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AULA 09 – REMÉDIOS

CONSTITUCIONAIS II
(MANDADO DE SEGURANÇA)
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: TUTELA EXECUTIVA – ARA1264
PROFESSOR: LUCAS ZANDONA zandona@hotmail.com
lucas.guimaraes@estacio.br
TUTELA EXECUTIVA - Lucas Zandona
1 - SITUAÇÃO PROBLEMA:
Mário impetrou mandado de segurança para impugnar
ato administrativo que indeferiu a expedição de certidão
positiva de débito com efeito de negativa. Ao ser
notificada para prestar informações, a autoridade
apontada como coatora esclarece que não é legitimada,
alegação esta que de fato prospera.

Como o juiz deve decidir?


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MANDADO DE SEGURANÇA
Art. 5º LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-
corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
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PROCEDIMENTO: LEI nº 12.016/09
A) ORIGEM: restrição à “doutrina brasileira do Habeas Corpus ”; Const.
1934 e repetido nas const. 46, 67/Ec 1/69, 1988.
B) FINALIDADE: coibir atos ilegais ou praticados com abuso de poder,
constituindo-se verdadeiro instrumento de liberdade.
OBS: Na ilegalidade o ato é vinculado; no abuso de poder o ato é
discricionário.
C) REQUISITOS: Direito líquido e certo é o que resulta de fato certo, ou
seja, é aquele capaz de ser comprovado de plano, por documentação
inequívoca, sem necessidade de dilação probatória. O direito é sempre
líquido e certo, a caracterização da imprecisão e incerteza recai sobre os
fatos, que necessitam de comprovação. Importante notar que está
englobado na conceituação de direito líquido e certo o fato que para
tornar-se incontroverso exige-se apenas adequada interpretação do
direito, não havendo possibilidade de o juiz denegá-lo, sob pretexto de
tratar-se de questão de grande complexidade jurídica.
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Vide Súmulas STF 266, 268, 269, 510, 625.
D) LEGITMIDADE ATIVA (Impetrante): detentor do direito líquido e
certo; incluem-se pessoas físicas (brasileiros ou não, residentes
ou não, domiciliadas ou não), jurídicas, órgãos públicos
despersonalizados, porém com capacidade processual (Chefias
dos Executivos, Mesas do Legislativo), universalidade de bens e
direitos (espólio, massa falida, condomínio), agentes políticos
(governadores, parlamentares), Ministério Público, etc.
Necessário advogado.
E) LEGITIMIDADE PASSIVA (Impetrado): autoridade coatora,
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder, autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público. (vide art. 1°, §1°, Lei 12.016)
OBS: pessoa jurídica ao qual está vinculada à autoridade coatora
pode integrar a lide (art. 6°).
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F) ESPÉCIES:
• Preventivo → ameaça a violação de direito líquido e certo do
impetrante.
• Repressivo → ilegalidade ou abuso de poder já praticados.
G) PROCEDIMENTO: Lei nº 12.016/2009
- Petição inicial com prova pré-constituída (citação instruída com
idênticos documentos);
- Despacho: Citação/Liminar;
- Notificação da autoridade coatora para prestar informações no prazo
de 10 dias e notificação da pessoa jurídica (poderá ingressar no feito):
10 dias
- Vista Ministério Público: 10 dias
- Sentença: em até 30 dias.
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ATENÇÃO:
• 1) trâmite prioritário, salvo Habeas Corpus (art. 20);
• 2) Prazo decadencial para propositura do MS: 120 dias (art. 23);
• 3) Não há honorários de sucumbência (art. 25);
• 4) Se concede a segurança – duplo grau de jurisdição (art. 14).
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CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR

Lei n. 12.016/09, art. 7°, inciso III

Em tópico específico nos Fundamentos Jurídicos indicar os


requisitos para concessão da liminar, quais sejam: a
demonstração do fundamento relevante - fumus boni iuris e
periculum in mora, também com lei, doutrina e
jurisprudência.
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ATENÇÃO
Lei n. 12.016/09

Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se


tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito
suspensivo, independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.
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2 - ATIVIDADE VERIFICADORA DA APRENDIZAGEM:
Retomando a situação problema inicial se, no mandado de
segurança impetrado por Mário, não tivesse sido vinculada a
pessoa jurídica de direito público, como o juiz deveria
decidir?
RESPOSTA: Lei n. 12.016/09
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos
estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2
(duas) vias com os documentos que instruírem a primeira
reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade
coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha
vinculada ou da qual exerce atribuições.
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CONSIDERAÇÃO
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão
motivada, quando não for o caso de mandado de segurança
ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando
decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau
caberá apelação e, quando a competência para o julgamento
do mandado de segurança couber originariamente a um dos
tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão
competente do tribunal que integre.
§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido
após o despacho da petição inicial.
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3 - ESTUDO DE CASO:
João, estudante de Direito, assistiu à aula sobre mandado
de segurança. Na semana seguinte, José, que não havia
assistido à aula, solicitou auxílio a seu colega João. Disse
que havia visto as anotações do colega e procurado na
internet, mas não havia compreendido as diferenças entre
mandado de segurança individual e coletivo. Como João
deve responder à dúvida de José?
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RESPOSTA: LEI 12.016/09
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária,
ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança
coletivo podem ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os
decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da
totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
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Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará
coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou
categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da
coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
comprovada da impetração da segurança coletiva.
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá
ser concedida após a audiência do representante judicial da
pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar
no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
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6 - Atividade Autônoma Aura:
1) (FCC DPESP2010 Adaptada) A Lei nº 12.016/2009, editada para disciplinar o
mandado de segurança individual e coletivo, não só consolidou a legislação
esparsa, como também harmonizou alguns entendimentos dos Tribunais acerca
de aspectos processuais. Sobre o tema, pode-se afirmar que:
A) A autoridade coatora tem legitimidade recursal independente da legitimidade
do órgão ao qual se subordina.
B) Atos de gestão podem ser impugnados por mandado de segurança quando
praticados pelo ente público.
C) Não cabe, nesse mecanismo, a suspensão da liminar ou da segurança.
D) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou
com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for
e sejam quais forem as funções que exerça.
E) A massa falida, ainda que destituída de personalidade jurídica, não tem
legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança.
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RESPOSTA:
A) A autoridade coatora tem legitimidade recursal
independente da legitimidade do órgão ao qual se
subordina.
D) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja
de que categoria for e sejam quais forem as funções que
exerça.
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2) (FRAMINAS Prefeitura de Belo Horizonte Analista de
Políticas Públicas Ciências Contábeis 2015)
Beltrana é mãe de uma criança de 07 anos e vai matriculá-la no
ensino fundamental na escola estadual perto de sua
residência. Ao chegar lá, é impedida de fazer a matrícula pela
diretora da escola.
Qual ação constitucional Beltrana deve utilizar para
possibilitar a matrícula de seu filho?
A)Direito de petição
B)Habeas data
C)Mandado de injunção
D)Mandado de segurança
E) Habeas corpus
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RESPOSTA:
D)Mandado de segurança

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