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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE DIREITO LICENCIATURA EM DIREITO

HISTÓRIA DO DIREITO NA IDADE CONTEMPORÂNEA

FAURITA MARCOS JOÃO

Nampula, Junho de 2022

1
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE DIREITO LICENCIATURA EM DIREITO

HISTÓRIA DO DIREITO NA IDADE CONTEMPORÂNEA

FAURITA MARCOS JOÃO

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de HD, do curso de Direito.

Nampula, Junho de 2022

2
Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 4

HISTÓRIA DO DIREITO NA IDADE CONTEMPORANEA ..................................................... 5

A Época Contemporânea (1789 aos nossos dias) ........................................................................... 5

A HISTÓRIA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO E O “PROBLEMA DA ............................. 11

FONTES DE DIREITO NA EPOCA CONTEMPORANEA ...................................................... 13

Conclusão...................................................................................................................................... 15

Referencia bibliográfica ................................................................................................................ 16

3
Introdução

Esta trabalho pretende discutir, o direito na era contemporânea, mas para um melhor
debate científico nessa era muito se discute a questão dos sistemas jurídicos, no presente trabalho
apresentaremos todos os sistemas jurídicos mas iremos desenvolver apenas dois o common law e
o civil law, o primeiro pelo facto do nosso pais estar rodeado de países que seguem este sistema
o segundo, porque é o sistema seguido por Moçambique.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Conceptualizar sistemas jurídicos;


 Identificar os sistemas Jurídicos que vigoram no mundo;
 Destacar as principais diferenças entre o sistema common law e Civil Law.

O trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira: introdução, desenvolvimento, conclusão


e referência bibliográfica

4
HISTÓRIA DO DIREITO NA IDADE CONTEMPORANEA

A Época Contemporânea (1789 aos nossos dias)

Sob a influência das ideias políticas e jurídicas dos pensadores dos séculos XVIl e
XVII, os sistemas jurídicos existentes sofrem transformações capitais. As Revoluções Americana
(1776) e Francesa (1789) concretizam as ideias novas nos textos de constituições e de leis. Os
últimos vestígios de feudalismo desaparecem, com algumas excepções apenas, as liberdades
públicas garantem os direitos subjectivos dos cidadãos, livres e iguais perante o direito; a
soberania passa das mãos dos reis e dos príncipes para a Nação; a unificação do direito prossegue
no quadro estatal.
Cada Estado soberano tem o seu próprio direito, fixado por órgãos legislativos; a lei
torna-se, quase por toda a parte, a fonte principal do direito.
A Inglaterra mantém todavia o seu próprio sistema jurídico, o common law, ela exporta-o, de
resto, para as suas numerosas colónias, os Estados Unidos, embora tenham rompido os seus laços
de dependência em relação a Inglaterra, conservam o common Law.
Nos outros Estados europeus, os direitos continuam romanistas, ainda que a influência
directa do direito Romano tenha cessado em França a partir dos finais do século XVII; na
Alemanha, ela persiste até 1900. Os direitos de certos Estados europeus (Espanha, França,
Portugal, Países Baixos, Bélgica, etc. ) são exportados para as suas colónias.

O nacionalismo dos sistermas juridicos tem tendéncia a recuar a partir dos meados do
século XX; um direito europeu está em vias de elaboração, pelo menos no quadro limitado dos
países do Mercado Comum. Um novo sistema jurídico nasceu no Leste da Europa, na sequência
da Revolução Russa em 1917. Sob a égide da doutrina marxista-leninista, a Rússia e, depois de
1945, outros países, procuram transformar a sociedade capitalista em sociedade comunista, sem
Estado e sem direito, segundo esta doutrina, uma fase intermédia é necessária no quadro dos
Estados socialistas.1

1
Cf. John Gilissen, ―Introdução Histórica do Direito” Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa,1986, p131. Idem

5
Assim, os três grandes sistemas jurídicos da Europa são:

 O common law:

 Os direitos romanistas;

 Os direitos socialistas dos países de tendência comunista.

