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Livro Eletrônico

Aula 02

Direito Constitucional p/ PC-CE (Delegado)

Felipo Livio Lemos Luz

31581248903 - RONNIE LIMA


DIREITO CONSTITUCIONAL
Teoria e Questões
Prof. Felipo Luz

DIREITO CONSTITUCIONAL

Sumário
Sumário .................................................................................................. 1
1 – Garantias fundamentais ....................................................................... 2
1.1 – Mandado de Segurança .................................................................. 2
1.1.1 – Prazo de impetração .................................................................... 7
1.1.2 – Competência .............................................................................. 8
1.2 - Mandado de Segurança Coletivo ....................................................... 9
1.3. Habeas Corpus .............................................................................. 18
1.4 - Mandado de Injunção Individual e Coletivo ...................................... 23
1.5 - Habeas Data ................................................................................ 31
1.6. Ação Popular ................................................................................. 35
1.7 - Ação Civil Pública ......................................................................... 39
1.9 – Questões comentadas ..................... Erro! Indicador não definido.46
1.10 – Questões sem comentários ............ Erro! Indicador não definido.80

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AULA 02 – GARANTIAS INDIVIDUAIS


1 – Garantias fundamentais
(Tendo em vista que a aula de direitos fundamentais -apesar de extensa!- não
foi subdividida em duas aulas conforme previamente estabelecido, resolvemos
antecipar e renumerar a aula de garantias fundamentais).

Denominam-se garantias constitucionais, os mecanismos ou instrumentos


previstos constitucionalmente que objetivam assegurar ou promover os
direitos fundamentais. Nessa linha de pensamento e conforme já afirmado, as
garantias possuem natureza instrumental, porquanto asseguram a fruição
dos direitos fundamentais previstos na Carta Política, tendo esses últimos
(direitos) natureza declaratória. O tratamento constitucional das garantias -
também denominadas de remédios ou ações constitucionais -, é regulado
através dos seguintes instrumentos processuais: habeas corpus, mandado de
segurança individual e coletivo, mandado de injunção, habeas data, ação
popular, ação civil pública e direito de petição.

1.1 – Mandado de Segurança

No título II, ao tratar do mandado de segurança, a constituição afirma que:


LXIX– conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou habeas
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;

Conceitualmente, o mandado de segurança objetiva proteger direito líquido


e certo , individual ou coletivo, desde que não amparáveis por habeas corpus
ou habeas data, o que denota sua importante característica residual. É ação
judicial, de rito sumário especial, que busca reparar ato ilegal ou com abuso
de poder emanado por autoridade ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições públicas.
Sua origem constitucional remonta à carta política de 1934, documento que
intentava aumentar a proteção dos direitos com a superação da celebrada
“teoria brasileira do habeas corpus”, eis que a utilização dessa ação
constitucional era bastante ampla em período anterior, abarcando também as
hipóteses de defesa de direitos distintos da liberdade de locomoção.

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Como bem ressaltado pelo Min. Celso de Mello,

“com a cessação, em 1926, da doutrina brasileira do habeas corpus, a destinação


constitucional do remédio heroico restringiu-se, no campo de sua específica projeção,
ao plano da estreita tutela da imediata liberdade física de ir, vir e permanecer dos
indivíduos, pertencendo, residualmente, ao âmbito do mandado de segurança, a tutela
jurisdicional contra ofensas que desrespeitem os demais direitos líquidos e certos,
mesmo quando tais situações de ilicitude ou de abuso de poder venham a afetar,
ainda que obliquamente, a liberdade de locomoção física das pessoas. (HC 83.966
AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23-6-2004).

Possuem legitimidade para ajuizar mandado de segurança, a pessoa física ou


jurídica, pública ou privada, bem como ente de personalidade judiciária
(espólio, massa falida, condomínio, etc.).
Inovação da Constituição de 1988 é a previsão de mandado de segurança
coletivo, mecanismo de proteção de direitos de caráter coletivo que pode
ser ajuizado por partido político com representação no Congresso Nacional e
organizações sindicais, entidades de classe ou associações e defesa dos
interesses de seus membros ou associados. Nesse último caso (associações) a
CF exige a constituição e funcionamento há pelo menos um ano, requisito que
pode ser excepcionado nas ações civis públicas (§4º do art. 5º da lei 7347/85)
ou nas ações coletivas previstas nas relações consumeristas, por expressa
previsão legal (art. 81, §1º, CDC):
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz,
nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou
característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser
protegido.

Em continuidade, é possível asseverar que embora vocacionado à defesa de


direitos contra atos de autoridade, a doutrina e a jurisprudência consideram
legítima a utilização do mandado de segurança contra ato praticado por
particular no exercício de atividade delegada. São equiparados, também, à
autoridade pública, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os
administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas
jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder político.
Entretanto, devem ser diferenciados os atos de natureza pública dos atos de
gestão, praticados pelos administradores de empresas públicas, sociedades de

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economia mista e concessionárias de serviço público, para fins de interposição


do mandado de segurança.
Antigas orientações jurisprudenciais consolidadas ao longo da vigência da lei
anterior do mandado de segurança (lei 1533/51) foram positivadas na nova lei
sobre o tema (lei 12016/2009). É cediço que não cabe a impetração de
mandado de segurança contra ato administrativo de que caiba recurso
administrativo com efeito suspensivo, independente de caução (Lei n.
12.016/2009, art. 5º, I), pois, nessa situação o interessado dispõe de meio
próprio de impugnação do ato. No mesmo contexto, não é admissível mandado
de segurança contra decisão judicial de que caiba recurso com efeito
suspensivo (art. 5º, II). Da mesma maneira, não cabe mandado de segurança
contra decisão judicial transitada em julgado (art. 5º, III) nem contra os
atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas
públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de
serviço público (art. 5º, §2º).
Como requisito legal para o cabimento de mandado de segurança, é
necessário que o direito visado seja líquido e certo. Consoante a lição de
Cássio Scarpinella Bueno, “o direito líquido e certo é justamente aquele direito
cuja existência e delimitação são claras e passíveis de demonstração
documental”. Esse requisito reflete a impossibilidade de dilação probatória no
âmbito da ação mandamental, devendo o legitimado na petição inicial invocar
a certeza e liquidez de seu direito mediante prova pré-constituída. Como
afirma ainda o mesmo autor,
“o impetrante deverá demonstrar, já com a petição inicial, no que
consiste a ilegalidade ou abusividade que pretende ver expungida
do ordenamento jurídico, não havendo espaço para que demonstre
sua ocorrência no decorrer do procedimento”.

É importante ressaltar que apenas na análise do cabimento do mandado de


segurança deverão estar presentes a certeza e liquidez do direito, não
impedindo a ausência desses requisitos que o autor busque outras medidas
processuais, o que é confirmado pelo artigo 19 ao afirmar que
“a sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança,
sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação
própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos
patrimoniais”.

Importante exceção a essa obrigatoriedade (certeza e liquidez do direito) é


assinalada no §1º do art. 6º da nova lei (12016/2009), pois
“no caso em que o documento necessário à prova do alegado se
ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder de
autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro,

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o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse


documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias”.

Tal como apontado na súmula 625 do STF, a complexidade jurídica da


questão não descaracteriza a liquidez e certeza do direito, o que não obsta, a
princípio, o uso do mandado de segurança. Por outro lado, a ação mandamental
pode ser manejada de modo preventivo (tutela inibitória) ou repressivo
(tutela de remoção do ilícito ou tutela reparatória).
Como afirma Luiz Guilherme Marinoni,
“a tutela jurisdicional que se pode obter mediante mandado de
segurança é a mandamental, pois o que se postula é a concessão
de uma ordem contra a autoridade coatora a fim de que se
abstenha ou cesse de lesar a esfera jurídica do impetrante”.

Ao analisar a jurisprudência, o autor ressalta que o mandado de segurança não


se presta a obter a condenação ao pagamento de quantias pretéritas devidas ao
impetrante (súmulas 269 e 271 do STF), não é substitutivo de ação popular
(súmula 101 do STF), nem pode convalidar a compensação tributária
realizada pelo contribuinte (súmula 460 do STJ), conquanto possa ser
utilizado para a obtenção da declaração do direito à compensação tributária
(súmula 213 do STJ).
Ainda sobre as vedações à impetração do mandamus observadas na
jurisprudência, a súmula 266 do STF consagra o entendimento de que “não
cabe mandado de segurança contra lei em tese”, uma vez que o mandado de
segurança não pode se converter em ação direta de inconstitucionalidade. Lado
outro, é cabível a suscitada ação para questionar leis de efeitos concretos,
pois esse tipo de norma é suficiente, por si só, para atingir a esfera de
interesses do indivíduo, operando e sendo exequível de maneira automática, a
despeito da interposição de qualquer ato administrativo.
Bernardo Gonçalves nesse ponto aduz que
“nesse caso, temos lei apenas no sentido formal, pois
materialmente a mesma se reveste de ato administrativo, sendo,
portanto, um verdadeiro ato administrativo mascarado na forma
de lei, sendo exemplos: leis de planificação urbana, leis que criam
municípios, leis de isenções fiscais, decretos de desapropriação,
nomeação ou exoneração, entre outros”.

No âmbito do poder legislativo, segundo o STF, não cabe mandado de


segurança contra matéria interna corporis, concebidos como aqueles que
envolvem questões ou assuntos regimentais, afetando, prioritariamente, a
estrutura organizacional das casas legislativas. Uma interferência do Poder

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Judiciário nesse sentido seria capaz de malferir a separação e autonomia


assegurados constitucionalmente, de maneira que, por exemplo, a
interpretação do regimento do Poder Legislativo é tarefa que cabe ao próprio
ente legiferante, sem necessidade de indevida tutela externa.
Nesse sentido:

MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO LEGISLATIVO NO CONGRESSO


NACIONAL.‘INTERNA CORPORIS’. Matéria relativa a interpretação, pelo
presidente do congresso nacional, de normas de regimento legislativo é
imune a critica judiciária, circunscrevendo-se no domínio ‘interna
corporis’. Pedido de segurança não conhecido.” (MS 20.471/DF , Rel. Min.
==10a285==

FRANCISCO REZEK ).

“Mandado de segurança que visa a compelir a Presidência da Câmara dos


Deputados a acolher requerimento de urgência – urgentíssima para discussão e
votação imediata de projeto de resolução de autoria do impetrante. – Em questões
análogas à presente, esta Corte (assim nos MS20.247 e20.471) não tem
admitido mandado de segurança contra atos do Presidente das Casas
Legislativas, com base em regimento interno delas, na condução do processo
de feitura de leis. Mandado de segurança indeferido.” (MS 21.374/DF , Rel. Min.
MOREIRA ALVES ).

Ainda sobre o tema, interessante ressaltar a doutrina de Gustavo Zagrebelsky


sobre as normas constitucionais interpostas, ventilada pelo Min. Gilmar Mendes
no julgamento da Medida cautelar no MS 26915/DF, embora seja tese não
endossada pelo tribunal.
Naquela assentada, o eminente ministro afirmou que
“a doutrina tradicional da insindicabilidade das questões interna
corporis sempre esteve firmada na ideia de que as Casas
Legislativas, ao aprovar os seus regimentos, estariam a disciplinar
tão-somente questões internas, de forma que a violação às
normas regimentais deveria ser considerada apenas como tais (...)
Zagrebelsky afirma, por outro lado, que se as normas
constitucionais fizerem referência expressa a outras disposições
normativas, a violação constitucional pode advir da violação dessas
outras normas, que, muito embora não sejam formalmente
constitucionais, vinculam os atos e procedimentos legislativos,
constituindo-se normas constitucionais interpostas”.

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Em suma, para a suscitada teoria, em determinados casos, atos baseados na


aplicação e interpretação de normas de caráter regimental podem ser
questionados pela via mandamental, desde que a constituição faça referência a
essas disposições normativas de natureza regimental.
Por fim, consoante entendimento do STF no RE 576.874,

“não cabe mandado de segurança das decisões interlocutórias exaradas em processos


submetidos ao rito da lei 9.099/95”. Segundo o Min. Eros Grau (relator),
“a Lei n.º 9.099/95 está voltada à promoção de celeridade no processamento e
julgamento de causas de complexidade menor. Daí ter consagrado a regra da
irrecorribilidade das decisões interlocutórias, inarredável (...)Assim sendo, não há
afronta ao princípio constitucional da ampla defesa (art. 5º, LV, da CR/88), uma vez
que decisões interlocutórias podem ser impugnadas quando da interposição de recurso
inominado”.

1.1.1 – Prazo de impetração

Segundo Gilmar Mendes, “a fixação de prazo decadencial para impetração de


mandado de segurança provocou discussão, entendendo alguns doutrinadores
que haveria, aqui, clara inconstitucionalidade por ausência de previsão
constitucional expressa. A orientação do Supremo Tribunal Federal sempre
caminhou no sentido de reconhecer a constitucionalidade da norma que fixava a
preclusão processual para impetração do mandado de segurança, sob o
fundamento de que se cuida de providência consentânea com a singularidade
e especialidade da garantia. O perfil de garantia institucional do mandado de
segurança não parece excluir a adoção de uma fórmula de preclusão,
especialmente se ela não dificulta ou impossibilita o exercício do direito”. Na
redação do art. 23 da lei 12016/09, “o direito de requerer mandado de
segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da
ciência, pelo interessado, do ato impugnado”.
Como afirmado, para o STF é constitucional lei que fixa o prazo de decadência
para a impetração de mandado de segurança. (súmula 612). Questão
interessante diz respeito à contagem do prazo decadencial nos casos de
omissão da autoridade. Nessas situações é pacífico o entendimento de que o
prazo decadencial para impetração mandado de segurança renova-se mês a
mês, por envolver obrigação de trato sucessivo. Nos casos de mandado
de segurança preventivo, o Superior Tribunal de Justiça também entende

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que não ocorre a decadência no prazo de 120 dias, como ocorre, por exemplo,
no pedido de obtenção de declaração de direito à compensação tributária.
Nesse contexto, releva diferenciar as situações em que são questionados atos
que suprimem vantagem paga a servidor, daqueles que só efetivam sua
redução.
Haveria diferença sob a ótica do prazo decadencial? Na
jurisprudência do STJ, a terceira Seção firmou
entendimento no sentido de que a supressão de vantagem
pecuniária devida a servidor público caracteriza-se como ato comissivo, único
e de efeitos permanentes, não havendo, pois, que se falar em prestações de
trato sucessivo (AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO 909.400 / PA, Rel. Maria
Thereza de Assis Moura, 15/04/2010).
Para o mesmo tribunal, por outro lado, o prazo decadencial para impetrar
mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de
proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A
citada redução, ao revés da supressão de vantagem, configura relação de
trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito.
Assim, o prazo decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se
mês a mês (EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado
em 16/12/2015).
O conhecimento dessa distinção já foi cobrado em concurso público:

(Juiz Federal TRF2 2011 – CESPE) Consoante entendimento


do STJ, a supressão, pelo poder público, de gratificação que
esteja sendo paga a servidor público configura ato comissivo, de
efeitos permanentes, e não de trato sucessivo, razão pela qual a
impetração de mandado de segurança para impugnar o ato deve
ocorrer no prazo de cento e vinte dias contados da sua edição.
(Assertiva Correta).

1.1.2 – Competência

A competência para julgamento de mandado de segurança será estabelecida


em razão da função ou da categoria funcional da autoridade apontada como
coatora na petição inicial.
No âmbito constitucional, a competência funcional é regulada nos artigos:
Art. 102, I (competência do STF):
 Mandado de segurança contra atos do Presidente da República, das Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da

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União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal


Federal (alínea d);
 Mandado de segurança contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o
Conselho Nacional do Ministério Público (alínea r);
Sobre esse tema, o próprio STF definiu que:

“a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para processar e julgar ações que
questionam atos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP) limita-se às ações tipicamente constitucionais: mandados de
segurança, mandados de injunção, habeas corpus e habeas data (...) ações ordinárias
não mandamentais contra a União são de competência da Justiça Federal de 1ª
instância, conforme prevê a própria Constituição (AO 1814 /MG, rel. Min. Marco
Aurélio, p. 03/12/2014)”.

Art. 105, I (competência do STJ):


 Mandados de segurança contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio
Tribunal (alínea b);
Art. 108, I (competência dos TRF’s):
 Mandados de segurança contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal
(alínea c).
Art. 109, VIII (competência da justiça federal):
 Mandados de segurança contra ato de autoridade federal.
Art. 114, IV (competência da justiça do trabalho):
 Mandados de segurança, quando o ato questionado envolver matéria
sujeita à sua jurisdição.

1.2 - Mandado de Segurança Coletivo

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

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A constituição de 88 foi a primeira carta política a prever expressamente o


mandado de segurança coletivo, espécie de ação coletiva como a ação civil
pública, ação popular ou ação de improbidade administrativa. Nesse contexto,
esse tipo de ação constitucional é vocacionado para a tutela coletiva de
direitos e não para a tradicional proteção de direitos subjetivos individuais.
Como afirmado pelo § único do art. 81 do CDC, a tutela coletiva busca proteger
os:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si
ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim
entendidos os decorrentes de origem comum.

Em regra, o mandado de segurança coletivo deverá obedecer a mesma


disciplina do seu equivalente individual (existência de direito líquido e certo,
mesmo rito processual, ato de autoridade, etc.), tendo como diferença
principal a amplitude subjetiva de abrangência, porquanto busca defender
os interesses ou direitos de natureza trans(meta)individual, ultrapassando,
assim, a escala individual de proteção.
Em razão desse viés coletivo, a legitimidade do mandado de segurança
coletivo é restrita aos partidos políticos com representação no Congresso
Nacional e às organizações sindicais, entidades de classe ou associações
legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
dos interesses de seus membros ou associados. Em relação às demais ações
coletivas, o mandado de segurança coletivo possui a peculiaridade de proteger
apenas os interesses/direitos individuais homogêneos e os
direitos/interesses coletivos em sentido estrito, consoante previsão do §
único do art.21:
Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo
ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária
por uma relação jurídica básica;
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta
Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação

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específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros


do impetrante.

O manejo do mandado de segurança coletivo, portanto, sob a perspectiva legal,


não serve para a proteção dos direitos de natureza difusa, estabelecendo
a lei que somente os outros tipos de direitos coletivos encontram-se abarcados
em seu campo de atuação. Por sua vez, essa impossibilidade sempre encontrou
controvérsia em âmbito doutrinário. Na defesa do entendimento que veda a
possibilidade aludida, Uadi Lammêgo Bulos afirma que:
“A índole sumária do writ coletivo compatibiliza-se com a prova
documental, a fim de adequar-se à liquidez e certeza do direito,
suscetível de reconhecimento por parte do julgador com algo
existente, inconcusso, alheio a qualquer investigação probatória
que não seja a produzida, liminarmente, por via de documentos.
Cremos que os interesses difusos, por serem espalhados
“desorganizados”, muito amplos, fluidos e amorfos, não podem ser
comprovados, documentalmente, na petição inicial”.

Em sentido oposto, para Hermes Zanetti e Fredie Didier a restrição legal é


maculada pelo vício da inconstitucionalidade, pois:
“Trata-se de violação do princípio da inafastabilidade (art.5º,
XXXV, CF/88), que garante que nenhuma afirmação de lesão ou de
ameaça de lesão a direito será afastada da apreciação do Poder
Judiciário. Esse princípio garante o direito ao processo
jurisdicional, que deve ser adequado, efetivo, leal e com duração
razoável. O direito ao processo adequado pressupõe o direito a um
procedimento adequado, o que nos remete ao mandado de
segurança, direito fundamental para a tutela de qualquer situação
jurídica lesada ou ameaçada, que garante o direito Afasta-se a
possibilidade de o direito difuso ser tutelado por mandado de
segurança, um excelente instrumento processual para a proteção
de direitos ameaçados ou lesados por atos de poder”.

Durante muito tempo o STF comungou do entendimento restritivo, tendo


inclusive editado o enunciado 101 da súmula de sua jurisprudência dominante
que assevera: “O MANDADO DE SEGURANÇA NÃO SUBSTITUI A AÇÃO
POPULAR”. Essa vedação só faz sentido se atentarmos que a ação popular
busca proteger interesses/direitos de natureza difusa, não tendo esse
mecanismo processual qualquer característica que possibilite a proteção de
direitos de outra natureza (as ações populares clássicas buscam contestar atos
lesivos a interesses/direitos difusos, tais como a moralidade administrativa,
meio ambiente, patrimônio histórico-cultural, etc.). Nesse sentido, já decidiu a
Corte que um partido político não pode impetrar MS coletivo para impugnar
uma alíquota tributária em favor de todos (RH 196184/MA).

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A despeito disso, recentemente (03/2016), na Medida Cautelar em Mandado de


Segurança nº 34.070/DF, ação em que partidos políticos questionaram a
nomeação do ex-presidente Lula para a chefia da casa civil, o Min. Gilmar
Mendes, antigo defensor da corrente restritiva, adotou posição diversa e
entendeu possível o questionamento de interesses de natureza difusa pela via
do mandado de segurança coletivo. Nos dizeres do próprio ministro,
“uma solução que exclua a tutela de interesses difusos ou
relacione necessariamente a vinculação da ação a interesse de
seus integrantes é excessivamente restritiva”.

Assim, embora a lei regule o tema de maneira diversa, a recente manifestação


do STF parece caminhar na direção da possibilidade de impetração do mandado
de segurança coletivo para a tutela de direitos difusos.
No que diz respeito à legitimidade, questão interessante diz respeito aos
limites de atuação dos partidos políticos no âmbito do MS coletivo.
Nessa toada, cabe a seguinte indagação: A utilização do
writ coletivo por essas entidades deve encontrar
respaldo apenas nos interesses político-partidários ou
pode ser fundamentada em outros interesses da coletividade? Os
partidos estão jungidos ao requisito da pertinência temática? A resposta
a essa pergunta também encontra fundamento na última decisão citada (MC no
MS 34070), posto que o Min. Gilmar Mendes, citando Alexandre de Moraes,
aduz que:
“Os partidos políticos, desde que representados no Congresso
Nacional, têm legitimação ampla, podendo proteger quaisquer
interesses coletivos ou difusos ligados à sociedade. [...] Anote-se,
porém, que não foi esse o entendimento do legislador, ao
estabelecer no art. 21 da Lei nº 12.016/09, que o mandado de
segurança coletivo poderá ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a (1) seus integrantes ou (2) à
finalidade partidária. Não nos parece a melhor solução refutamo-
as, inclusive, inconstitucional. Ora, se todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição(CF, art. 1º, parágrafo
único), sendo indispensável para o exercício da capacidade
eleitoral passiva (elegibilidade) o alistamento eleitoral (CF, art.14,
3º, III), a razão da existência dos partidos políticos é a própria
subsistência do Estado Democrático de Direito e da preservação
dos direitos e garantias fundamentais (CF, art. 1º, V – consagra o
pluralismo político como um dos fundamentos da República
Federativa do Brasil). Nesta esteira de raciocínio, o legislador

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constituinte pretende fortalecê-los concedendo-lhes legitimação


para o mandado de segurança coletivo, para a defesa da própria
sociedade contra atos ilegais ou abusivos por parte da autoridade
pública. Cercear essa legitimação somente para seus próprios
interesses ou de seus filiados é retirar dos partidos políticos a
característica de essencialidade em um Estado Democrático de
Direito e transformá-lo em mera associação privada, o que,
certamente, não foi a intenção do legislador constituinte’’.
(MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 31. ed. São Paulo:
Atlas S.A., 2015. pp. 177).

