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FACULDADE DE DIREITO
DISCENTE:
SISTEMA NORTE-AMERICANO
NAMPULA
2024
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
DISCENTE:
SISTEMA NORTE-AMERICANO
NAMPULA
2024
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Índice
Introdução 4
1. O FENÓMENO CONSTITUCIONALISMO 5
2.2. A Carta Magna americana tem sete artigos, cada um dividido em secções, 16
Conclusão 21
Referência Bibliográfica 22
3
Introdução
Julga-se ser pertinente a compreensão deste trabalho, visto que poderá permitir
a compreensão dos contextos que originaram o constitucionalismo do país em
estudo e ter-se uma noção em volta do modelo constitucional em voga nesse país,
no que tange a sua estrutura, composição assim como o sistema de governo em
vigor.
4
1. O FENÓMENO CONSTITUCIONALISMO
1
CARVALHO, Kildare Gonsalves. Direito Constitucional. 15ed. Belo Horizonte: del rey, 2009. Pag. 38.
5
No entender de Canotilho (1997, p. 51), constitucionalismo é a teoria
(ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos
direitos em dimensão estruturante da organização política, social de uma
comunidade. Ele busca, pois, uma compreensão de conteúdo político e axiológico
ligado a normatividade que rege uma sociedade.2
Muita discussão surgiu para elaborar uma Constituição que atendesse aos
anseios do povo americano. Muitas dúvidas pairavam sobre a forma republicana a
ser assumida pela União dos Estados Confederados. Como ter um governo central
forte sem o risco da tirania? Como respeitar as liberdades de cada Estado da
2
CANOTILHO, Jose Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Terioria da Constituicao. 4 ed. Coimbra
: Almedina, 1997. Pg. 51.
6
Federação e a participação do povo nas decisões?
7
pelo temor a tirania, mas também se preocupou em estabelecer critérios e
elementos para promover a liberdade individual dos cidadãos da sociedade política
que estava se formando.
3
MIRANDA, Jorge. Manual do Direito Constitucional. 2ed. Coimbra: Coimbra Editora, 1988.
8
2. O SISTEMA CONSTITUCIONAL NORTE-AMERICANO
4
MIRANDA, Jorge. Manual do Direito Constitucional. 2ed. Coimbra: Coimbra Editora, 1988, Pg. 138.
9
A primeira contribuição foi a primeira Constituição escrita (1787), formal,
rígida e dotada de supremacia. É também o primeiro documento formal. Outra
característica é o surgimento do controle difuso de constitucionalidade (decisão
proferida em 1803, no caso Marbury VS. Madison, proferida pelo Presidente da
Suprema Corte, Marshal) – tal decisão foi a primeira a declarar a
inconstitucionalidade de uma lei e estabelecer as bases para o controle de
constitucionalidade. A terceira contribuição é o fortalecimento do Poder Judiciário.
Outra contribuição importante foi a experiência republicana em um país de grande
extensão e população. Criou-se também o federalismo e o presidencialismo. A
última contribuição foi a declaração do estado da Virgínia (Virgina Bill of Rights ), em
1776 – direitos e garantias fundamentais.
Pode-se dizer então que, nos Estados Unidos houve um poder constituinte
originário que produziu em 1787, um texto codificado, rígido e sintético com
aspectos essencialmente princípios lógicos e inicialmente políticos, incorporando a
declaração de direitos individuais fundamentais.
5
CAPPELETTI, Mauro. O Controlo Judicional de Constitucionalidade das Leis no Direito Comparado.
Tradução de Aroldo Clinio Gonsalves. 2ed. Porto Alegre: Sergio Antonio, Fabris Editora, 1999, Pg. 61.
10
Conforme Canotilho (1997, p. 70), no ordenamento político norte-americano
adquire centralidade política a ideia de um poder constituinte. A conhecida fórmula
preambular “we the people” indicia com clareza uma dimensão básica do poder
constituinte criar uma Constituição.6
6
CANOTILHO, Jose Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Terorio da Constituicao. 4ed. Coimbra:
Almedina, 1997, Pg 70.
7
11 CAPPELETTI, Mauro. O controlo judicial de constitucionalidade das leis no direito comparado.
Tradução de Aroldo Plínio Gonçalves. 2ª ed. Porto Alegre: Sérgio António Fabris Editor, 1999. Pg. 61
11
espaço para as mudanças interpretativas.
12
entes deverão examinar criteriosamente as bases constitucionais e legais
que substancializam a acção do Governo federal, no sentido de que se tenha
algum limite para a discricionariedade dos Estados articularem a política
pública estudada, bem como devem também criteriosamente avaliar a
necessidade da acção;
8
TAVARES, André Ramos, Curso de direito constitucional. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
13
Discorrendo desde o uso do significado do termo constituição até seu
significado utilizado no período da Revolução Americana, que culminou na
construção de uma sociedade balizada sobre os princípios de liberdade individual,
bem-estar económico e felicidade da comunidade política.
9
Aristóteles já usará para descrever o corpo político de Atenas. Quando escreveu sua obra A Política.
10
HOBBES. T. Tratado Sobre Representação. Esclarece o sentido do termo representação.
