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História do Direito Português

Tópicos de estudo
(2021)

M. Albuquerque Nobre
Lição n.º 1
Bibliografia obrigatória:
M.J. ALMEIDA COSTA, História do Direito Português
Bibliografia complementar:
A. A. VIEIRA CURA, Direito Romano e História do
Direito Português (casos práticos resolvidos e outros
textos)
Periodização da História do
Direito Português
Período da
individualização do Período do direito português de inspiração romano-canónica Período da formação do direito português moderno
direito português (de 1248 a 1769/1772) (de 1769/1772 até à atualidade)
(de 1140 a 1248)
Época da recepção do direito Época das Ordenações Época do jusnaturalismo Época do individualismo Época do direito social
romano renascido e do racionalista
direito canónico renovado
- Manutenção das fontes - Escola dos Glosadores - Ordenações Afonsinas - Direito natural - Liberalismo económico - Revoluções industriais
de direito herdadas do (século XII) (1446/1447) racionalista e tecnológicas
Estado leonês - Individualismo
- Difusão do direito comum: - Ordenações Manuelinas - Usus modernus - Doutrinas solidaristas e
- Aparecimento na generalidade da Europa (1521) - Positivismo jurídico de democratização
progressivo de fontes (século XII); em Portugal - Iluminismo (positivismo legalista e económica
tipicamente portuguesas (século XIII) - Colecção das Leis positivismo científico)
Extravagantes de Duarte - Humanitarismo - Neoformações
- Sistema jurídico de - Escola dos Comentadores Nunes do Lião (1569) - Construções de feição jurídicas, ao lado das
base consuetudinária e (século XIV) abstracta e formalista instituições e dos ramos
foraleira - Ordenações Filipinas (1603) - Reformas pombalinas: clássicos do direito
- Renovação do Direito confirmadas por D. João IV (i) Alterações pontuais; - Movimento de
- Empirismo jurídico Canónico (1643) (ii) Lei da Boa Razão (18 de codificação - Tendência social do
Agosto de 1769); direito e
- Escola Humanista (iii) Estatutos da - A certeza e a segurança desenvolvimento da sua
Universidade (1772) como valores essenciais publicização
- Segunda Escolástica do direito (prevalência
dos métodos axiomáticos - Dinâmica do princípio
e dedutivos) intervencionista no
âmbito da autonomia
privada

- Preocupação de
soluções que realizem a
justiça material
(prevalência dos
métodos tópicos e
jurisprudenciais)

Meados do século XV Começos do século


(1446/1447) XIX (1820)

Começos do século XX
(1914/1918)
Lição n.º 2
I – Período da Individualização do Direito
Português
(1140-1248)
Fontes de direito
I – Período da Individualização do Direito Português

1. Código Visigótico (Lex Gothorum,


Lex, Fuero Juzgo)

Fontes de direito do Reino 2. Leis Gerais das Cúrias e dos

de Leão que se mantiveram Concílios

em vigor
3. Forais

4. Costume
I – Período da Individualização do Direito Português

Corpo legislativo (composto por 12 livros, subdivididos


em títulos e leis) influenciado pelas correntes jurídicas
1. Código
germânica, romana e canónica, que permaneceu como
Visigótico
fonte de direito no território nacional durante o século XII.
(forma
vulgata) Em Leão e Castela, foi traduzido com o título de Fuero
Juzgo, sendo outorgado como estatuto municipal (código
de direito local) a várias cidades.
I – Período da Individualização do Direito Português

A Cúria era um órgão auxiliar do Rei com uma índole


eminentemente política, enquanto os Concílios se
caracterizavam pela sua natureza eclesiástica.
2. Leis Gerais
Critérios de distinção: entidade convocante;
das Cúrias e
matéria versada; e sanção canónica ou régia.
dos Concílios
Fala-se, por isso, na Cúria de Leão (1017), do
Concílio de Coiança (1055) e do Concílio de Oviedo
(1115).
I – Período da Individualização do Direito Português