A concretização do dispositivo constitucional que prevê a legitimidade do uso


do mandado de segurança coletivo por partido político ainda é uma obra em
andamento. Os limites do art. 21 da Lei 12.016/09 servem como indicativo,
mas certamente não como limite das hipóteses de cabimento da ação.
Tratando-se de garantia constitucional, não poderia o legislador restringir seus
contornos para além de seu significado (...).
Quanto às organizações sindicais, entidade de classe e associações, a
legitimidade está condicionada a dois requisitos: 1) legalidade na
constituição e funcionamento por, no mínimo, 1 (um) ano; 2) pertinência
temática, porquanto o MS coletivo deve ser proposto para defender os
interesses de seus membros ou associados, haja vista expressa previsão
constitucional.
Em continuidade, algumas questões específicas merecem ser ressaltadas sobre
essa medida judicial:
a) Não é imprescindível o atendimento dos interesses de todos os membros
da classe, uma vez que o art. 21 da lei 12016 e a súmula 630 do STF
asseguram que “A ENTIDADE DE CLASSE TEM LEGITIMAÇÃO PARA O
MANDADO DE SEGURANÇA AINDA QUANDO A PRETENSÃO VEICULADA
INTERESSE APENAS A UMA PARTE DA RESPECTIVA CATEGORIA”.
b) Não é necessária a autorização dos membros da entidade, já que a
súmula 629 do STF afirma que “A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE
SEGURANÇA COLETIVO POR ENTIDADE DE CLASSE EM FAVOR DOS
ASSOCIADOS INDEPENDE DA AUTORIZAÇÃO DESTES”;
c) O requisito da pré-constituição não pode ser dispensado com base no §1º
do art. 82 do CDC em situações de relevante interesse social, pois o
cumprimento dessa premissa encontra supedâneo, no caso do MS
coletivo, no próprio texto constitucional;
d) Segundo o STJ, não é conferida às associações de entes políticos (Estados
ou Municípios) a abertura de discussão pela via do MS coletivo de

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assuntos relacionados aos seus interesses enquanto entidades de direito


público:

“A legitimação conferida a entidades associativas em geral para tutelar, em juízo,


em nome próprio, direitos de seus associados (CF, art. 5º, XXI), inclusive por
mandado de segurança coletivo (CF, art. 5º, LXX, b e Lei 10.016/09, art. 21), não
se aplica quando os substituídos processuais são pessoas jurídicas de direito
público. A tutela em juízo dos direitos e interesses das pessoas de direito
público tem regime próprio, revestido de garantias e privilégios de direito material e
de direito processual, insuscetível de renúncia ou de delegação a pessoa de direito
privado, sob forma de substituição processual”. (RMS 34.270/MG, Rel. Min. Teori
Zavascki, j. 25/10/2011).

“É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente


de aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da entidade estatal
interessada ou, ainda, quando for o caso, dos litisconsortes passivos necessários”
(MS 26.890 AgR/DF, Pleno, min. Celso de Mello, DJE de 23-10-2009), (...) “mesmo
após eventual sentença concessiva do writ constitucional, (...) não se aplicando, em
tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, § 4º, do CPC” (RE 255.837 AgR/PR,
Segunda Turma, min. Celso de Mello, DJE de 27/11/2009).

É posição pacífica da jurisprudência desta Suprema Corte que o prazo decadencial


para ajuizamento do mandado de segurança, mesmo que tenha ocorrido perante juízo
absolutamente incompetente, há de ser aferido pela data em que foi originariamente
protocolizado. (MS 26.792 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 04/09/2012).

Os efeitos patrimoniais resultantes da concessão de mandado de segurança somente


abrangem os valores devidos a partir da data da impetração mandamental, excluídas,
em consequência, as parcelas anteriores ao ajuizamento da ação de mandado de
segurança, que poderão, no entanto, ser vindicadas em sede administrativa ou
demandadas em via judicial própria. (RE 676.774, rel. min. Celso de Mello, dec.
monocrática, j. 08/06/2012).

O mandado de segurança há de ser impetrado no prazo assinado em lei, não o


reabrindo pedido de reconsideração formalizado anos após o ato atacado ter vindo à

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balha. (RMS 30.990, rel. min. Marco Aurélio, j. 08/05/2012).

Ante o objeto limitado do mandado de segurança, presente interesse subjetivo


peculiar, é inadmissível a intervenção de terceiro na relação processual. (RE 575.093
AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 09/12/2010).

O mandado de segurança não abre margem a dilação probatória. Os fatos articulados


na inicial devem vir demonstrados mediante os documentos próprios, viabilizando-se
requisição quando se encontrarem em setor público. (RMS 26.744, rel. min. Marco
Aurélio, j. 13/10/2009).

Sobre Mandado de Segurança, importante atentar para as seguintes súmulas:


 Súmulas do STF
Súmula 101 - O mandado de segurança não substitui a ação popular.
Súmula 248 - É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal,
para Mandado de Segurança contra ato do Tribunal de Contas da União.
Súmula 266 - Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
Súmula 267 - Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de
recurso ou correição.
Súmula 268 - Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com
trânsito em julgado.
Súmula 269 - O mandado de segurança não é substitutivo de ação de
cobrança
Súmula 270 - Não cabe mandado de segurança para impugnar enquadramento
da Lei 3780, de 12/7/1960, que envolva exame de prova ou de situação
funcional complexa.
Súmula 271 - Concessão de mandado de segurança não produz efeitos
patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados
administrativamente ou pela via judicial própria.
Súmula 272 - Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão
denegatória de mandado de segurança.
Súmula 294 - São inadmissíveis embargos infringentes contra decisão do
supremo tribunal federal em mandado de segurança.
Súmula 299 - O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo
processo de mandado de segurança, ou de "habeas corpus", serão julgados
conjuntamente pelo tribunal pleno.

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Súmula 304 - Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo


coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.
Súmula 319 - O prazo do recurso ordinário para o supremo tribunal federal,
em "habeas corpus" ou mandado de segurança, é de cinco dias.
Súmula 330 - O supremo tribunal federal não é competente para conhecer de
mandado de segurança contra atos dos tribunais de justiça dos estados.
Súmula 405 - Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no
julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida,
retroagindo os efeitos da decisão contrária.
Súmula 429 - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo
não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.
Súmula 430 - Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe
o prazo para o mandado de segurança.
Súmula 433 - É competente o tribunal regional do trabalho para julgar
mandado de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença
trabalhista.
Súmula 474 - Não há direito líquido e certo, amparado pelo mandado de
segurança, quando se escuda em lei cujos efeitos foram anulados por outra,
declarada constitucional pelo supremo tribunal federal.
Súmula 506 - O agravo a que se refere o art. 4º da lei 4348, de 26/6/1964,
cabe, somente, do despacho do presidente do supremo tribunal federal que
defere a suspensão da liminar, em mandado de segurança; não do que a
denega.
Súmula 510 - Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.
Súmula 511 - Compete à justiça federal, em ambas as instâncias, processar e
julgar as causas entre autarquias federais e entidades públicas locais, inclusive
mandados de segurança, ressalvada a ação fiscal, nos termos da constituição
federal de 1967, art. 119, § 3º.
Súmula 512 - Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de
mandado de segurança.
Súmula 597 - Não cabem embargos infringentes de acórdão que, em mandado
de segurança decidiu, por maioria de votos, a apelação.
Súmula 623 - Não gera por si só a competência originária do supremo tribunal
federal para conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, i,"n", da
constituição, dirigir-se o pedido contra deliberação administrativa do tribunal de
origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros.

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Súmula 624 - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer


originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.
Súmula 625 - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança.
Súmula 626 - A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo
determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em
julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso,
até a sua manutenção pelo supremo tribunal federal, desde que o objeto da
liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.
Súmula 627 - No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da
competência do presidente da república, este é considerado autoridade coatora,
ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior
do procedimento.
Súmula 629 - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade
de classe em favor dos associados independe da autorização destes.
Súmula 630 - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de
segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
respectiva categoria.
Súmula 631 - Extingue-se o processo de mandado de segurança se o
impetrante não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo
necessário.
Súmula 632 - É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a
impetração de mandado de segurança.
Súmula 701 - No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público
contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como
litisconsorte passivo.
 Súmulas do STJ
Súmula 41 - O superior tribunal de justiça não tem competência para
processar e julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de
outros tribunais ou dos respectivos órgãos.
Súmula 105 - Na ação de mandado de segurança não se admite condenação
em honorários advocatícios.
Súmula 169 - São inadmissíveis embargos infringentes no processo de
mandado de segurança.
Súmula 177 - O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e
julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de órgão colegiado
presidido por ministro de estado.

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Súmula 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a


declaração do direito á compensação tributária.
Súmula 267 - A interposição de recurso, sem efeito suspensivo, contra decisão
condenatória não obsta a expedição de mandado de prisão.
Súmula 333 - Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.
Súmula 376 - Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de
segurança contra ato de juizado especial.
Súmula 460 - É incabível o mandado de segurança para convalidar a
compensação tributária realizada pelo contribuinte.

1.3. Habeas Corpus

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém


sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
O “habeas corpus” é um remédio constitucional de natureza penal que
possui um rito especial sumário com fundamento na celeridade processual,
posto que busca a reparação de ilegalidade ou abuso de poder intentada contra
a liberdade de locomoção do indivíduo; até mesmo por essa razão, essa medida
é isenta do pagamento de custas processuais e baseada na falta de
formalismos, encontrando-se na jurisprudência exemplos de habeas corpus
impetrados em lenços de papel e papel higiênico.
Classifica-se o habeas corpus em duas espécies:
• Habeas corpus repressivo ou liberatório: cabível nas hipóteses em que o
constrangimento ilegal já foi consumado.
• Habeas corpus preventivo: impetrado quando houver sério receio de
constrangimento ilegal à liberdade de locomoção.
A jurisprudência, nesse último caso, restringe a concessão do remédio heroico
às situações de fundado receio ou risco concreto à liberdade de
locomoção, não sendo justificável o ajuizamento dessa ação autônoma por
razões de simples temor ou mera suspeita de abuso. É preciso que seja
caracterizada uma ameaça séria e concreta quanto à iminência de prisão ilegal:

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“O habeas corpus preventivo tem cabimento quando, de fato, houver ameaça à


liberdade de locomoção, isto é, sempre que fundado for o receio de ser o paciente
preso ilegalmente. E tal receio haverá de resultar de ameaça concreta de iminente
prisão” (STJ, AgRg no HC 108.655/SP, DJ 16/03/2009).

Quanto à legitimidade passiva, apenas pessoas físicas podem ser pacientes


na ação de habeas corpus, tendo o STJ já definido a tese de que “o habeas
corpus não pode ser impetrado em favor de pessoa jurídica, pois o writ tem por
objetivo salvaguardar a liberdade de locomoção”. Isso porque, o remédio
heroico é vocacionado para a proteção da liberdade de locomoção, o que
não acontece, por óbvio, com relação à pessoa jurídica.
Ainda sobre o tema, questão instigante diz respeito à responsabilização da
pessoa jurídica no que tange aos crimes
1 ambientais. Embora a lei 9.605/1998,
ao tratar dos crimes ambientais, tenha estabelecido a possibilidade de
responsabilização penal da pessoa jurídica, ainda assim não será
possível considerá-la paciente do habeas corpus, pois, mesmo nesse caso,
não há liberdade de locomoção a ser tutelada.
No campo da legitimidade ativa, o “habeas corpus” pode ser impetrado por
qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo
Ministério Público, nos termos do art. 32, I, da Lei Orgânica Nacional do
Ministério Público (Lei n. 8.625/93) e do art. 6º, VI da Lei Complementar 75
(Estatuto do Ministério Público da União).
Por ausência de formalidade, seu ajuizamento independe de habilitação legal
ou representação de advogado, uma vez que a legitimação do Habeas
Corpus é universal. Embora a informalidade seja a tônica desse tipo de ação, o
STJ firmou a tese de que:

“a ausência de assinatura do impetrante ou de alguém a seu rogo (no caso de


analfabetos) na inicial de habeas corpus inviabiliza o seu conhecimento conforme o
art. 654, §1º, “c”, do CPP. Até mesmo de ofício pode ser concedido habeas corpus,
pois para o STF “o instituto da concessão de habeas de ofício é próprio a qualquer
processo, inclusive ao que revela impetração, mostrando-se suficiente a constatação
de ilegalidade a cercear o direito de ir e vir”. Inteligência teleológica da norma do §2º
do art. 654 do CPP”. (HC 92.487, rel. min. Marco Aurélio, j. 25/03/2008.

Como afirma a própria Constituição, o remédio heroico é dirigido contra uma


autoridade coatora, de caráter público ou particular. Por autoridade coatora
entende-se aquela que determinou a restrição da liberdade de locomoção do
indivíduo, ou seja, da pessoa que sofreu a lesão ou ameaça de lesão. Um

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exemplo típico de ação “habeas corpus” orientada contra particular é aquela


dirigida contra hospitais que condicionam a liberação de seus pacientes
mediante o pagamento das devidas despesas, ou, mesmo, um processo contra
uma internação indesejada.
É possível o manejo de “habeas corpus” ainda que a ofensa ao direito de
locomoção seja indireta, ou seja, quando o ato impugnado possa resultar na
detenção ou reclusão do indivíduo no final do procedimento.
Como já afirmou o STF:

“não é somente a coação ou ameaça direta à liberdade de locomoção que autoriza a


impetração do habeas corpus (...) Também 0 a coação ou a ameaça indireta à liberdade
individual justifica a impetração da garantia constitucional inscrita no art. 5º, LXVIII,
da CF”. (HC 83.162, rel. min. Carlos Velloso, j. 02/09/2003).

É o caso, por exemplo, da impetração contra quebra de sigilo bancário,


porquanto esse tipo de devassa nas informações pode acarretar na prisão em
processo criminal, por exemplo.
No caso de trancamento de ação penal por meio de liminar, o entendimento
jurisprudencial vai no sentido de que essa possibilidade

“constitui medida excepcional que só deve ser aplicada quando indiscutível a ausência
de justa causa ou quando há flagrante ilegalidade demonstrada em inequívoca prova
pré-constituída. (RHC 95.958, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 18/08/2009).

Em processos administrativos não cabe o manejo de “habeas corpus”, pois esse


tipo de processo não acarreta a restrição de liberdade do indivíduo. Nesses
casos, o remédio constitucional adequado seria o mandado de segurança,
consoante já afirmado:

Sindicância administrativa. Trancamento. Via processual imprópria. (...) Dar amplitude


ao writ para trancar sindicância administrativa é desbordar da destinação
constitucional desse precioso instrumento de proteção do direito de ir e vir.
(RHC 85.105 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 28/06/2005).

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A decretação da perda do cargo público não se discute em habeas corpus por se tratar
de via processual inadequada para discutir sua validade, dado que não representa
ameaça à liberdade de locomoção. (HC 91.760, rel. min. Cármen Lúcia, j.
30/10/2007).

Além disso, entende o STF que o órgão competente para julgamento do habeas
corpus está desvinculado das razões invocadas na ação, podendo efetuar
julgamento fundamentado em motivos distintos aos formulados na inicial
(causa petendi diversa). Esse fenômeno, decorre, da própria possibilidade de
concessão de ofício do writ, não devendo o juiz estar adstrito, em ação tão
importante de espectro constitucional, ao princípio da congruência ou
correlação.
Em continuidade, o instituto do “habeas
a corpus” contempla a possibilidade de
dilação probatória, pois a coação ilegal alegada deverá ser demonstrada de
plano pelo impetrante por meio de prova pré-constituída.
Como assente na jurisprudência

“a peculiar natureza processual do habeas corpus não admite a realização de dilação


probatória, incumbindo ao impetrante o ônus de demonstrar inequívoca e previamente
os fatos constitutivos do direito invocado em favor do paciente”. (HC 92.702, rel. min.
Joaquim Barbosa, j. 18/02/2010).

Dentre as restrições observadas no âmbito da jurisprudência sobre o remédio


heroico, temos:
 Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
(Súmula 695 do STF).
 Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de
militar ou de perda de patente ou de função pública. (Súmula 694 do
STF).
 Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
seja a única cominada. (Súmula 693 do STF).
 Não cabe “habeas corpus” quando já extinta a pena privativa de
liberdade. (Súmula STF nº 695).
 Não cabe “habeas corpus” para impugnar determinação de suspensão dos
direitos políticos.
 Não é cabível habeas corpus contra decisão monocrática de ministro do
STF. Segundo os ministros, para revisão de ato de relator, o instrumento
adequado é o agravo interno. No mesmo sentido, a súmula 606 do STF

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assevera que não cabe "habeas corpus" originário para o Tribunal Pleno
de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em "habeas corpus" ou no
respectivo recurso.

Não é possível a impetração de Habeas Corpus contra ações de improbidade


administrativa. Conforme afirma o Pretório Excelso, “o habeas corpus é meio
processual destinado à proteção do direito de ir e vir ameaçado por ilegalidade ou
abuso de poder. Daí a impropriedade desse instrumento processual para solver
controvérsia cível. Ainda que se admita que a ação de improbidade administrativa tem
natureza penal, não há como trancá-la em habeas corpus, porquanto as sanções
previstas na Lei 8.429/1992 não consubstanciam risco à liberdade de locomoção”.
(HC 100.244 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 24/11/2009).
2

Não é possível, na via do habeas corpus, fazer incursão sobre a correta tipificação dos
fatos imputados ao paciente na ação penal. (HC 99.417, rel. min. Ricardo
Lewandowski, j. 01/06/2010).

Em que pese configurar remédio constitucional de largo espectro, não pode ser
utilizado como sucedâneo da revisão criminal, salvo em situações nas quais se
verifique flagrante nulidade processual, seja na sentença condenatória, seja no
acórdão que a tenha confirmado. (HC 101.542, rel. min. Ricardo Lewandowski, j.
04/05/2010).

O habeas corpus não é o meio adequado para impugnar ato alusivo a sequestro de
bens móveis e imóveis bem como a bloqueio de valores. (HC 103.823, rel. min. Marco
Aurélio, j. 03/04/2012).

O habeas corpus, garantia de liberdade de locomoção, não se presta para discutir


confisco criminal de bem. (HC 99.619, rel. p/ o ac. min. Rosa Weber, j. 14/02/2012).

O habeas corpus não se presta à revisão, em tese, do teor de súmulas da


jurisprudência dos tribunais. (RHC 92.886 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j.
21/09/2010).

O habeas corpus não é meio hábil para questionar-se aspectos ligados quer ao

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inquérito civil público, quer à ação civil pública, porquanto, nesses procedimentos, não
se faz em jogo, sequer na via indireta, a liberdade de ir e vir. (HC 90.378, rel. min.
Marco Aurélio, j. 13/10/2009).

Habeas corpus não é remédio processual adequado para tutela do direito de visita de
menor cuja guarda se disputa judicialmente. (HC 99.369 AgR, rel. min. Cezar Peluso,
j. 18/08/2009).

Não cabe “habeas corpus” para discutir o mérito de punições disciplinares militares
(art. 142, § 2º, CF). Por outro lado, Não há que se falar em violação ao art. 142, § 2º,
da CF, se a concessão de habeas corpus, impetrado contra punição disciplinar militar,
volta-se tão-somente para os pressupostos 8 de sua legalidade, exluindo a apreciação
de questões referentes ao mérito (RE 338840/RS, Rel. Min. Ellen Gracie, j.
19/08/2003).

1.4 - Mandado de Injunção Individual e Coletivo

O mandado de injunção é um remédio constitucional de natureza civil,


previsto no inciso LXXI do artigo 5º que intenta viabilizar o exercício de direitos
constitucionais em razão de ausência de norma regulamentadora.
Como afirma o próprio texto constitucional,
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Como afirma a doutrina, a omissão do legislador em regulamentar as normas


necessárias para o exercício de prerrogativas constitucionais, agride a essência
e, por conseguinte, a força normativa de seus mandamentos e previsões,
trazendo à tona o malsinado fenômeno da "síndrome da inefetividade das
normas constitucionais".
Para efeito de concurso é importante conhecer os artigos da recente lei
(13.300/16) que regulamenta o tema, já que as normas recentes são bastante
exploradas pelo examinador. Analisando o texto da Lei 13.300/2016, por
exemplo, podemos verificar que não apenas uma ausência completa de
regulamentação pode ser questionada pela via do mandado de injunção (MI),
mas também as omissões parciais, nos termos do seu Art. 2º. Por seu turno,

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as legitimidades ativa e passiva do Mandado de Injunção Individual estão


regulamentadas no art. 3º da suscitada lei:
Art. 3o São legitimados para o mandado de injunção, como
impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam
titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos
no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade
com atribuição para editar a norma regulamentadora.

Quanto à legitimidade do mandado de injunção coletivo, o art. 12 ao tratar do


tema assevera que:
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for
especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático 5 ou dos interesses sociais ou individuais
indisponíveis;
II - por partido político com representação no Congresso Nacional,
para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas
de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um)
ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros
ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes
a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for
especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e
a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na
forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal.
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas
protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes,
indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou
determinada por grupo, classe ou categoria.

Ao tratar da petição inicial, o §2º do artigo 4º afirma que


Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se
em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade
ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no
original, ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido do
impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias,
devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da petição.

Na recentíssima prova para Promotor de Justiça do MPPR, o examinador


indagou aos candidatos (questão evidentemente correta):

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(MPPR-PROMOTOR-2016) Quando o documento necessário à


prova do alegado em mandado de injunção encontrar-se em
repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade
ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no
original, ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido do
impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias,
devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da
petição.

Sistematizando o tema da competência, Pedro Lenza assevera que o


julgamento do Mandado de Injunção depende da identificação do ente omisso
na regulamentação do direito constitucional impedido de ser exercitado e pode
ser resumido da seguinte forma: STF (art.102, I, q): cabe ao STF julgar o MI
quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição.
Sobre os efeitos da decisão em mandado de injunção, ao longo do tempo a
doutrina e jurisprudência vêm sistematizando as distintas soluções possíveis,
que podem ser resumidas nas seguintes correntes:
1) CORRENTE NÃO-CONCRETISTA - Baseada na teoria da subsidiariedade,
para essa posição, o Judiciário, ao julgar procedente o mandado de injunção,
deverá apenas recomendar ao legislador que supra a mora, não implementando
o exercício do direito contestado, embora sinalize para o autor que realmente
existe um obstáculo ao seu direito em virtude de omissão do Poder, órgão ou
autoridade responsável, nos mesmos moldes da ação direita de
inconstitucionalidade por omissão. Essa era a posição inicialmente adotada pelo
Supremo Tribunal Federal, que no MI 107/DF atestou a natureza
eminentemente declaratória do instituto.
2) CORRENTE CONCRETISTA - Essa corrente incorpora a visão de que o
Poder Judiciário deve adotar uma postura mais ativa no que tange à
implementação do direito obstaculizado pela omissão até a superveniência de
norma regulamentadora, entendendo que a natureza da decisão em Mandado
de Injunção é constitutiva. Para Bernardo Gonçalves, a corrente concretista
pode ser subdividida em:
a) Tese concretista geral: iria viabilizar (implementar) o exercício do
direito previsto na Constituição com efeitos erga omnes , ou seja, ao
Poder Judiciário incumbiria a tarefa de elaborar a norma regulamentadora
para suprir a omissão do legislador, só que com efeitos não apenas para
o caso concreto, mas válido para todos. O STF, em linha de princípio não
adotou essa tese, afirmando que tal entendimento fere o princípio da
separação de poderes, pois estende os efeitos para todos colocando o
Pretório Excelso como um verdadeiro legislador positivo.

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b) Tese concretista individual: a mesma iria viabilizar (implementar) o


direito previsto na Constituição com efeitos interpartes. Essa corrente se
subdivide em:
 Concretista direta: é a corrente que sustente que o Poder Judiciário
deve viabilizar (implementar) o direito de forma imediata (de plano);
 Concretista intermediária: é a corrente que entende que o Poder
Judiciário não deveria viabilizar o direito de forma imediata. Reconhecida
a mora e dada a ciência ao poder competente para suprí-la, assim, caso o
mesmo, num prazo determinado estabelecido, não a suprisse, o órgão
julgador da injunção deveria tomar as providências necessárias para
concretizar o direito implementando-o.

