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INSTITUTO CENECISTA DE ENSINO SUPERIOR DE SANTO ÂNGELO


DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL I
CURSO: CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – DIREITO – 2º PERÍODO
PROFESSOR: ADRIANO NEDEL DOS SANTOS.
PONTO 2 – TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO

1) CONSTITUCIONALISMO: A rigor, constitucionalismo é um movimento político-jurídico que visa estabelecer um


governo limitado em seus poderes e estruturar o poder político através do direito. Há autores que afirmam a necessidade
do constitucionalismo culminar em uma constituição escrita e, para os que assim pensam, o constitucionalismo só
existiu a partir do século XVIII (constitucionalismo sem sentido estrito), especialmente com o advento das
Constituições Americana e Francesa. O constitucionalismo pode ser entendido também como um processo, não havendo
um constitucionalismo, mas vários constitucionalismos (constitucionalismo em sentido amplo).
“Constitucionalismo é a teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos
direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade”. (CANOTILHO)

Constitucionalismo como processo ou movimento (em sentido amplo):


- Constitucionalismo primitivo (30.000 a.C a 3.000 a.C): Nesta etapa da humanidade, os costumes
ditavam as regras e os limites de cada um, sendo que os chefes das tribos ou clãs ditavam as normas,
limitados pelos deuses e rituais. 1 Aqui se inclui o constitucionalismo hebraico que, conforme Karl
Loewenstein, o primeiro povo que praticou o constitucionalismo foi o povo hebraico, onde os súditos
pretendiam viver sob o domínio de uma autoridade divina. Aqui a limitação do poder se deu por meio
da lei moral. O condutor da sociedade, o patriarca estava também com o poder limitado pela Lei do
Senhor.
- Constitucionalismo Grego: A Constituição retratava a organização da sociedade como algo natural. Constituciona-
A Constituição era um ato natural e não de vontade. Havia identidade entre governantes e governados, lismo antigo.
no qual o poder político estava igualmente distribuído entre todos os cidadãos ativos ( Democracia
Constitucional). Ocorreu o erro da excessiva democratização. Todo sistema soçobra pelo seu excesso.
- Constitucionalismo Romano: Havia complicados dispositivos de freios e contrapesos para dividir e
limitar o poder político dos magistrados estabelecidos. A Constituição Romana tinha aspecto mais
costumeiro do que escrito, a semelhança da Constituição Inglesa. Os romanos faziam a clara distinção
entre disposição constitucional e leis ordinárias.
- Constitucionalismo na Idade Média: Com o advento do Cristianismo, começou-se a valorizar mais a
pessoa. Tal não ocorria no constitucionalismo antigo que onde a comunidade humana funcionava
integrada no Estado como um todo, representado pelas classes providas dos direitos de cidadania. “Dar
a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” foi a primeira revolução no sentido de formar uma
consciência política individual. Na Idade Média houve a fragmentação do poder e o crescimento do
Poder da Igreja.
- Inglaterra: O marco fundamental do constitucionalismo moderno foi, sem dúvida, a Magna Constituciona-
Charta Libertatum assinada em 1215 onde o Rei João Sem-terra reconhece algumas liberdades em favor lismo moderno
dos Nobres e do Alto-Clero.
- Idade Moderna (Happy Constitution): Na Inglaterra surgiram dois documentos importantes tidos
como marcos do constitucionalismo: a Petition of Rights e a Bill of Rights.Ambas surgiram para se
evitar arbitrariedades. Com o Bill of Rights, iniciou-se a Monarquia Constitucional na Inglaterra,
ocorrendo a supremacia do Parlamento e a submissão do Rei à soberania popular. Um dos teóricos
fundamentais deste período é o inglês John Locke. Em 1776, ocorre a Declaração de Independência de
Virgínia, após a rebelião das 13 colônias de origem britânica, formando a Confederação dos Estados
Norte-Americanos. Em 1787, na Filadélfia, assina-se a primeira Constituição escrita da história do
Constitucionalismo marcando a criação da Federação dos Estados Unidos da América.