No quadro da evolução complexa dos sistemas jurídicos na Europa a partir dos fins da
Antiguidade, examinaremos brevemente:

 O direito canónico;

 Os direitos célticos;

 Os direitos germânicos;

 Os direitos da Alta Idade Média;

 Os direitos romanistas;

 O common law;

 Os direitos socialistas dos países de tendência comunista.2

A idade Contemporânea se iniciou com a revolução Francesa, em 1789. A ascensão


dos revolucionários franceses ao poder, nesse ano, se materializou na aprovação da declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, que enumerava os direitos inerentes a todo homem,
independente de seu país, religião, classe social, género sexual etc., como os direitos à liberdade,
à propriedade, à expressão de pensamentos, a não ser preso sem justificativa legal etc.

Em 1804, entrou em vigor o código Napoleónico na França. O código, outorgado por


Napoleão, tinha como objectivo acabar com os privilégios feudais, pondo em prática o ideal de
igualdade da revolução Francesa. Uma inovação do código foi a criação do casamento civil, que
passava a existir conjuntamente com o casamento religioso.

2
Cf. John Gilissen, ―Introdução Histórica do Direito” Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa,1986, p132. Idem

6
Tal medida tinha por objectivo diminuir o poder da igreja Católica sobre a sociedade. Com a
expansão do império Napoleónico sobre a Europa, o código foi introduzido nos países
conquistados e acabou influenciando decisivamente os códigos de vários países no mundo,
mesmo após a derrota de Napoleão.

Em 1868, teve início a era Meiji japonesa, período no qual o país passou por um
rápido processo de modernização. Dentro desse processo, o tradicional direito japonês, de
influência confucionista e baseado nos costumes, passou a adoptar códigos legais nos moldes
ocidentais.3

Em 1872, o professor alemão de direito Rudolf von Ihering proferiu uma palestra na
Sociedade Jurídica de Viena intitulada A luta pelo direito (Der Kampf ums Recht). Tal palestra
foi, posteriormente, transformada em um livro homónimo que se tornou um dos clássicos da
literatura jurídica. No livro, Ihering defende que o direito é fruto da luta dos homens pelos seus
direitos. Ou seja, dentro da história do direito, o ser humano não ocuparia um papel passivo, mas
seria, em vez disso, o principal agente transformador das leis e do direito.

Em 1948, três anos após a sua criação, a ONU promulgou a declaração Universal
dos Direitos Humanos, inspirada na declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão francesa de
1789. Tal documento, embora sem eficácia jurídica obrigatória, tornou-se uma importante
referência ética mundial. A declaração foi influenciada pelas atrocidades cometidas na Segunda
Guerra Mundial recém-finalizada.

Em 1949, o jurista estadunidense Lon Fuller escreveu uma pequena obra intitulada O
caso dos exploradores de cavernas (The case of the speluncean explorers). A obra, que discute o
conflito entre a interpretação literal das leis e sua adequação ao caso concreto, tornou-se leitura
usual nas matérias introdutórias dos cursos de direito no mundo inteiro.4

3
http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia.aspx?cod=63209
4
http://www.fmp.com.br/blog/index.php/dica-de -leitura-%E2%809Co-caso-dos-exploradores-de-
cavernas%E2%80%9D/

7
Em 1998, os genocídios na Iugoslávia (1991-1995) e em Ruanda (1994) motivaram a
criação de um tribunal internacional de crimes de guerra: a Corte Criminal Internacional, sediada
em Haia, nos Países Baixos.

A popularização mundial da internet no início do século XXI fomentou a necessidade


da criação de um novo ramo jurídico que regule os novos tipos de relações sociais criadas com o
advento da rede mundial de computadores.5

Conceito de Sistemas Jurídico

Sistema jurídico é o conjunto de normas jurídicas interdependentes, reunidas


segundo um princípio unificador, ou seja, a unidade lógica das regras, conceitos princípios
jurídicos que regem a aplicação do Ordenamento Jurídico de um país. O professor Canotilho
ensina que o sistema jurídico deve ser visto como um sistema normativo aberto de regras e
princípios:

a) É um sistema jurídico porque é um sistema dinâmico de normas;


b) É um sistema aberto porque tem uma estrutura dialógica (Caliess) traduzida na
disponibilidade e capacidade de aprendizagem das normas constitucionais para captarem
a mudança da realidade e estarem abertas às concepções cambiantes da verdade é da
justiça;
c) É um sistema normativo, porque a estruturação das expectativas referentes a valores,
programas, funções e pessoas, é feita através de normas;
d) É um sistema de regras e de princípios, pois as normas do sistema tanto podem revelar-se
sob a forma de princípios como sob a sua forma de regras. Cada país tem o seu sistema,
mas levando em conta os princípios informadores dos sistemas e os conceitos dos vários
países. Eles podem ser estudados em sistemas cujas unidades lógicas apresentam
similitudes, como exemplo citamos:
 Sistema Romano-Germânico ou Continental (Civil Law);
 Sistemas mistos com o Civil Law;
 Sistema anglo-saxónico ou Common Law;6