(i) Diploma concedido pelo rei, ou por senhorio laico


ou eclesiástico, (ii) a determinada terra, (iii) contendo
normas que disciplinam as relações dos povoadores
ou habitantes, entre si, e destes com a entidade
3. Foral ou
outorgante.
Carta de Foral

Incluem essencialmente normas de direito público


(ex: liberdades e garantias das pessoas; impostos e
tributos; serviço militar).
I – Período da Individualização do Direito Português

Concepção restrita de ALEXANDRE HERCULANO: só os


diplomas que conferiam existência jurídica aos
municípios deviam ser considerados forais. Esta
3. Foral ou
existência jurídica era indiciada pela presença de uma
Carta de
qualquer magistratura. Faltando esta última, estaríamos
Foral
perante uma carta de povoação.
(posições
Crítica de PAULO MERÊA: a magistratura não é condição
doutrinais)
necessária (pode existir município sem que haja
magistratura) nem suficiente (pode existir magistratura
sem que exista município) para a existência do município.
I – Período da Individualização do Direito Português

Conceito moderno: “prática constante e reiterada de uma


conduta (elemento material), acompanhada da convicção
da sua obrigatoriedade (elemento psicológico)”.

4. Costume Conceito amplo medieval: no período da


individualização, entendia-se por costume “toda a fonte
de direito formada por qualquer modo que não pelo
processo legislativo” (BRAGA DA CRUZ). Assim, dentro do
costume cabiam: (i) a jurisprudência (ex: sentenças da
Cúria Régia); e (ii) os pareceres de juristas consagrados.
I – Período da Individualização do Direito Português

1. Leis gerais dos primeiros monarcas


Fontes de direito
posteriores à fundação
2. Forais
da nacionalidade

3. Concórdias e Concordatas
I – Período da Individualização do Direito Português

Lei de D. Afonso Henriques, de data ignorada, e uma


provisão de D. Sancho I, de 1210
1. Leis
gerais dos D. Afonso II : incremento da legislação. Na reunião

primeiros extraordinária da Cúria, realizada em Coimbra no ano de

monarcas 1211, foram aprovadas disposições legislativas sobre (i) a


protecção da fazenda da Coroa; (ii) a garantia das
liberdades individuais; (iii) a condenação da vindicta
privada; (iv) prevalência do direito canónico sobre as leis
do Reino.
I – Período da Individualização do Direito Português

(i) Acordos entre o Rei e as autoridades eclesiásticas,


comprometendo-se, reciprocamente, a (ii) reconhecer
direitos e obrigações relativos ao Estado e à Igreja.

3. Concórdias Estes acordos podem resultar de: (i) respostas aos

e agravamentos proferidos pelos representantes do clero

Concordatas no seio da Corte; (ii) negociações realizadas entre o rei e


as autoridades eclesiásticas, apenas nacionais ou com
intervenção do Papa. Neste último caso atribui-se ao
acordo a designação concordata (assume a forma de um
autêntico Tratado).
Contratos
I – Período da Individualização do Direito Português

Contratos de Enfiteuse
Contratos exploração agrícola
agrários (têm como objectivo
(“consideram-se o cultivo da terra) Complantação
os que têm por
objecto a terra “, Contratos de crédito Compra e venda de

M.J. ALMEIDA (desenvolvem-se rendas

COSTA) como instrumentos


Penhor Imobiliário
de crédito)
Contratos de exploração agrícola
Enfiteuse
(aforamento ou emprazamento)
I – Período da Individualização do Direito Português

Noção: “contrato pelo qual se operava a repartição,


entre os contraentes, daquilo a que a ciência do direito
Enfiteuse
chamaria mais tarde de “domínio directo” e “domínio
útil” de um prédio” (M.J. ALMEIDA COSTA)
I – Período da Individualização do Direito Português

O domínio directo pertencia ao senhorio e implicava o


direito a receber do enfiteuta ou foreiro uma pensão
Domínio anual (foro ou cânon), que normalmente consistia numa
directo parte proporcional dos frutos que o prédio produzia. Para
além disso, o enfiteuta ficava obrigado a realizar um
e
aproveitamento diligente do prédio.
Domínio
útil O domínio útil cabia ao enfiteuta, a quem era concedida a
exploração do prédio a título perpétuo, hereditário ou,
pelo menos, vitalício.
I – Período da Individualização do Direito Português

O enfiteuta tinha direito a transmitir o domínio útil a


terceiro.

