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1.MANDADO DE SEGURANÇA
seguindo o rito sumário. Dessa forma, trata-se de ação que não admite dilação probatória, devido
corpus, o mandado de segurança foi positivado pela primeira vez, no Brasil, na C onstituição de
1934 de forma primária e direta, não havendo, antes, sido previsto pela legislação
infraconstitucional.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
[...]
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
vista ser cabível apenas quando não for o caso de habeas corpus ou habeas data. Dessa forma,
de segurança deverá ser a resposta dada, haja vista sua inadmissibilidade sempre que for
com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver
justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam
quais forem as funções que exerça.
Note que o dispositivo citado reproduz o teor do texto constitucional, abarcando, nos
mesmos termos, a característica residual do mandado de segurança. Nesse sentido, acabou por
eliminar um problema existente na legislação anterior: é que a Lei 1.533/51, revogada pela lei de
2009, não previa a natureza residual do mandado de segurança com relação ao cabimento do
habeas data, contudo somente do habeas corpus. Dessa forma, a Lei 12.016/09 trouxe previsão
consentânea com o dispositivo constitucional citado acima, estabelecendo não caber a impetração
Nesse ponto, cumpre aprofundar algumas questões relativas ao habeas data e o habeas
corpus, quando confrontados com o mandado de segurança com pedido incidental. C omo se sabe,
o pressuposto para o ajuizamento do habeas corpus é a tutela da liberdade de locomoção. De sua
parte, quando se fala em habeas data, há como pressuposto a tutela a exibição de dados pessoais
pela Administração P ública. Desse modo, se for diversa a pretensão do impetrante, veiculada pela
via da ação constitucional, ou quando a liberdade for tratada como direito-meio, será o caso de
impetrar o mandado de segurança. A professora cita dois exemplos, como o pedido de exibição
incidental de documentos (possível nos termos do art. 6º, § 1º, da Lei 12.016/09) ou o caso do
advogado que deseja entrar na prisão para falar com seu cliente, manejando, para tanto, suas
prerrogativas.
P ara melhor fixar aquele último exemplo, imagine um advogado que, após haver se
preparado e se municiado de todos os instrumentos necessários, decida visitar seu cliente, preso
dizer que há, por meio do cerceamento do direito de locomoção do preso, violação, também, à
ampla defesa, na medida em que não lhe está sendo permitido encontrar-se com seu advogado.
No entanto, perceba também uma prerrogativa do advogado que está sendo violado, haja vista
ser direito do procurador devidamente constituído entrevistar seu cliente no dia e hora
Assim sendo, no exemplo dado, imagine que o causídico tente se encontrar com seu cliente
na hora determinada pela Administração P enitenciária, entretanto, por algum motivo, os agentes
penitenciários não permitam que a visita aconteça. Dessa forma, tendo em vista a violação a dois
alegado em juízo diferenciará o tipo de ação constitucional a ser impetrada. Nesse sentido, se for
alegado estar sendo ilegalmente cerceada a liberdade de locomoção do preso, impedindo seu
encontro com o advogado, será necessário impetrar habeas corpus. P or outro lado, sendo alegada
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei
processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a
primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa
jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em
repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a
fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a
exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do
documento para juntá-las à segunda via da petição.
A lei nova aduz, em seus arts. 1º, § 2º, e 5º, vedações ao cabimento do mandado de
segurança, motivo pelo qual a professora recomenda que sejam os dispositivos destacados no
Vade Mecum, na medida que tratam de um mesmo assunto. Nesse sentido, confira-se sua
literalidade:
Art. 1º [...]
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia
mista e de concessionárias de serviço público.
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.
conceitos de atos de império e atos de gestão, estudada no direito administrativo. C omo se sabe,
os atos de gestão são praticados pela Administração P ública de forma equiparada aos
particulares, motivo pelo qual não gozam de prerrogativas especiais decorrentes do regime
jurídico-administrativo. Sendo assim, por óbvio, não cabe mandado de segurança nessa hipótese.