CORRENTE
NÃO-
CONCRETISTA Tese
Efeitos da
concretista
decisão geral
CORRENTE Concretista
CONCRETISTA direta
Tese
concretista
individual
Concretista
intermediária

Como afirmado, no âmbito do STF predominava a tese não concretista. No


entanto, em 2007, nos julgamentos dos Mandados de injunção 670/ES,
708/DF e 712/PA, a Corte superou o entendimento anterior e adotou,
pela primeira vez, a tese concretista geral, tornando possível o exercício da
prerrogativa questionada (direito de greve) a partir da própria decisão exarada,
utilizando como paradigma o regulamento correlato da iniciativa privada (lei
7783/89):

No julgamento do MI no 107/DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 21.9.1990, o Plenário do


STF consolidou entendimento que conferiu ao mandado de injunção os seguintes
elementos operacionais: i) os direitos constitucionalmente garantidos por meio de
mandado de injunção apresentam-se como direitos à expedição de um ato normativo,
os quais, via de regra, não poderiam ser diretamente satisfeitos por meio de

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provimento jurisdicional do STF; ii) a decisão judicial que declara a existência de uma
omissão inconstitucional constata, igualmente, a mora do órgão ou poder legiferante,
insta-o a editar a norma requerida; iii) a omissão inconstitucional tanto pode referir-se
a uma omissão total do legislador quanto a uma omissão parcial; iv) a decisão
proferida em sede do controle abstrato de normas acerca da existência, ou não, de
omissão é dotada de eficácia erga omnes, e não apresenta diferença significativa em
relação a atos decisórios proferidos no contexto de mandado de injunção(...)Tendo em
vista as imperiosas balizas jurídico-políticas que demandam a concretização do direito
de greve a todos os trabalhadores, o STF não pode se abster de reconhecer que,
assim como o controle judicial deve incidir sobre a atividade do legislador, é possível
que a Corte Constitucional atue também nos casos de inatividade ou omissão do
Legislativo(...)Considerada a omissão legislativa alegada na espécie, seria o caso de se
acolher a pretensão, tão-somente no sentido de que se aplique a Lei no
7.783/1989 enquanto a omissão não for devidamente regulamentada por lei
específica para os servidores públicos civis (CF, art. 37, VII)(...)

Por seu turno, o art. 8º da lei 13.300/2016 encampou a tese da corrente


concretista individual intermediária, comportando uma exceção à prévia
notificação da mora legislativa em seu parágrafo único:
Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a
injunção para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a
edição da norma regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos
direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for
o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação
própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora
legislativa no prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o
inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de
atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido
para a edição da norma.

Após essa digressão histórica do instituto do Mandado de Injunção, vejamos


como fica bem mais simples resolver as questões cobradas:

(FUNDATEC-PGE-RS-2015) No que se refere ao mandado de


injunção, previsto no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição
Federal de 1988, é correto afirmar que a jurisprudência do STF:
A) Sempre adotou a corrente não concretista, equiparando sua
finalidade à da ação de inconstitucionalidade por omissão;
B) Inicialmente adotou a corrente não concretista, equiparando
sua finalidade à da ação de inconstitucionalidade por omissão,

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transitando em 2007 para a corrente concretista com efeitos


gerais;
C) Inicialmente adotou a corrente concretista com efeitos
gerais, equiparando sua finalidade à da ação de
inconstitucionalidade por omissão, transitando em 2007 para a
corrente não concretista;
D) Inicialmente adotou a corrente concretista particular,
transitando em 2007 para a corrente não concretista,
equiparando sua finalidade à da ação de inconstitucionalidade
por omissão;
E) Sempre adotou a corrente concretista, no sentido de tornar
viável o exercício de direitos e liberdades inviabilizados por
faltar norma regulamentadora.
Comentário:
Como exposto, o STF inicialmente adotou a tese não
concretista, que equiparava os efeitos da decisão em mandado
de injunção aos da ADI por omissão. Em 2007, o STF mudou
seu entendimento sobre o tema e encampou a tese concretista
geral. Dessa forma, a única assertiva correta é a letra B.

Ao tratar dos limites da coisa julgada, a norma em comento asseverou:


Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e
produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à
decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do
direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser
estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não
impede a renovação da impetração fundada em outros elementos
probatórios.

No mesmo concurso do MPPR (2016), foi cobrado esse dispositivo da norma


inovadora:

(MPPR-PROMOTOR-2016) A Lei n. 13.300/2016 estabeleceu


que a decisão em mandado de injunção terá, em regra, eficácia
subjetiva limitada às partes. No entanto, poderá lhe ser
conferida eficácia ultra partes ou erga omnes quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade
ou da prerrogativa objeto da impetração.

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Questão interessante, também disciplinada na novel legislação, diz respeito aos


efeitos da edição da lei regulamentadora em face do trânsito em julgado da
decisão pretérita que julgou procedente o mandado de injunção, nos termos do
art. 11:
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá
efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão
transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes
for mais favorável.
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma
regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o
processo será extinto sem resolução de mérito.

Esse dispositivo não foi esquecido na prova do MPPR que o reproduziu de forma
incorreta:

(MPPR-PROMOTOR-2016) A norma regulamentadora


superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos
beneficiados por decisão transitada em julgado proferida em
mandado de injunção, salvo se a aplicação das regras da
decisão judicial lhes for mais favorável. Questão incorreta

Quanto aos efeitos da coisa julgada no mandado de injunção coletivo, a lei


disciplina que a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas
integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria
substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do
art. 9o. Deve sempre ser lembrado que nas ações coletivas estamos diante de
verdadeira legitimação extraordinária dos entes nela especificados, já que
esta figura processual revela a possibilidade de tutela de direito alheio por meio
de substitutos processuais.
Da mesma forma, pelas peculiaridades do processo coletivo, a nova lei adota
idêntico dispositivo do Código de Defesa do Consumidor ao disciplinar que a
impetração de Mandado de injunção coletivo não induz litispendência em
relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o
impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de
30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva, item
também cobrado no certame do Paraná:

(MPPR-PROMOTOR-2016) O mandado de injunção coletivo


não induz litispendência em relação aos individuais, mas os
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não
requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30
(trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração

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coletiva. Questão correta

Pela importância desse estudo, transcreveremos algumas decisões importantes


sobre Mandado de Injunção que são reiteradamente cobradas nos certames
públicos:

Impossibilidade de formação de litisconsórcio passivo, em sede de mandado de


injunção, entre a autoridade competente para a elaboração da norma
regulamentadora de dispositivo constitucional e particulares. (MI 1.007 AgR, rel. min.
Dias Toffoli, j. 18/12/2013).

A jurisprudência desta Corte sedimentou a possibilidade de as entidades de classe,


desde que legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano,
utilizarem o mandado de injunção coletivo. (MI 4.503 AgR, rel. min. Ricardo
Lewandowski, j. 07/11/2013).

Nos mandados de injunção coletivos, a emissão de juízo de mérito pressupõe a


especificação dos substituídos e a demonstração de que efetivamente inviabilizado o
exercício do direito com base na lacuna normativa apontada. (MI 2.859 ED, rel. min.
Rosa Weber, j. 19/06/2013).

(...) o mandado de injunção não é o meio processual adequado para questionar a


efetividade da lei regulamentadora. (MI 4.831 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j.
29/05/2013).

(...) o STF tem competência para apreciar os mandados de injunção impetrados por
servidores públicos municipais, estaduais e distritais, e não há litisconsórcio passivo
necessário com o Estado ou instituto de previdência. (MI 1.565 AgR, rel. min. Teori
Zavascki, j. 24/04/2013).

A orientação do STF é pela prejudicialidade do mandado de injunção com a edição da


norma regulamentadora então ausente. Excede os limites da via eleita a pretensão de
sanar a alegada lacuna normativa do período pretérito à edição da lei regula-
mentadora. (MI 1.011 AgR e MI 1.022 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j.
10/05/2012).

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Para ser cabível o mandado de injunção, não basta que haja eventual obstáculo ao
exercício de direito ou liberdade constitucional em razão de omissão legislativa, mas
concreta inviabilidade de sua plena fruição pelo seu titular. Daí por que há de ser
comprovada, de plano, a titularidade do direito (...) e a sua inviabilidade decorrente
da ausência de norma regulamentadora do direito constitucional. (MI 2.195 AgR, voto
da rel. min. Cármen Lúcia, j. 23/02/2011).

1.5 - Habeas Data

Segundo a Constituição,
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo;

O habeas data (HD) é uma ação civil constitucional gratuita, de rito


especial, que objetiva viabilizar o conhecimento, retificação ou anotação de
informação (com exatidão!) do impetrante, constante em bancos de dados
públicos ou privados de caráter público.
O escopo do habeas data foi alargado pela lei regulamentadora do instituto (lei
9.507/93, art. 7º, III), ao afirmar a possibilidade de seu manejo
“para a anotação nos assentamentos do interessado, de
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável
e que esteja sob pendência judicial ou amigável”.

No caso das entidades privadas de caráter público, a mesma norma


infraconstitucional afirma que
“considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados
contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas
a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou
entidade produtora ou depositária das informações” (§único do
Art. 1º).

Exemplo clássico de entidade privada com informações de caráter público é o


Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Conforme a lição de André Carvalho
Ramos,
“o habeas data é inovação da Constituição de 1988, inspirado nas
Constituições de Portugal e da Espanha, e que visa proteger o

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direito à autodeterminação informativa. Sua instituição foi uma


ruptura com o passado de arquivos secretos da ditadura e
perseguição política”.

Em conclusão, o mesmo autor afirma que o remédio constitucional não visa


apenas
“assegurar o direito à informação e combater a “cultura do
biombo” dos bancos de dados de entes públicos ou de caráter
público, mas também permitir que o interessado possa retificar as
informações, controlando sua veracidade”.

Para a caracterização do interesse de agir dessa ação constitucional, a


jurisprudência, ao longo do tempo, sedimentou a exigência de demonstração
pela parte autora, da negativa do detentor das informações em fornecê-las,
entendimento consolidado na súmula 2 do STJ ao afirmar que “não cabe o
habeas data (CF, art. 5., LXXII, letra "a") se não houve recusa de informações
por parte da autoridade administrativa”. Assim, é necessário que o impetrante
demonstre essa omissão por parte da entidade competente em informar ou
retificar informação que considere relevante, como condição da ação de habeas
data.
A lei 9.507/93 ao incorporar esse requisito estatui em seu art. 8º que
“a petição inicial deverá ser instruída com prova: I - da recusa ao
acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem
decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de
mais de quinze dias, sem decisão; ou III - da recusa em fazer-se a
anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais
de quinze dias sem decisão”.

No contexto da legitimidade desse remédio constitucional, a ação em epígrafe


poderá ser ajuizada por qualquer pessoa, física ou jurídica, brasileira ou
estrangeira e até mesmo por órgãos despersonalizados (e.g, Ministério Público).
Trata-se de ação personalíssima, que não pode ser utilizada para garantir
acesso a informações de terceiros.
Como exceção à regra do caráter personalíssimo da ação, Bernardo Gonçalves
cita decisão da 5ª turma do STJ que concedeu provimento em habeas data
impetrado por viúva de militar em favor de dados de seu cônjuge falecido
(Habeas data 147/DF, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 12.12.2007). O
estudante deve ficar atento, portanto, à forma como o assunto é abordado nos
certames, não esquecendo de que a afirmação padrão é que o HD é ação
personalíssima.
Mister afirmar em relação à competência do habeas data, que, de maneira
similar às demais ações constitucionais, o enquadramento correto do órgão

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julgador da suscitada ação depende do status da autoridade omitente, ou


seja, a competência é regulada pela hierarquia funcional do agente público, nos
termos do art. 20 da lei 9.507/93:
Art. 20. O julgamento do habeas data compete:
I - originariamente:
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da
República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de
Estado ou do próprio Tribunal;
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal
ou de juiz federal;
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os
casos de competência dos tribunais federais;
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do
Estado;
f) a juiz estadual, nos demais casos;
II - em grau de recurso:
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for
proferida em única instância pelos Tribunais Superiores;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida
em única instância pelos Tribunais Regionais Federais;
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida
por juiz federal;
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios,
conforme dispuserem a respectiva Constituição e a lei que
organizar a Justiça do Distrito Federal;
III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal,
nos casos previstos na Constituição.

Quanto à diferenciação entre o habeas data e institutos correlatos, cabe


assinalar que o mandado de segurança é o remédio constitucional para
assegurar, por exemplo, o direito à certidão (art. 5º, XXXV, “a”) ou o direito à
informação constitucionalmente tutelado. Assim, o âmbito de proteção do
habeas data é restrito ao conhecimento/retificação de informações relativas à
pessoa do impetrante, quando este não preferir a adoção de processo sigiloso,
judicial ou administrativo.

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Por essa razão, o STF já entendeu que “o habeas data é via processual
inadequada ao atendimento de pretensão do autor de sustar a publicação de
matéria em sítio eletrônico”. (HD 100 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 25/11/2014).
Nesse contexto, o instituto do “habeas data não se revela meio idôneo para se
obter vista de processo administrativo”. (HD 90 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j.
18-2-2010). Por outro lado, em recente decisão, o STF entendeu possível o
manejo do habeas data para a obtenção dos dados concernentes ao
pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas
informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária
dos entes estatais. (RE 673.707, rel. min. Luiz Fux, j. 17-6-2015).
Na jurisprudência do STF é possível colher algumas interpretações a respeito da
ação de habeas data :

O habeas data não se presta para solicitar informações relativas a terceiros, pois, nos
termos do inciso LXXII do art. 5º da CF, sua impetração deve ter por objetivo
“assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante”. (HD 87
AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 25/11/2009).

Habeas data. Ilegitimidade passiva do Banco do Brasil S. A. para a revelação, a ex-


empregada, do conteúdo da ficha de pessoal, por não se tratar, no caso, de registro
de caráter público, nem atuar o impetrado na condição de entidade governamental
(Constituição, art. 5º, LXXII, a, e art. 173, § 1º, texto original). (RE 165.304, rel. min.
Octavio Gallotti, j. 19/10/2000).

O habeas data configura remédio jurídico-processual, de natureza constitucional, que


se destina a garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão
jurídica discernível em seu tríplice aspecto: (a) direito de acesso aos registros;
(b) direito de retificação dos registros; e (c) direito de complementação dos registros.
Trata-se de relevante instrumento de ativação da jurisdição constitucional das
liberdades, a qual representa, no plano institucional, a mais expressiva reação jurídica
do Estado às situações que lesem, efetiva ou potencialmente, os direitos fundamentais
da pessoa, quaisquer que sejam as dimensões em que estes se projetem. O acesso ao
habeas data pressupõe, entre outras condições de admissibilidade, a existência do
interesse de agir. Ausente o interesse legitimador da ação, torna-se inviável o
exercício desse remédio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido de
informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo, constitui requisito
indispensável para que se concretize o interesse de agir no habeas data. Sem que se
configure situação prévia de pretensão resistida, há carência da ação constitucional do

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habeas data. (RHD 22, rel. p/ o ac. min. Celso de Mello, j. 19/09/1991).

1.6. Ação Popular

Tentando conferir uma proteção ampla aos direitos individuais e coletivos, a


Carta de 1988, nesse último caso, adotou a previsão de que
“qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência” (art. 5º, inc. LXXIII).

Conforme a doutrina majoritária, a ação popular visa tutelar


interesses/direitos de natureza difusa, consubstanciados no direito
fundamental do cidadão ao bom governo, uma vez que busca invalidar ato
lesivo ao patrimônio público (em sentido amplo) ou à moralidade
administrativa.
Dessa forma, tanto os bens de natureza material quanto os de caráter
imaterial são protegidos por essa ação constitucional, sendo relevante
destacar, por importante, que a abrangência da tutela abarca, indistintamente,
ações e omissões do poder público.
No campo infraconstitucional, a lei 4.717/65, também chamada de lei da ação
popular (LAP), foi recepcionada pela Constituição de 1988, de forma que seus
dispositivos se encontram plenamente vigentes quanto à disciplina processual
desse remédio constitucional.
Nesse diapasão, a legitimidade da ação popular é disciplinada no art. 1º da
LAP, dispositivo que afirma ser o cidadão o único legitimado ativo dessa medida
constitucional, atuando, por seu turno, como substituto processual da
coletividade (legitimação extraordinária):
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a
anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao
patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia
mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de
seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de
empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições
ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do

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patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao


patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas pelos cofres públicos.

Como exigência da qualidade de cidadão, o §3º do mesmo artigo exige o


título eleitoral ou documento que a ele corresponda. Assim, as pessoas
jurídicas de direito privado ou público, o Ministério Público, os estrangeiros
(salvo os portugueses equiparados), bem como os indivíduos que estiverem
com os seus direitos políticos suspensos não podem ser sujeitos ativos da
ação popular. Nesse sentido, a súmula 365 do STF afirma que “pessoa
jurídica não tem legitimidade para propor ação popular”.
Essa especificidade da ação popular é reiteradamente explorada nos concursos:

(DPE / PA – 2015) A ação popular poderá ser intentada por


cidadão e por partido político com representação no Congresso
Nacional.
Comentários:
Como afirmamos anteriormente, apenas o cidadão é legitimado
para o ajuizamento de ação popular.

Embora o Ministério Público não seja legitimado ativo na ação popular, o


membro do parquet deverá ser intimado para intervir como fiscal da lei e,
nos termos do §4º do artigo 6º, acompanhar a ação, cabendo-lhe apressar a
produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que
nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do
ato impugnado ou dos seus autores.
Da mesma forma, a tutela dos direitos coletivos é tão importante que se o autor
desistir da ação, serão publicados editais, ficando assegurado a qualquer
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo
de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da
ação. Desse modo, na excepcional situação de desistência do autor da ação
em conjunto com a posterior falta de habilitação qualquer interessado, o
Ministério Público poderá prosseguir com a ação popular, facultando também a
lei ao Ministério Público, o direito de recorrer das sentenças de improcedência.
Por fim, com fundamento no princípio da indisponibilidade, o art. 16 da LAP
assevera que
“caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença
condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro
promova a respectiva execução, o representante do Ministério

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Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de


falta grave”.

Questão controvertida na doutrina é a exigência de prejuízo material para a


configuração da lesividade do ato.
A jurisprudência do STF, no entanto, afirma que

a necessidade da “prova de prejuízo material aos cofres públicos, diverge do


entendimento sufragado pelo STF. A decisão objurgada ofende o art. 5º, LXXIII,
da CF, que tem como objetos a serem defendidos pelo cidadão, separadamente,
qualquer ato lesivo ao patrimônio material público ou de entidade de que o Estado
participe, ao patrimônio moral, ao cultural e ao histórico”. (ARE 824.781 RG, rel. min.
Dias Toffoli, j. 27/08/2015).

Esse tema também é frequentemente avaliado nas provas:

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Em se tratando de
lesividade à moralidade administrativa, não é cabível a ação
popular se não for demonstrado efetivo dano material ao
patrimônio público.
Comentários:
É desnecessária a demonstração de efetivo prejuízo material
como condição do ajuizamento da ação popular. Item incorreto.

Por velar interesses de natureza difusa, a ação popular não pode ser
substituída por mandado de segurança, de maneira que a jurisprudência do STF
se consolidou no sentido de que “o mandado de segurança não substitui a ação
popular” (Súmula 101).
No que diz respeito à competência, o STF, de modo pacífico, entende que cabe
ao juízo singular o julgamento das ações populares. Nesse sentido:

Tratando-se de ação popular, o STF – com as únicas ressalvas da incidência da


alínea n do art. 102, I, da Constituição ou de a lide substantivar conflito entre
a União e Estado-membro –, jamais admitiu a própria competência originária: ao
contrário, a incompetência do Tribunal para processar e julgar a ação popular
tem sido invariavelmente reafirmada, ainda quando se irrogue a responsabilidade
pelo ato questionado a dignitário individual – a exemplo do presidente da República –
ou a membro ou membros de órgão colegiado de qualquer dos Poderes do Estado

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cujos atos, na esfera cível – como sucede no mandado de segurança – ou na esfera


penal – como ocorre na ação penal originária ou no habeas corpus – estejam sujeitos
diretamente à sua jurisdição. Essa não é a hipótese dos integrantes do CNJ ou do
Conselho Nacional do Ministério Público: o que a Constituição, com a EC 45/2004,
inseriu na competência originária do Supremo Tribunal foram as ações contra os
respectivos colegiado, e não, aquelas em que se questione a responsabilidade pessoal
de um ou mais dos conselheiros, como seria de dar-se na ação popular. (Pet 3.674
QO, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 04/10/2006).

Dessa forma, com exceção das ações populares em que todos os membros da
magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, aquelas em que mais
da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam
direta ou indiretamente interessados, bem como das ações populares que
possam ocasionar conflito entre os entes da federação, todas as demais devem
ser direcionadas ao juízo de 1º grau para efetivo julgamento.
Importante ressaltar também que no caso da ação popular, o art. 11 da Lei
4.717/65 determina que a sentença de procedência que “decretar a invalidade
do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis
pela sua prática e os beneficiários dele”. Nessa toada, a ausência de
formulação de pedido condenatório, pelo autor popular, não impede a
condenação do réu, diante da imperatividade do comando, segundo assentado
na doutrina. Em continuidade, no caso de improcedência da ação popular, é
obrigatório o reexame necessário para a produção dos efeitos da coisa
julgada, nos termos do Art. 19 da lei da ação popular. Por último, o art. 21
declara que a ação popular prescreve no prazo de 5 (cinco) anos.
Na jurisprudência sobre o tema colhemos os importantes julgados:

A ação popular (...) não pode ser utilizada como alternativa à não propositura de uma
ação direta de inconstitucionalidade, sob pena de uma ampliação indevida do rol de
legitimados previsto no art. 103 da Constituição da República. Tal instrumento
processual tem como objetivo anular atos administrativos lesivos ao Estado, e não a
anulação de atos normativos genéricos. (AO 1.725 AgR, rel. min. Luiz Fux, j.
24/02/2015).

Ação popular. Demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. (...) A decisão
proferida em ação popular é desprovida de força vinculante, em sentido técnico.
Nesses termos, os fundamentos adotados pela Corte não se estendem, de forma
automática, a outros processos em que se discuta matéria similar. Sem prejuízo disso,
o acórdão embargado ostenta a força moral e persuasiva de uma decisão da mais alta

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Corte do País, do que decorre um elevado ônus argumentativo nos casos em se cogite
da superação de suas razões. [Pet 3.388 ED, rel. min. Roberto Barroso, j. 23/10/2013.

Recurso extraordinário. Medida cautelar preparatória de futura ação popular. De


manda principal que, contudo, não chegou a ser proposta. Irrelevância, para fins de
isenção do autor do ônus da sucumbência, conforme expressa previsão constitucional.
Procedimento cautelar intrinsecamente ligado ao processo principal. Interpretação
restritiva do comando do art. 5º, LXXIII, da CF, que não pode prosperar. Recurso
provido para isentar o recorrente do ônus da sucumbência. [RE 335.428, rel. min.
Dias Toffoli, j. 18/05/2010.

Demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. (...) Inexistência de vícios


processuais na ação popular. Nulidade dos atos, ainda que formais, tendo por objeto a
ocupação, o domínio e a posse das terras situadas na área indígena Raposa Serra do
Sol. Pretensos titulares privados que não são partes na presente ação popular. Ação
que se destina à proteção do patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe (inciso LXXIII do art. 5º da CF), e não à defesa de interesses particulares.
Ilegitimidade passiva do Estado de Roraima, que não foi acusado de praticar ato lesivo
ao tipo de bem jurídico para cuja proteção se preordena a ação popular.
Impossibilidade de ingresso do Estado-membro na condição de autor, tendo em vista
que a legitimidade ativa da ação popular é tão somente do cidadão. Ingresso do
Estado de Roraima e de outros interessados, inclusive de representantes das
comunidades indígenas, exclusivamente como assistentes simples. Regular atuação do
Ministério Público. (Pet 3.388, rel. min. Ayres Britto, j. 19/03/2009).

A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo
do presidente da República, é, via de regra, do juízo competente de primeiro grau.
(AO 859 QO, rel. p/ o ac. min. Maurício Corrêa, j. 11/10/2001).

