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RESPONSABILIDADE CIVIL

Prof. Ricardo Duarte – ricardo.duarte1@unimep.br

Tartuce, Flávio - Manual de responsabilidade civil : volume único / Flávio


Tartuce. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.
• teoria do risco concorrente

• Constatamos que a classificação da culpa presumida não interessa mais à


prática, ao contrário da classificação da culpa pelo seu grau, que remonta
ao Direito Romano.

• Vejamos essa última classificação (quanto ao grau de culpa).

• Na culpa lata ou culpa grave, há uma imprudência ou negligência crassa. O


agente até que não queria o resultado, mas agiu com tamanha culpa de tal
forma que parecia que o quisesse. Em casos tais, o efeito é o mesmo dolo,
ou seja, o ofensor deverá pagar indenização integral (a culpa grave equipara-
se ao dolo – culpa lata dolus aequiparatur). Não havendo culpa
concorrente, da vítima ou de terceiro, não merecerá aplicação a redução
proporcional da indenização (arts. 944, parágrafo único, e 945 do CC).
• teoria do risco concorrente

• Constatamos que a classificação da culpa presumida não interessa mais


à prática, ao contrário da classificação da culpa pelo seu grau, que
remonta ao Direito Romano.

• Vejamos essa última classificação (quanto ao grau de culpa).


• teoria do risco concorrente

• da classificação da culpa pelo seu grau culpa lata ou


culpa grave

classificação da
culpa leve ou
culpa pelo seu
culpa média
grau

culpa levíssima
• teoria do risco concorrente

• Na culpa lata ou culpa grave, há uma imprudência ou negligência


crassa. O agente até que não queria o resultado, mas agiu com tamanha
culpa de tal forma que parecia que o quisesse. Em casos tais, o efeito é
o mesmo dolo, ou seja, o ofensor deverá pagar indenização integral (a
culpa grave equipara-se ao dolo – culpa lata dolus aequiparatur). Não
havendo culpa concorrente, da vítima ou de terceiro, não merecerá
aplicação a redução proporcional da indenização (arts. 944, parágrafo
único, e 945 do CC).
• A culpa leve ou culpa média é a culpa intermediária, situação em que a
conduta se desenvolve sem a atenção normalmente devida.

• Utiliza-se como padrão a pessoa humana comum (culpa in abstrato).

• Em havendo essa culpa intermediária e concorrente em relação a terceiro ou


à própria vítima, merecem aplicação os arts. 944 e 945 do CC: (aplica-se
também aos casos de dano moral)

• “Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


• Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa
e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização”.
• “Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a
sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano”.
• ATENÇÃO -

• ENUNCIADO 629 – Art. 944: A indenização não inclui os prejuízos


agravados, nem os que poderiam ser evitados ou reduzidos mediante
esforço razoável da vítima. Os custos da mitigação devem ser
considerados no cálculo da indenização.

• Enunciado n. 169 do CJF/STJ da III Jornada de Direito Civil, pelo qual “o


princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento
do próprio prejuízo”.

• “Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


• Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização”.
• ATENÇÃO teoria do risco concorrente

• A redução equitativa da indenização é admitida pelo próprio Código Civil de


2002 também em seu art. 738, parágrafo único, que trata do contrato de
transporte, situação típica de responsabilidade objetiva.

• Art. 738. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas pelo


transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários,
abstendo-se de quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos
passageiros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou impeçam a execução
normal do serviço.
• Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for atribuível à
transgressão de normas e instruções regulamentares, o juiz reduzirá
eqüitativamente a indenização, na medida em que a vítima houver concorrido
para a ocorrência do dano.
• Por fim, surge a culpa levíssima, no menor grau possível, situação em
que o fato só teria sido evitado mediante o emprego de cautelas
extraordinárias ou de especial habilidade.

• Ex: atropelamento que só um piloto profissional evitaria o acidente de


trânsito.

• No Direito Civil, em regra, responde-se inclusive pela culpa levíssima,


porque se tem em vista a extensão do dano (art. 944 do CC), mas a
indenização a ser paga deverá ser reduzida mais ainda (945 CC - grau de
culpabilidade).
• O NEXO DE CAUSALIDADE

• Para Tartuce: relação de causa e efeito entre a conduta culposa ou o


risco criado e o dano suportado por alguém.

• Para Sérgio Cavalieri Filho: É o vínculo, a ligação ou relação de causa e


efeito entre a conduta e o resultado.
• O NEXO DE CAUSALIDADE

• Se houver dano sem que a sua causa esteja relacionada com o


comportamento do suposto ofensor, inexiste a relação de causalidade,
não havendo a obrigação de indenizar.