5
http://jus.uol.com.br/revista/texto/2245/o-direito-da-internet-o- nascimento-de-um-novo-ramo-juridico
6
Manual de Curso de licenciatura em Direito 1º ano, HISTORIA DE DIREITO MOÇAMBICANO

8
 Sistemas mistos com o Common Law;
 Sistema Consuetudinário;
 Sistemas mistos com o sistema consuetudinário;
 Sistema Muçulmano etc.

Dos sistemas citados estudaremos o Sistema Romano-Germânico ou Continental (Civil


Law) e o Sistema anglo-saxónico ou Common Law, o primeiro por ser o sistema seguido por
Moçambique e o segundo pelo facto de Moçambique estar rodeado de países que seguem este
sistema, falaremos apenas para percebermos a dinâmica em direito comparado.

a) - Sistema Romano-Germânico ou Continental (Civil Law) - Notabiliza-se o sistema


germânico pela observância da lei, extraindo-se dela definições e princípios gerais de
maior ou menor abstracção que subsidiam a interpretação a ser dada para o caso concreto.
O juiz também pode se valer da analogia. O costume é fonte legal, porém acessória de
aplicação do direito, na Alemanha. A doutrina não é propriamente considerada uma fonte
de direito, mas é muito respeitada e suas teses são objectos de discussão em processos
judiciais. A jurisprudência só possui a mesma força que uma norma legal quando oriunda
do Tribunal Constitucional sub forma de acórdão. Predominância do direito escrito.

O marco mais importante para a consolidação do Sistema Romano-Germânico foi o


início da sistematização ordenada, unificando as normas em um código garantindo a partir daí a
segurança do Direito. O movimento codificador europeu que provocou uma verdadeira luta entre
os corifeus da Escola Histórica, principalmente Savigny e os juristas franceses liderados por
Thibaut . Com a codificação napoleónica em 1804 foi vencida resistência dos romanistas. Em 1°
de Janeiro de 1900 entrou em vigorou Código Civil alemão, conhecido pela sigla BGB.

Pertencem à família romano-germânica os direitos de toda a América Latina, de toda a


Europa continental, de quase toda a Ásia (excepto partes do Oriente Médio) e de cerca de metade
da África.7

7
Manual de Curso de licenciatura em Direito 1º Ano, HISTÓRIA DE DIREITO MOÇAMBICANO, Código: ISCED11 –
HISC001

9
b) Sistema Anglo-Saxônico, Common Law ou Sistema Anglo-Americano. O Common
Law é o sistema jurídico elaborado na Inglaterra a partir do Século XII, em que o Direito
se desenvolveu por meio das decisões dos tribunais, e não mediante actos legislativos ou
executivos como no Sistema Romano-Germânico. O Common Law é o Direito criado ou
aperfeiçoado pelos juízes: uma decisão a ser tomada num caso depende das decisões
adoptadas para casos anteriores e afecta o direito a ser aplicado a casos futuros.8

Segundo John Gilissen O common law é um judge-made-law, um direito jurisprudencial,


elaborado pelos juízes reais e mantido graças à autoridade reconhecida aos precedentes
judiciários. Salvo na época da sua formação, a leí não desempenha qualquer papel na sua
evolução. Mas, em consequência, o common law não é todo o direito inglês; o statute law
(direito dos estatutos, isto é, das Leis promulgados pelo legislador) desenvolveu-se à margem do
common law e retomou, sobretudo no século XX, uma importância primordial, Anteriormente
aos séculos XV e XVI, tinha-se desenvolvido ao lado do common law, considerado então
demasiado arcaico, um outro conjunto de regras jurídicas, as de equity, aplicadas pelas
jurisdições do Chanceler; o common law conseguiu no entanto resistir à influência da equity e
mesmo dominá-la no século XVÍI; mas o direito inglês conservou uma estrutura dualista até
1875, quando os dois sistemas foram mais ou menos fundidos por uma reforma da organização
judiciária.9

O direito inglês moderno é por consequência muito mais histórico que os direitos dos
países da Europa Continental; não houve ruptura entre o passado e o presente, como a que a
Revolução de 1789 provocou em França e noutros países. Os juristas ingleses do século XX
invocam ainda leis e decisões judiciárias dos séculos XIII e XIV.