1.7 - Ação Civil Pública

Como afirmado anteriormente, a Constituição da República conferiu especial


proteção aos direitos fundamentais, reputando relevantes, inclusive, os direitos
de natureza coletiva. Segundo a Constituição:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos;

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A Emenda Constitucional 80/14, por seu turno, ao modificar a disciplina da


Defensoria Pública, estabeleceu:
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão
e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa,
em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta
Constituição Federal.

Na recente prova para defensor público de Pernambuco foi questionado:

(CESPE-DPE-PE-Defensor Público/2015) A DP pode


defender réu a que é imputado ato lesivo ao patrimônio público,
mas não tem legitimidade para propor ação civil pública.
Comentários:
A questão é claramente incorreta, pois a Defensoria tem
legitimidade para propor ação civil pública. A legitimidade da
defensoria também foi confirmada no julgamento da ADI 3943,
ajuizada pela Associação Nacional dos Membros do Ministério
Público (Conamp) sob a alegação de que, tendo sido criada para
atender, gratuitamente, cidadãos sem condições de se defender
judicialmente, seria impossível para a Defensoria Pública atuar
na defesa de interesses coletivos, por meio de ação civil
pública. Em seu voto, o Min. Barroso, ao julgar improcedente o
pedido, ressaltou que “o fato de se estabelecer que exista uma
legitimação em tese da DP, não exclui a possibilidade de, num
eventual caso concreto, não se reconhecer como se tem feito
com o Ministério Público (...). O mesmo pode acontecer com a
Defensoria Pública, se entrar com ação coletiva em defesa dos
sócios do Iate Clube, talvez ou dos titulares de contas no Itaú
Personnalité”.

Ainda sobre o tema, podemos assentar que os legitimados para propor ação
civil pública estão elencados no art. 5º da lei 7347/85, norma que cuida da
disciplina infraconstitucional da ação civil pública (ACP). Além do MP e da
Defensoria, a regra em comento estende a legitimação extraordinária para
o ajuizamento de ACP’s às entidades da administração direta (União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios) e indireta (autarquia, empresa
pública, fundação ou sociedade de economia mista), bem como às associações,
desde que, nesse último caso (requisitos concomitantes), estejam constituídas
há pelo menos 1 (um) ano e incluam, entre suas finalidades institucionais, a

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proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à


ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos
ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico.
Com isso em mente, podemos denominar de direitos coletivos em sentido
amplo aquelas prerrogativas que atingem uma coletividade de pessoas,
ainda que não seja possível determinar a amplitude dos indivíduos envolvidos.
Sistematizando, o CDC em seu art. 81 subdivide os interesses e direitos
coletivos (sentido amplo) em:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si
ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim
entendidos os decorrentes de origem comum.

Nesse contexto, os interesses/direitos difusos têm como característica a


indeterminabilidade dos titulares envolvidos, diferentemente dos direitos
coletivos em sentido estrito, que possuem natureza determinável em
virtude de uma relação jurídica de base. Os direitos individuais
homogêneos, como o próprio nome revela, são direitos individuais
coletivizáveis em virtude de uma relação jurídica comum (origem comum). O
regramento dado pela lei 7.347/85, quando busca proteger o meio-ambiente, o
consumidor, os bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico, a honra e a dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos,
entre outros, expõe a gama de prerrogativas englobadas no conceito amplo de
direitos coletivos.
Importante destacar, nesse ponto, a possibilidade de defesa de diferentes
interesses/direitos em uma mesma ação civil pública, ou seja, é possível
pleitear tutelas coletivas distintas em uma mesma ação civil pública.
Essa característica foi cobrada na prova pra procurador da PGE/PR (Questão
correta):

(PUC/PR - PROCURADOR - 2015) Uma única ação civil


pública pode requerer a tutela de direitos coletivos e individuais
homogêneos.

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Outro tópico reiteradamente cobrado nos certames diz respeito à legitimidade


ativa do MP para propor direitos individuais homogêneos. Como regra, o STF
estabeleceu que

“a legitimação do Ministério Público para o ajuizamento de ação civil pública não se


restringe à defesa dos direitos difusos e coletivos, mas também abarca a defesa dos
direitos individuais homogêneos, máxime quando presente o interesse social.
(AI 737.104 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 25/10/2011).

Dessa forma, o MP pode ajuizar ações civis públicas buscando a tutela de


direitos individuais homogêneos, desde que presente um interesse social
relevante no bojo da ação. Cobrando esse tema, de modo incorreto, temos a
seguinte questão:

(PUC/PR - PROCURADOR - 2015) O Ministério Público pode


ajuizar ação para a proteção de direitos individuais
homogêneos de qualquer natureza.

O estudante deve ficar atento, ainda, ao recente cancelamento da súmula


470 do STJ, que afirmava que "o Ministério Público não tem legitimidade para
pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente do DPVAT em
benefício do segurado". Essa mudança de posicionamento foi originada por
julgamento do STF que, reconhecendo repercussão geral da matéria, decidiu,
no RE 631.111/GO (Rel. Ministro Teori Zavascki, julgado em 07.08.2014,
publicado em 30/10/2014), que o Ministério Público detém legitimidade para
ajuizar ação coletiva em defesa dos direitos individuais homogêneos dos
beneficiários do seguro DPVAT (seguro obrigatório, por força da Lei 6.194/74,
voltado à proteção das vítimas de acidentes de trânsito), dado o interesse social
qualificado presente na tutela dos referidos direitos subjetivos.
Percebemos, portanto, que o STJ entendia que a defesa dos beneficiários do
seguro DPVAT não estava contemplada nas atribuições institucionais do MP,
posição que restou superada a partir da decisão do STF. Quanto à
prescritibilidade das ACP´s, a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que
as infrações ao meio ambiente são de caráter continuado, motivo pelo qual
as ações de pretensão de cessação dos danos ambientais são imprescritíveis.
Quanto à prescrição por dano ao erário, o constituinte originário prescreveu no
§5º do art. 37 que “a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”. A regra,
portanto, pode ser aplicada às ações civis públicas que objetivem o

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ressarcimento por dano ao erário, de maneira que, nesses casos, vigora a


imprescritibilidade.
Por fim, o STF, no RE 669069/MG, firmou a tese de que é prescritível a ação de
reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil, não
alcançando, portanto, as ações decorrentes de ato de improbidade. No caso, a
pretensão de ressarcimento, estava fundamentada em ilícito civil (acidente
automobilístico) que, embora tenha causado prejuízo material ao patrimônio
público, não comportava gravidade suficiente que pudesse acarretar na
imprescritibilidade da ação.
Súmula 643 do STF - O Ministério Público tem legitimidade para promover
ação civil pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de
mensalidade escolares.

(...) o Ministério Público possui legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública que
tenha por objeto a condenação de agente público ao ressarcimento de prejuízos
causados ao erário. (RE 629.840 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 04/08/2015).

As instâncias judicial e administrativa não se confundem, razão pela qual a fiscalização


do TCU não inibe a propositura da ação civil pública (...). (MS 26.969, rel. min. Luiz
Fux, j. 18-11-2014, 1ª T, DJE de 12/12/2014).

Esta Corte (...) reconheceu a legitimidade do Ministério Publico para ajuizar ação civil
pública em defesa de menores. (AI 698.478, rel. min. Joaquim Barbosa, dec.
monocrática, j. 18/05/2012).

Esta Corte fixou orientação no sentido de que o Ministério Público é parte legítima para
questionar, em sede de ação civil pública, a validade de benefício fiscal concedido pelo
Estado a determinada empresa. (RE 586.705 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j.
23/08/2011).

2 – Resumo da Aula

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1. As garantias constitucionais são mecanismos ou instrumentos previstos


constitucionalmente que objetivam assegurar ou promover os direitos
fundamentais.
2. O mandado de segurança objetiva proteger direito líquido e certo, não
amparado por “habeas corpus” ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
3. O direito líquido e certo é justamente aquele direito cuja existência e
delimitação são claras e passíveis de demonstração documental
4. Não cabe a impetração de mandado de segurança contra ato administrativo
de que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de
caução.
5. Não é admissível mandado de segurança contra decisão judicial de que
caiba recurso com efeito suspensivo
6. A complexidade jurídica da questão não descaracteriza a liquidez e certeza
do direito, o que não obsta, a princípio, o uso do mandado de segurança
(súmula 625 STF).
7. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese
8. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120
(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
9. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;
10. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes (súmula 629 STF).
11. Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder
12. O habeas data é uma ação civil constitucional gratuita, de rito especial,
que objetiva viabilizar o conhecimento, retificação ou anotação de informação
do impetrante, constante em bancos de dados públicos ou privados de caráter
público. O habeas data não se presta para solicitar informações relativas a
terceiros.
13. O Habeas corpus repressivo ou liberatório é cabível nas hipóteses em que
o constrangimento ilegal já foi consumado.
14. O Habeas corpus preventivo deve ser impetrado quando houver sério
receio de constrangimento ilegal à liberdade de locomoção.
15. O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou
jurídica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Público.

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16. Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a
única cominada. (Súmula 693 do STF).
17. O mandado de injunção é um remédio constitucional de natureza civil,
previsto no inciso LXXI do artigo 5º que intenta viabilizar o exercício de
direitos constitucionais em razão de ausência de norma regulamentadora
(Normas de eficácia limitada).
18. São legitimados para o mandado de injunção as pessoas naturais ou
jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas constitucionais sem efetividade por falta de lei.
19. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
I. Pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou
dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
II. Por partido político com representação no Congresso Nacional, para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
III. Por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da
totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de
seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada,
para tanto, autorização especial;
IV. Pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos
individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art.
5o da Constituição Federal.
20. Para a tese não-concretista, o Judiciário, ao julgar procedente o mandado
de injunção, deverá apenas recomendar ao legislador que supra a mora.
21. Para a tese concretista, o Poder Judiciário deve adotar uma postura mais
ativa no que tange à implementação do direito obstaculizado pela omissão até
a superveniência de norma regulamentadora.
22. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.
23. É desnecessária a demonstração de efetivo prejuízo material como
condição do ajuizamento da ação popular.

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24. A pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
25. Com exceção das ações populares em que todos os membros da
magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, aquelas em que
mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou
sejam direta ou indiretamente interessados, bem como das ações populares
que possam ocasionar conflito entre os entes da federação, todas as demais
devem ser direcionadas ao juízo de 1º grau para efetivo julgamento.
26. A ação civil pública busca a proteção do patrimônio público e social, do
meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
27. São legitimados para ajuizamento de ACP: 1) MP 2)Defensoria 3)
entidades da administração direta (União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios) e indireta (autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de
economia mista) d) sindicatos e associações, desde que, nesse último caso,
estejam constituídas há pelo menos 1 (um) ano e incluam, entre suas
finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos
direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
28. É pacífica no sentido de que as infrações ao meio ambiente são de caráter
continuado, motivo pelo qual as ações de pretensão de cessação dos danos
ambientais são imprescritíveis.
29. As ações civis públicas que objetivem o ressarcimento por dano ao erário
são também imprescritíveis.
30. O MP pode ajuizar ações civis públicas buscando a tutela de direitos
individuais homogêneos, desde que presente um interesse social relevante.

Questões comentadas sobre o tema em provas do


MPT

Questões comentadas sobre o tema em provas


recentes (2018/17)

(CESPE- PGE/TO - PROCURADOR – 2018) Relativamente ao Mandado de


Segurança, considere:

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I. Não se concederá mandado de segurança quando se tratar de ato do qual caiba


recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;
também não se concederá mandado de segurança de decisão judicial da qual caiba
recurso com efeito devolutivo.

II. O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas,


de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se
o seu titular não o fizer, no prazo de trinta dias, quando notificado judicialmente.

III. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados
pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público.

IV. Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, a impetração


do mandado de segurança ficará condicionada à formação de litisconsórcio
necessário, podendo porém ser ajuizada ação declaratória autônoma sem o
preenchimento desse requisito.

Está correto o que se afirma APENAS em

a)II, III e IV.


b) II e III.
c) I e II.
d) I e III.
e) I e IV.

Comentários: Segundo a lei 12.016/09:

Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,


não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.

§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial


praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia
mista e de concessionárias de serviço público (Item III correto).

§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer

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delas poderá requerer o mandado de segurança (Item IV incorreto).

Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições


idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito
originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado
judicialmente (item III correto).

Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,


independentemente de caução (parte inicial do item I correto);

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (parte final do
item I incorreto).

III - de decisão judicial transitada em julgado.

Gabarito: letra b.

(CESPE – DPE/PE – DEFENSOR -2018) A respeito de mandado de injunção, é


correto afirmar que

A) a decisão no mandado de injunção coletivo, em regra, faz coisa julgada com efeito
erga omnes.
B) a insuficiência de uma norma regulamentadora para o pleno exercício de um direito
é hipótese de cabimento de mandado de injunção.
C) a impetração de mandado de injunção é cabível para garantir isonomia salarial
entre categorias de servidores públicos.
D) os legitimados para a impetração de mandado de injunção coletivo são os mesmos
que os da ação direta de inconstitucionalidade.
E) a competência para julgamento de medidas dessa natureza é exclusiva do STF.

Comentários:
A) Segundo o Art. 13 da lei 13.300, no mandado de injunção coletivo, a sentença
fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da
coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo
impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do art. 9o. O § 1o do art.
9º, por sua vez, afirma que poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga
omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do
direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. Desse modo,
incorreta a questão.

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B) Reza o Art. 2o da mesma norma que conceder-se-á mandado de injunção


sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes
à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Parágrafo único. Considera-se
parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas
pelo órgão legislador competente. Dessa forma, a insuficiência de
regulamentação também pode ser objeto do Mandado de Injunção. Item correto

C) Segundo a Súmula Vinculante 37 não cabe ao Poder Judiciário, que não tem
função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o
fundamento de isonomia. Dessa forma, o MI não é instrumento adequado para
a obtenção de isonomia entre carreiras do serviço público. Item incorreto

D) São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas


naturais ou jurídicas (Art. 3º da lei 13.300). Nos termos do Art. 103 da CF,
podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado
Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembléia
Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador de
Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com
representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional. Assim, os legitimados das ações são distintos. Item
incorreto.
E) As regras de competência para impetrar o mandado de injunção são
disciplinadas na Constituição Federal e dependem do órgão ou a autoridade
responsável pela edição da norma regulamentadora, de modo que até mesmo
aos juízes de 1º Grau têm competência para julgar MI em algumas situações.

Gabarito: letra b.

(CESPE- PROCURADOR BH – 2017) Nas situações em que se fizer necessário, o


cidadão poderá impetrar habeas data para obter vistas dos autos de processo
administrativo de seu interesse.

Comentários:

Colhe-se da jurisprudência do STF que “A ação de habeas data visa à proteção da


privacidade do indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados pessoais
falsos ou equivocados. 3. O habeas data não se revela meio idôneo para se
obter vista de processo administrativo”.(HD 90 AgR, Relator(a): Min. ELLEN
GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 18/02/2010, DJe-050 DIVULG 18-03-2010
PUBLIC 19-03-2010 EMENT VOL-02394-01 PP-00001 RDDP n. 86, 2010, p. 139-141
RB v. 22, n. 558, 2010, p. 38-39). Alternativa incorreta.

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(CESPE- PROCURADOR BH – 2017) O habeas corpus é o instrumento adequado


para impedir o prosseguimento de processo administrativo.

Comentários:
O habeas corpus visa à proteção da liberdade de locomoção, não sendo adequado seu
manejo com o propósito de trancar procedimento administrativo disciplinar. 2 - Ordem
não conhecida. (HC 21264 / SE HABEAS CORPUS 2002/0030167-5; Ministro PAULO
GALLOTTI ; SEXTA TURMA; Data do Julgamento 10/02/2004; Data da
Publicação/Fonte DJ 20/03/2006 p. 353). O STF também já firmou o entendimento de
que o HC “não é instrumental próprio a questionar a sequência de processo
administrativo”.(HC100664). Alternativa incorreta.

(CESPE- PREFEITURA FORTALEZA – PROCURADOR – 2017) A respeito das


normas constitucionais, do mandado de injunção e dos municípios, julgue o item
subsequente.

Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção.

Comentários:
Ao tratar da legitimidade ativa, a lei 13300/16 (lei do mandado de injunção) dispõe:

Art. 3o São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas


naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade
com atribuição para editar a norma regulamentadora. Alternativa correta.

(CESPE- PREFEITURA FORTALEZA – PROCURADOR – 2017) Acerca dos remédios


constitucionais, julgue o próximo item.

Embora não tenham personalidade jurídica própria, os órgãos públicos titulares de


prerrogativas e atribuições emanadas de suas funções públicas — como, por exemplo,
as câmaras de vereadores, os tribunais de contas e o MP — têm personalidade
judiciária e, por conseguinte, capacidade ativa de ser parte em mandado de segurança
para defender suas atribuições constitucionais e legais.

Comentários:

Entendimento sumulado do STJ:

A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade

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judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos


institucionais. (Súmula 525, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2015, DJe
27/04/2015). Alternativa correta.

(MPE/SP- PROMOTOR-2017) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao


mandado de segurança.
a) Em mandado de segurança, o pagamento de vencimentos e vantagens
pecuniárias assegurados em sentença a servidor público da Administração direta ou
autárquica federal, estadual ou municipal somente será efetuado com relação a
prestações que se vencerem desde o ajuizamento da ação.
B) A denegação de mandado de segurança sem decisão de mérito não impede
que o impetrante pleiteie os seus direitos e respectivos efeitos patrimoniais em ação
própria.

c) Se, concedida a medida liminar em mandado de segurança, o impetrante


criar obstáculo ao normal andamento do feito ou deixar de promover, no prazo
legal, os atos e diligências que lhe competirem, o juiz decretará a perempção ou
caducidade da medida.
d) A autoridade coatora não pode recorrer da sentença concessiva de
segurança.
e) Não impede a concessão de mandado de segurança a existência de
controvérsia sobre questão de direito.

Comentários:

A questão retrata a importância da leitura das normas previstas em edital (pelo


menos, as mais importantes!). Quanto ao item a, correto, a súmula 271 do STF
preconiza que “a concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais
em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente
ou pela via judicial própria”. Tal interpretação foi acolhida pelo § 4° do artigo 14 da
LMS (12.016/09): “O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias
assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da
administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será
efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do
ajuizamento da inicial”. Para o item b, também correto, importante a leitura do art. 19
da lei 12.016/09: “A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem
decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus
direitos e os respectivos efeitos patrimoniais”. O art. 8º da mesma lei aduz que: “será
decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento
do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao
normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias

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úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem”. Correto, portanto, o item c.


Quanto ao item d, incorreto, o § 2º do art. 14 da LMS afirma que é extensível à
autoridade coatora o direito de recorrer. Por último, cabe lembrar que, a teor
da Súmula 625/STF, 'controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança'. Logo, a contrario sensu, a controvérsia sobre matéria de fato
- quando necessária ao desfecho da causa - representa, sim, empecilho ao
deferimento da ordem requestada. Sendo este, patentemente, o caso dos autos."
(RMS 26199, Relator Ministro Ayres Britto, Primeira Turma, julgamento 27.3.2007,
DJe 4.5.2007). Dessa forma, correto o item.

Dessa forma, a letra que deve ser marcada é a D.

(MPE/SP- PROMOTOR-2017) Quanto ao mandado de segurança coletivo, assinale


a alternativa INCORRETA.

A) Os direitos individuais homogêneos protegidos por mandado de segurança


coletivo devem ser líquidos e certos.
B) A sentença proferida em mandado de segurança coletivo faz coisa julgada
apenas quanto aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo
impetrante.
C) A entidade de classe pode impetrar mandado de segurança quando a pretensão
interessar a toda a categoria ou apenas a uma parte dela.

D) O partido político com representação no Congresso Nacional tem legitimidade


para impetrar mandado de segurança coletivo na defesa de seus interesses
legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária.
E) Para ajuizamento de mandado de segurança coletivo, por entidade de classe em
favor de seus associados, é necessária autorização especial.

Comentários:

Para o manejo do MS é necessário que o direito subjacente seja líquido e certo. A


tutela coletiva não comporta exceção ao regime geral do Mandado de Segurança,
de modo que mesmo nesses casos a liquidez e certeza é obrigatória. Item a
correto. A redação da LMS (art.22) assevera que “no mandado de segurança
coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou
categoria substituídos pelo impetrante”, o que torna o item b correto. O item c,
correto, é o assunto mais cobrado em concursos dentro da temática do MS
coletivo (ver as próximas questões para essa comprovação!). Para a sua
resolução, importante o conhecimento da súmula 630 do STF, que afirma: “a
entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a

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pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva


categoria”. Item correto. Quanto à legitimidade, o art. 21 aduz que “o mandado
de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação
no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus
integrantes ou à finalidade partidária”, tornando, assim, o item d correto. A parte
final do mesmo artigo, tratando ainda da legitimidade, informa que o MS coletivo
pode ser manejado ainda por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um)
ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus
membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às
suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial, o que torna
incorreto o item e, sendo essa a resposta pretendida pelo examinador.

(MPE/SP-PROMOTOR-2017) Com relação à ação popular em defesa do patrimônio


público, é correto afirmar que
a) a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado cujo ato seja objeto de
impugnação não poderá atuar ao lado do autor.
b) Qualquer pessoa, responsável ou beneficiada pelo ato impugnado, cuja
existência ou identidade venha a ser conhecida no curso do processo, será
incluída no polo passivo da relação processual, desde que no feito não tenha
sido proferida a decisão de saneamento do processo.
c) o autor popular não precisa estar representado por advogado.
d) qualquer cidadão pode habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da
ação popular.
e) a ação popular que objetive a defesa do patrimônio público municipal não pode
ser proposta por eleitor inscrito em município diverso.

Comentários:
O conhecimento de alguns artigos da LAP (4717/65) e da jurisprudência são
suficientes para a resolução da questão. Senão, vejamos:

Lei 4717/65:

Art. 6° (...)
§ 3º A pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto
de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado
do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
representante legal ou dirigente. Alternativa a incorreta
§ 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do
autor da ação popular. Alternativa d (correta)
Art. 7º (...)

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III - Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado, cuja


existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes de
proferida a sentença final de primeira instância, deverá ser citada para a
integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação e produção
de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a citação se houver feito na forma do inciso
anterior. (Incorreta a alternativa b)
Colhe-se da jurisprudência do STF que apesar de ser direito de todo cidadão demandar
judicialmente, a capacidade postulatória é constitucionalmente conferida a advogado,
condição que não é afastada para o autor popular, a despeito da relevância
constitucional desse tipo de demanda. Ao mesmo tempo, o entendimento
jurisprudencial diferencia domicílio eleitoral da condição de cidadão, de modo a não
impedir o ajuizamento de ação popular pelo cidadão em município diverso da sua
localidade de votação (domicílio eleitoral). Como exemplo, temos:

AÇÃO POPULAR. LEGITIMIDADE. CIDADÃO. ELEITOR.

A ação popular em questão foi ajuizada por cidadão residente no município em que
também é eleitor. Sucede que os fatos a serem apurados na ação aconteceram em
outro município. Vem daí a discussão sobre sua legitimidade ad causam a pretexto de
violação dos arts. 1º, caput e § 3º, da Lei n. 4.717/1965 e 42, parágrafo único, do
Código Eleitoral. Nesse contexto, é certo que o art. 5º, LXXIII, da CF/1988 reconhece
a legitimidade ativa do cidadão e não do eleitor para propor a ação popular e que os
referidos dispositivos da Lei n. 4.717/1965 apenas definem ser a cidadania para esse
fim provada mediante o título de eleitor. Então, a condição de eleitor é, tão somente,
meio de prova da cidadania, essa sim relevante para a definição da legitimidade,
mostrando-se desinfluente para tal desiderato o domicílio eleitoral do autor da ação,
que condiz mesmo com a necessidade de organização e fiscalização eleitorais. Já o
citado dispositivo do Código Eleitoral traz requisito de exercício da cidadania em
determinada circunscrição eleitoral, o que não tem a ver com a sua prova. Dessarte,
conclui-se que, se for eleitor, é cidadão para fins de ajuizamento da ação
popular. REsp 1.242.800-MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
7/6/2011.