• Responsabilidade subjetiva= nexo de causalidade + conduta com


previsão legal de responsabilização com culpa genérica ou lato sensu +
dano (art. 186 do CC).

• Responsabilidade objetiva = nexo de causalidade + conduta com


previsão legal de responsabilização sem culpa ou pela atividade de
risco + dano (art. 927, parágrafo único, do CC) .
• Teorias justificadoras do nexo de causalidade

• Teoria da equivalência das condições ou do histórico dos antecedentes (sine


qua non) – todos os fatos relativos ao evento danoso geram a
responsabilidade civil. Essa teoria, não adotada no Brasil, tem o grande
inconveniente de ampliar em muito o nexo de causalidade, até o infinito.

• Teoria da causalidade adequada – teoria desenvolvida por Von Kries, pela


qual somente o fato relevante ou causa necessária para o evento danoso
gera a responsabilidade civil, devendo a indenização ser adequada aos fatos
que a envolvem.

• Teoria do dano direto e imediato ou teoria da interrupção do nexo causal


– Somente devem ser reparados os danos que decorrem como efeitos
necessários da conduta do agente.
• Teorias justificadoras do nexo de causalidade

• Para Gustavo Tepedino e Gisela Sampaio da Cruz, a teoria adotada foi


a do dano direto e imediato, pelo que consta do art. 403 do Código
Civil .

• Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas


e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito
dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
• Teorias justificadoras do nexo de causalidade

• Para Tartuce foi adotada a teoria da causalidade adequada, eis que a


indenização deve ser adequada aos fatos que a cercam. Essa conclusão
pode ser retirada dos arts. 944 e 945 do CC.

• Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


• Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.

• Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento


danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de
sua culpa em confronto com a do autor do dano.
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• Essas excludentes mantêm relação com a teoria do dano direto e


imediato, segundo a doutrina que adota essa corrente. De qualquer
forma, deve-se dizer que tais excludentes não afastam a teoria da
causalidade adequada. São elas:

• a) a culpa exclusiva ou o fato exclusivo da vítima;


• b) a culpa exclusiva ou o fato exclusivo de terceiro;
• c) o caso fortuito e a força maior (o caso fortuito é o evento totalmente
imprevisível, enquanto que a força maior seria o evento previsível, mas
inevitável)
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• a culpa exclusiva ou o fato exclusivo da vítima

• “Indenização – Ato ilícito – Pedido de indenização por danos morais –


Afogamento de filho menor em piscina de clube – Saneador não
impugnado pelos meios e prazos próprios – Preclusão – Ausência de
culpa ‘in vigilando’ do requerido – Menor que entrou clandestinamente
nas dependências de clube, sem ser sócio, para nadar em piscina em
construção, cercada por fios de arame farpado – Culpa exclusiva da
vítima, extensiva como culpa ‘in vigilando’ de seus pais, porque menor
impúbere – Recurso não provido” (TJSP, Apelação Cível 107.798-4-
Franco da Rocha, 3.ª Câmara de Direito Privado, Relator: Carlos Stroppa,
07.11.2000, v.u.).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE
• a culpa exclusiva ou o fato exclusivo de terceiro

• “Responsabilidade civil – Acidente de trânsito – Veículo abalroado em


estacionamento por coletivo que o invadiu – Ônibus da ré teve seu livre
trânsito interceptado por um caminhão, não tendo sido possível ao seu
motorista evitar o choque – Culpa exclusiva de terceiro evidenciada –
Ação improcedente – Recurso improvido” (Primeiro Tribunal de Alçada
Civil de São Paulo, Processo: 1041592-0, Recurso: Apelação Sum.,
Origem: Guarulhos, Julgador: 11.ª Câmara, julgamento 21.02.2002,
relator: Antonio José Silveira Paulilo, Decisão: negaram provimento,
v.u.).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• caso fortuito

• “Responsabilidade civil – Município – Mauá – Indenização por danos


causados por enchente – Chuvas acima dos padrões normais, que
provocaram inundações – Culpa atribuída ao serviço público municipal,
pela inexistência ou má prestação dos serviços de prevenção e contenção
de águas do Rio Tamanduateí – Falta de prova quanto ao argumento –
Ocorrência, por outro lado, de anormal índice pluviométrico à época da
inundação, com decretação de calamidade pública – Causa excludente
(caso fortuito/força maior) caracterizada, afastando a obrigatoriedade de
indenizar – Sentença de improcedência mantida – Recurso voluntário
improvido” (TJSP, Apelação Cível 75.708-5-Mauá, 7.ª Câmara de Direito
Público, Rel. Lourenço Abbá Filho, 31.07.2000, v.u.).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• Força maior

