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FACULDADE DE DIREITO
6º Grupo
EDNILZA GIL
LIZIRIA MARCELINO
TELMA MUSSENA
VICENTE ALFREDO
NAMPULA
2022
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
EDNILZA GIL
LIZIRIA MARCELINO
TELMA MUSSENA
VICENTE ALFREDO
NAMPULA
2022
Lista de Abreviaturas
CP – Código Penal;
Art - Artigo;
Pag - Página;
Cf – Conforme.
iii
Índice
Lista de Abreviaturas.................................................................................................................iii
Introdução...................................................................................................................................2
CAPÍTULO I: ASPECTOS GERAIS.........................................................................................3
1.1. Noção...................................................................................................................................3
1.2. Bem jurídico.........................................................................................................................3
1.2.1. Saúde física.......................................................................................................................3
1.2.2. Saúde mental ou psíquica..................................................................................................3
1.3. Objecto Material..................................................................................................................3
1.4. Características do crime contra a saúde pública..................................................................4
1.4.1. Exteriorização da conduta.................................................................................................4
1.4.2. Perigosidade do acto.........................................................................................................4
1.4.3. O dolo................................................................................................................................4
1.5. Formas de aparecimento de crime.......................................................................................5
1.5.1. Tentativa...........................................................................................................................5
1.5.2. Frustração..........................................................................................................................5
CAPÍTULO II: DOS CRIMES...................................................................................................6
2.1. Recusa ao profissional da saúde..........................................................................................6
2.1.1. Sujeito...............................................................................................................................6
2.2. Venda ou exposição de substâncias venenosas ou abortivas...............................................6
2.3. Falsificação, corrupção, avaria de substâncias alimentícias ou produtos alimentícios........6
2.4. Venda de utensílios e outros equipamentos tóxicos............................................................7
2.4.1. Falsificação.......................................................................................................................7
2.4.2. Avaria................................................................................................................................8
2.4.3. Corrupção..........................................................................................................................8
2.4.4. Objectividade jurídica.......................................................................................................8
2.4.5. Sujeito...............................................................................................................................8
2.4.6. Tipo objectivo...................................................................................................................8
2.4.7. Tipo subjectivo..................................................................................................................9
2.4.8. Consumação e tentativa....................................................................................................9
2.4.9. Concurso...........................................................................................................................9
2.5. Abate clandestino.................................................................................................................9
1
2.5.1. Tipo objectivo.................................................................................................................10
2.5.2. Tipo subjectivo................................................................................................................10
2.5.3. Consumação e tentativa..................................................................................................11
2.6. Abate de rezes impróprias para o consumo.......................................................................11
2.6.1. Tipo objectivo.................................................................................................................11
2.6.2. Tipo subjectivo................................................................................................................11
2.6.3. Exclusão da responsabilidade criminal...........................................................................11
2.6.4. Agravantes......................................................................................................................12
2.7. Tráfico e outras actividades ilícitas....................................................................................12
2.8. Cultivo de Cannabis Sativa................................................................................................13
2.9. Utilização indevida do equipamento indevida do equipamento material e precursores....13
2.10. Trafico e consumo em lugares públicos ou de reunião....................................................14
2.11. Abuso de exercício de profissão......................................................................................14
2.12. Incitamento ao uso de estupefacientes.............................................................................15
2.13. Abandono de seringas, instrumentos ou produtos...........................................................15
2.13.1. Tentativa.......................................................................................................................15
Conclusão..................................................................................................................................16
Bibliografia...............................................................................................................................17
2
Introdução
Portanto, com o nosso trabalho, vamos fazer uma pesquisa em torno do tema saúdes
contra a saúde pública, o nosso objectivo geral, é fazer um estudo destes crimes e o nosso
objectivo geral é compreender a legislação penal que regula os crimes contra saúde pública,
desde aos ao código penal até as outras legislações que sirvam de auxílio ao Código Penal na
disciplina destes crimes.
O trabalho apresenta três capítulos, cada capítulo aborda de forma autónoma uma
determinada matéria porem todos os capítulos se correlacionam para proporcionar coesão no
estudo do tema em estudo, assim, o primeiro capítulo estudo crime no geral, o segundo
capítulo faz um estudo de alguns crimes contra a saúde pública na generalidade e o terceiro
capítulo faz um estudo sobre crimes contra a saúde pública no âmbito alimentar.