O senhorio podia exercer o direito de preferência,


Outros
pagando o mesmo valor que o terceiro.
Direitos
Caso não exercesse o direito de preferência, o senhorio
tinha ainda o direito ao laudémio, o qual consistia numa
parte do valor acordado entre o enfiteuta e o terceiro.
Complantação
I – Período da Individualização do Direito Português

Noção: contrato através do qual o proprietário dum


terreno o cedia a um agricultor para que este
plantasse videiras, oliveiras ou outras espécies
duradouras; após o decurso de determinado prazo,
Complantação que variava de quatro a oito anos, dividia-se o
prédio entre ambos, geralmente em partes iguais.

Ao contrário do que sucede no caso da enfiteuse, a


complantação culmina com a divisão material do
prédio.
Contratos de crédito
I – Período da Individualização do Direito Português

Contratos de crédito (função


de crédito ou financeira) Compra e venda de rendas

O desenvolvimento destes
negócios relaciona-se com a
proibição canónica e civil da Penhor imobiliário
usura ou mútuo oneroso.
Compra e venda de rendas
(ou censo consignativo)
I – Período da Individualização do Direito Português

Noção: “o proprietário de um prédio, carecido de


capitais, cedia a uma pessoa que deles dispusesse, em

Compra e compensação de determinada soma para sempre

venda de recebida, o direito a uma prestação monetária anual

rendas como encargo sobre esse prédio”.

Produz-se, portanto, um ónus real. O devedor é


quem, no vencimento da dívida, for o proprietário.
I – Período da Individualização do Direito Português

Se o proprietário do prédio o transferisse para um


terceiro, este ficaria obrigado a pagar a prestação
Compra e anual que antes incumbia ao primeiro.
venda de O possuidor de capitais podia, por seu turno,
rendas transmitir o seu direito à renda para um terceiro
mediante a recuperação do capital que tinha dado ao
proprietário do prédio.
Penhor imobiliário
I – Período da Individualização do Direito Português

Noção: Transmissão dum prédio pelo


proprietário-devedor ao credor pignoratício
para garantir ou compensar a cedência do

Penhor capital, ou para lhe proporcionar o reembolso

Imobiliário progressivo da dívida, que se ia amortizando


com o desfrute do prédio.

Este instituto evoluiria para a hipoteca de


moldes romanos.
Caracterização
I – Período da Individualização do Direito Português

Base consuetudinária e foraleira

Direito rudimentar
Caracterização
Amálgama de camadas jurídicas sobrepostas

Empirismo jurídico
Lição n.º 3
II – Período do Direito Português de
Inspiração Romano-Canónica
1. Época da recepção do Direito Romano
Renascido e do direito Canónico
Renovado (Direito Comum)
Escola dos Glosadores
(século XII)
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

IRNÉRIO (“lucerna iuris”) – fundador.

“Quatro doutores”: Bulgarus, Martinus,


Principais Jacobus e Hugus.
representantes

ACÚRSIO – autor da Magna Glosa ou Glosa de


Acúrsio.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Digesto Velho

Digesto Esforçado

Sistematização do
Digesto Novo
Corpus Iuris Civilis

Código (“Codex”)

Volume Pequeno (“Volumen parvum”,


“Authenticum”)
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Método de Método de trabalho: método exegético .


trabalho e
Instrumento de
trabalho Instrumento de trabalho: glosa.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Noção de glosa: “pequeno esclarecimento imediato,


via de regra, numa simples palavra ou expressão,
com o objectivo de tornar inteligível algum passo
Glosa considerado obscuro ou de interpretação duvidosa”
(M.J. ALMEIDA COSTA).