• “Responsabilidade civil – Acidente de trânsito – Colisão em cruzamento


– Evento causador por condutor de veículo roubado – Fato que constitui
causa excludente da responsabilidade dos seus proprietários, por
caracterizar força maior – Indenizatória improcedente – Recurso
improvido” (Primeiro Tribunal de Alçada Civil de São Paulo, Processo:
0951137-9, Recurso: Apelação Sum., Origem: Osasco, Julgador: 8.ª
Câmara de Férias de Janeiro de 2001, julgamento: 31.01.2001, Relator:
Carlos Alberto Lopes, publicação: RT 789/263).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• Enunciado n. 443 da V Jornada de Direito Civil: “o caso fortuito e a


força maior somente serão considerados como excludentes da
responsabilidade civil quando o fato gerador do dano não for conexo à
atividade desenvolvida”

• Ou seja, é preciso relacionar o evento danoso com a atividade


desenvolvida pelo agente, ou seja, com o risco do empreendimento,
risco do negócio ou risco-proveito.
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• A ideia remonta à divisão dos eventos em internos e externos,


desenvolvida por Agostinho Alvim. De acordo com as palavras do
doutrinador:
• “Se a sua responsabilidade fundar-se no risco, então o simples caso
fortuito não o exonerará. Será mister haja força maior, ou como alguns
dizem, caso fortuito externo. Nesta última hipótese, os fatos que
exoneram vêm a ser: culpa da vítima, ordens de autoridade (fait du
prince), fenômenos naturais (raio, terremoto), ou quaisquer outras
impossibilidades de cumprir a obrigação, por não ser possível evitar o fato
derivado de força externa invencível, guerra revolução” (ALVIM,
Agostinho. Da inexecução..., 1949, p. 290-291).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• Assim, para Tartuce os eventos internos são aqueles que entram no


risco do empreendimento, não podendo ser enquadrados como caso
fortuito ou força maior. Por outra via, os eventos externos estão fora do
risco do negócio, enquadrando-se como caso fortuito ou força maior.
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• “Civil – Indenização – Transporte coletivo (ônibus) – Assalto à mão armada seguido de morte
de passageiro – Força maior – Exclusão da responsabilidade da transportadora. 1. A morte
decorrente de assalto à mão armada, dentro de ônibus, por se apresentar como fato
totalmente estranho ao serviço de transporte (força maior), constitui-se em causa excludente
da responsabilidade da empresa concessionária do serviço público. 2. Entendimento pacificado
pela Segunda Seção. 3. Recurso especial conhecido e provido” (STJ, REsp 783.743/RJ, 4.ª
Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves, j. 12.12.2005, DJ 01.02.2006, p. 571).
• “Processo civil – Recurso especial – Indenização por danos morais e estéticos – Assalto à mão
armada no interior de ônibus coletivo – Força maior – Caso fortuito – Exclusão de
responsabilidade da empresa transportadora – Configuração. 1 – Este Tribunal já proclamou o
entendimento de que fato inteiramente estranho ao transporte (assalto à mão armada no
interior de ônibus coletivo) constitui caso fortuito, excludente de responsabilidade da empresa
transportadora. 2 – Entendimento pacificado pela Eg. Segunda Seção desta Corte. Precedentes:
REsp 435.865/RJ; REsp 402.227/RJ; REsp 331.801/RJ; REsp 468.900/RJ; REsp 268.110/RJ. 3 –
Recurso conhecido e provido” (STJ, REsp 714.728/MT, 4.ª Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, j.
12.12.2005, DJ 01.02.2006, p. 566).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• Quanto ao assalto ocorrido no interior de estabelecimentos bancários, a


jurisprudência nacional tem afastado a sua caracterização como caso
fortuito ou força maior, mantendo o dever de indenizar da instituição
bancária, por aplicação da teoria do risco do empreendimento da
instituição bancária (ou risco-proveito)
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• “Responsabilidade civil – Morte de menor – Assalto à agência bancária – Indenização – Dano


moral – Quantum indenizatório – Razoabilidade – Despicienda a análise de eventual conduta
culposa por parte da instituição financeira-recorrente, visto ser objetiva a sua responsabilidade
em hipóteses como a dos autos. Demais disso, em razão da previsibilidade, não configura o
roubo evento de força maior, como pretendido. O valor arbitrado a título de danos morais pelos
juízos ordinários não se revela exagerado ou desproporcional às peculiaridades da espécie, não
justificando, portanto, a excepcional intervenção desta Corte para rever
o quantum indenizatório. Recurso especial não conhecido” (STJ, REsp 694.153/PE, Rel. Min.
Cesar Asfor Rocha, 4.ª Turma, j. 28.06.2005, DJ 05.09.2005, p. 429).