14
como entendia Hobbes11. Segundo Madison, os representantes atuam em nome dos
interesses dos indivíduos de uma parcela definida e limitada, conceito de voto
12
distrital.
Uma Constituição pode ser entendida como um conjunto de maneiras nas quais
as pessoas estabelecem e limitam o poder que os governa.13 Desse modo tem um
caráter normativo. Belz diz que a Constituição surge para limitar o poder dos que
governam uma comunidade política, pois essa comunidade possui fins e propósitos
os quais são definidos pela comunidade política.
Aristóteles já afirmava que “as pessoas se associam por que visam um bem”6,
ora não seria diferente com a sociedade americana que, naquele momento histórico,
buscava se formar uma nação. E a Constituição escrita representava uma forma, até
mesmo, de antever os acordos que foram firmados e tratava de colocar nos escritos
princípios e objectivos que os levariam a concretizar a luta por uma nação livre e
independente.
11
HOBBES. T. Leviatã. Livro II. Do Estado. Traduzido por: Alex Martins. São Paulo: Martin Claret, 2006.
12
HAMILTON, Alexander; JAY, John; MADISON, James. O Federalista. Tradução, introdução e notas
de V. Soromenho-Marques e J. C. S. Duarte. Lisboa: Colibri, 2003.
13
BELZ, Herman. A Living Constitution or Fundamental Law? American Constitutionalism in Historical
Perspective. Lanham et al.: Rowman & Littlefield, 1998. (Introduction and chapter 1)
15
política, serão nos séculos XIX e XX, os grandes eixos de discussão para
interpretação da Constituição dos EUA.
Pois para os que viviam na América e que já sofriam com as amarras da coroa
inglesa não abriam mão da liberdade individual, ao tempo que precisavam da
unidade dos Estados para atender suas necessidades de bem-estar económico e
social e a felicidade da comunidade. Ao pensar desta forma pode-se afirmar que a
proposta do constitucionalismo americano foi liberal, mas nem por isso deixou de
lado o aspecto das regras morais para a convivência dos cidadãos. O que vai definir
se há divisão ou pode haver uma junção será a modo que se construiu a lei
constitucional.
14
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. 1ª ed. Porto Alegre: Globo, 2008.
16
O artigo I cuida do Poder Legislativo: a secção 2 trata da Câmara dos
Representantes; a secção 3 trata do Senado; secção 8 cuida da competência
do Congresso; a secção 10 traduz-se em vedações aos Estados;
A Constituição foi emendada vinte e sete vezes, sendo que as dez primeiras, que
constituem oBill of Rights do direito norte-americano.
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A Constituição dos Estados Unidos garante aos seus cidadãos americanos sua
liberdade religiosa, a inviolabilidade de seus lares, a manutenção dos seus direitos à
privacidade, à defesa em um processo legal, bem como a um julgamento com júri,
assim como a proibição da utilização de penas torturantes.
Os Estados Unidos da América são uns Estado Federal, isto é, constituídos por
vários estados membros que fazem a união. O sistema do Governo em vigor nestes
Estados é Presidencial. Prima-se nestes Estados pelo princípio de separação de
poderes, onde, administrativamente, a confederação encontra-se organizada da
seguinte maneira:
15
MIRANDA, Jorge. Manual do Direito Constitucional. 2ed. Coimbra: Coimbra Editora, 1988.
18
Presidente, e o Congresso poderá indicar, por uma Lei, em caso de destituição,
morte, renúncia ou incapacidade do Presidente e do Vice-Presidente, qual o
funcionário que exercerá a função de Presidente, e este funcionário preencherá o
cargo até à cessação da incapacidade ou eleição de outro Presidente.
16
CANOTILHO, Jose Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Terorio da Constituicao. 4ed. Coimbra:
Almedina, 1997
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de qualquer Estado, o Poder Executivo desse Estado poderá proceder a
nomeações temporárias, até à reunião seguinte da legislatura, a qual então
preencherá a vaga. Não poderá ser um Senador ninguém que não tenha
cumprido a idade de 30 anos, e não seja por nove anos um cidadão dos
Estados Unidos, e não esteja, quando eleito, residindo no Estado pelo qual
será escolhido. As épocas, lugares e modos de realizar eleições para
Senadores e Representantes serão prescritas em cada Estado pela respectiva
legislatura; mas o Congresso pode, em qualquer momento, através de uma
Lei, fazer ou alterar tais regulamentos, excepto quanto aos lugares de eleição
dos senadores.
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Deveres dos Estados Federados e dos seus concidadãos
17
ARTOLA, Miguel. Constitucionalismo en la historia. Barcelona: Crítica, 2005.
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Conclusão
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Referência Bibliográfica
Aristóteles já usará para descrever o corpo político de Atenas. Quando escreveu sua
obra A Política;
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. 1ª ed. Porto Alegre: Globo, 2008;
TAVARES, André Ramos, Curso de direito constitucional. 8ª ed. São Paulo: Saraiva,
2010;
HOBBES. T. Leviatã. Livro II. Do Estado. Traduzido por: Alex Martins. São Paulo:
Martin Claret, 2006.
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