Nesse sistema, quando não existe um precedente, os juízes possuem a autoridade para
criar o direito, estabelecendo um precedente. O conjunto de precedentes é chamado de common
law e vincula todas as decisões futuras.

8
Manual de Curso de licenciatura em Direito 1º Ano, HISTÓRIA DE DIREITO MOÇAMBICANO, Código: ISCED11 –
HISC001
9
Cf. John Gilissen, ―Introdução Histórica do Direito” Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa,1986, p208. Idem

10
O precedente judicial (sentença-padrão), fundado no princípio de dever haver julgamento
similar quando análogos forem os casos (ride of precedeni), é a fonte principal do Direito em que
a lei (statute law) desempenha papel secundário. Um precedente e vinculará os tribunais futuros
com base no princípio do stare decisis.

Esse é o cerne de todos os sistemas de common law. O sistema de common law foi
adotado por diversos países do mundo, especialmente aqueles que herdaram da Inglaterra o seu
sistema jurídico, como o Reino Unido, a maior parte dos Estados Unidos e do Canadá e as ex-
colónias do Império Britânico.

A HISTÓRIA DO DIREITO CONTEMPORÂNEO E O “PROBLEMA DA


OBJETIVIDADE”

A própria Revolução Francesa ainda está de certo modo em aberto, pois prossegue a
tendência, actualmente, para certa identificação com os lados em luta. Tal fenómeno não é
estranho nem mesmo a uma área como a nossa, por vezes vista de fora como um gélido
monastério de monges operosos e distantes do mundo. Quantas teses sérias sobre a codificação
não recrutam, para ampliar seu já considerável poder de convencimento, uma vanguarda de
altissonantes termos ligados ao imaginário daquele evento e seu entorno? Empregadas, no fundo,
como metáforas, palavras como “absolutismo” e “jacobino” ainda servem para mobilizar
entranhadas antipatias, prestando-se, por vezes, para um habilíssimo uso estratégico.

Como vemos, o argumento principal contra uma história do contemporâneo – ou do


direito na contemporaneidade – cai por terra facilmente. A distância temporal não torna o
historiador do direito um eunuco da objectividade; ela não gera uma “neutralidade científica”
nem nos fornece um porto seguro. Os Gracos de cada um de nós nos espreitam
permanentemente.10

10
DOSSE, François. A história à prova do tempo. São Paulo: UNESP, 1999.

11
SINGULARIDADES E PROBLEMAS ESPECÍFICOS DA HISTÓRIA DO DIREITO
CONTEMPORÂNEO

O historiador do direito, como qualquer outro historiador, vive caminhando entre a


miragem da objectividade e a tentação do subjectivismo. A proximidade temporal pode
transformar isso em um exercício circense de equilibrismo deveriamos, por conta disso, ampliar
aqui nossa angústia usual?

Se pensarmos em Tucídides escrevendo sobre a Guerra do Peloponeso, constataremos que a


própria história como gênero se iniciou, por assim dizer, como “história contemporânea”. Não é
de se estranhar, assim, que esta última, ramo daquela, compartilhe os seus métodos e precauções.

Para poder legitimar-se, toda historiografia (volte-se ao recente ou ao distante) precisa


lançar mão de mutáveis “regras da arte” e da reflexão crítica sobre seus pressupostos e metas o
lidar com o contemporâneo talvez só exigiria, complementarmente, uma autocontenção
reforçada, para evitar previsões ou para o tratamento, como algo já “encerrado”, de estruturas,
tendências e fenómenos.

É bem verdade que a história contemporânea se distingue por um paradoxo: sofre não de
falta, mas sim de excesso de fontes. Estão disponíveis, provavelmente, mais imagens de sessões
maçantes nos TRTs do que capitulares de Carlos, O Calvo. Isso, porém, não altera as etapas e
tarefas essenciais de toda análise crítica de fontes – como a localização, organização, verificação
de autenticidade, leitura crítica e interpretação.