R: letra D.

(CESPE- PJC/MT –DELEGADO -2017) Com referência ao habeas corpus e ao


mandado de segurança, julgue os itens seguintes, de acordo com o entendimento
do STF.

I Não caberá habeas corpus nem contra decisão que condene a multa nem em
processo penal em curso no qual a pena pecuniária seja a única imposta ao infrator.
II O habeas corpus é o remédio processual adequado para garantir a proteção do
direito de visita a menor cuja guarda se encontre sob disputa judicial.
III Nos casos em que a pena privativa de liberdade já estiver extinta, não será
possível ajuizar ação de habeas corpus.
IV O mandado de segurança impetrado por entidade de classe não terá legitimidade
se a pretensão nele veiculada interessar a apenas parte dos membros da categoria

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profissional representada por essa entidade.

Estão certos apenas os itens

a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) I, III e IV
e) II, III e IV.

Comentários:
Em grande parte dos casos o candidato irá se deparar com questões do tipo acima. É
comum que não saiba todos os itens, mas isso não deve ser impedimento para a
“detecção” da alternativa correta. Com efeito, o item IV, a nosso sentir, é o mais fácil
de ser resolvido, pois vai de encontro à súmula 630 do STF, que afirma que “a
entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a
pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria”.
Perceba que eliminamos as alternativas c, d e e de uma só tacada, só restando para
análise as letras a e b. Já percebemos dessa segunda análise que o item I está
correto, pois está elencado nas duas letras abordadas, então nem devemos questionar
sua veracidade (precisamos de tempo para as outras questões!), apesar de abordar o
teor da súmula 693 do STF que assevera não caber habeas corpus contra decisão
condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a
que a pena pecuniária seja a única cominada. Com o mesmo equívoco, o item 2
destoa da jurisprudência do STF, porquanto o Habeas corpus não é remédio
processual adequado para tutela do direito de visita de menor cuja guarda se disputa
judicialmente.” (HC 99.369-AgR, rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe
16/10/2009). Recentemente, a corte também afirmou que o Habeas corpus não é
meio cabível para questionar proibição de visita a preso (HC145118 de 4/10/2017).
Resta apenas o item III como correto, o que é corroborado pela leitura da súmula 695
do STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal é firme no sentido de que, extinta a
reprimenda corporal, não se admite a impetração do remédio constitucional (Súmula
695 do STF), já que exaurido o risco à liberdade de locomoção do agente." (RHC
122174 AgR, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 16.9.2014,
DJe de 15.10.2014). Assim, correta a letra b.

(FAPEMS/PCMS –DELEGADO -2017) O habeas corpus é uma ação constitucional


de grande importância na história jurídico-constitucional do Brasil. Sob a vigência da
Constituição de 1891, por exemplo, segundo MENDES e BRANCO (2017),

[...] a formulação ampla do texto constitucional deu ensejo a uma interpretação que

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permitia o uso do habeas corpus para anular até mesmo ato administrativo que
determinara o cancelamento de matrícula de aluno em escola pública, para garantir
a realização de comícios eleitorais, o exercício da profissão, dentre outras
possibilidades.
MENDES, Gilmar; BRANCO, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12a. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017, p. 431

Hoje, o Supremo Tribunal Federal detém importante papel na definição do


seu cabimento. Assim, afirma-se que

A) o Supremo Tribunal Federal não admite habeas corpus para questionamento de


razoável duração do processo.
B) é cabível mesmo que não haja, nem por via reflexa, constrangimento à
liberdade de locomoção.
C) cabe habeas corpus contra a aplicação de pena de multa.
D) segundo o Supremo Tribunal Federal, cabe habeas corpus contra pena
pecuniária passível de conversão em privativa de liberdade.
E) segundo a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, aplicada rigorosamente
pela Corte, o habeas corpusnão é cabível contra decisão de relator em tribunal
superior que indefere a liminar.

Comentários:
a) o Supremo Tribunal Federal não admite habeas corpus para questionamento de
razoável duração do processo.
A inserção do inciso LXXVIII ao art. 5º da CF refletiu a busca de toda a sociedade de
obter resposta para a solução dos conflitos de forma expedita, pois a demora na
prestação jurisdicional constitui verdadeira negação de justiça. Nesse contexto, já
decidiu a Suprema Corte que “a comprovação de excessiva demora na realização do
julgamento de mérito do habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça
configura constrangimento ilegal, por descumprimento da norma constitucional da
razoável duração do processo (art. 5º, inc. LXXVIII, da Constituição da República),
viabilizando, excepcionalmente, a concessão de habeas corpus (...).(HC n.
101.896/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, unânime, DJe 21.5.2010). Alternativa
incorreta.

b) é cabível mesmo que não haja, nem por via reflexa, constrangimento à
liberdade de locomoção.
A jurisprudência do STF evoluiu no sentido do cabimento de HC por
constrangimento à liberdade de locomoção ocorrido de maneira indireta (via
oblíqua ou reflexa). No entanto, deve ser atingida de alguma forma a liberdade de
locomoção, o que torna o item incorreto, pois “elastece” o manejo de HC mesmo
para situações em que não se esteja questionando esse prerrogativa constitucional

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(Na questão anterior vimos duas situações típicas de não cabimento de HC: visita
íntima e guarda judicial). Item incorreto.
c) cabe habeas corpus contra a aplicação de pena de multa.
As bancas se repetem nos questionamentos e o candidato deve ficar atento a essa
questão. Como vimos anteriormente, a súmula 693 do STF afirma não caber habeas
corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso
por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Item incorreto.
D) segundo o Supremo Tribunal Federal, cabe habeas corpus contra pena
pecuniária passível de conversão em privativa de liberdade.
Apesar de não ser esse o foco da disciplina de direito constitucional, relevante
assentar que, desde o advento da Lei nº 9.268 /96, em matéria de pena
pecuniária cominada no tipo penal, transitada em julgado a sentença penal
condenatória, a multa será considerada dívida de valor, devendo ser aplicadas as
normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que
concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. A despeito disso, a
jurisprudência sempre entendeu que nessas situações a esfera de liberdade poderia
ser atingida pela decisão, o que entendeu o examinador suficiente para indicar a
alternativa como correta. Assim, com essa ressalva, a alternativa é correta.
E) segundo a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, aplicada rigorosamente
pela Corte, o habeas corpus não é cabível contra decisão de relator em tribunal
superior que indefere a liminar.
Eu, particularmente, penso que no dia a dia a súmula 691 é aplicada de maneira
rigorosa, só sendo superada naquelas situações excepcionalíssimas, eis que
flagrantemente teratológicas. O examinador não pensou da mesma maneira, de modo
que indicou essa alternativa como incorreta (advérbios deveriam ser evitados, mas
essa não é a realidade dos concursos!).

(CESPE- PCGO –DELEGADO -2017) Considerando a jurisprudência do STF,


assinale a opção correta com relação aos remédios do direito constitucional.
A) É cabível habeas corpus contra decisão monocrática de ministro de tribunal.
B) Em habeas corpus é inadmissível a alegação do princípio da insignificância no
caso de delito de lesão corporal cometido em âmbito de violência doméstica
contra a mulher.
C) No mandado de segurança coletivo, o fato de haver o envolvimento de direito
apenas de certa parte do quadro social afasta a legitimação da associação.
D) O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias, a
contar da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser
impugnado, havendo decadência se o mandado tiver sido protocolado a tempo
perante juízo incompetente.
E) O habeas corpus é o instrumento adequado para pleitear trancamento de
processo de impeachment.

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Comentários:
A) É cabível habeas corpus contra decisão monocrática de ministro de tribunal.

Na Súmula 606, a Corte (STF) firmou a orientação do “não cabimento de habeas


corpus contra ato de ministro relator ou contra decisão colegiada de Turma ou do
Plenário do próprio Tribunal, independentemente de tal decisão haver sido proferida
em sede de habeas corpus ou em sede de recursos em geral“. Em reforço, a Súmula
691 afirma que “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas
corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar”. Dessa forma, a jurisprudência vai de encontro ao
enunciado, tornando a assertiva incorreta.
B) Em habeas corpus é inadmissível a alegação do princípio da insignificância
no caso de delito de lesão corporal cometido em âmbito de violência
doméstica contra a mulher.
O teor da Súmula 589 do STJ (DJE 18/09/2017) afirma ser “inaplicável o princípio da
insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no
âmbito das relações domésticas”. Assim, a alegação de insignificância em sede de HC
nesse tipo de crime não merece acolhida. Item correto.
C) No mandado de segurança coletivo, o fato de haver o envolvimento de
direito apenas de certa parte do quadro social afasta a legitimação da
associação.
Esse tema é reiteradamente cobrado. A entidade de classe tem legitimação para o
mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a
uma parte da respectiva categoria(súmula 630 do STF).
D) O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias,
a contar da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a
ser impugnado, havendo decadência se o mandado tiver sido protocolado a
tempo perante juízo incompetente.
É posição pacífica da jurisprudência da Suprema Corte que o prazo decadencial para
ajuizamento do mandado de segurança, mesmo que tenha ocorrido perante juízo
absolutamente incompetente, há de ser aferido pela data em que foi originariamente
protocolizado.
E) O habeas corpus é o instrumento adequado para pleitear trancamento de
processo de impeachment.
Segundo o Min. Celso de Mello, “o processo de impeachment não autoriza a
imposição, contra presidente da República, de sanção de índole penal, muito menos de
medida que envolva privação de sua liberdade, pois a única sanção
constitucionalmente aplicável ao chefe do Poder Executivo da União, no caso, consiste
em sua destituição funcional, além da inabilitação por oito anos para o exercício de

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qualquer função pública, eletiva ou de nomeação, conforme o artigo 52, parágrafo


único, da Constituição Federal (CF), o que torna inviável o uso de Habeas Corpus para
o seu trancamento”. (HC 136067, de 08/08/2016). Item incorreto.
Alternativa correta é a letra B.

(FUNDEP-PROMOTOR-MPE/MG-2017) Em relação ao Habeas Data,


é CORRETO o que se afirma em:

A) O Habeas Data pode ser utilizado para a obtenção de cópia de processo


administrativo.
B) Pessoa física estrangeira não tem legitimidade para impetrar Habeas Data.

C) O Habeas Data não pode ser impetrado com a finalidade de obter dados
referentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes de
sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos tributários da
administração fazendária dos entes estatais.

D) O Habeas Data, assim como o Mandado de Segurança, não prevê fase


probatória e, portanto, não pode ser impetrado quando controversa a matéria.

Comentários:
O candidato deve sempre ficar atento à jurisprudência, porquanto muitas questões
versam sobre a literalidade de enunciados. Com efeito, já decidiu o STF que “A ação
de habeas data visa à proteção da privacidade do indivíduo contra abuso no registro
e/ou revelação de dados pessoais falsos ou equivocados. 3. O habeas data não se
revela meio idôneo para se obter vista de processo administrativo”.(HD 90
AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 18/02/2010, DJe-
050 DIVULG 18-03-2010 PUBLIC 19-03-2010 EMENT VOL-02394-01 PP-00001 RDDP
n. 86, 2010, p. 139-141 RB v. 22, n. 558, 2010, p. 38-39). Incorreto, portanto, o
Item a. Quanto ao item b, também incorreto, é importante asseverar que a
titularidade de direitos fundamentais, como vimos, também abrange extensivamente
os estrangeiros, mormente no que diz respeito ao manejo de ações de natureza
constitucional, como o habeas corpus, habeas data ou mandado de segurança. É claro
que, por exemplo, apenas aos cidadãos é permitida a franquia do ajuizamento da ação
popular, mas, como regra, também é extensível aos estrangeiros a tutela de direitos
fundamentais. No que pertine ao item C, também suscitando interpretação
jurisprudencial, temos que o STF, em repercussão geral, reconheceu que “o habeas
data é a garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio contribuinte,
dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas
informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos administração fazendária dos entes
estatais”. Dessa forma, o item é incorreto. Segundo autores como Hely Lopes
Meirelles, o procedimento de habeas data não comporta dilação probatória, devendo a
inicial comprovar, por si só, o direito do impetrante, devendo ser aplicável à espécie a
mesma interpretação do Mandado de Segurança . Assim, o item restante é o único
correto (letra D).

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(CESPE-TJPR-JUIZ DE DIREITO-2017) Acerca do direito de petição e das ações


constitucionais, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STF.

A)Cabe mandado de segurança individual no STF contra veto aposto pelo presidente
da República.

B) O prévio requerimento do interessado ao INSS é condição para o ajuizamento de


ação que verse sobre benefício previdenciário, pois esse procedimento atende à
exigência de esgotamento da via administrativa.

C) É competência do juízo de primeiro grau processar e julgar ação popular ajuizada


para declarar a nulidade de ato de conselheiro do CNJ.

D)Violará o princípio da soberania do veredicto do júri decisão judicial proferida em


habeas corpus que ordene a extinção de processo penal instaurado por crime contra a
vida.

Comentários:

A)Cabe mandado de segurança individual no STF contra veto aposto pelo presidente
da República.

A assertiva destoa do entendimento da Suprema Corte:

"Não bastasse o descabimento da via processual utilizada pelo impetrante, não se há


cogitar de direito líquido e certo ao que foi suprimido, sequer expectativa de
direito a ser tutelado judicialmente pela via do mandado de segurança. A tese
desenvolvida pelo impetrante, se acolhida, traria o revés de inviabilizar este Supremo
Tribunal, pois atrairia para sua jurisdição a insurgência de todos aqueles que vissem
suas pretensões frustradas em decorrência do exercício regular do poder de veto
atribuído ao Presidente da República" (MS 33.694, rel. min. Cármen Lúcia, julg.
6/8/2015). Item incorreto.

B) O prévio requerimento do interessado ao INSS é condição para o ajuizamento de


ação que verse sobre benefício previdenciário, pois esse procedimento atende à
exigência de esgotamento da via administrativa.

O STF, em sede de repercussão geral (tema 350) decidiu que “a concessão de


benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se
caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo
INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a
exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias
administrativas (...)”. Dessa forma, a parte final da questão está incorreta, pois a
exigência de prévio requerimento administrativo nas ações de natureza previdenciária
não se confunde com o esgotamento da via administrativa.
C) É competência do juízo de primeiro grau processar e julgar ação popular ajuizada

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para declarar a nulidade de ato de conselheiro do CNJ.


Como regra, as ações populares são julgadas pelos juízes de primeiro grau. Questão
correta.
D) Violará o princípio da soberania do veredicto do júri decisão judicial proferida em
habeas corpus que ordene a extinção de processo penal instaurado por crime contra a
vida.
Também em sede de repercussão geral (tema 154), o STF definiu que “qualquer
decisão do Poder Judiciário que rejeite denúncia, que impronuncie ou absolva,
sumariamente, os réus ou, ainda, que ordene a extinção, em sede de “habeas corpus”,
de procedimentos penais não transgride o monopólio constitucional da ação penal
pública (CF, art. 129, I) nem ofende os postulados do juiz natural (CF, art. 5º, inciso
LIII) e da soberania do veredicto do Júri (CF, art. 5º, inciso XXXVIII, “c”). Alternativa
incorreta.
A letra correta dessa questão é a c.

(FCC-TST-JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO-2017) Sobre direitos e garantias


fundamentais de natureza processual, a Constituição Federal de 1988 prevê que
a) o mandado de injunção objetiva tornar viável o exercício de direitos inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania, não sendo cabível quando a obrigação de
prestar o direito deva ser cumprida por particulares.
b) qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas processuais e do ônus da sucumbência.
c) a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação não alcançam o âmbito administrativo.
d) o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político sem
representação no Congresso Nacional.
e) cabe mandado de segurança individual para proteger direito líquido e certo não
amparado por habeas corpus quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.

Comentários:

a) o mandado de injunção objetiva tornar viável o exercício de direitos inerentes à


nacionalidade, à soberania e à cidadania, não sendo cabível quando a obrigação de
prestar o direito deva ser cumprida por particulares.

Uma pessoa de direito privado poderia suportar o ônus de eventual concessão da


injunção, como, por exemplo, na hipótese de regulamentação do direito à
participação dos lucros em âmbito trabalhista. Assim, perfeitamente possível o

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ajuizamento de mandado de injunção em caso de lacuna normativa para o exercício


desse tipo de prerrogativa constitucional. Item incorreto.

b) qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas processuais e do ônus da sucumbência.

Somente o cidadão (i.e, indivíduo em pleno gozo dos direitos políticos) poderá ajuizar
ação popular. Portanto, equívoca a questão quando afirma que qualquer pessoa
poderá propor ação popular.
c) a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação não alcançam o âmbito administrativo.
Reza a CF em seu artigo 5º:
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Item incorreto
d) o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político sem
representação no Congresso Nacional.

O Art. 5º, Inc. LXX da CF afirma que o mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional.
Questão incorreta.

e) cabe mandado de segurança individual para proteger direito líquido e certo não
amparado por habeas corpus quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.
Aduz a CF em seu artigo 5º que:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público. Item correto.
Resposta é a letra E.

(CESPE-TJPR-JUIZ DE DIREITO-2017) Acerca do direito de petição e das ações


constitucionais, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STF.

A)Cabe mandado de segurança individual no STF contra veto aposto pelo presidente
da República.

B) O prévio requerimento do interessado ao INSS é condição para o ajuizamento de

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ação que verse sobre benefício previdenciário, pois esse procedimento atende à
exigência de esgotamento da via administrativa.

C) É competência do juízo de primeiro grau processar e julgar ação popular ajuizada


para declarar a nulidade de ato de conselheiro do CNJ.

D)Violará o princípio da soberania do veredicto do júri decisão judicial proferida em


habeas corpus que ordene a extinção de processo penal instaurado por crime contra a
vida.

Comentários:

A)Cabe mandado de segurança individual no STF contra veto aposto pelo presidente
da República.

A assertiva destoa do entendimento da Suprema Corte:

"Não bastasse o descabimento da via processual utilizada pelo impetrante, não se há


cogitar de direito líquido e certo ao que foi suprimido, sequer expectativa de
direito a ser tutelado judicialmente pela via do mandado de segurança. A tese
desenvolvida pelo impetrante, se acolhida, traria o revés de inviabilizar este Supremo
Tribunal, pois atrairia para sua jurisdição a insurgência de todos aqueles que vissem
suas pretensões frustradas em decorrência do exercício regular do poder de veto
atribuído ao Presidente da República" (MS 33.694, rel. min. Cármen Lúcia, julg.
6/8/2015). Item incorreto.

B) O prévio requerimento do interessado ao INSS é condição para o ajuizamento de


ação que verse sobre benefício previdenciário, pois esse procedimento atende à
exigência de esgotamento da via administrativa.

O STF, em sede de repercussão geral (tema 350) decidiu que “a concessão de


benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se
caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo
INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a
exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias
administrativas (...)”. Dessa forma, a parte final da questão está incorreta, pois a
exigência de prévio requerimento administrativo nas ações de natureza previdenciária
não se confunde com o esgotamento da via administrativa.
C) É competência do juízo de primeiro grau processar e julgar ação popular ajuizada
para declarar a nulidade de ato de conselheiro do CNJ.
Como regra, as ações populares são julgadas pelos juízes de primeiro grau. Questão
correta.
D) Violará o princípio da soberania do veredicto do júri decisão judicial proferida em
habeas corpus que ordene a extinção de processo penal instaurado por crime contra a
vida.
Também em sede de repercussão geral (tema 154), o STF definiu que “qualquer
decisão do Poder Judiciário que rejeite denúncia, que impronuncie ou absolva,

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sumariamente, os réus ou, ainda, que ordene a extinção, em sede de “habeas corpus”,
de procedimentos penais não transgride o monopólio constitucional da ação penal
pública (CF, art. 129, I) nem ofende os postulados do juiz natural (CF, art. 5º, inciso
LIII) e da soberania do veredicto do Júri (CF, art. 5º, inciso XXXVIII, “c”). Alternativa
incorreta.
A letra correta dessa questão é a c.

(CESPE-DPU-DEFENSOR-2017) Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio


de habeas data é possível obter informações relativas a qualquer pessoa, desde
que as informações sejam classificadas como públicas.

Comentários:
Como vimos, segundo a Constituição conceder-se-á habeas data “para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Questão incorreta.

(CESPE-DPU-DEFENSOR-2017) Compete exclusivamente ao STF o julgamento


de habeas corpus impetrado por ministro de Estado.
Comentários:
A banca considerou o item errado, parecendo que não quis dizer que
necessariamente o Ministro de Estado era o paciente da impetração (impetrando
pra terceira pessoa?), o que, efetivamente, a nosso sentir, não avalia o
conhecimento do aluno.
Reza a CF:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros


de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas
da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas


alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,

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do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio


Supremo Tribunal Federal;

Dessa forma, o item está errado por essa “filigrana” sucitada anteriormente.

(VUNESP-DPE/RO-DEFENSOR-2017) Sobre o mandado de segurança, assinale a


alternativa correta.

A) Não deve ser admitida a emenda à petição inicial para corrigir equívoco na
indicação da autoridade impetrada em mandado de segurança.
B) O impetrante não pode desistir de mandado de segurança sem a anuência do
impetrado, mesmo antes da sentença de mérito.
C) É aceitável, quando for o caso, a sucessão de partes em processo de mandado
de segurança.
D) É possível a habilitação de herdeiro nos autos da execução promovida em
mandado de segurança.
E) Compete à Justiça Estadual processar e julgar qualquer mandado de segurança
impetrado contra presidente de subseção da OAB.

Comentários:
A)Não deve ser admitida a emenda à petição inicial para corrigir equívoco na indicação
da autoridade impetrada em mandado de segurança.

Da jurisprudência, colhe-se:
Deve ser admitida a emenda à petição inicial para corrigir equívoco na
indicação da autoridade coatora em mandado de segurança, desde que a
retificação do polo passivo não implique alteração de competência
judiciária e desde que a autoridade erroneamente indicada pertença à
mesma pessoa jurídica da autoridade de fato coatora. Precedentes
citados: AgRg no REsp 1.222.348-BA, Primeira Turma, DJe
23/9/2011; e AgRg no RMS 35.638/MA, Segunda Turma, DJe
24/4/2012.
Item, portanto, incorreto.