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Acerca desta etapa ler “A cidade Antiga” de Fustel de Coulanges e “Totem e Tabu” de Sigmund Freud.
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- Idade Contemporânea: Trata-se do Constitucionalismo pós-modernidade, ou seja, pós-Idade
Moderna. Houve alguns ciclos de constitucionalismos neste período com a crescente incorporação de
direitos no rol de seu desenvolvimento. São eles:
1) Constitucionalismo Liberal Clássico: Neste período (imediatamente posterior à Revolução Francesa)
a função fundamental da Constituição era proteger o cidadão do Estado, garantindo algumas liberdades
fundamentais contra abusos dos governantes. Aqui o Estado é chamado de Estado mínimo;
2) Constitucionalismo Social: A principal característica deste constitucionalismo é a entrada de direitos Constitucio-
sociais e trabalhistas nos textos constitucionais. Aqui o Estado não mais somente se abstém, mas ao nalismo
contrário, atua positivamente para a efetivação de direitos. É o período dos direitos de “igualdade”. contempo-
O Estado, neste período, é chamado de intervencionista; râneo.
3) Constitucionalismo Democrático de Direito: Neste período (o atual), o movimento constitucional,
através da Constituição Escrita e de sua hermenêutica (interpretação), chega a uma idéia de mundo
como transformação e da Constituição como instrumento e gênese desta transformação através de um
processo educativo e normativo da sociedade. Aqui, além dos direitos chamados “negativos” (liberal-
individualista) e dos chamados direitos “positivos”, há os direitos educativos e transformadores. A
Constituição não é somente formal. Busca-se incessantemente a identidade entre Constituição Formal e
Material;
4) Constitucionalismo Comunitário: Nesta fase (a partir de 2000) começa-se a questionar os rumos das
Constituições nacionais frente às uniões de países (Ex: União Européia), e o surgimento de Constituições
destas Uniões.

Constitucionalismo como originário do movimento revolucionário do Século XVIII (em sentido estrito): Mesmo
para os autores que estudam o constitucionalismo desta forma, é feita uma espécie de estudo preliminar acerca da
história. Portanto, mesmo aqui o constitucionalismo é um produto da história. Não se trata de matéria estanque, sem
conexão com a história.
- Pactos, Forais e Cartas de Franquia: São convenções entre o monarca e os súditos, referentes ao modo de governo e
a garantia de direitos individuais. Seu fundamento é o acordo de vontades. Outorga do monarca. São oriundos do
Direito inglês. “Maneira de diminuir a fogosidade do Poder”.
OS MAIS CÉLEBRES: MAGNA CARTA (1215)2. JOÃO SEM-TERRA.
PETITION OF RIGHTS (1628).
BILL OF RIGHTS (1689)
- Contratos de colonização: Foram contratos realizados dentro dos navios com regras primárias de convivência através
de mútuo consenso. Referem-se à história dos peregrinos, em sua maioria puritanos, que saíram da Inglaterra para a
América do Norte. Os mais célebres são: 1) Mayflower “Compact”, de 1620 3; 2) Fundamental orders of Connecticut, de
1639.
-Leis Fundamentais do Reino: Na França, onde fervilhava a idéia de liberdade surgiram as leis fundamentais do reino,
que se impunham ao próprio rei. Criação de legistas franceses empenhados em defender a coroa contra as fraquezas do
monarca.
2) Pensamento iluminista:
INDIVÍDUO – Prevalência do indivíduo (pensamento liberal).
RAZÃO
NATUREZA
FELICIDADE
PROGRESSO – Aqui surge a idéia de propriedade.
MONTESQUIEU, PARA EVITAR POSSÍVEIS ABUSOS, TEORIZOU A SEPARAÇÃO DOS PODERES, NA OBRA
“O ESPÍRITO DAS LEIS”.
3) Natureza Jurídica
- THOMAS HOBBES: Leviathan
- JOHN LOCKE: Dois Tratados sobre o Governo Civil
- JEAN JACQUES ROUSSEAU: Contrato Social
2
Fragmentos disponíveis no Xerox ou em arquivo anexo
3
Texto integral disponibilizado no Xerox ou em arquivo anexo.
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- BARTHÉLEMY ET DUEZ: “Um agregado de grupos sociais politicamente organizado. Atende à verdadeira
natureza da lex máxima e ao papel do povo no estado hodierno. A Constituição é a suprema declaração de vontade
popular”.
4) Acepção (Sentido): Como deve ser vista e interpretada a Constituição? Vejamos as principais correntes doutrinárias:
- FERDINAND LASSALE: SOCIOLÓGICO (conformidade com os fatores reais de poder ou mera folha de papel)
- CARL SCHMITT: POLÍTICO (Constituição é fruto de decisão política fundamental)
- HANS KELSEN: JURÍDICO (Constituição tem sentido lógico-jurídico, sendo a norma fundamental de outras
normas).
- KONRAD HESSE: FORÇA NORMATIVA ou ORDEM MATERIAL E ABERTA DA COMUNIDADE (A
Constituição deve atuar diretamente na realidade histórica, atribuindo máxima eficácia às normas da Constituição).
- PETER HÄBERLE: PROCESSO PÚBLICO (Constituição é o espelho de uma sociedade, de um processo
interpretativo aberto dos intérpretes da Constituição).
- J.J GOMES CANOTILHO: DIRIGENTE (A Constituição deve dirigir a ação do governo em programas para
efetivar direitos)
- RAUL MACHADO HORTA: PLASTICIDADE (Adaptação das normas constitucionais às oscilações da opinião
pública, ao fluir dos fatos sociais)

