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SEGUNDA PROVA

DIREITO CIVIL VII – RESPONSABILIDADE CIVIL


RESUMÃO – SEGUNDA PROVA

1. RESPONSABILIDADE PELO FATO DA COISA (ART. 936 a 938, CC)

- Aquele que colocar um produto no mercado, assumirá a responsabilidade pelo


produto.
 Bens colocados no mercado de consumo: a lei faz presumir o risco da
atividade;

a) Responsabilidade pelo vício do produto ou serviço: Art. 18 a 20,


CDC: - Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis
respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os
tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam.
- O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os
tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da
oferta ou mensagem publicitária. Aqui será facultado o abatimento do valor, a
devolução do valor ou a troca do produto.

b) Responsabilidade pelo fato da coisa ou do serviço: Art. 12 a 14, CDC.


- Na responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço (acidente de
consumo), o defeito extrapola a esfera da coisa ou do serviço prestado e
atinge a incolumidade física ou psíquica da pessoa, podendo gerar dano
passível de reparação independentemente de culpa. Não haverá faculdade,
sendo necessariamente indenização pelo fato da coisa ou do serviço.

2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA (VÍCIO DO PRODUTO)

- Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis


respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os
tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam.

OBS: para Responsabilidade pelo Fato, a regra é não haver solidariedade.

 Responsabilidade do Credor pela demanda indevida (art. 939 e 940)

Trata-se de responsabilidade subjetiva (precisa provar a culpa ou dolo);


Já o Art. 42 do CDC:

 Interpretação aponta a responsabilidade objetiva;

 A jurisprudência traz a necessidade de demonstrar culpa.


Possibilidade de arguição do engano justificável.
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 Dispensa da Reconvenção para devolução em dobro por cobrança de


dívida paga.

 STJ:

REsp.1.111.270: tem que pedir;


REsp.1.106.999: dispensa o pedido.

3. INDENIZAÇÃO

É o nome que se dá à obrigação decorrente da responsabilidade. Pode ocorrer


por ato ilícito, descumprimento de contrato, ou exercício de atividade de risco.

- Princípio da Proporcionalidade: A indenização mede-se pela extensão do


dano. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. (art. 944, CC).

- Princípio da Reparação Integral: a fixação da regra de proporcionalidade


entre a extensão do dano e a indenização, permite concluir a premissa da
reparação integral.

REsp. 1.344.962-DF: presunção de capacidade laborativa não exclui a reparação


integral.

 Súmula 37, STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano
moral oriundos do mesmo fato.

 Súmula 246, STJ: É irrecorrível o ato judicial que apenas manda processar
a concordata preventiva.

 Indenização tarifada: não é aplicada.

 Súmula, 281, STJ: A indenização por dano moral não está sujeita à
tarifação prevista na Lei de Imprensa.

 Adequação do valor da indenização às circunstâncias do caso concreto.


 Aplicação da teoria do inferno da severidade (eufer de severité);
Ex.: Amigos estão numa festa e pedem para entregar carvão e bebida. O
entregador deixa o pedido e volta para a distribuidora. Nesse nexo temporal, os
donos do pedido percebem que o celular de um deles sumiu, fazendo com que
fossem tirar satisfação na distribuidora. Ao entregador dizer que ele não pegou
o celular, os três o agridem, nesse momento a polícia passa e toma
conhecimento, colocando o trabalhador na viatura e levando-o a um matagal.
Lá, enquanto o entregador era mais agredido ainda, o telefone de um deles toca,
sendo que na ligação eles foram informados de que o celular foi encontrado na
casa, em baixo do pacote de carvão. A ação julgou uma indenização de R$
400.000,00 para cara agressor.
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 Liquidação do dano: é a apuração daquilo que o responsável deve dar para


a finalidade de cumprir o seu dever de indenizar. Sendo possível, o
responsável pelo dano deverá restituir a coisa destruída, sendo que será
reduzida a indenização caso este seja feito.

 Responsabilidade contratual;

 Responsabilidade extracontratual.

DANO MORAL

 Caráter pedagógico;

 Promover a satisfação à vítima: mitigar o sofrimento da vítima, sem


gerar enriquecimento indevido.

OBS: código civil português: art. 496, nº3.

Orientação do STJ: método bifásico.