B)O impetrante não pode desistir de mandado de segurança sem a anuência do


impetrado, mesmo antes da sentença de mérito.
O STJ já decidiu que “o impetrante pode desistir de mandado de segurança sem
a anuência do impetrado mesmo após a prolação da sentença de mérito. Esse
entendimento foi definido como plenamente admissível pelo STF. De fato, por ser o
mandado de segurança uma garantia conferida pela CF ao particular, indeferir o
pedido de desistência para supostamente preservar interesses do Estado contra o
próprio destinatário da garantia constitucional configuraria patente desvirtuamento do
instituto. Essa a razão por que não se aplica, ao processo de mandado de segurança, o
que dispõe o art. 267, § 4º, do CPC ("Depois de decorrido o prazo para a resposta, o

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autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.").Precedentes


citados do STF: RE 669.367-RJ, Pleno, DJe 9/8/2012; e RE-AgR 550.258-PR, Primeira
Turma, DJe 26/8/2013. REsp 1.405.532-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em
10/12/2013.
item incorreto.
C) É aceitável, quando for o caso, a sucessão de partes em processo de mandado de
segurança.
STJ, 3ª Seção, EDcl no MS 11581, j. 26/06/2013: Não é possível a sucessão de
partes em processo de mandado de segurança. Isso porque o direito líquido e certo
postulado no mandado de segurança tem caráter personalíssimo e intransferível.
Incorreta a alternativa
D) É possível a habilitação de herdeiro nos autos da execução promovida em mandado
de segurança.
Embora não seja possível a sucessão processual no MS – conforme análise do item
anterior -, a jurisprudência entende possível a habilitação de herdeiro após o trânsito
em julgado do “mandamus”, em sede, portanto, de execução:
No caso de falecimento do impetrante durante o processamento do mandado de
segurança, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que
não é cabível a sucessão de partes, ante o caráter mandamental e a natureza
personalíssima da demanda. Precedentes: EDcl no MS 11.581⁄DF, Rel. Ministro OG
FERNANDES, TERCEIRA SEÇÃO,julgado em 26⁄6⁄2013, DJe 1º⁄8⁄2013; MS 17.372⁄DF,
Relator Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26⁄10⁄2011, DJe
8⁄11⁄2011. 2. Todavia, na hipótese de o mandado de segurança encontrar-se
em fase de execução, é cabível a habilitação de herdeiros, conforme
determinou a Corte de origem. Agravo regimental improvido." (AgRg no AgRg no
REsp 1.415.781⁄PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado
em 22⁄5⁄2014, DJe 28⁄5⁄2014.). Item correto.
E)Compete à Justiça Estadual processar e julgar qualquer mandado de segurança
impetrado contra presidente de subseção da OAB.
Cabe à Justiça federal e não estadual processar MS impetrado contra presidente de
subseção da OAB. Nesse sentido:
Compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de segurança
impetrado contra presidente de subseção da OAB. A definição da competência
para o mandado de segurança dá-se, em regra, pela natureza da autoridade coatora.
Há situações, contudo, em que a autoridade apontada como coatora exerce suas
funções em entidades que ou são de direito privado, ou não integram os quadros da
Administração Pública direta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata
de um serviço público independente, categoria única no elenco das personalidades
jurídicas existentes no direito brasileiro. Assim, a competência para o mandamus deve
ser fixada adotando-se como parâmetro a origem da função que foi delegada. No
caso, as funções atribuídas à OAB pelo art. 44 da Lei n. 8.906/1994 são de natureza
federal, fato que atrai a competência da Justiça Federal. Precedentes citados: CC
122.713-SP, DJe 14/8/2012, e EREsp 235.723-SP, DJ 16/8/2004. AgRg no REsp
1.255.052-AP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/11/2012. Item

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incorreto.
Resposta é a letra D.

(VUNESP-DPE/RO-DEFENSOR-2017) Quanto à legitimidade ativa para a


propositura de ações coletivas, considerando também as súmulas dos Tribunais
Superiores, assinale a alternativa correta.
A) É concorrente e disjuntiva a legitimação para a propositura de ações civis públicas
ou coletivas em defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos
disponíveis.
B)O Ministério Público não tem legitimidade para promover ação civil pública,
buscando indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado.
C)A Defensoria Pública do Estado de Rondônia tem legitimidade para a propositura de
ação popular, desde que autorizado pelo Conselho Superior da Defensoria Pública.
D)Para ter legitimidade para mandado de segurança coletivo, entidades de classe,
sindicatos e associações devem estar constituídas há pelo menos um ano, sendo
desnecessário que exista a pertinência entre o objeto da impetração e as finalidades
do impetrante.
E) Prevê a Lei do Mandado de Segurança que o Ministério Público e a Defensoria
Pública são legitimados para propor mandado de segurança coletivo.

A) É concorrente e disjuntiva a legitimação para a propositura de ações civis públicas


ou coletivas em defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos
disponíveis.

Comentários:

Segundo Hugo Mazzili, “é concorrente e disjuntiva a legitimação ativa para a


propositura de ações civis públicas ou coletivas em defesa de interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos, pois cada um dos co-legitimados pode ajuizar
essas ações, quer litisconsorciando-se com outros, quer fazendo-o isoladamente.
É concorrente, porque todos os co-legitimados do art. 5° da LACP ou do art. 82 do
CDC podem agir em defesa de interesses transindividuais; é disjuntiva porque não
precisam comparecer em litisconsórcio.Item correto

B)O Ministério Público não tem legitimidade para promover ação civil pública,
buscando indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado.
Comentários:
A súmula 470 do STJ ia ao encontro do enunciado ao afirmar que “o Ministério Público
não tem legitimidade para pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente
do DPVAT em benefício do segurado”. No entanto, os ministros da 2ª Seção do STJ
decidiram cancelar a súmula após o Supremo Tribunal Federal julgar que o Ministério
Público detém legitimidade para ajuizar ação coletiva em defesa dos direitos
individuais homogêneos dos beneficiários do seguro DPVAT, dado o interesse social
qualificado presente na tutela dos referidos

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direitos subjetivos (REsp 858.056). Item incorreto.


C)A Defensoria Pública do Estado de Rondônia tem legitimidade para a propositura de
ação popular, desde que autorizado pelo Conselho Superior da Defensoria Pública.
Comentários:
Somente o cidadão pode ajuizar ação popular, conforme visto na parte teórica. Dessa
forma, nem o MP ou a Defensoria Pública podem ajuizar ação popular. Item incorreto.

D)Para ter legitimidade para mandado de segurança coletivo, entidades de classe,


sindicatos e associações devem estar constituídas há pelo menos um ano, sendo
desnecessário que exista a pertinência entre o objeto da impetração e as finalidades
do impetrante.
Comentários:
A restrição aludida só é prevista para as associações e não sindicatos. Por outro lado,
é exigida a pertinência entre o objeto da impetração e as finalidades do impetrante, de
modo que a questão está duplamente incorreta.
E) Prevê a Lei do Mandado de Segurança que o Ministério Público e a Defensoria
Pública são legitimados para propor mandado de segurança coletivo.
Comentários:
Diz a norma aludida em seu artigo 21:
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo
menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de
parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que
pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Dessa forma, não está previsto que o MP ou Defensoria são legitimados para o
ajuizamento de MS coletivo, diferentemente do regramento do Mandado de injunção
coletivo (lei 13300/16):

Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:

I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente


relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses
sociais ou individuais indisponíveis;

II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar


o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados
com a finalidade partidária;

III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício
de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus
membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas

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finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;

IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente


relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e
coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição
Federal.

Item incorreto.
Portanto, a alternativa correta é a de letra A.

(VUNESP-DPE/RO-DEFENSOR-2017) De acordo com os entendimentos


sumulados no STJ e STF, assinale a alternativa correta.
A) O mandado de segurança individual pode ser utilizado como sucedâneo de ação
popular.
B) Se a pretensão veiculada interessar apenas a uma parte da respectiva categoria, a
entidade de classe não terá legitimidade para impetrar mandado de segurança.
C) O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo
fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
D) A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor
dos associados somente pode ser feita com expressa autorização destes.
E)O Ministério Público tem legitimidade exclusiva para propor ação civil pública em
defesa do patrimônio público.
Comentários:
A questão demonstra a extrema importância do estudo da jurisprudência,
principalmente no que tange aos enunciados de súmulas. Senão vejamos:
Súmula 101 do STF - O mandado de segurança não substitui a ação popular.
Súmula 630 do STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de
segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
respectiva categoria.
Súmula 643 do STF - O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil
pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
Súmula 629 do STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade
de classe em favor dos associados independe da autorização destes.
Súmula 329 do STJ - O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil
pública em defesa do patrimônio público.
Portanto, a resposta correta é a contida na letra c.

Questões de anos anteriores comentadas

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(PGE-AM-2016-Procurador) Conforme o entendimento do STJ, é cabível mandado


de segurança para convalidar a compensação tributária realizada, por conta própria,
por um contribuinte.
Comentários:
Nos termos do entendimento sumulado do STJ “é incabível o mandado de segurança
para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte (Súmula 460 ).
Questão incorreta.

(PGE-AM-2016-Procurador) Situação hipotética: O estado do Amazonas, por


intermédio de sua procuradoria, ajuizou ação civil pública na justiça estadual do
Amazonas, com o objetivo de prevenir danos ao meio ambiente. Paralelamente, o MPF
ingressou com ação idêntica na justiça federal, seção judiciária do Amazonas.
Assertiva: Nesse caso, as respectivas ações deverão ser reunidas na justiça federal da
seção judiciária do Amazonas.
Comentários:
Nos termos da Súmula 150/STJ, "compete à Justiça Federal decidir sobre a existência
de interesse jurídico que justifique a presença no processo, da União, suas autarquias
ou empresas públicas". A jurisprudência do STJ também entende que no caso de
conexão entre ACP´s federal e estadual, a reunião de processos para julgamento
deverá ser realizada em âmbito federal. Questão correta.

(DPE-ES-Defensor-2016) Caracteriza-se como hipótese de controle judicial de


políticas públicas o ajuizamento de ação civil pública pela Defensoria Pública para
obrigar ente federativo a assegurar saneamento básico em determinada localidade em
benefício de pessoas necessitadas.
Comentários:
O saneamento básico se encontra no campo de atuação das políticas públicas
realizadas pelo Estado, sendo típico direito de 2ª geração. Questão correta.

(DPE-ES-Defensor-2016) O controle judicial de políticas públicas é limitado ao


âmbito dos direitos fundamentais sociais, não se configurando na hipótese dos demais
direitos fundamentais de primeira e terceira dimensão (ou geração).
Comentários:
Os direitos, conforme visto na aula sobre as dimensões, não podem ser enxergados de
maneira estanque. Dessa forma, mesmo o direito à segurança pública, por exemplo,
que busca proteger típico direito de 1ª geração pode ser submetido ao controle do
Poder Judiciário. Questão incorreta.

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(DPE-ES-Defensor-2016) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sedimentou


entendimento de que é possível o controle judicial de políticas públicas na hipótese de
violação ao direito ao mínimo existencial, superando o argumento da reserva do
possível.
Comentários:
Exatamente o que expusemos em aula, não merecendo essa questão maiores
digressões. Questão correta.

(TRF-4-Juiz Federal Substituto.2016) Para fins de mandado de segurança,


considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem
patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas
pela União ou por entidade por ela controlada, mesmo que se trate de sociedade de
economia mista.
Comentários:
Ressaltamos sempre que é importante o conhecimento da lei seca em concursos. Essa
questão é típica para efeitos de alerta ao concurseiro. Afirma o art. 2º da lei
12016/2009 que: Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as
consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado
houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada. Questão
correta.

(TRF-4-Juiz Federal Substituto.2016) O pedido de mandado de segurança poderá


ser renovado dentro do prazo decadencial, salvo se a decisão denegatória houver
apreciado o mérito.
Comentários:
Segundo o §6º do art. 6º da lei 12016: § 6o O pedido de mandado de segurança
poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe
houver apreciado o mérito. Portanto, questão correta.

(TRF-4-Juiz Federal Substituto.2016) O mandado de segurança coletivo não


induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não
beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu
mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração da segurança coletiva.
Comentários:
O § 1o do art. 22 afirma que “o mandado de segurança coletivo não induz
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não

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beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu


mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração da segurança coletiva”. Questão correta. No entanto, o estudante deve
ficar atento, uma vez que no caso do Mandado de Segurança Coletivo a lei fala em
desistência do MS individual, enquanto o CDC, ao tratar das ações coletivas em geral
estabelece que as ações individuais devem ser suspensas: Art. 104. As ações
coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes
ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os
autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta
dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

(TRF-4-Juiz Federal Substituto.2016) Segundo a orientação do Supremo Tribunal


Federal, a previsão estatutária genérica para representação dos associados em juízo é
suficiente para que a associação impetre mandado de segurança coletivo, prescindindo
de autorização específica.
Comentários:
A Suprema Corte, em reiterados precedentes, pacificou o entendimento de que as
organizações de classe - associações e sindicatos - detém legitimidade ativa para
representar seus filiados em juízo ou fora dele, independentemente de autorização
expressa. Questão correta.

(CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Habeas data serve para assegurar o conhecimento de


informações relativas ao impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público, podendo ser impetrado inclusive por
pessoa jurídica nacional ou estrangeira.
Comentários:
Vimos na parte geral que as pessoas físicas e jurídicas podem impetrar Habeas data
para assegurar o conhecimento de informações relativas ao impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Questão correta.

(CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Habeas data não é garantia constitucional adequada para


obtenção de dados concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte
constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da
administração fazendária dos entes estatais.
Comentários:
Infelizmente, o estudante não pode esquecer que é importante o conhecimento da
jurisprudência. Nesse caso, o STF, no RE 673707, reconheceu, em sede de

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repercussão geral, que “O habeas data é a garantia constitucional adequada para a


obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos
constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos
administração fazendária dos entes estatais”. Item correto.

(CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Não se admite que o impetrante desista da ação de


mandado de segurança sem aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da
entidade estatal interessada, após prolação de sentença de mérito.
Comentários:
Essa é uma questão que se repete em provas recentes, de modo que o estudante não
pode errar! A Jurisprudência do STF já decidiu que “É lícito ao impetrante desistir da
ação de mandado de segurança, independentemente de aquiescência da autoridade
apontada como coatora ou da entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o
caso, dos litisconsortes passivos necessários” (MS 26.890-AgR/DF, Pleno, Ministro
Celso de Mello, DJe de 23.10.2009) “a qualquer momento antes do término do
julgamento” (MS 24.584-AgR/DF, Pleno, Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de
20.6.2008), “mesmo após eventual sentença concessiva do ‘writ’ constitucional, (…)
não se aplicando, em tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, § 4º, do CPC” (RE
255.837-AgR/PR, 2ª Turma, Ministro Celso de Mello, DJe de 27.11.2009).
Jurisprudência desta Suprema Corte reiterada em repercussão geral (Tema 530 -
Desistência em mandado de segurança, sem aquiescência da parte contrária,
após prolação de sentença de mérito, ainda que favorável ao impetrante).
Item incorreto.

(CESPE-TJAM-JUIZ-2016) O dispositivo da CF que cuida do direito dos


trabalhadores urbanos e rurais à remuneração pelo serviço extraordinário com
acréscimo de, no mínimo, 50% não se aplica imediatamente aos servidores públicos,
por não consistir norma autoaplicável.
Comentários:
Mais uma vez a jurisprudência! No AI 642.528, o STF assentou que “O art. 7º, inciso
XVI, da Constituição Federal, que cuida do direito dos trabalhadores urbanos e rurais à
remuneração pelo serviço extraordinário com acréscimo de, no mínimo, 50%, aplica-
se imediatamente aos servidores públicos, por consistir em norma autoaplicável”. Item
incorreto.

(CESPE-TJAM-JUIZ-2016) A vedação constitucional à dispensa arbitrária ou sem


justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses
após o parto, não se aplica às militares.
Comentários:

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De modo diverso do afirmado, para o STF, “A estabilidade provisória advinda de


licença-maternidade decorre de proteção constitucional às trabalhadoras em geral. O
direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da CF/1988,
alcança as militares.” (RE 523.572-AgR, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 6-10-
2009, Segunda Turma, DJE de 29-10-2009.) No mesmo sentido: AI 811.376-AgR, rel.
min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º-3-2011, Segunda Turma, DJE de 23-3-2011).

(CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Desde que expressamente autorizado pelos


sindicalizados, o sindicato tem legitimidade para atuar como substituto processual na
defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais homogêneos da categoria que
representa.
Comentários:
Novamente essa questão! Como afirmado, a Suprema Corte, em reiterados
precedentes, pacificou o entendimento de que as organizações de classe - associações
e sindicatos - detém legitimidade ativa para representar seus filiados em juízo ou fora
dele, independentemente de autorização expressa. Questão incorreta.

(CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Viola os princípios constitucionais da liberdade de


associação e da liberdade sindical norma legal que condicione, ainda que
indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-desemprego à filiação do
interessado a colônia de pescadores de sua região.
Comentários:
Na jurisprudência do STF, temos que “Viola os princípios constitucionais da liberdade
de associação (art. 5º, XX) e da liberdade sindical (art. 8º, V), ambos em sua
dimensão negativa, a norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o
recebimento do benefício do seguro-desemprego à filiação do interessado a colônia de
pescadores de sua região. (ADI 3.464, rel. min. Menezes Direito, j. 29-10-2008,
P, DJE de 6-3-2009). Questão correta.

(CESPE-TJAM-JUIZ-2016) A CF proíbe tão somente o emprego do salário mínimo


como indexador, sendo legítima a sua utilização como base de cálculo para o
pagamento do adicional de insalubridade.
Comentários: O Plenário do STF, apreciando o RE 565.714, relatado pela min.
Cármen Lúcia, decidiu não ser legítimo o cálculo do adicional de insalubridade com
base no valor da remuneração percebida pelo servidor. No entanto, apesar de se
também reconhecer a proibição constitucional da vinculação de qualquer
vantagem ao salário mínimo, o Supremo entendeu que o Judiciário não poderia
substituir a base de cálculo do benefício, sob pena de atuar como legislador positivo."

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(RE 642633 AgR, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, julgamento em
4.10.2011, DJe de 24.10.2011). Questão incorreta.

(CESPE-TJDFT2016– JUIZ) É consolidado no STF o entendimento de que, presente


a dúvida sobre o real interesse do paciente na impetração do habeas corpus, deve o
juiz intimá-lo para que manifeste sua vontade em prosseguir ou não com a
impetração.
Comentários: O entendimento consolidado do STF, inclusive com expressa previsão
em seu regimento interno (art. 192), vai ao encontro do afirmado no item, uma vez
que “não se conhecerá de pedido desautorizado pelo paciente”. Assim, em casos em
que seja levantada a dúvida sobre o real interesse do paciente na impetração, cabe ao
relator determinar a sua intimação para que se manifeste sobre o pedido de habeas
corpus. Questão correta

(CESPE-TJDFT2016– JUIZ) O STF possui orientação pacífica segundo a qual a


fixação de prazo decadencial para impetração de mandado de segurança ou de habeas
corpus é compatível com a ordem constitucional.
Comentários:
Embora o STF possua orientação no sentido de que a fixação de prazo decadência no
MS seja constitucional, não faz sentido que o Habeas Corpus também tenha o mesmo
regramento, porquanto tutela o direito maior do indivíduo: sua liberdade. Questão
incorreta.

(CESPE-TJDFT2016– JUIZ) A decisão proferida pelo STF em ação popular possui


força vinculante para juízes e tribunais, quando do exame de outros processos em que
se discuta matéria similar.
Comentários:
A ação popular não é sucedâneo de Ação Direta de Inconstitucionalidade, não tendo,
portanto, força vinculante para o demais juízes.

(CESPE-TJDFT2016– JUIZ) A ação popular sujeita-se a prazo prescricional


quinquenal previsto expressamente em lei, que a jurisprudência consolidada do STJ
aplica por analogia à ação civil pública.
Comentários: Embora haja controvérsia sobre o assunto, parece que a banca adotou
o entendimento majoritário sobre a questão: A Segunda Seção desta Corte, no
julgamento do REsp n. 1.070.896/SC, (Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
julgado em 14/4/2010, DJe 4/8/2010), consolidou entendimento segundo o qual é de
5 (cinco) anos o prazo prescricional da ação coletiva em que se busca a tutela de

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direitos individuais homogêneos dos consumidores em relação à diferença de expurgos


inflacionários, conforme interpretação, por analogia, do art. 21 da Lei n. 4.717/1965
(Lei da Ação Popular) (...)” (AgRg no REsp 1173874/RS, Rel. Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 17/03/2015, DJe 24/03/2015). No
entanto, seria melhor anular a questão pelo fato da própria corte possuir julgados em
sentido diverso. Questão correta, com ressalvas.

(CESPE-TJDFT2016– JUIZ) Para o cabimento da ação popular é exigível a


demonstração do prejuízo material aos cofres públicos.
Comentários:
Vimos, na parte geral, que é desnecessária a demonstração de prejuízo material como
condição da ação popular. Questão incorreta.

(CESPE-TJDFT2016– JUIZ) O MP, havendo comprometimento de interesse social


qualificado, possui legitimidade ativa para propor ação popular.
Comentários:
A legitimidade ativa para propor ação popular é do cidadão, nos termos do art. 5°,
LXXIII, da CF, verbis: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência”. O Ministério Público não pode propor ação popular, mas apenas
suceder o cidadão no polo ativo, nos termos do art. 9° da Lei 4.717/65. Questão
incorreta.

(CESPE-TJDFT2016– JUIZ) Compete ao STF julgar ação popular contra autoridade


cujas resoluções estejam sujeitas, em sede de mandado de segurança, à jurisdição
imediata do STF.
Comentários:
Não existe foro por prerrogativa de função no âmbito das ações populares. Questão
incorreta.

(CESPE/ PC-PE – 2016) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por
sindicatos, entidades de classe e associações, mas não por partidos políticos, pois se
destinam à defesa de interesses coletivos comuns a determinada coletividade de
pessoas.
Comentários:

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O mandado de segurança coletivo pode, sim, ser impetrado por partido político, desde
que este tenha representação no Congresso Nacional. Questão incorreta.

(CESPE / TRE-PI – 2016) A instauração de processo administrativo disciplinar


contra servidor público para apuração de irregularidade funcional garante ao servidor
o direito de impetrar habeas corpus para impedir o prosseguimento do processo
administrativo.
Comentários:
Segundo a jurisprudência, não cabe habeas corpus contra instauração de processo
administrativo disciplinar, uma vez que, nem de maneira indireta, a liberdade de
locomoção não se encontra ameaçada. Questão incorreta.

(CESPE / TRE-PI – 2016) Não poderá ser conhecido habeas corpus impetrado em
benefício alheio por indivíduo destituído de sanidade mental que não esteja
representado ou assistido por outrem.
Comentários:
A legitimidade do habeas corpus é universal. Por isso, pode ser impetrado em
benefício próprio ou alheio. Questão incorreta.

(CESPE / TJDFT – 2016) O Ministério Público, havendo comprometimento de


interesse social qualificado, possui legitimidade ativa para propor ação popular.
Comentários:
O Ministério Público não tem legitimidade para propor ação popular. A ação popular
somente pode ser proposta pelo cidadão. Questão incorreta.

(PGM-Salvador-2015-CESPE) Prefeito tem legitimidade ativa para ajuizar mandado


de segurança contra ato praticado no processo de aprovação de lei pela câmara
municipal que não se compatibiliza com o processo legislativo constitucional.
Comentários:
A jurisprudência do STF entende que somente o parlamentar tem legitimidade ativa
para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no
processo de aprovação de leis e emendas constitucionais que não se compatibilizam
com o processo legislativo constitucional. (MS 24642, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal
Pleno, julgado em 18/02/2004). Questão incorreta.

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(PGM-Salvador-2015-CESPE) A impetração de mandado de segurança coletivo por


entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.
Comentários:
Questão reiteradamente repetida! Item correto

(PGM-Salvador-2015-CESPE) É pacífica a orientação jurisprudencial segundo a qual


não se admite mandado de segurança contra lei em tese; essa compreensão, todavia,
não impede a impetração contra atos infralegais, tais como regulamentos e portarias,
ainda que estes sejam dotados de abstração e generalidade.
Comentários:
A ideia é a mesma, porquanto os atos infralegais dotados de generalidade e abstração
tecnicamente podem ser questionados por ADI. Assim, o mandado de segurança não
pode ser sucedâneo de ADI. Questão incorreta.

(PGM-Salvador-2015-CESPE) Caberá recurso ordinário para o STJ contra a decisão


final proferida pelo TJ estadual que conceda mandado de segurança.
Comentários:
Nos termos da lei 12016/2009: Art. 18. Das decisões em mandado de segurança
proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário,
nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for
denegada. Portanto, questão incorreta.

(CESPE / AGU – 2015) De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão


proferida em mandado de injunção pode levar à concretização da norma constitucional
despida de plena eficácia, no tocante ao exercício dos direitos e das liberdades
constitucionais e das prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
Comentários:
O STF adota atualmente a tese concretista no que se refere aos mandados de
injunção, permitindo o pleno gozo dessas prerrogativas constitucionais. Questão
correta.

(CESPE / TJDFT – 2015) A atuação das associações na defesa de seus associados


em mandado de segurança coletivo independe de autorização.
Comentários:

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Mais uma vez! A impetração de mandado de segurança coletivo por associações


independe de autorização, pois trata-se de legitimação extraordinária (substituição
processual). Questão correta.