Ainda que mutáveis, as regras da guilda têm uma pretensão de validade em relação a
todos os seus membros – mesmo para aqueles que sofrem, pesquisando o contemporâneo, com
leis restritivas do acesso a documentos ou, pelo contrário, com a vastidão quase incontrolável das
informações disponíveis.11

11
DOSSE, François. A história à prova do tempo. São Paulo: UNESP, 1999.

12
Mas escrever a história do direito contemporâneo também tem suas vantagens. Fontes
em material pouco durável podem ainda ser achadas, testemunhas vivas entrevistadas inclusive
se ouvindo segmentos sociais sub-representados nas fontes herdadas de outras eras. E nada
iguala o delicioso perigo de ver toda uma cuidadosa tese destruída pelo simples resmungo de um
velhinho, que do público proclama: “Não foi nada disso. Eu estava lá e foi tudo diferente”.

FONTES DE DIREITO NA EPOCA CONTEMPORANEA

A Revolução Francesa constitui um facto capital na história do direito dos países da


Europa ocidental; só a Grã-Bretanha escapou, em larga medida, Ás suas repercussões no campo
jurídico. As ideias políticas, filosóficas, económicas e sociais do séc. XVIII foram concretizadas
na legislação revolucionária a partir de 1789, sobrevivendo aos diferentes regimes políticos que a
França conheceu nos finais do séc. XVIII e inícios do século XIX e tornando-se em um fundo
comum do direito dos países da Europa continental.

No entanto, não se pode negar que, desde então, o direito continuou a evoluir. Aos
sistemas políticos do liberalismo sucedeu, sob diversas formas, a democracia social:
Igualitarismo, socialismo, comunismo, proteccionismo dominam, em graus diversos, a evolução
jurídica dos países europeus do séc. XX.

A Revolução Francesa deu origem a um direito muito individualista: o indivíduo goza do


máximo de liberdade, tanto no domínio do direito privado como no domínio do direito público.
Os grandes códigos da época napoleónica cristalizaram o sistema individualista durante cem
anos.

Mas, desde os fins do séc. XIX, a liberdade individual Conhece restrições cada vez
maiores, impostas pelo Estado para realizar, num grau mais Ou menos avançado, segundo os
países, a igualdade económica e social entre os indivíduos.12

12
Cf. John Gilissen, ―Introdução Histórica do Direito” Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa,1986. Idem

13
A evolução jurídica da Europa ocidental é ainda marcada pelo aparecimento de normas
jurídicas novas, devidas ao aparecimento das técnicas modernas. O direito aéreo é um exemplo
deste facto.

As origens dos princípios políticos e jurídicos da Revolução Francesa são múltiplos. Os


filósofos ingleses e franceses dos sécs. XVIl e XVIII citemos Locke, Rousseau, Voltaire e
Montesquieu tinham elaborado novas teorias sobre as relações entre os homens e sobre o
funcionamento e organização do Estado.13

13
Cf. John Gilissen, ―Introdução Histórica do Direito” Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa,1986.

14
Conclusão

Tendo chegado ao final deste trabalho conclui que, a era contemporânea é claramente
marcada pelo desenvolvimento e consolidação dos sistemas jurídicos, entendido como Sistema
jurídico é o conjunto de normas jurídicas interdependentes, reunidas segundo um princípio
unificador, ou seja, a unidade lógica das regras, conceitos princípios jurídicos que regem a
aplicação do Ordenamento Jurídico de um país. Actualmente vigoram os seguintes sistemas
jurídicos: Romano Germânico ou Continental (Civil Law); Sistemas mistos com o Civil Law;
Sistema anglo-saxónico ou Common Law; Sistemas mistos com o Common Law; Sistema
Consuetudinário; os temas mistos com o sistema consuetudinário; Sistema Mulçumano etc.

15
Referência bibliográfica

Doutrina:

 John Gilissen, ―Introdução Histórica do Direito” Fundação Calouste Gulbenkian –


Lisboa,1986;
 DOSSE, François. A história à prova do tempo. São Paulo: UNESP, 1999;
 Manual de Curso de licenciatura em Direito 1º Ano, HISTÓRIA DE DIREITO
MOÇAMBICANO, Código: ISCED11 – HISC001.

Internet:

 http://jus.uol.com.br/revista/texto/2245/o-direito-da-internet-o- nascimento-de-um-novo-
ramo-juridico;
 http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia.aspx?cod=63209;
 http://www.fmp.com.br/blog/index.php/dica-de-leitura-%E2%809Co-caso-dos-
exploradores-de-cavernas%E2%80%9D/.

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