• “Indenização – Responsabilidade civil – Assalto em estabelecimento localizado no subsolo de


agência bancária – Ação procedente – Legitimação passiva da instituição financeira – Caso
fortuito ou força maior – Não caracterização – Evento previsível – Recursos improvidos” (TJSP,
Apelação Cível 123.450-4/5-São Paulo, 2.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Osvaldo Caron,
11.06.2002, v.u.).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• Já os eventos ocorridos no exterior da instituição bancária fogem do risco do empreendimento,


constituindo um evento externo.
• A instituição financeira não pode ser responsabilizada por assalto sofrido por sua correntista em via
pública, isto é, fora das dependências de sua agência bancária, após a retirada, na agência, de valores
em espécie, sem que tenha havido qualquer falha determinante para a ocorrência do sinistro no
sistema de segurança da instituição. O STJ tem reconhecido amplamente a responsabilidade objetiva
dos bancos pelos assaltos ocorridos no interior de suas agências, em razão do risco inerente à
atividade bancária. Além disso, já se reconheceu, também, a responsabilidade da instituição financeira
por assalto acontecido nas dependências de estacionamento oferecido aos seus clientes exatamente
com o escopo de mais segurança. Não há, contudo, como responsabilizar a instituição financeira na
hipótese em que o assalto tenha ocorrido fora das dependências da agência bancária, em via pública,
sem que tenha havido qualquer falha na segurança interna da agência bancária que propiciasse a
atuação dos criminosos após a efetivação do saque, tendo em vista a inexistência de vício na
prestação de serviços por parte da instituição financeira. Além do mais, se o ilícito ocorre em via
pública, é do Estado, e não da instituição financeira, o dever de garantir a segurança dos cidadãos e de
evitar a atuação dos criminosos. Precedente citado: REsp 402.870/SP, DJ 14.02.2005” (STJ, REsp
1.284.962/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 11.12.2012).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• CUIDADO – ESTACIONAMENTO.

• Caso o estacionamento esteja a serviço e conexo com a atividade


comercial de uma loja ou shopping teremos fortuito interno, caso seja
estacionamento público e gratuito haverá fortuito externo.
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• “Em casos de roubo, a jurisprudência desta Corte tem admitido a interpretação


extensiva da Súmula n. 130/STJ para entender configurado o dever de indenizar de
estabelecimentos comerciais quando o crime for praticado no estacionamento de
empresas destinadas à exploração econômica direta da referida atividade (hipótese
em que configurado fortuito interno) ou quando esta for explorada de forma indireta
por grandes shopping centers ou redes de hipermercados (hipótese em que o dever
de reparar resulta da frustração de legítima expectativa de segurança do
consumidor). No caso, a prática do crime de roubo, com emprego inclusive de arma
de fogo, de cliente de atacadista, ocorrido em estacionamento gratuito, localizado
em área pública em frente ao estabelecimento comercial, constitui verdadeira
hipótese de caso fortuito (ou motivo de força maior) que afasta da empresa o dever
de indenizar o prejuízo suportado por seu cliente (art. 393 do Código Civil)” (STJ,
REsp 1.642.397/DF, 3.ª Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j.
20.03.2018, DJe 23.03.2018).
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE
• EXCLUDENTES TOTAIS DO NEXO DE CAUSALIDADE

• ATENÇÃO – FORTUITO INTERNO E FORTUITO EXTERNO

• O Superior Tribunal de Justiça em julgado publicado no seu Informativo n. 433, entendeu


que o episódio é totalmente externo ou estranho ao risco do empreendimento, não se
podendo falar em responsabilização civil dos prestadores de serviços em casos tais (STJ,
REsp 1.164.889/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador
convocado do TJAP), j. 04.05.2010, DJe 19.11.2010).

• Essa forma de julgar foi confirmada pelo mesmo Tribunal Superior em aresto mais recente,
segundo o qual “não se revela razoável exigir das equipes de segurança de um cinema ou de
uma administradora de shopping centers que previssem, evitassem ou estivessem
antecipadamente preparadas para conter os danos resultantes de uma investida homicida
promovida por terceiro usuário, mesmo porque tais medidas não estão compreendidas
entre os deveres e cuidados ordinariamente exigidos de estabelecimentos comerciais de tais
espécies (REsp 1.384.630/SP, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. p/ Acórdão
Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 20.02.2014, DJe 12.06.2014;
grifou-se).
• Próxima aula

• DANO OU PREJUÍZO

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