(CESPE / TJDFT – 2015) O habeas data não é meio de solicitação e obtenção de


informações de terceiros, uma vez que tem como objetivo assegurar o conhecimento
de informações relativas ao próprio impetrante.
Comentários:
Pela previsão constitucional, o habeas data é instrumento utilizado para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Assim, o habeas data não é cabível para que se tenha acesso a informações de
terceiros. Questão correta.

(CESPE / Advogado Telebrás – 2015) O habeas data é recurso previsto no texto


constitucional cuja finalidade é assegurar ao indivíduo o conhecimento de informações,
relativas à sua pessoa, que estejam armazenadas em bancos de dados de entidades
governamentais, ou banco de dados privados de interesse público.
Comentários:
O habeas data tem como objetivo assegurar ao indivíduo o conhecimento de
informações, relativas à sua pessoa, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público. Questão correta.

(CESPE/ TJDFT – 2015) Decai o mandado de segurança impetrado no TJDFT contra


ato de autoridade coatora que deveria ser processada na justiça federal se o processo
não for remetido ao juízo competente em até cento e vinte dias após a ocorrência do
ato.
Comentários:
É posição pacífica da jurisprudência desta Suprema Corte que o prazo decadencial
para ajuizamento do mandado de segurança, mesmo que tenha ocorrido
perante juízo absolutamente incompetente, há de ser aferido pela data em que foi
originariamente protocolizado. Questão incorreta.

(MPT- PROCURADOR DO TRABALHO– 2015) Examine o conteúdo das seguintes


assertivas referentes às Súmulas Vinculantes do STF:

1) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o


contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou

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revogação do ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a


apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

2) A norma do art. 192, § 3º, da Constituição, revogada pela Emenda


Constitucional n. 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha
sua aplicação condicionada à edição de lei ordinária.

3) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória


ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da
iniciativa privada.

4) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos


elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.

Marque a resposta CORRETA:

a) as assertivas 1, 2 e 4 estão corretas;

b) as assertivas 2, 3 e 4 estão corretas;


c) as assertivas 1, 3 e 4 estão corretas;
d) todas as assertivas estão corretas.

Comentários:

1) Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da


União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão
puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Item correto

2) Súmula Vinculante 7: A norma do § 3º do artigo 192 da


Constituição, revogada pela Emenda Constitucional nº 40/2003, que limitava
a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à
edição de lei complementar. Item incorreto.

3) Súmula Vinculante 23: A Justiça do Trabalho é competente para processar


e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de

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greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. Item correto.

4) Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do


representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa. Item correto.

Gabarito: letra a.

(MPT- PROCURADOR DO TRABALHO– 2015) Analise as seguintes proposições a


respeito das ações constitucionais:

1) A ação civil pública foi introduzida no sistema jurídico nacional por lei ordinária do direito
pré-constitucional, sendo posteriormente elevada à categoria de ação constitucional pela
Constituição da República de 1988, a qual ampliou os interesses que podem s er objeto de sua
tutela.

2) A ação popular está presente no sistema jurídico brasileiro de forma contínua desde a
Constituição de 1946.

3) O mandado de segurança coletivo pode ter como objeto interesses individuais


homogêneos.

4) A ação popular tem como único legitimado o cidadão, assim considerado aquele registrado
como eleitor no pleno gozo de seus direitos políticos, e o seu objeto é a tutela de interesses
difusos.

Marque a alternativa CORRETA:

a) apenas as assertivas 1, 2 e 3 estão corretas;

b) apenas as assertivas 1 e 4 estão corretas;


c) apenas as assertivas 2 e 4 estão corretas;
d) todas as assertivas estão corretas.
e) Não respondida.

Comentários:

1) A lei da ação civil pública data de 1985 (lei 7347/85), sendo, portanto, anterior
à Constituição de 1988.

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2) A ação popular estava presente na constituição de 1934, foi suprimida na


Constituição de 1937 e reapareceu no sistema constitucional brasileiro na CF de
1946. Desde então esteve presente nas demais constituições, o que torna a
afirmação de continuidade do item correto, ou sejam a ação popular está
presente de forma contínua (sem supressão) desde a CF de 1946. Item correto.

3) O Art. 21, Parágrafo único, da lei 12.016/09 aduz que os direitos protegidos
pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I - coletivos, assim entendidos,
para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja
titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária
por uma relação jurídica básica; II - individuais homogêneos, assim entendidos,
para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou
situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do
impetrante. Dessa forma, a lei 12016/09, não sem crítica da doutrina, não
abarca os interesses difusos na sua esfera de proteção. Os direitos individuais
homogêneos são protegidos, o que torna a assertiva correta.

4) Segundo o inc. LXXIII do art. 5º da CF, qualquer cidadão é parte legítima


para propor ação popular que visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Dessa forma, os interesses
protegidos pela via da ação popular são de natureza difusa (moralidade, meio
ambiente, etc). Segundo o § 3º da lei 4717/65 (lei da ação popular), a prova da
cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com
documento que a ele corresponda. Item correto.

Gabarito: letra d.

(CESPE/ TJDFT – 2015) A atuação das associações na defesa de seus associados


em mandado de segurança coletivo independe de autorização.
Comentários:
Questão novamente cobrada. A Súmula 629 do STF assevera que “a impetração de
mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes”. Questão correta.

(CESPE / MPOG – 2015) A ação popular deve ser proposta somente por partido
político com representação no Congresso Nacional.
Comentários:

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A ação popular não pode ser proposta por partido político. Ela deve ser proposta por
cidadão. Questão incorreta.

(CESPE / TCU – 2015) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por
partido político que tenha representação no Congresso Nacional.
Comentários:
O partido político com representação no Congresso Nacional é legitimado para
impetrar mandado de segurança coletivo. Questão correta.

(CESPE / FUB – 2015) Uma entidade de classe que estiver em funcionamento há


apenas seis meses não possui, por essa razão, legitimidade para impetração de
mandado de segurança coletivo em defesa de interesse de seus membros.
Comentários:
O requisito da constituição prévia previsto na lei do Mandado de Segurança só existe
para as associações e não entidades de classe! Questão incorreta.

(CESPE/ TRE-GO – 2015) Qualquer associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano é parte legítima para propor ação popular que
vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou ao meio ambiente.
Comentários:
Mais uma vez, somente o cidadão é parte legítima para propor ação popular. Questão
incorreta.

(CESPE/ TRE-GO – 2015) O cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, com


capacidade eleitoral ativa, tem legitimidade para propor ação popular.
Comentários:
Nos termos do art. 5o, LXXIII, da CF/88: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima
para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência (...). Questão correta.

(CESPE/ DPE-PE – 2015) A jurisprudência do STF acerca do mandado de injunção


evoluiu para admitir que, além de declarar omisso o Poder Legislativo, o próprio
tribunal edite a norma geral de que depende o exercício do direito invocado pelo

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impetrante.
Comentários:
Atualmente o STF tem adotado a posição concretista no julgamento dos mandados de
injunção, suprindo a lacuna legislativa diante da omissão do legislador. Questão
correta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A prescrição para a pretensão reparatória de


caráter coletivo em matéria ambiental é de cinco anos, conforme entendimento do
STJ.
Comentários:
O STJ entende que a pretensão reparatória de caráter coletivo em matéria ambiental é
imprescritível. Questão incorreta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) É possível o manejo de ACP com o propósito de


exercer o controle concentrado de constitucionalidade de leis e atos normativos do
poder público.
Comentário:
A ACP não pode ser sucedâneo de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Questão
incorreta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) É vedado propor ACP quando houver ação


popular ajuizada sobre o mesmo fato controverso.
Comentários:
Como a questão não aprofundou o tema, não podemos afirmar de modo categórico
que nunca existirá litispendência entre ACP´s e Ações Populares. Dessa forma, a regra
é que inexiste litispendência entre ACP´s e Ações populares, porque os pedidos dessas
ações podem ser distintos, apesar da existência de um mesmo fato controverso.
Questão incorreta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) De acordo com o STJ, a inversão do ônus da


prova é regra de julgamento, devendo, portanto, ser aplicada no momento da
prolação da sentença.
Comentários:
Segundo o STJ, trata-se de REGRA DE INSTRUÇÃO, devendo a decisão judicial que
determiná-la ser proferida preferencialmente na fase de saneamento do processo ou,
pelo menos, assegurar à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo a

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reabertura de oportunidade para manifestar-se nos autos.(Segunda Seção. EREsp


422.778-SP, Rel. originário Min. João Otávio de Noronha, Rel. para o acórdão Min.
Maria Isabel Gallotti (art. 52, IV, b, do RISTJ), julgados em 29/2/2012). Questão
incorreta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) O dano moral coletivo prescinde da comprovação


de dor, de sofrimento e de abalo psicológico, suscetíveis de apreciação na esfera do
indivíduo, mas inaplicável aos interesses difusos e coletivos.
Comentários:
A jurisprudência do STJ entende que o dano moral coletivo realmente prescinde da
demonstração de dor ou abalo psicológico: Quanto ao tema, é certo que este Superior
Tribunal tem precedentes no sentido de afastar a possibilidade de configurar-se tal
dano à coletividade, ao restringi-lo às pessoas físicas individualmente consideradas,
que seriam as únicas capazes de sofrer a dor e o abalo moral necessários à
caracterização daquele dano. Porém, essa posição não pode mais ser aceita, pois o
dano extrapatrimonial coletivo prescinde da prova da dor, sentimento ou abalo
psicológico sofridos pelos indivíduos. Como transindividual, manifesta-se no prejuízo à
imagem e moral coletivas e sua averiguação deve pautar-se nas características
próprias aos interesses difusos e coletivos. Dessarte, o dano moral coletivo pode ser
examinado e mensurado. Diante disso, a Turma deu parcial provimento ao recurso do
MP estadual. REsp 1.057.274-RS, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 1º/12/2009.
Questão correta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A DP pode defender réu a que é imputado ato


lesivo ao patrimônio público, mas não tem legitimidade para propor ação civil pública.
Comentários:
Diferentemente do afirmado, a defensoria pública pode ajuizar ação civil pública.
Questão incorreta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A competência para processar e julgar ação


popular proposta contra o presidente da República é do STF.
Comentários:
Não existe foro por prerrogativa de função na ação popular. Questão incorreta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) O menor de dezesseis anos pode propor ação


popular, mas, para fazê-lo, tem de ser assistido em juízo.
Comentários:

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A lei de ação popular somente exige a qualidade de cidadão, ou seja, indivíduo no


gozo dos seus direitos políticos. O menor de 16 anos não pode votar, logo, não é
legitimado ativo da ação popular. Questão incorreta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) De acordo com o entendimento do STJ, o cidadão


autor de ação popular tem de residir no domicílio eleitoral do local onde for proposta a
ação, sob pena de indeferimento da inicial.
Comentários:
Não existe o requisito de domicilio eleitoral para o ajuizamento de ação popular.
Assim, um indivíduo do Mato Grosso pode ajuizar ação popular no Rio de Janeiro.
Questão incorreta.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A execução de multa diária por descumprimento


de obrigação fixada em medida liminar concedida em ação popular independe do
trânsito em julgado desta ação, conforme posição do STJ.
Comentários:
Embora seja questionável a cobrança de decisões pontuais (devendo o aluno tomar
cuidado com as guinada jurisprudenciais!) sobre assuntos controvertidos
jurisprudência do STJ decidiu, sob a égide do CPC antigo, que: (...)a função
das astreintes é vencer a obstinação do devedor ao cumprimento da obrigação de
fazer ou de não fazer, incidindo a partir da ciência do obrigado e da sua recalcitrância"
(REsp nº 699.495/RS, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 05.09.05), é possível sua execução
de imediato, sem que tal se configure infringência ao artigo 475-N. Questão correta,
com ressalvas.

(CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A jurisprudência do STJ vem admitindo o


emprego da ação popular para a defesa de interesses difusos dos consumidores.
Comentários:
Existem precedentes na 1 turma do STJ que inadmitem o manejo da ação popular
para a defesa de interesses dos consumidores. Questão incorreta.

(PGE-PA-Procurador-2015) É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de


segurança, independentemente de aquiescência da autoridade apontada como coatora
ou da entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos litisconsortes
passivos necessários.
Comentários:
A jurisprudênca do STF entende desnecessária a aquiescência da autoridade coatora

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para a desistência da ação de Mandado de Segurança. Questão correta.

(PGE-PA-Procurador-2015)Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a


pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena
pecuniária seja a única cominada;
Comentários:
A súmula 693 do STF afirma que “Não cabe habeas corpus contra decisão
condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a
que a pena pecuniária seja a única cominada”. Cobrança literal! Questão correta.

(PGE-PA-Procurador-2015) A ação de habeas data visa à proteção da privacidade


do indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados pessoais falsos ou
equivocados, sendo meio idôneo, pois, para obter-se vista de processo administrativo;
Comentários:
A jurisprudência do STF entende que “O habeas data não se revela meio idôneo
para se obter vista de processo administrativo”.(HD90, rel. Min. Ellen Gracie, j.
25/05/2009), pois a ação de habeas data visa à proteção da privacidade do
indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados pessoais falsos ou
equivocados. Questão incorreta.

(PGE-PA-Procurador-2015) A orientação do STF é pela prejudicialidade do


mandado de injunção com a edição da norma regulamentadora então ausente. Excede
os limites desta Ação a pretensão de sanar eventual lacuna normativa do período
pretérito à edição da lei regulamentadora.
Comentários:
A jurisprudência do STF se firmou no sentido de que a edição do diploma reclamado
pela Constituição leva à perda de objeto do mandado de injunção. Questão correta.

(PGE-PA-Procurador-2015) Pessoas físicas já impetrantes de mandados de


segurança individuais não possuem autorização constitucional para nova impetração
"coletiva".
Comentários:
Os legitimados de MS coletivo estão disciplinados no bojo da lei 12016/2009. Não
existe previsão de legitimação extraordinária às pessoas físicas. Questão correta.

(PGE-RS-Procurador-2015) No que se refere à ação popular e à ação civil pública, a

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Constituição Federal de 1988:


A) Equiparou o objeto da ação popular ao objeto da ação civil pública, visando à
proteção de todo e qualquer direito difuso e coletivo;
B) Ampliou o objeto da ação popular para também tutelar a moralidade
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, estendendo ainda
o objeto da ação civil pública para a proteção de todo e qualquer direito difuso ou
coletivo;
C) Ampliou o objeto da ação popular para também tutelar a moralidade
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, restringindo o
objeto da ação civil pública para atos de improbidade administrativa;
D) Manteve o objeto da ação popular e o objeto da ação civil pública para a proteção
exclusiva do patrimônio público e social;
E) Ampliou o objeto da ação civil pública para também tutelar a moralidade
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, estendendo ainda
o objeto da ação popular para a proteção de todo e qualquer direito difuso ou coletivo.
Comentários:
Em relação à disciplina constitucional anterior da ação popular, a CF/88 ampliou seu
para também tutelar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio
histórico e cultural. Da mesma forma, estendeu o objeto da ação civil pública para a
proteção de todo e qualquer direito difuso ou coletivo. Questão correta é a letra B.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) A proteção de interesses difusos, devido a


sua indivisibilidade, só pode ser pleiteada pelas entidades legitimadas enumeradas na
Lei de Ação Civil Pública.
Comentários:
A proteção dos direitos difusos também pode ser feita por via da ação popular.
Questão incorreta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Uma única ação civil pública pode


requerer a tutela de direitos coletivos e individuais homogêneos
Comentários:
De fato, direitos distintos podem ser tutelados por meio da mesma ação civil pública.
Questão correta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) O Ministério Público pode ajuizar ação


para a proteção de direitos individuais homogêneos de qualquer natureza.

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Comentários:
O MP só pode ajuizar ações para a proteção de direitos individuais homogêneos no
caso de relevante interesse social, conforme a jurisprudência dominante do STF e STJ.
Questão incorreta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR)É admissível o controle jurisdicional


preventivo de constitucionalidade material de projeto de lei pela via do mandado de
segurança.
Comentários:
Em regra, não se deve admitir a propositura de mandado de segurança para se
realizar o controle de constitucionalidade prévio dos atos normativos. No entanto, a
jurisprudência do STF aponta duas exceções: a) caso a proposta de emenda à
Constituição seja manifestamente ofensiva à cláusula pétrea; e b) na hipótese em que
a tramitação do projeto de lei ou de emenda à Constituição violar regra constitucional
que discipline o processo legislativo. A regra, portanto, é a impossibilidade de
controle. Questão incorreta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Por não ter personalidade jurídica própria,


o Ministério Público não tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança
Comentários:
O MP pode ajuizar MS para a defesa de suas prerrogativas institucionais, segundo a
jurisprudência do STF. Questão incorreta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) É admissível a impetração de mandado de


segurança como substitutivo de ação de cobrança
Comentários:
A súmula 269 do STF afirma que “o mandado de segurança não é substitutivo de ação
de cobrança”. Questão incorreta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) O pedido de reconsideração na via


administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.
Comentários:
Afirma a súmula n. 430 do Supremo Tribunal Federal que o
"pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para
o mandado de segurança". Questão correta.

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(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Após a prolação da sentença de mérito, o


impetrante não pode desistir de mandado de segurança sem a anuência do impetrado.
Comentários:
A jurisprudência do STF entende que mesmo depois de prolatada a sentença de
mérito, é possível a desistência de MS. Questão incorreta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Com base no art. 5°, XXI, da Constituição


Federal, as entidades associativas têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente, sendo suficiente para o exercício da representação
judicial a autorização estatutária genérica da entidade associativa.
Comentários:
É necessário que o estudante perceba a diferença entre representação e substituição
processual (caso do mandado de segurança coletivo). No primeiro caso existe a
necessidade de uma autorização específica para a propositura de ações, enquanto no
segundo a autorização genérica é suficiente. Questão incorreta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Em se tratando de lesividade à


moralidade administrativa, não é cabível a ação popular se não for demonstrado
efetivo dano material ao patrimônio público.
Comentários:
A efetiva lesão ao patrimônio é requisito desnecessário para o ajuizamento de ação
popular. Questão incorreta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Em Mandado de Segurança coletivo,


dispensa-se a autorização expressa pelos substituídos para a legitimidade de
sindicato, que atua na qualidade de substituto processual.
Comentários:
Como reiteradamente afirmado, em caso de substituição processual a autorização
expressa é desnecessária. Questão correta.

(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Ações de pretensão de cessação dos


danos ambientais, em virtude do seu caráter continuado, estão sujeitas ao prazo
prescricional legal.
Comentários:
Levando-se em conta que esse tipo de infração tem caráter permanente, não faz
sentido aplicar à ação que busca evitá-la um prazo prescricional. Questão incorreta.

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(PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) A ação popular é um importante


instrumento processual de tutela do meio ambiente, ainda que a defesa do meio
ambiente não conste expressamente como uma de suas finalidades na Constituição de
1988.
Comentários:
Segundo a CF, qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Questão incorreta.

1.11 - Questões sem comentários sobre o tema


(2017)

1. (CESPE- PROCURADOR BH – 2017) Nas situações em que se fizer necessário, o


cidadão poderá impetrar habeas data para obter vistas dos autos de processo
administrativo de seu interesse.

Comentários:

Colhe-se da jurisprudência do STF que “A ação de habeas data visa à proteção da


privacidade do indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados pessoais
falsos ou equivocados. 3. O habeas data não se revela meio idôneo para se
obter vista de processo administrativo”.(HD 90 AgR, Relator(a): Min. ELLEN
GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 18/02/2010, DJe-050 DIVULG 18-03-2010
PUBLIC 19-03-2010 EMENT VOL-02394-01 PP-00001 RDDP n. 86, 2010, p. 139-141
RB v. 22, n. 558, 2010, p. 38-39). Alternativa incorreta.

2.(CESPE- PROCURADOR BH – 2017) O habeas corpus é o instrumento adequado


para impedir o prosseguimento de processo administrativo.

Comentários:
O habeas corpus visa à proteção da liberdade de locomoção, não sendo adequado seu
manejo com o propósito de trancar procedimento administrativo disciplinar. 2 - Ordem

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não conhecida. (HC 21264 / SE HABEAS CORPUS 2002/0030167-5; Ministro PAULO


GALLOTTI ; SEXTA TURMA; Data do Julgamento 10/02/2004; Data da
Publicação/Fonte DJ 20/03/2006 p. 353). O STF também já firmou o entendimento de
que o HC “não é instrumental próprio a questionar a sequência de processo
administrativo”.(HC100664). Alternativa incorreta.

3.(CESPE- PREFEITURA FORTALEZA – PROCURADOR – 2017) A respeito das


normas constitucionais, do mandado de injunção e dos municípios, julgue o item
subsequente.

Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção.

Comentários:
Ao tratar da legitimidade ativa, a lei 13300/16 (lei do mandado de injunção) dispõe:

Art. 3o São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas


naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade
com atribuição para editar a norma regulamentadora. Alternativa correta.

4.(CESPE- PREFEITURA FORTALEZA – PROCURADOR – 2017) Acerca dos


remédios constitucionais, julgue o próximo item.

Embora não tenham personalidade jurídica própria, os órgãos públicos titulares de


prerrogativas e atribuições emanadas de suas funções públicas — como, por exemplo,
as câmaras de vereadores, os tribunais de contas e o MP — têm personalidade
judiciária e, por conseguinte, capacidade ativa de ser parte em mandado de segurança
para defender suas atribuições constitucionais e legais.

Comentários:

Entendimento sumulado do STJ:

A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade


judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais. (Súmula 525, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2015, DJe
27/04/2015). Alternativa correta.

5.(MPE/SP- PROMOTOR-2017) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao


mandado de segurança.

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a) Em mandado de segurança, o pagamento de vencimentos e vantagens


pecuniárias assegurados em sentença a servidor público da Administração direta ou
autárquica federal, estadual ou municipal somente será efetuado com relação a
prestações que se vencerem desde o ajuizamento da ação.
B) A denegação de mandado de segurança sem decisão de mérito não impede
que o impetrante pleiteie os seus direitos e respectivos efeitos patrimoniais em ação
própria.

c) Se, concedida a medida liminar em mandado de segurança, o impetrante


criar obstáculo ao normal andamento do feito ou deixar de promover, no prazo
legal, os atos e diligências que lhe competirem, o juiz decretará a perempção ou
caducidade da medida.
d) A autoridade coatora não pode recorrer da sentença concessiva de
segurança.
e) Não impede a concessão de mandado de segurança a existência de
controvérsia sobre questão de direito.

6. (MPE/SP- PROMOTOR-2017) Quanto ao mandado de segurança coletivo,


assinale a alternativa INCORRETA.

A) Os direitos individuais homogêneos protegidos por mandado de segurança


coletivo devem ser líquidos e certos.
B) A sentença proferida em mandado de segurança coletivo faz coisa julgada
apenas quanto aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo
impetrante.
C) A entidade de classe pode impetrar mandado de segurança quando a
pretensão interessar a toda a categoria ou apenas a uma parte dela.

D) O partido político com representação no Congresso Nacional tem


legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo na defesa de
seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade
partidária.
E) Para ajuizamento de mandado de segurança coletivo, por entidade de classe
em favor de seus associados, é necessária autorização especial.

7. (MPE/SP-PROMOTOR-2017) Com relação à ação popular em defesa do


patrimônio público, é correto afirmar que
a) a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado cujo ato seja objeto
de impugnação não poderá atuar ao lado do autor.
b) Qualquer pessoa, responsável ou beneficiada pelo ato impugnado, cuja
existência ou identidade venha a ser conhecida no curso do processo, será
incluída no polo passivo da relação processual, desde que no feito não tenha
sido proferida a decisão de saneamento do processo.
c) o autor popular não precisa estar representado por advogado.

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d) qualquer cidadão pode habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor


da ação popular.
e) a ação popular que objetive a defesa do patrimônio público municipal não
pode ser proposta por eleitor inscrito em município diverso.

8. (CESPE- PJC/MT –DELEGADO -2017) Com referência ao habeas corpus e ao


mandado de segurança, julgue os itens seguintes, de acordo com o entendimento
do STF.