3
CAPÍTULO I: NOÇÕES GERAIS
1.1. Noção
Falar dos crimes contra a saúde pública, consiste efectivamente falar de todo acto que
coloque em perigo a saúde colectiva, ou seja, qualquer comportamento que a pessoa vai ter,
que de certa forma vai colocar a saúde de um número indeterminado de pessoas numa
situação de exposição ao perigo, poderemos designar de crime contra a saúde pública.1
1
CASTILHO, Ela Wiecko Volkmer de, Crimes Contra a Saúde Pública, Universidade Federal de Santa
Catarina, Brasil, p.2.
2
FABRINNI, Renato N. ; MIRABETE, Júlio Fabbrini, Manual de Direito Penal (Parte especial), Vol.II, 28ª
Edição revista e actualizada, Atlas Editores ,São Paulo, 2011, pág. 67.
3
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/saude-mental-fisica-mental-e-social/51347
4
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/saude-mental-fisica-mental-e-social/51347
4
ingerida pelo homem e a fornecer elementos necessários a seu desenvolvimento e
manutenção, inclusive as bebidas como sinónimas as expressões “alimento”, “géneros
alimentícios” e “produtos alimentícios”.5 Portanto, as definições acima apresentadas são
razoáveis e adequadas ao que nosso ordenamento jurídico dispõe mormente art.1º da lei que
regula crimes contra a saúde pública no âmbito da higiene alimentar.6
1.4.3. O dolo
Nos crimes contra a saúde pública o agente deve ter consciência de que pode criar
perigo para a saúde pública. Não é exigido que tenha esse propósito, uma vez que o fim
particular do agente não interessa para a caracterização do crime. Por essa razão, o dolo pode
ser directo, eventual ou necessário.8
5
CASTILHO, Ob.Cit.p.8.
6
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os crimes contra a saúde
publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da República.
7
CASTILHO, Ob.Cit.p.8.
8
Idem, p.8.
5
Em termos gerais, atentos ao art.12º do CP, age com dolo aquele que, representando um
facto que preenche um tipo legal de crime, actua com intenção de o realizar. Age, também
com dolo, aquele que representar a realização de um facto tipificado como crime, sendo este
consequência necessária da sua conduta.9
1.5.1. Tentativa
Nos crimes contra a saude publica há tentativa em termos gerais e algumas
especificacoes de acordocom o crime, materia que iremos nos ocupar em abordar no proximo
capitulo, para já, em termos gerais, de acordo com o nr.1 do art.17º do CP, há tentativa
quando o agente praticar actos de execução de um crime que decidiu cometer, sem que este
chegue a consumar-se.
Nos termos do nr2. Do mesmo artigo, entende-se por actos de execuçao, São actos de
execução: os que preencherem um elemento constitutivo de um tipo de crime; os que forem
idóneos a produzir o resultado típico; e os que, segundo a experiência comum e salvo
circunstâncias imprevisíveis, forem de natureza a fazer esperar que se lhes sigam actos
anteriormente. E em termos gerais, salvo disposição em contrário, a tentativa só é punível se
ao crime consumado respectivo corresponder pena superior a 2 anos de prisão.10
1.5.2. Frustração
A frustração se verifica quando o agente executa todos os actos criminosos mas como
resultado, não se verificara o facto por ele cogitado, em outras palavras, o agente faz tudo que
tinha que fazer para cometer o seu crime, porem não chega a se verificar o resultado por ele
desejado. Atentos que a nova lei que procede com a revisão do código penal não prevê mais a
figura da frustração, podemos de forma abstracta chegar a uma conclusão que nos crimes
contra a saúde pública não vai existir a frustração.
9
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei 24/2019, de 24 de Dezembro (Lei de Revisão do Código Penal), in
Boletim da República.
10
Idem.
6
CAPÍTULO II: DOS CRIMES
2.1.1. Sujeito
Em principio importa referir que este crime é um crime especifico, ou seja, não é
cometido por qualquer pessoa, podendo ser apenas cometido por um profissional de saúde
numa situaçao em que tem obrigaçao de atender um paciente.
11
FIGUEIREDO, Jorge Dias, Direito Penal – Questões Fundamentais a Doutrina Geral do Crime, Tomo I, 2a
edição, 2a Reimpressão, Coimbra editora, 2012, Pág. 365.
