público municipal, que
ateste a localização do imóvel em área urbana e a sua destinação para
moradia do ocupante ou de sua família. Em caso de necessidade de
ação judicial, a concessão de uso especial para fins de moradia será
declarada pelo juiz, mediante sentença. O título conferido por via
administrativa ou por sentença judicial servirá para efeito de registro
no cartório de registro de imóveis. Tudo isso consta do art. 6.º da
Medida Provisória.
DAS CONCESSÕES ESPECIAIS DE USO E PARA FINS DE MORADIA.

A extinção do direito à concessão de uso especial para fins de moradia está


tratada pelo art. 8.º da MP, sendo as suas hipóteses:

I – Se o concessionário der ao imóvel destinação diversa da moradia para si


ou para sua família.

II – Se o concessionário adquirir a propriedade ou a concessão de uso de


outro imóvel urbano ou rural, uma vez que a concessão deve ser única.

Em ambos os casos, a extinção será averbada no cartório de registro de


imóveis, por meio de declaração do Poder Público concedente (art. 8.º,
parágrafo único, da MP).

Deve ficar bem claro que os institutos constituem alternativas de


regularização fundiária possível, eis que não se pode adquirir as citadas
áreas públicas por usucapião (arts. 183, § 3.º, e 191, parágrafo único, da
CF/1988).

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