REsp.959.780-ES

Conceito: inicialmente é analisado o valor básico da indenização, considerando


o interesse jurídico do lesado e o grupo de precedentes em casos semelhantes.
Em segundo momento, são analisadas as circunstâncias do caso para
fixação definitiva do valor indenizatório.

LIQUIDAÇÃO DO DANO EM CASOS ESPECÍFICOS – ART. 948

Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras


reparações:

I - No pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto


da família;

II - Na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em


conta a duração provável da vida da vítima

OBS.: Outras reparações podem ser apontadas, como: dano moral e lucros
cessantes decorrentes da morte.

Súmula 246, STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização
judicialmente fixada. (abatimento do valor)
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PENSIONAMENTO

 Termo inicial e final:

Termo inicial (dies a quo): O termo inicial retroage à data do evento


danoso, pois é responsabilidade extrapatrimonial. Prestações materiais e
os acréscimos legais sobre tal valor (juros e correção monetária). Caso se
trate de responsabilidade contratual, o termo inicial para pagamento
também será o evento danoso, pois é aí que o falecido deixou de prover
as suas obrigações.

Súmula 43 do STJ: Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a
partir da data do efetivo prejuízo.
Súmula 54 do STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso,
em caso de responsabilidade extracontratual.

Termo final: Provável idade em que o morto deixaria de prover alimentos.

INDENIZAÇÃO EM CASOS DE HOMICÍDIO

No caso de homicídio, a indenização abrange a prestação de alimentos às pessoas


a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da
vítima, sem excluir outras reparações.

 Quando o beneficiário for cônjuge

1) Pelo limite de idade provável da vítima;

REsp.124.479-PB

2) Enquanto durar a viuvez;

O STJ repele esse entendimento.


REsp.201.407-RS;

3) Pensão vitalícia

Corrente doutrinária

 Quando os beneficiários forem os Pais e a Vítima (filho) contribuía para


manutenção dos pais.
Súmula 481, STJ.
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1) Aos vinte e cinco anos;

2) Até a morte dos beneficiários;

3) Até a idade provável da vítima


STJ, REsp.173.469-SC.

BENEFICIÁRIOS FOREM OS PAIS E O FILHO (VÍTIMA) NÃO


CONTRIBUIA.

1) Aos vinte e cinco anos;

2) Aos vinte e um anos;

3) Aos sessenta e cinco anos;

STJ – REsp.853.921-RJ: 65 anos limitada a 2/3 dos seus rendimentos


ou 2/3 do salário mínimo vigente, caso não exerça atividade
remunerada, reduzida a 1/3 a partir dos 25 anos por se tratar de
idade provável em que constituiria família própria.

4. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE

Excludentes de Responsabilidade Civil, são as circunstâncias que, por atacar um


dos elementos ou pressupostos da responsabilidade civil, rompendo o nexo
causal, terminam por fulminar qualquer pretensão indenizatória. São elas:

 Legítima defesa: Quem, usando moderadamente dos meios necessários,


repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

 Exercício regular de direito ou das próprias funções. Ex: A inscrição do nome


de devedores nos casos de inadimplência constitui um exercício regular de
direito do credor.

 Estado de necessidade ou remoção de perigo: Se a pessoa lesada, ou o dono


da coisa, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do
prejuízo que sofreram. Se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este
terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver
ressarcido ao lesado. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano. Porém, se houver excesso, responderá.

 Caso fortuito/Força maior: O devedor não responde pelos prejuízos


resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver
por eles responsabilizado.
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Na Resp. Objetiva NÃO podem ser aplicadas

 Legítima defesa;

 Exercício regular de direito;

 Remoção de perigo;

PODEM ser aplicadas na Resp. Objetiva

 Caso fortuito;

 Força maior;

 Culpa exclusiva da vítima;

 Culpa exclusiva de terceiros.

Pacífico no STF: RE 109.615;


Pacífico no STJ: REsp.721.439-RJ

CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR

Não pode atingir o núcleo da prestação contratada. Pode uma parte ser
estabelecida, isentando-se parcialmente.

- Súmula 161, STF: Em contrato de transporte, é inoperante a cláusula de não


indenizar. (viagem de ônibus/avião, se eu for furtado a companhia terá que me
indenizar)

- Súmula 130, STJ: A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano
ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento. (Estacionamento de
mercado, farmácia)

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