I Não caberá habeas corpus nem contra decisão que condene a multa nem em
processo penal em curso no qual a pena pecuniária seja a única imposta ao infrator.
II O habeas corpus é o remédio processual adequado para garantir a proteção do
direito de visita a menor cuja guarda se encontre sob disputa judicial.
III Nos casos em que a pena privativa de liberdade já estiver extinta, não será
possível ajuizar ação de habeas corpus.
IV O mandado de segurança impetrado por entidade de classe não terá legitimidade
se a pretensão nele veiculada interessar a apenas parte dos membros da categoria
profissional representada por essa entidade.

Estão certos apenas os itens

a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) I, III e IV
e) II, III e IV.

9. (FAPEMS/PCMS –DELEGADO -2017) O habeas corpus é uma ação


constitucional de grande importância na história jurídico-constitucional do Brasil.
Sob a vigência da Constituição de 1891, por exemplo, segundo MENDES e BRANCO
(2017),

[...] a formulação ampla do texto constitucional deu ensejo a uma interpretação que
permitia o uso do habeas corpus para anular até mesmo ato administrativo que
determinara o cancelamento de matrícula de aluno em escola pública, para garantir
a realização de comícios eleitorais, o exercício da profissão, dentre outras
possibilidades.
MENDES, Gilmar; BRANCO, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12a. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017, p. 431

Hoje, o Supremo Tribunal Federal detém importante papel na definição do

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seu cabimento. Assim, afirma-se que

A) o Supremo Tribunal Federal não admite habeas corpus para questionamento de


razoável duração do processo.
B) é cabível mesmo que não haja, nem por via reflexa, constrangimento à
liberdade de locomoção.
C) cabe habeas corpus contra a aplicação de pena de multa.
D) segundo o Supremo Tribunal Federal, cabe habeas corpus contra pena
pecuniária passível de conversão em privativa de liberdade.
E) segundo a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, aplicada rigorosamente
pela Corte, o habeas corpusnão é cabível contra decisão de relator em tribunal
superior que indefere a liminar.

10. (CESPE- PCGO –DELEGADO -2017) Considerando a jurisprudência do STF,


assinale a opção correta com relação aos remédios do direito constitucional.
A) É cabível habeas corpus contra decisão monocrática de ministro de tribunal.
B) Em habeas corpus é inadmissível a alegação do princípio da insignificância
no caso de delito de lesão corporal cometido em âmbito de violência
doméstica contra a mulher.
C) No mandado de segurança coletivo, o fato de haver o envolvimento de
direito apenas de certa parte do quadro social afasta a legitimação da
associação.
D) O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias,
a contar da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a
ser impugnado, havendo decadência se o mandado tiver sido protocolado a
tempo perante juízo incompetente.
E) O habeas corpus é o instrumento adequado para pleitear trancamento de
processo de impeachment.

11. (FUNDEP-PROMOTOR-MPE/MG-2017) Em relação ao Habeas Data,


é CORRETO o que se afirma em:

A) O Habeas Data pode ser utilizado para a obtenção de cópia de processo


administrativo.
B) Pessoa física estrangeira não tem legitimidade para impetrar Habeas Data.
C) O Habeas Data não pode ser impetrado com a finalidade de obter dados
referentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes de
sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos tributários da
administração fazendária dos entes estatais.
D) O Habeas Data, assim como o Mandado de Segurança, não prevê fase
probatória e, portanto, não pode ser impetrado quando controversa a matéria.

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12. (FCC-TST-JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO-2017) Sobre direitos e


garantias fundamentais de natureza processual, a Constituição Federal de 1988
prevê que

a) o mandado de injunção objetiva tornar viável o exercício de direitos inerentes à


nacionalidade, à soberania e à cidadania, não sendo cabível quando a obrigação de
prestar o direito deva ser cumprida por particulares.

b) qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas processuais e do ônus da sucumbência.
c) a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação não alcançam o âmbito administrativo.
d) o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político sem
representação no Congresso Nacional.
e) cabe mandado de segurança individual para proteger direito líquido e certo não
amparado por habeas corpus quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.

13. (CESPE-TJPR-JUIZ DE DIREITO-2017) Acerca do direito de petição e das


ações constitucionais, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STF.

A)Cabe mandado de segurança individual no STF contra veto aposto pelo presidente
da República.

B) O prévio requerimento do interessado ao INSS é condição para o ajuizamento de


ação que verse sobre benefício previdenciário, pois esse procedimento atende à
exigência de esgotamento da via administrativa.

C) É competência do juízo de primeiro grau processar e julgar ação popular ajuizada


para declarar a nulidade de ato de conselheiro do CNJ.

D)Violará o princípio da soberania do veredicto do júri decisão judicial proferida em


habeas corpus que ordene a extinção de processo penal instaurado por crime contra a
vida.

14. (CESPE-TJPR-JUIZ DE DIREITO-2017) Acerca do direito de petição e das


ações constitucionais, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STF.

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A)Cabe mandado de segurança individual no STF contra veto aposto pelo presidente
da República.

B) O prévio requerimento do interessado ao INSS é condição para o ajuizamento de


ação que verse sobre benefício previdenciário, pois esse procedimento atende à
exigência de esgotamento da via administrativa.

C) É competência do juízo de primeiro grau processar e julgar ação popular ajuizada


para declarar a nulidade de ato de conselheiro do CNJ.

D)Violará o princípio da soberania do veredicto do júri decisão judicial proferida em


habeas corpus que ordene a extinção de processo penal instaurado por crime contra a
vida.

15. (CESPE-DPU-DEFENSOR-2017) Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio


de habeas data é possível obter informações relativas a qualquer pessoa, desde
que as informações sejam classificadas como públicas.

16. (CESPE-DPU-DEFENSOR-2017) Compete exclusivamente ao STF o julgamento


de habeas corpus impetrado por ministro de Estado.

17. (VUNESP-DPE/RO-DEFENSOR-2017) Sobre o mandado de segurança,


assinale a alternativa correta.

A) Não deve ser admitida a emenda à petição inicial para corrigir equívoco na
indicação da autoridade impetrada em mandado de segurança.
B) O impetrante não pode desistir de mandado de segurança sem a anuência do
impetrado, mesmo antes da sentença de mérito.
C) É aceitável, quando for o caso, a sucessão de partes em processo de mandado
de segurança.
D) É possível a habilitação de herdeiro nos autos da execução promovida em
mandado de segurança.
E) Compete à Justiça Estadual processar e julgar qualquer mandado de segurança
impetrado contra presidente de subseção da OAB.

18. (VUNESP-DPE/RO-DEFENSOR-2017) Quanto à legitimidade ativa para a


propositura de ações coletivas, considerando também as súmulas dos Tribunais
Superiores, assinale a alternativa correta.
A) É concorrente e disjuntiva a legitimação para a propositura de ações civis públicas
ou coletivas em defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos

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disponíveis.
B)O Ministério Público não tem legitimidade para promover ação civil pública,
buscando indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado.
C)A Defensoria Pública do Estado de Rondônia tem legitimidade para a propositura de
ação popular, desde que autorizado pelo Conselho Superior da Defensoria Pública.
D)Para ter legitimidade para mandado de segurança coletivo, entidades de classe,
sindicatos e associações devem estar constituídas há pelo menos um ano, sendo
desnecessário que exista a pertinência entre o objeto da impetração e as finalidades
do impetrante.
E) Prevê a Lei do Mandado de Segurança que o Ministério Público e a Defensoria
Pública são legitimados para propor mandado de segurança coletivo.

19. (VUNESP-DPE/RO-DEFENSOR-2017) De acordo com os entendimentos


sumulados no STJ e STF, assinale a alternativa correta.
A) O mandado de segurança individual pode ser utilizado como sucedâneo de ação
popular.
B) Se a pretensão veiculada interessar apenas a uma parte da respectiva categoria, a
entidade de classe não terá legitimidade para impetrar mandado de segurança.
C) O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo
fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
D) A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor
dos associados somente pode ser feita com expressa autorização destes.
E)O Ministério Público tem legitimidade exclusiva para propor ação civil pública em
defesa do patrimônio público.

GABARITO

1 E 2 E
3 C 4 C
5 D 6 E
7 D 8 B
9 D 10 B
11 D 12 E
13 C 14 C

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15 E 16 E
17 D 18 A
19 E

Questões de anos anteriores

1. (PGE-AM-2016-Procurador) Conforme o entendimento do STJ, é cabível


mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada, por conta
própria, por um contribuinte.

2. (PGE-AM-2016-Procurador) Situação hipotética: O estado do Amazonas, por


intermédio de sua procuradoria, ajuizou ação civil pública na justiça estadual do
Amazonas, com o objetivo de prevenir danos ao meio ambiente. Paralelamente, o MPF
ingressou com ação idêntica na justiça federal, seção judiciária do Amazonas.
Assertiva: Nesse caso, as respectivas ações deverão ser reunidas na justiça federal da
seção judiciária do Amazonas.

3. (PGE-AM-2016-Procurador) Determinado empreendimento obteve licença


ambiental do estado X sem observância das exigências normativas previstas, o que
resultou em lesão ao meio ambiente. Assertiva: Nessa situação, brasileiro
naturalizado, residente e eleitor no Estado Y, terá legitimidade para ajuizar ação
popular no juízo competente contra o estado X com o objetivo de anular o ato
concessório.

4. (DPE-ES-Defensor-2016) Caracteriza-se como hipótese de controle judicial de


políticas públicas o ajuizamento de ação civil pública pela Defensoria Pública para
obrigar ente federativo a assegurar saneamento básico em determinada localidade em
benefício de pessoas necessitadas.

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5. (DPE-ES-Defensor-2016) O controle judicial de políticas públicas é limitado ao


âmbito dos direitos fundamentais sociais, não se configurando na hipótese dos demais
direitos fundamentais de primeira e terceira dimensão (ou geração).

6. (DPE-ES-Defensor-2016) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal


sedimentou entendimento de que é possível o controle judicial de políticas públicas na
hipótese de violação ao direito ao mínimo existencial, superando o argumento da
reserva do possível.

7. (TRF-4-Juiz Federal Substituto.2016) Para fins de mandado de segurança,


considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem
patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas
pela União ou por entidade por ela controlada, mesmo que se trate de sociedade de
economia mista.

8. (TRF-4-Juiz Federal Substituto.2016) O pedido de mandado de segurança


poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, salvo se a decisão denegatória
houver apreciado o mérito.

9. (TRF-4-Juiz Federal Substituto.2016) O mandado de segurança coletivo não


induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não
beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu
mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração da segurança coletiva.

10. (TRF-4-Juiz Federal Substituto.2016) Segundo a orientação do Supremo


Tribunal Federal, a previsão estatutária genérica para representação dos associados
em juízo é suficiente para que a associação impetre mandado de segurança coletivo,
prescindindo de autorização específica

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11. (CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Habeas data serve para assegurar o conhecimento


de informações relativas ao impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público, podendo ser impetrado inclusive
por pessoa jurídica nacional ou estrangeira.

12. (CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Habeas data não é garantia constitucional adequada


para obtenção de dados concernentes ao pagamento de tributos do próprio
contribuinte constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos
da administração fazendária dos entes estatais.

13. (CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Não se admite que o impetrante desista da ação de


mandado de segurança sem aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da
entidade estatal interessada, após prolação de sentença de mérito.

14. (CESPE-TJAM-JUIZ-2016) O dispositivo da CF que cuida do direito dos


trabalhadores urbanos e rurais à remuneração pelo serviço extraordinário com
acréscimo de, no mínimo, 50% não se aplica imediatamente aos servidores públicos,
por não consistir norma autoaplicável.

15. (CESPE-TJAM-JUIZ-2016) A vedação constitucional à dispensa arbitrária ou


sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco
meses após o parto, não se aplica às militares.

16. (CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Desde que expressamente autorizado pelos


sindicalizados, o sindicato tem legitimidade para atuar como substituto processual na
defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais homogêneos da categoria que
representa.

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17. (CESPE-TJAM-JUIZ-2016) Viola os princípios constitucionais da liberdade de


associação e da liberdade sindical norma legal que condicione, ainda que
indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-desemprego à filiação do
interessado a colônia de pescadores de sua região.

18. (CESPE-TJAM-JUIZ-2016) A CF proíbe tão somente o emprego do salário


mínimo como indexador, sendo legítima a sua utilização como base de cálculo para o
pagamento do adicional de insalubridade.

19. (CESPE-TJDFT2016– JUIZ) É consolidado no STF o entendimento de que,


presente a dúvida sobre o real interesse do paciente na impetração do habeas corpus,
deve o juiz intimá-lo para que manifeste sua vontade em prosseguir ou não com a
impetração.

20. (CESPE-TJDFT2016– JUIZ) O STF possui orientação pacífica segundo a qual a


fixação de prazo decadencial para impetração de mandado de segurança ou de habeas
corpus é compatível com a ordem constitucional.

21. (CESPE-TJDFT2016– JUIZ) A decisão proferida pelo STF em ação popular


possui força vinculante para juízes e tribunais, quando do exame de outros processos
em que se discuta matéria similar.

22. (CESPE-TJDFT2016– JUIZ) A ação popular sujeita-se a prazo prescricional


quinquenal previsto expressamente em lei, que a jurisprudência consolidada do STJ
aplica por analogia à ação civil pública.

23. (CESPE-TJDFT2016– JUIZ) Para o cabimento da ação popular é exigível a


demonstração do prejuízo material aos cofres públicos.

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24. (CESPE-TJDFT2016– JUIZ) O MP, havendo comprometimento de interesse


social qualificado, possui legitimidade ativa para propor ação popular.

25. (CESPE-TJDFT2016– JUIZ) Compete ao STF julgar ação popular contra


autoridade cujas resoluções estejam sujeitas, em sede de mandado de segurança, à
jurisdição imediata do STF.

26. (CESPE/ PC-PE – 2016) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por sindicatos, entidades de classe e associações, mas não por partidos políticos, pois
se destinam à defesa de interesses coletivos comuns a determinada coletividade de
pessoas.

27. (CESPE / TRE-PI – 2016) A instauração de processo administrativo disciplinar


contra servidor público para apuração de irregularidade funcional garante ao servidor
o direito de impetrar habeas corpus para impedir o prosseguimento do processo
administrativo.

28. (CESPE / TRE-PI – 2016) Não poderá ser conhecido habeas corpus impetrado
em benefício alheio por indivíduo destituído de sanidade mental que não esteja
representado ou assistido por outrem.

29. (CESPE / TJDFT – 2016) O Ministério Público, havendo comprometimento de


interesse social qualificado, possui legitimidade ativa para propor ação popular.

30. (PGM-Salvador-2015-CESPE) Prefeito tem legitimidade ativa para ajuizar


mandado de segurança contra ato praticado no processo de aprovação de lei pela

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câmara municipal que não se compatibiliza com o processo legislativo constitucional.

31. (PGM-Salvador-2015-CESPE) A impetração de mandado de segurança coletivo


por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

32. (PGM-Salvador-2015-CESPE) É pacífica a orientação jurisprudencial segundo a


qual não se admite mandado de segurança contra lei em tese; essa compreensão,
todavia, não impede a impetração contra atos infralegais, tais como regulamentos e
portarias, ainda que estes sejam dotados de abstração e generalidade.

33. (PGM-Salvador-2015-CESPE) Caberá recurso ordinário para o STJ contra a


decisão final proferida pelo TJ estadual que conceda mandado de segurança.
.

34. (CESPE / AGU – 2015) De acordo com o atual entendimento do STF, a decisão
proferida em mandado de injunção pode levar à concretização da norma constitucional
despida de plena eficácia, no tocante ao exercício dos direitos e das liberdades
constitucionais e das prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.

35. (CESPE / TJDFT – 2015) A atuação das associações na defesa de seus


associados em mandado de segurança coletivo independe de autorização.

36. (CESPE / TJDFT – 2015) O habeas data não é meio de solicitação e obtenção de
informações de terceiros, uma vez que tem como objetivo assegurar o conhecimento
de informações relativas ao próprio impetrante.

37. (CESPE / Advogado Telebrás – 2015) O habeas data é recurso previsto no

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texto constitucional cuja finalidade é assegurar ao indivíduo o conhecimento de


informações, relativas à sua pessoa, que estejam armazenadas em bancos de dados
de entidades governamentais, ou banco de dados privados de interesse público.

38. (CESPE/ TJDFT – 2015) Decai o mandado de segurança impetrado no TJDFT


contra ato de autoridade coatora que deveria ser processada na justiça federal se o
processo não for remetido ao juízo competente em até cento e vinte dias após a
ocorrência do ato.

39. (CESPE/ TJDFT – 2015) A atuação das associações na defesa de seus


associados em mandado de segurança coletivo independe de autorização.

40. (CESPE / MPOG – 2015) A ação popular deve ser proposta somente por partido
político com representação no Congresso Nacional.

41. (CESPE / TCU – 2015) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por partido político que tenha representação no Congresso Nacional.

42. (CESPE / FUB – 2015) Uma entidade de classe que estiver em funcionamento
há apenas seis meses não possui, por essa razão, legitimidade para impetração de
mandado de segurança coletivo em defesa de interesse de seus membros.

43. (CESPE/ TRE-GO – 2015) Qualquer associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano é parte legítima para propor ação popular que
vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou ao meio ambiente.

44. (CESPE/ TRE-GO – 2015) O cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, com

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capacidade eleitoral ativa, tem legitimidade para propor ação popular.


Questão correta.

45. (CESPE/ DPE-PE – 2015) A jurisprudência do STF acerca do mandado de


injunção evoluiu para admitir que, além de declarar omisso o Poder Legislativo, o
próprio tribunal edite a norma geral de que depende o exercício do direito invocado
pelo impetrante.

46. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A prescrição para a pretensão reparatória de


caráter coletivo em matéria ambiental é de cinco anos, conforme entendimento do
STJ.
Questão incorreta.

47. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) É possível o manejo de ACP com o propósito


de exercer o controle concentrado de constitucionalidade de leis e atos normativos do
poder público.

48. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) É vedado propor ACP quando houver ação


popular ajuizada sobre o mesmo fato controverso.

49. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) De acordo com o STJ, a inversão do ônus da


prova é regra de julgamento, devendo, portanto, ser aplicada no momento da
prolação da sentença.

50. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) O dano moral coletivo prescinde da


comprovação de dor, de sofrimento e de abalo psicológico, suscetíveis de apreciação
na esfera do indivíduo, mas inaplicável aos interesses difusos e coletivos.

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51. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A DP pode defender réu a que é imputado ato


lesivo ao patrimônio público, mas não tem legitimidade para propor ação civil pública.

52. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A competência para processar e julgar ação


popular proposta contra o presidente da República é do STF.

53. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) O menor de dezesseis anos pode propor ação


popular, mas, para fazê-lo, tem de ser assistido em juízo.

54. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) De acordo com o entendimento do STJ, o


cidadão autor de ação popular tem de residir no domicílio eleitoral do local onde for
proposta a ação, sob pena de indeferimento da inicial.

55. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A execução de multa diária por


descumprimento de obrigação fixada em medida liminar concedida em ação popular
independe do trânsito em julgado desta ação, conforme posição do STJ.

56. (CESPE-DPE-RN-Defensor-2015) A jurisprudência do STJ vem admitindo o


emprego da ação popular para a defesa de interesses difusos dos consumidores.

57. (PGE-PA-Procurador-2015) É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado


de segurança, independentemente de aquiescência da autoridade apontada como
coatora ou da entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos
litisconsortes passivos necessários.

58. (PGE-PA-Procurador-2015)Não cabe habeas corpus contra decisão

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condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a


que a pena pecuniária seja a única cominada;

59. (PGE-PA-Procurador-2015) A ação de habeas data visa à proteção da


privacidade do indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados pessoais
falsos ou equivocados, sendo meio idôneo, pois, para obter-se vista de processo
administrativo;
.

60. (PGE-PA-Procurador-2015) A orientação do STF é pela prejudicialidade do


mandado de injunção com a edição da norma regulamentadora então ausente. Excede
os limites desta Ação a pretensão de sanar eventual lacuna normativa do período
pretérito à edição da lei regulamentadora.

61. (PGE-PA-Procurador-2015) Pessoas físicas já impetrantes de mandados de


segurança individuais não possuem autorização constitucional para nova impetração
"coletiva".

62. (PGE-RS-Procurador-2015) No que se refere à ação popular e à ação civil


pública, a Constituição Federal de 1988:
A) Equiparou o objeto da ação popular ao objeto da ação civil pública, visando à
proteção de todo e qualquer direito difuso e coletivo;
B) Ampliou o objeto da ação popular para também tutelar a moralidade
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, estendendo ainda
o objeto da ação civil pública para a proteção de todo e qualquer direito difuso ou
coletivo;
C) Ampliou o objeto da ação popular para também tutelar a moralidade
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, restringindo o
objeto da ação civil pública para atos de improbidade administrativa;
D) Manteve o objeto da ação popular e o objeto da ação civil pública para a proteção
exclusiva do patrimônio público e social;
E) Ampliou o objeto da ação civil pública para também tutelar a moralidade
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, estendendo ainda

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o objeto da ação popular para a proteção de todo e qualquer direito difuso ou coletivo.

63. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) A proteção de interesses difusos,


devido a sua indivisibilidade, só pode ser pleiteada pelas entidades legitimadas
enumeradas na Lei de Ação Civil Pública.

64. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Uma única ação civil pública pode


requerer a tutela de direitos coletivos e individuais homogêneos

65. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) O Ministério Público pode ajuizar ação


para a proteção de direitos individuais homogêneos de qualquer natureza.

66. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR)É admissível o controle jurisdicional


preventivo de constitucionalidade material de projeto de lei pela via do mandado de
segurança.

67. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Por não ter personalidade jurídica


própria, o Ministério Público não tem legitimidade ativa para impetrar mandado de
segurança

68. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) É admissível a impetração de


mandado de segurança como substitutivo de ação de cobrança

69. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) O pedido de reconsideração na via


administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.

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70. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Após a prolação da sentença de


mérito, o impetrante não pode desistir de mandado de segurança sem a anuência do
impetrado.

71. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Com base no art. 5°, XXI, da


Constituição Federal, as entidades associativas têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente, sendo suficiente para o exercício da
representação judicial a autorização estatutária genérica da entidade associativa.

72. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Em se tratando de lesividade à


moralidade administrativa, não é cabível a ação popular se não for demonstrado
efetivo dano material ao patrimônio público.

73. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Em Mandado de Segurança coletivo,


dispensa-se a autorização expressa pelos substituídos para a legitimidade de
sindicato, que atua na qualidade de substituto processual.

74. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) Ações de pretensão de cessação dos


danos ambientais, em virtude do seu caráter continuado, estão sujeitas ao prazo
prescricional legal.

75. (PUC/PR-PROCURADOR/2015-PGE-PR) A ação popular é um importante


instrumento processual de tutela do meio ambiente, ainda que a defesa do meio
ambiente não conste expressamente como uma de suas finalidades na Constituição de
1988.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Teoria e Questões
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GABARITO

1 Errado 2 Certo 3 Certo

4 Certo 5 Errado 6 Certo

7 Certo 8 Certo 9 Certo

10 Certo 11 Certo 12 Certo

13 Errado 14 Errado 15 Errado

16 Errado 17 Certo 18 Errado

19 Certo 20 Errado 21 Errado

22 Certo 23 Errado 24 Errado

25 Errado 26 Errado 27 Errado

28 Errado 29 Errado 30 Errado

31 Certo 32 Errado 33 Errado

34 Certo 35 Certo 36 Certo

37 Certo 38 Errado 39 Certo

40 Errado 41 Certo 42 Errado

43 Errado 44 Certo 45 Certo

46 Errado 47 Errado 48 Errado

49 Errado 50 Certo 51 Errado

52 Errado 53 Errado 54 Errado

55 Certo 56 Errado 57 Certo

58 Certo 59 Errado 60 Certo

61 Certo 62 B 63 Errado

64 Certo 65 Errado 66 Errado

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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67 Errado 68 Errado 69 Certo

70 Errado 71 Errado 72 Errado

73 Certo 74 Errado 75 Errado

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