12
Cf.art.223º do CP.
7
2.4. Venda de utensílios e outros equipamentos tóxicos
Ainda na redacção da alínea b) do artigo supra citado, incorre à este crime, quem
produzir, vender ou expor para a venda, adquirir, transportar ou armazenar para fins
comerciais, utensílios de cozinha ou de mesa, recipientes, quaisquer outros objectos ou
equipamentos desde que no seu uso corrente tenham um contacto directo com os alimentos
transmitindo-lhes assim produtos tóxicos numa quantidade considerada acima da normal em
termos legais.
Este crime é punido com uma pena de prisão de oito a doze anos se o alimento
alimentício corrupto, avariado ou falsificado for susceptível de prejudicar gravemente a saúde
do consumidor e se a quantidade de produtos tóxicos transmissíveis são gravemente
prejudiciais a saúde do consumidor.
Com pena de prisão de dois a oito anos se os géneros alimentícios forem por sua
qualidade ou natureza susceptíveis de prejudicar a saúde de consumidor e se as quantidades
dos produtos tóxicos transmissíveis são prejudiciais a saúde do consumidor.
2.4.1. Falsificação
A falsificação de género alimentício consiste em adicionar quais quer substâncias
alimentares ou não que seja, estranhas a sua composição de natureza, em qualquer quantidade
para lhe aumentar o seu peso, volume ou encobrir do consumidor a sua avaria ou ma
qualidade; substituir para o consumo com imitação fraudulenta das respectivas qualidades,
géneros alimentícios por substâncias alimentares ou não; subtrair total ou parcialmente algum
ou alguns dos seus componentes contrariando a regulamentação apropriada.
13
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os crimes contra a saúde
publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da República.
14
Cf. Art.3º da lei 8/82, de 23 de Julho (lei que regula os crimes contra a saúde publica no âmbito da saúde
alimentar)
8
2.4.2. Avaria
Considera-se género alimentício avariado, todo aquele que por negligência ou causa
acidental, se deteriorou ou sofreu uma modificação mais ou menos profunda na sua
composição tornando-se impróprio para o consumo.
2.4.3. Corrupção
Considera-se género alimentício corrupto, todo aquele que entrou em putrefacção ou
decomposição; contem germes patogénicos ou germes indicadores de contaminação fecal,
substâncias químicas ou radioactivas, tóxicas ou parasitas em quantidades capazes de
poderem produzir ou transmitir doenças ao homem.15
Trata-se agora de crime de perigo concreto, por exigir a lei que a substancia seja
nociva a saúde ou que tenha reduzido o seu valor nutritivo embora não depende da
comprovação de risco efectivo para a incolumidade de qualquer pessoa.
2.4.5. Sujeito
Qualquer pessoa pode cometer o crime, embora na maior parte das vezes se revista o
sujeito activo qualidade de industrial, agricultor ou comerciante. O sujeito passivo é a
colectividade, bem como qualquer pessoa que seja lesada ou colocada em perigo pela
falsificação, corrupção ou avaria dos alimentos ou produtos alimentícios.
Outra conduta é falsificar, quer dizer alterar com fraude, contrafazer. Falsifica-se com
o emprego das substâncias diversas das que entram na composição normal do produto, tendo-
se o cuidado de que ele se apresente com a aparência normal do produto. Externamente a
15
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os crimes contra a saúde
publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da República.
9
substancia idêntica ou muito semelhante com a genuína, embora a sua composição seja
diversa da normal. Outra conduta é por deixar o produto entrar em putrefacção criando
germes patogénicos que atentem a saúde do consumidor.
2.4.9. Concurso
Quando o falsificador vende o produto não comete dois crimes, respondendo apenas
em termos do artigo 2º da lei 8/82. Pode ocorrer o concurso com outro crime contra as
relações de consumo, quando a fraude ao consumidor não se restringir à alteração sofrida pelo
produto que o tornou nocivo à saúde ou lhe reduziu o valor nutritivo. Na impede também a
existência de um crime continuado.17
É crime contra a saúde pública punível com uma pena de prisão até dois anos e multa igual ao
triplo do valor das rezes abatidas, o abate dos animais das espécies bovina, caprina, ovina,
suína ou equina para o consumo público fora dos locais oficialmente autorizados e sem
inspecção sanitária.