5) CONCEITO: “É um sistema de normas jurídicas escritas ou costumeiras, que regula a forma do estado, a forma de
seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os
direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que
organiza os elementos constitutivos do Estado”. (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo.
24. ed. São Paulo : Malheiros, 2005)
“Constituição, lato sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de firmar; ou, ainda, o modo pelo qual se constitui uma
coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organização, formação. Juridicamente, porém, Constituição deve ser entendida
como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação
dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos,
garantias e deveres dos cidadãos”. (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 17. ed. São Paulo : Atlas, 2005)
“É O CONJUNTO DE NORMAS QUE ORGANIZA OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO”.
6) OBJETO: É o estudo do próprio conteúdo da Constituição.
 ESTABELECER A ESTRUTURA DO ESTADO
 ESTABELECER A ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS ESTATAIS
 ESTABELECER O MODO DE AQUISIÇÃO DO PODER
 ESTABELECER LIMITES AO EXERCÍCIO DO PODER
 ASSEGURAR OS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
 FIXAR O REGIME POLÍTICO (DEMOCRÁTICO, AUTORITÁRIO E TOTALITÁRIO)
 DISCIPLINAR OS FINS SOCIO-ECONÔMICOS DO ESTADO.
7) ESTRUTURA: As Constituições geralmente são agrupadas em Títulos, os quais são divididos em Capítulos e estes
em Seções e Subseções, que por sua vez se agrupam em Artigos, com seus Incisos e Alíneas.
8) ELEMENTOS: Elementos são partes distintas de um corpo que contribuem para sua formação. A Constituição,
entendida como um corpo, apresenta os seguintes elementos:
a) Elementos Orgânicos: São os que regulam os Poderes do Estado, definindo a respectiva estrutura. Referem-se a
órgãos do Estado, como o próprio nome já infere.

TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO;


TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO SISTEMA DE GOVERNO;
TÍTULO VI – DA TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO.
b) Elementos Limitativos: São os que restringem a atividade do Estado em relação ao indivíduo.
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.
c) Elementos Sócio-ideológicos: São os que regulam o compromisso entre o Estado individual e o Estado social,
desenhando o perfil ideológico do Estado. Ex: Art. 6º, 7º e 170 e ss.
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d) Elementos de Estabilização Constitucional: São os destinados a garantir a paz social. São instrumentos de defesa
do Estado.
INTERVENÇÃO FEDERAL (34 A 36)
CONTROLE DIRETO DA CONSTITUCIONALIDADE (102, I , A)
ESTADO DE DEFESA E DE SÍTIO (136 E 137)
e) Elementos Formais de Aplicabilidade: São os que traçam regras de aplicação da constituição. (De que maneira a
C.F. pode ser aplicada).
- PREÂMBULO.
“O preâmbulo da Constituição é uma afirmação de princípios, é uma síntese do pensamento que dominou a Assembléia
em seu trabalho de elaboração constitucional. Não se pode assim pôr em dúvida a importância dos preâmbulos das
Constituições, não só considerados os elementos que neles se contêm para o esclarecimento do texto, como ainda os
debates, as discussões e controvérsias que cercam a sua elaboração”. (Themístocles Brandão Cavalcanti).
EMENTA: CONSTITUCIONAL. CONSTITUIÇÃO: PREÂMBULO. NORMAS CENTRAIS. Constituição do Acre. I. -
Normas centrais da Constituição Federal: essas normas são de reprodução obrigatória na Constituição do Estado-
membro, mesmo porque, reproduzidas, ou não, incidirão sobre a ordem local. Reclamações 370-MT e 383-SP (RTJ
147/404). II. - Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção de Deus: não se trata
de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa. III. - Ação direta de
inconstitucionalidade julgada improcedente.
- ARTIGO 5º, § 1º
- DISPOSIÇÕES FINAIS
- DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
9) CLASSIFICAÇÃO:
a) Quanto à origem:

 PROMULGADA ou DEMOCRÁTICA: É aquela que é fruto de um processo


democrático e elaborada por um Poder Constituinte. No Brasil 1891, 1934, 1946 e 1988.

C.F

P. Executivo P. Legislativo P. Judiciário.


 OUTORGADA: É fruto do autoritarismo, imposta por um grupo ou pelo governante.
No Brasil: 1824, 1937 e 1967. Aqui há idéia de força, não há debate. Um dos Poderes está junto
com a Constituição. Na Constituição do Império o Imperador (Poder Moderador) estava junto
com a C.F.

Constituição e Imperador

Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário

 PACTUADA: O Poder Constituinte aqui fica dividido entre o soberano e outros


titulares, geralmente organizações nacionais. Muito comum na Idade Média. Ex: Magna Carta de
1.215.
 CESARISTA: Há a participação do povo através de plebiscito e referendo para legitimar
a presença do detentor do Poder. Ex: Carta plebiscitária do Chile sob influência de Pinochet.

b) Quanto a mutabilidade (estabilidade):


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 FLEXÍVEL: É aquela que exige, para sua alteração, qualquer processo, seguindo as regras
para a edição da lei ordinária. Não desaparece o Poder Constituinte com a promulgação da
Carta.
 RÍGIDA: É a que exige para a sua alteração um critério mais solene e difícil do que o
previsto para a lei ordinária. Desaparece o Poder Constituinte com a promulgação da Carta.

Alguns autores apresentam graus de Rigidez: a) Grau máximo: Constituições Super-Rígidas: O


procedimento para reforma da Constituição é rigorosíssimo. Ex: Constituição dos Estados Unidos
da América de 1787.; b) Grau médio: Constituições Rígidas: O procedimento para sua
modificação procura conciliar critérios de progresso com estabilidade, não dificultando ao
extremo reformas. Ex: Constituição Federal brasileira de 1988; c) Grau mínimo: Constituições
pouco rígidas: O processo para alteração da Constituição, apesar de distinto das leis ordinárias e
mais dificultoso que estas é mais brando do que as Constituições anteriores. Ex: Constituição da
Antiga Prússia e da antiga União Soviética.

 SEMI-RÍGIDA OU SEMIFLEXÍVEL: É a que apresenta uma parte que exige mudança


pelo processo mais difícil e solene do que da lei ordinária e outra sem tal exigência.
EX: ART. 178 – CONSTITUIÇÃO IMPERIAL (1824): “É SÓ CONSTITUCIONAL O QUE
DIZ RESPEITO AOS LIMITES E ATRIBUIÇÕES RESPECTIVAS DOS PODERES
POLÍTICOS E AOS DIREITOS POLÍTICOS E INDIVIDUAIS DOS CIDADÃOS. TUDO O
QUE NÃO É CONSTITUCIONAL, PODE SER ALTERADO SEM AS FORMALIDADES
REFERIDAS, PELAS LEGISLATURAS ORDINÁRIAS”.