Glosas interlineares e glosas marginais.


II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

(i) Regulae iuris;

(ii) Casus;

Outros (iii) Dissensiones dominorum;


trabalhos
(iv) Quaestiones;

(v) Distinctiones;

(vi) Summae.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Respeito quase sagrado pelo Corpus Iuris Civilis.

Posição
perante o O papel do jurista era simplesmente esclarecer os
Corpus Iuris preceitos do C.I.C.
Civilis

Os Glosadores limitavam-se a interpretar literalmente os


textos.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Ignorância em matéria histórica

Defeitos

Respeito exagerado pelo texto do C.I.C.


II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Conservação do texto do CIC e sua divulgação em toda a


Europa medieval.

Contributos Substituição das velhas instituições bárbaras por um


direito de muito maior perfeição.

Sistematização do CIC.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Compilação de glosas que incidia sobre todas as


Glosa de partes do Corpus Iuris Civilis, e que chegou a ser
Acúrsio incluída no elenco das fontes de direito
subsidiário.
Factores de difusão do direito romano
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Estudantes
estrangeiros em ex consuetudine;
Bolonha

Difusão do Direito
Romano na Europa ex secessione;

Fundação de
Universidades
ex privilegio.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

(i) Estudantes peninsulares em escolas jurídicas italianas e


francesas, e jurisconsultos estrangeiros na Península.
Difusão do
Direito (ii) Difusão do Corpus Iuris Civilis e da Glosa.
Romano em
Portugal
(iii) Ensino do direito romano nas Universidades .
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

(iv) Legislação e prática jurídica.

Difusão do
Direito (v) Obras doutrinais e legislativas castelhanas (Flores
Romano em de Derecho e Nueve tiempos de los pleitos da autoria
Portugal do Mestre Jácome das Leis; Fuero Real e as Siete
Partidas emanadas no reinado de Afonso X, o Sábio).
Escola dos Comentadores
(século XIV)

“Como, com razão, se tem dito, a litera dos textos encontrava-se, já,
suficientemente prensada; era altura de orientar a actividade de
consideração do sensus, do espírito”
(N. ESPINOSA GOMES DA SILVA, História do Direito Português)
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

A Escola dos Comentadores atingiu o seu esplendor em

Origem e Itália.

representantes

Os principais representantes da Escola dos


Comentadores são: Bártolo, Cino de Pistóia e Baldo.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Instrumento de trabalho: o comentário.


Escola dos
Comentadores

Método de trabalho: método escolástico.


II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

1. Lectio

2. Quaestio
Método
escolástico
3. Disputatio

4. Solutio ou responsio
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

(i) Sistematização das normas e dos institutos jurídicos.

(ii) Pragmatismo.

Contributos

(iii) Desprendimento progressivo do C.I.C.

(iv) Criação de novos institutos e novas disciplinas.


II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Abuso do argumento de autoridade.

Defeitos

Ignorância em matéria histórica.


II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

A opinião de Bártolo tornou-se fonte de direito


Importância
subsidiário em Portugal.
Opinião Comum dos Doutores
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Opinião
Na primeira metade do século XV, a expressão
Comum
communis opinio refere-se ao parecer dos doutores.
(conceito)
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

(i) Critério quantitativo – opinião da maioria dos


Communis autores.
Opinio
Doctorum (ii) Critério qualitativo – opinião dos juristas mais
(critérios de qualificados.
determinação)
(iii) Critério misto – opinião da maioria dos juristas
que se pronunciaram expressamente sobre a questão.
Lição n.º 4
Renovação do direito canónico
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Direito O direito canónico é o “conjunto de normas jurídicas


Canónico que disciplinam as matérias da competência da Igreja

(conceito) Católica”.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

(i) Novas Colectâneas

A renovação do
direito canónico

(ii) Reelaboração científica


II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Decreto de Graciano (1140)

Decretais de Gregório IX (1234)


Colectâneas

Livro Sexto ou Sexto de Bonifácio VIII (1298)

Clementinas (1317)
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Colecções de Extravagantes de João XXII


natureza
privada Extravagantes Comuns

…as colectâneas supra referidas foram agrupadas numa


única compilação designada de Corpus Iuris Canonici,
oficialmente confirmada por Gregório XIII.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Aplicação sucessiva das metodologias dos


Glosadores e dos Comentadores.