A mesma pena é aplicada à pessoas que vendam ou exponham para a venda, bem
como adquiram, transportem ou armazenem para o comercio a carne dos animais das espécies
16
FABRINNI, Ob.Cit.pp.113-115.
17
FABRINNI, Ob.Cit.p.116.
10
acima mencionados, abatidos sem inspecção sanitária, ou os produtos com ela fabricados,
desde que conhecessem ou devessem conhecer o carácter clandestino do abate.
Ainda a mesma pena vai ser aplicado as pessoas que venderem ou deixarem exposta a
venda e aqueles que adquirem, transportam, armazenam para o fim comercial a carne
proveniente do exercício das actividades venatórias, que não sejam submetidas à prévia
inspecção sanitária.18
18
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os crimes contra a saúde
publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da República.
19
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os crimes contra a saúde
publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da República.
11
2.6. Abate de rezes impróprias para o consumo
É crime contra a saúde pública punível coma pena de prisão de dois a oito anos,
conforme o artigo 8º da lei 8/82, o abate dos animais das espécies bovina, ovina, caprina, suína
ou equina, impróprios para o consumo público e a este destinado, sendo conhecido o seu
estado.
Conforme nr.2 do mesmo artigo, em igual pena incorrem aqueles que, por qualquer
modo aproveitarem para alimentação de outrem a carne de animais acima referidos,
impróprios para o consumo publico e dos que hajam morrido de doenças, desde que, num ou
noutro caso conheçam o seu defeito.20
A outra conduta diz respeito a quem vai se aproveitar da carne destas espécies para
alimentar o outro, conhecendo o seu estado.
20
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os crimes contra a saúde
publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da República.
21
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os crimes contra a saúde
publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da República.
12
2.6.4. Agravantes
O artigo 11º por sua vez, apresenta-nos circunstâncias agravantes dos crimes contra a
saúde pública no âmbito da saúde alimentar tais como: ter a infracção envolvido produtos ou
mercadorias essenciais ao abastecimento do povo ou estratégicos de importação ou
exportação; ser a infracção praticada em estado de carência ou insuficiência dos produtos ou
mercadorias em causa; o suborno ou tentativa de suborno ou ameaça a quem houver
participado a infracção; e por fim ser a infracção ser cometida encontrando-se o pai sem
guerra, estado de sitio ou de emergência.22
Este preceito legal, não vai se limitar apenas em penalizar quem praticar o que se
encontra acima previsto, o nr.2 do mesmo artigo estende a penalização para pessoas que
estiverem devidamente autorizadas a sua posse, se estes ao invés de proceder a sua utilização
nos termos autorizados e ceder ou diligenciar para que seja colocado no comércio as plantas e
substâncias preparadas e referidas acima, como não bastasse, o artigo ainda vai estender mais
para quem proceder com o cultivo, produção e fabrico ou preparados que não sejam os que
constam no seu titulo de autorização de acordo com o nr.3.
22
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os crimes contra a saúde
publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da República
13
conhecido por suruma terá una penalização que a sua moldura penal varia de 1 dias a um ano
de prisão.
Como também vai ser punido, ao indivíduo que detiver por qualquer título sem
autorização, equipamento, materiais ou substanciar incluídas nas tabelas acima mencionadas,
sabendo que, são ou vão ser utilizados no cultivo, produção ou fabrico ilícitos de
estupefacientes ou substâncias psicotrópicas, será punido com uma pena de 2 a 8 anos de
prisão maior agravada em termos gerais e multa de trinta a cem milhões de meticais
Traficante consumidor
Quando com a prática dos factos previstos no artigo 33º nomeadamente produzir,
exportar, vender, expor a vente, e outros, o agente tiver tido por objectivo único, conseguir
plantas, substâncias ou preparados destinados ao seu uso pessoal, incorre nas penas de prisão
de um a dois anos e uma multa ate dez milhões de meticais, se estes forem as substancias
previstas nas tabelas I a III.
23
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.3/97, de 13 de Março, (lei que regula o consumo e trafico de
estupefacientes), in Boletim da República.
14
ou preparados mencionados nas tabelas um a quatro, a lei penal condena estes actos e pune
com a pena de 12 a 16 anos de prisão maior.
