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DIREITO

Simone Helen Drumond Ischkanian


Gabriel Nascimento de Carvalho

1. Responsabilidade por fato de outrem

A responsabilidade civil por ato de terceiro pode ocorrer de diversas maneiras entre elas estão: A
responsabilidade dos pais, tutor e curador, empregador e empregado, donos de hotéis podemos
encontrar no art. 932 Código Civil. Os mesmos irão responder independente da culpa. No caso dos
pais responderam se os seus filhos menores estiverem sobre a sua guarda. Tutores e curadores
responsabilidade idêntica a dos pais. Empregador e empregado, o empregador responde pelos atos
praticados pelos empregados. Donos de hotéis também respondem pelos prejuízos de seus hospedes.
Para que essa responsabilidade ocorra é necessário que se estabeleça um vinculo jurídico entre a
pessoa responsável e aquele que praticou o dano.

No Código Civil brasileiro, a responsabilidade por fato de outrem está regulamentada nos artigos 932 a
936. Esses dispositivos tratam especificamente da responsabilidade civil em relação a atos praticados
por terceiros, como empregados, prepostos, filhos menores, filhos incapazes, curadores, tutores e
aqueles por quem os pais, tutores ou curadores são responsáveis. Vamos analisar cada um desses
pontos:

Empregados e Prepostos (Artigo 932, I):O empregador ou comitente é responsável pelos atos
praticados por seus empregados ou prepostos no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão
dele.

Filhos Menores (Artigo 932, II): Os pais são responsáveis pelos atos dos filhos menores que
estiverem sob sua autoridade e em sua companhia.

Filhos Incapazes (Artigo 932, III): Os pais são responsáveis pelos atos dos filhos incapazes, sujeitos
à legislação especial.

Curadores e Tutores (Artigo 932, IV): Os tutores e curadores são responsáveis pelos atos dos
tutelados e curatelados, respectivamente.

Incapazes por Delegação (Artigo 932, Parágrafo Único): A responsabilidade do empregador ou


comitente pelos atos de seus empregados ou prepostos não exclui a responsabilidade civil do próprio
autor do ato.

Esses dispositivos visam estabelecer uma base legal para a responsabilidade civil quando atos
prejudiciais são cometidos por terceiros, colocando a responsabilidade sobre aqueles que, de alguma
forma, têm o dever de vigilância, controle ou guarda sobre esses terceiros. Essa responsabilidade é
objetiva, o que significa que não é necessário comprovar a culpa do responsável, bastando a relação de
responsabilidade e o dano causado.

2. Responsabilidade pelo fato das coisas

A responsabilidade pelo fato das coisas, conforme previsto no Código Civil brasileiro, implica que o
responsável pelo objeto ou pela situação que gerou o dano é obrigado a repará-lo, independentemente
de ter agido com culpa. Isso é particularmente aplicável em situações envolvendo a guarda de animais,
mas também pode ser estendido a outras circunstâncias em que o dano é causado por uma coisa ou
atividade sob controle do responsável.
A responsabilidade pelo fato das coisas no Código Civil brasileiro está prevista nos artigos 927 e 936.
Esta forma de responsabilidade é também conhecida como responsabilidade objetiva, ou seja,
independe da comprovação de culpa do agente. Abaixo estão os dispositivos relevantes:

Artigo 927: "Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo." Esse artigo estabelece a regra geral da responsabilidade civil, afirmando que aquele que
causar dano a outra pessoa de forma ilícita (por ato ilícito) tem a obrigação de reparar o dano.

Artigo 936: "O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, salvo se provar culpa
da vítima ou força maior." Este artigo trata especificamente da responsabilidade pelo fato de animais.
Ele estabelece que o dono ou detentor de um animal é responsável pelos danos que o animal causar, a
menos que prove a culpa da vítima ou que o dano tenha ocorrido por força maior.

3. Responsabilidade contratual (mora, juros de mora e clausula penal.

A responsabilidade contratual envolve a obrigação de cumprir o que foi pactuado em um contrato e a


reparação pelos danos causados em caso de descumprimento. Três aspectos importantes relacionados à
responsabilidade contratual são a mora, os juros de mora e a cláusula penal.

1. Mora (Artigos 394 a 401):


o Conceito: Mora é o atraso ou inadimplemento de uma das partes no cumprimento de
sua obrigação contratual.
o Efeitos: Quando uma parte fica em mora, a outra parte pode exigir o cumprimento da
obrigação, pleitear perdas e danos, ou ainda resolver o contrato, dependendo da
gravidade da situação.
o Tipos de Mora: Pode ser mora ex re (de pleno direito), quando o prazo está
estabelecido no contrato, ou mora ex persona, quando o prazo depende da vontade do
credor.
2. Juros de Mora (Artigos 406 e 407):
o Conceito: Juros de mora são uma compensação financeira devida pela parte que está
em mora, ou seja, que não cumpriu a obrigação no prazo.
o Taxa: Se não houver estipulação contratual, a taxa de juros de mora será de 1% ao mês
(artigo 406).
o Limitação: Não é permitido cumular os juros de mora com outros encargos moratórios
que excedam a taxa permitida (artigo 407).
3. Cláusula Penal (Artigos 408 a 416):
o Conceito: A cláusula penal é uma estipulação no contrato na qual as partes fixam
previamente uma pena para o caso de descumprimento total ou parcial da obrigação.
o Finalidade: Evitar a necessidade de discussões judiciais para a fixação dos danos em
caso de inadimplemento.
o Limitação: Mesmo com a cláusula penal, o credor pode exigir a reparação dos danos
efetivamente sofridos se ultrapassarem o valor estipulado na cláusula (artigo 416).

Esses mecanismos visam equilibrar as relações contratuais, garantindo que as partes cumpram suas
obrigações de forma adequada e prevendo consequências específicas em caso de inadimplemento. A
legislação proporciona flexibilidade para que as partes possam ajustar, em certa medida, esses aspectos
em seus contratos, mas há limites e regras estabelecidas pelo Código Civil brasileiro para proteger os
direitos das partes envolvidas.

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