Reelaboração As glosas e os comentários começaram a ser

científica utilizados como instrumentos interpretativos.

Os canonistas designavam-se de decretistas ou


decretalistas, consoante se dedicassem ao estudo
do Decreto ou das Decretais.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Tribunais eclesiásticos: aplicação do direito canónico


Aplicação do como fonte imediata de direito.
Direito
Canónico em
Portugal Tribunais civis: aplicação do direito canónico como
fonte de direito subsidiário.
Fontes de direito português entre 1248 e
1446/1447
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Lei

Resoluções Régias

Fontes Costume

Forais e Foros ou Costumes

Concórdias e Concordatas
Lei
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

A lei torna-se o principal modo de criação de direito novo.

Lei Legislar passa a ser uma actividade corrente e normal.

Entende-se por lei qualquer manifestação da vontade do


monarca.
Resolução régia
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

As resoluções régias são providências legislativas

Resoluções adoptadas nas Cortes pelo monarca em resposta a

Régias solicitações ou queixas que lhe eram apresentadas.

Não são elaboradas por iniciativa do monarca.


Costume
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

O costume perdeu significado enquanto modo de


criação de direito novo.

Costume
Os juristas passaram a considerar o costume como uma
manifestação da vontade do monarca: se não publica lei
contrária ao costume, é porque tacitamente o aceita.
Foros ou Costumes
(ou Estatutos Municipais)
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Foros ou
Costumes
Os foros ou costumes eram compilações medievais
(também
de direito local concedidas aos municípios ou
designados de
simplesmente organizadas por iniciativa destes.
estatutos
municipais)
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Os foros continham normas de direito político e


administrativo, normas de direito privado, normas de
direito penal e normas de processo.
Conteúdo dos
foros Além de preceitos consuetudinários, os foros reuniam
elementos provenientes de sentenças e de opiniões
de juristas, bem como normas jurídicas inovadoras de
natureza legislativa.
Concórdias e Concordatas
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Concórdias e
Aumento do número de concórdias e concordatas.
Concordatas
Direito subsidiário
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Não existia regulamentação respeitante ao


preenchimento das lacunas.
Direito
subsidiário
Recorria-se com frequência ao direito romano, ao
direito canónico e ao direito castelhano.
Colectâneas privadas
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Colectânea mais antiga

Preceitos dos reinados de D. Afonso II, D. Afonso


Livro das Leis e III, D. Dinis e D. Afonso IV
Posturas
Ausência de um plano sistemático

Repetição de alguns textos


II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Colectânea pertencente à biblioteca de D. Duarte.

Preceitos desde D. Afonso II até D. Duarte.


Ordenações
Maior número de leis do que o Livro das Leis e Posturas
de D. Duarte
e menos repetições.

Diplomas sistematizados por reinados que por sua vez


são subdivididos em várias matérias.
Evolução das Instituições Jurídicas
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Desenvolvimento do poder real e progressiva


substituição do empirismo, por força da crescente

Evolução penetração das normas e da ciência dos direitos romano

das e canónico.

Instituições
Jurídicas
Alterações no domínio do direito público e na esfera do
direito privado.
II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

O Estado como único titular do ius puniendi.

Cisão entre o processo civil e o processo penal.


Alterações
no domínio
Desenvolvimento do direito adjetivo.
do Direito
Público
Tendência para o predomínio das sanções corporais.

Incremento das leis de aplicação geral.


II – 1. Época da recepção do Direito Romano Renascido e do
Direito Canónico Renovado

Mudanças nas instituições de direito da família e das


Alterações sucessões.
no domínio
do Direito
Privado Surgimento de novas doutrinas no domínio do direito
das obrigações.

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