 FIXA: Somente pode ser alterada, no todo ou em parte, pelo Poder


Constituinte. A constituição de 1988, embora seja rígida, tem um núcleo fixo que são as
cláusulas pétreas.
 IMUTÁVEL: É a que não pode ser alterada, nem pelo Poder
Constituinte. Ex: Código de Hamurábi.
c) Quanto à forma:
 ESCRITAS: É o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento,
para fixar-se a organização fundamental.
 NÃO-ESCRITAS: É o conjunto de regras não aglutinadas em um texto solene, mas baseado
em leis esparsas, costumes, jurisprudências e convenções.

d) Quanto ao modo de elaboração:


 DOGMÁTICAS: É a que apresenta como produto escrito e sistematizado, a partir de
princípios e idéias fundamentais da teoria política e do direito dominante.
 HISTÓRICAS ou HISTÓRICO-COSTUMEIRAS: É fruto da lenta e contínua síntese da
história e tradições de um determinado povo. Ex: Constituição Inglesa.
e) Quanto a Extensão e Finalidade:
 SINTÉTICAS (NEGATIVAS ou GARANTIAS ou TÓPICAS ou BREVES): Prevêem
somente os princípios e as normas gerais de regência do estado, organizando-o e limitando
seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais. Ex: Constituição
Americana.
 ANALÍTICAS (DIRIGENTE ou LONGAS): São aquelas que examinam e regulamentam
todos os assuntos que entendem relevantes à formação, destinação e funcionamento do
estado. Ex: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

f) Quanto à essência (Classificação de Loewenstein):


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 NORMATIVAS: Perfeitamente adaptadas à vida social. (Roupa que veste bem)
 SEMÂNTICAS: O seu sentido é determinado para beneficiar aqueles que tem
poder de fato e sua ausência não faria qualquer falta. (Roupa que não veste bem, mas disfarça
defeitos)
 NOMINAIS: Constituições para um dia serem realizadas na prática. Tem em sua
estrutura um caráter educativo embora o processo político ainda não se adapte a suas normas.
(Roupa no armário a ser vestida futuramente quando o corpo nacional tiver crescido).

g) Quanto ao Conteúdo:
 MATERIAL: São normas materialmente constitucionais aquelas que identificam a forma e
a estrutura do estado, o sistema de governo, a divisão e o funcionamento dos poderes, o
modelo econômico e os direitos, deveres e garantias fundamentais.
 FORMAL: São as normas que são colocadas no texto constitucional, sem fazer parte da
estrutura mínima e essencial de qualquer Estado.

CELSO RIBEIRO BASTOS


MATERIAL: Fatos sociais, econômicos religiosos, políticos (isto é, a formação de todos os grupos sociais). “Embora
mantenha relações com o ordenamento jurídico a ela aplicável, esta realidade com ele não se confunde. Ela é do
universo do ser, e não do dever-ser, do qual o direito faz parte”.
SUBSTANCIAL: “Aqui já há um conteúdo normativo. Define-se a Constituição em sentido substancial pelo conteúdo
de suas normas. É um conjunto de regras ou princípios que têm por objeto a estruturação do Estado, a organização de
seus órgãos supremos e a definição de suas competências. Vê-se, em conseqüência, que, em sentido puramente
substancial, Constituição é um complexo de normas jurídicas fundamentais, escritas ou não, capaz de traçar linhas
mestras de um dado ordenamento jurídico”.
FORMAL: São leis constitucionais escritas. Não se faz a distinção entre estrutura do Estado. “Constituição, neste
sentido, seria um conjunto de normas legislativas que se distinguem das não-constitucionais em razão de serem
produzidas por um processo legislativo mais dificultoso, vale dizer, um processo formativo mais árduo e solene”.
A maior parte da doutrina faz a divisão entre Constituição Material (incluindo nesta a substancial, não referindo
diferença) e Formal tão-somente. A Constituição Substancial de Celso Ribeiro Bastos é a Material para o resto da
doutrina.
HODIERNAMENTE NÃO SE FAZ MAIS DISTINÇÃO ENTRE CONSTITUIÇÃO FORMAL E
MATERIAL. TUDO É CONSTITUTIÇÃO FORMAL. ISTO PORQUE ESTANDO DENTRO DA C.F. HÁ UM
PROCESSO MAIS DIFICULTOSO E SOLENE PARA ALTERAR A CONSTITUIÇÃO.

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