Será ainda punido com a pena de oito a doze anos de prisão maior, aquele que tenha ao
seu dispor edifício, recinto, veiculo, embarcação ou aeronaves consentir que seja usado para o
tráfico ou uso de plantas ou substancias ou preparados que constam nas tabelas I a IV
Portanto, não permitindo que seja utilizado o lugar público ou seu recinto ou aeronave,
seja lá uma das situações acima referidas mas mesmo assim acontecer e o proprietário ou
dirigente, não fazer nada para evitar será punido com a pena de prisão de 2 a 8 anos de prisão
e multa de vinte a cinquenta milhões de meticais.
As mesmas penas serão aplicadas aos farmacêuticos ou quem o substituir que vender
ou entregar aquelas substancias ou preparados para fins não terapêuticos.
24
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.3/97, de 13 de Março, (lei que regula o consumo e trafico de
estupefacientes), in Boletim da República.
15
plantas, substancias ou preparados que se encontram descritos nas três tabelas primeiras, o
legislador entendeu punir este acto com a pena de prisão com a moldura penal de dois a oito
anos, podendo ser agravada se for instigado um menor que esteja sob cuidado do agente, se o
agente for medico, farmacêutico ou qualquer profissional de saúde, se a infracção for
cometida instalações de tratamento de consumidores de droga; se esta instigação ou indução
for no uso de substâncias que estão na quarta tabela o legislador resolveu atenuar com uma
pena de prisão e multa correspondente.25
2.13.1. Tentativa
Os actos preparatórios, e a tentativa dos crimes de utilização indevida de equipamento,
abuso de exercício de profissão e incitação ou instigação ao uso de estupefacientes, são
puníveis com uma pena de prisão e multa correspondente. E aos crimes de trafico e outras
actividades ilícitas, conversão ou dissimulação de bens ou produtos é punível sua tentativas de
acordo com o artigo 46º da lei citada.
Conclusão
Chegados ao fim da nossa pesquisa no que concerne ao tema crimes contra a saúde
pública, dos vários doutrinários podemos compreender que na verdade se trata de crimes que
merecem uma tutela penal, não só porque colocam em causa o bem jurídica saúde pública,
25
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.3/97, de 13 de Março, (lei que regula o consumo e trafico de
estupefacientes), in Boletim da República.
26
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.3/97, de 13 de Março, (lei que regula o consumo e trafico de
estupefacientes), in Boletim da República.
16
mas porque também trata-se condutas moralmente e juridicamente inaceitáveis para a boa
convivência.
Olhando para o ponto de vista classificativo, trata-se de crimes de perigo, ou seja, para
a consumação de alguns destes crimes não é necessário que o agente efectue o que deseja
fazer, bastando a mera exposição do bem que atenta a saúde pública para ocorrer a sua
consumação; por outro lado, estes crimes são crimes comuns na medida que qualquer cidadão
pode cometê-los podendo cometer contra qualquer pessoa na sociedade no geral sem
qualquer distinção de cor, raça, religião, classe social ou etnia.
Para a tipificação destes crimes, carecem de dolo, ou seja, deve existir representação e
consciência da proibição da conduta e o agente mesmo assim querer fazer; e para terminar,
importa salientar que estes crimes se manifestam em forma de uma consumação apesar que
podemos admitir que uma parte destes crimes podem se verificar sobre a forma de uma
tentativa.
Bibliografia
Legislação:
17
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.3/97, de 13 de Março, (lei que regula o
consumo e trafico de estupefacientes), in Boletim da República;
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, lei nr.8/82, de 23 de Junho, (lei que regula os
crimes contra a saúde publica no âmbito da saúde alimentar), in Boletim da
República.
Doutrina:
CASTILHO, Ela Wiecko Volkmer de, Crimes Contra a Saúde Pública, Universidade
Federal de Santa Catarina, Brasil;
FABRINNI, Renato N. ; MIRABETE, Júlio Fabbrini, Manual de Direito Penal
(Parte especial), Vol.II, 28ª Edição revista e actualizada, Atlas Editores ,São Paulo,
2011;
FIGUEIREDO, Jorge Dias, Direito Penal – Questões Fundamentais a Doutrina
Geral do Crime, Tomo I, 2a edição, 2a Reimpressão, Coimbra editora, 2012.
Internet
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/saude-mental-fisica-
mental-e-social/51347, acesso aos 22/ de Março de 2022, pelas 18:02mins.
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