C om relação ao segundo dispositivo, há outras hipóteses nas quais não cabe mandado de
Ademais, professora destaca ser interessante procurar julgados do STJ que afastam o
Além disso, são apresentados os fundamentos técnicos de cada um dos incisos no quais é
12.016/09, não seria possível o ajuizamento de mandado de segurança pelo particular, por conta
administrativo com efeito suspensivo). A regra não conflita com o disposto nos arts. 5º, XXXV, e
Desportiva), têm-se apenas requisitos especiais para a presença de interesse de agir, não violando
C om relação ao inciso II, repete-se o raciocínio do caso anterior, sendo necessário ressaltar
que a Lei 12.016/09 inovou com em referência à legislação anterior. Isso porque a hipótese do
dispositivo prevê o não cabimento do MS em caso de decisão judicial contra o qual se pode
interpor recurso com efeito suspensivo. A exigência, no entanto, não era feita na legislação
anterior.
P or fim, com relação ao inciso III, tem-se uma novidade trazida pela lei de 2009, haja vista
É uma expressão que, se não for interpretada corretamente, pode induzir candidatos ao
erro.
O mandado de segurança, devido à sua natureza sumária, não admite dilação probatória.
Sendo assim, toda a prova necessária deve ser juntada quando do ajuizamento da ação, na
petição inicial. P or consequência, a expressão "direito líquido e certo" diz respeito aos fatos, e não
ao direito. C onsiderando não aceitar o mandado de segurança a dilação probatória, ou seja, não se
poder abrir ambiente de discussão da própria prova, diz-se, normalmente, que a referida ação
P or exemplo, não se pode argumentar, em sede de MS, que se pretende provar todo o
alegado na exordial. P or outro lado, é possível, por exemplo, apresentar prova de que não se
esteve no Brasil no dia do ocorrido, quando da contestação. Sendo assim, a prova pré-constituída
sobre fato incontroverso. Outro exemplo é o de colisão de carros, no qual, para fins de provar a
culpa dos envolvidos, faz-se a produção de provas. De outro lado, a prova da propriedade sobre
determinado imóvel pode ser feita de maneira pré-constituída. Assim sendo, em que pese a
expressão, o direito líquido e certo, na verdade, refere-se ao fato dotado de liquidez e certeza,
tendo em vista poder ser provado de imediato. O direito, por si, pode ser objeto de controvérsia, a
ser resolvida pelo juiz, conforme seu entendimento sobre a matéria, todavia os fatos não podem
ser controvertidos.
A exceção é estabelecida no art. 6º, § 1º, da Lei 12.016/09, em que a prova, embora pré-
contexto, é possível pleitear ao juiz que determine à entidade a apresentação dos documentos
processual. Ressalte-se, no entanto, que a exceção diz respeito apenas à documentação não
O direito líquido e certo deve ser demonstrado prima facie, o que é diferente de
procedência prima facie. Isso porque a apresentação do direito líquido e certo na petição inicial se
faz necessária para o conhecimento da ação, a qual poderá ser julgada procedente ou não em
momento posterior.
4.COMPETÊNCIA
que se entenda por tal no processo. Dependerá, também, do arrolamento da pessoa jurídica
Nesse ponto, é importante destacar que o STF é incompetente para jugar originariamente
mandado de segurança contra ato de autoridades de outros tribunais (STF, P leno, MS 26066-DF,
2007). No mesmo sentido, encontram-se as Súmulas nºs 624 do STF e 41 do STJ, conforme se
No caso dos juizados especiais, caso o MS seja impetrado contra ato de juízo monocrático
imperado o MS fora dessas duas hipóteses, será julgado no TJ. Nesse sentido, confira a Súmula nº
376 do STJ:
Quando se analisa o conceito de autoridade coatora, trazido pela Lei 12.016/09, percebe-se
haver sido incluído na legislação entendimento sufragado pela Súmula nº 333 do STJ. Nesse
Verifica-se, pois, que ato praticado dentro de licitação é impugnável mediante MS, desde
que realizado no exercício de atribuições do P oder P úblico, como ocorre nos casos das entidades a
6.OBSERVAÇÕES
Alguns artigos da referida lei devem ser lidos com atenção, a fim de não errar nas provas
correta.
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o
caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando
decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando
a competência para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente
a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do
tribunal que integre.
Atente-se que caberá agravo, para submeter a questão ao colegiado, quando se tratar de