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MANDADO DE SEGURANÇA

O mandado de segurança é um instrumento jurídico que tem por finalidade proteger direito
líquido e certo, ou seja, provado por documentos, que tenha sido violado por ato ilegal ou abusivo de
autoridade pública ou agende de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
O mandado de segurança poderá ser impetrado por
- pessoas físicas - brasileiros ou estrangeiros
- qualquer pessoas jurídica - privada ou pública
- estrangeiros não residentes
O mandado de segurança é cabível apenas se não houver outro remédio constitucional que possa
proteger esse direito se for violado, como HABEAS CORPUS, HABEAS DATA OU AÇÃO
POPULAR.

O mandado de segurança (MS) pode se apresentar em diferentes modalidades, conforme o


momento da impetração ou conforme a legitimidade para impetração. São elas:

■ Repressivo;
■ Preventivo;
■ Individual;
■ Coletivo.

REPRESSIVO

- Quando a lesão ao direito líquido e certo já ocorreu, seu prazo decadencial de 120 dias
para impugnar o ato deverá ser respeitado na forma do artigo 23 da lei 12.016/2006.

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança


extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da
ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
PREVENTIVO
- Quando há uma ameaça a de lesão ao direito líquido e certo, o mandado de segurança
preventivo, em regra, será considerado declaratório, limitando ao juiz a aferir que o
impetrante assiste razão e que não poderá ter seu direito ofendido.
INDIVIDUAL

- Nesse caso, o impetrante figura como titular do direito líquido e certo, de modo que
doutrina e jurisprudência aceitam como legitimados ativos:
■ a pessoa natural;
■ os órgãos públicos despersonalizados;
■ as universalidades patrimoniais;
■ a pessoa jurídica, nacional ou estrangeira, domiciliada no Brasil ou no exterior.
COLETIVO

Em contrapartida ao individual, o mandado de segurança coletivo está disposto na CR/1988,


art. 5.°, LXX e pode ser impetrado por:

■ Partido político com representação no Congresso Nacional;


■ Organização sindical;
■ Entidade de classe;
■ Associações que preencham os requisitos contidos no art. 5º LXX da CR/1988.

Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se


tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito
suspensivo, independentemente de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.
HABEAS CORPUS

Instrumento jurídico utilizado para garantir o direito de liberdade de locomoção dos


indivíduos, para que seja protegido seu direito de ir e vir, em situações na qual ele encontra-se
ameaçado ou restringido, em decorrência de abusos de poder ou ilegalidades.
HAVERÁ VIOLAÇÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO QUANDO:
- não houver justa causa
- preso por mais tempo do que determina a lei
- quem decretou a prisão não tem competência
- cessado o motivo que autorizou
- extinta a punibilidade
- processo for manifestamente nulo
Existem dois tipos de habeas corpus, que são utilizados de maneira distinta

HABEAS CORPUS PREVENTIVO


- utilizado quando existe uma ameaça ao direito de liberdade de locomoção.
- o indivíduo que estiver com risco de que sua liberdade estiver sendo ameaçada injustamente
poderá entrar com habeas corpus, sendo uma espécie de SALVO CONDUTO
HABEAS CORPUS REPRESSIVO
- é o liberatório, ou seja, é utilizado quando já houve a violação do direito de locomoção, caso
o juiz entenda que a prisão foi ilegal, a pessoa será libertada
- alvará se soltura
Qualquer pessoa poderá impetrar o habeas corpus.
- quem impetra é chamado de impetrante
- a pessoa que poderá ser beneficiada é o paciente
- o impetrado é a autoridade coatora, quem realizou a prisão do paciente

este remédio constitucional possui legitimidade universal


diferente do habeas data é possível impetrar habeas corpus em favor de outra pessoa.
É válido salientar que Juízes e Delegados de Polícia, no exercício de suas funções, não
podem impetrar o habeas corpus. Contudo, eles poderão o conceder, de ofício, caso estejam
diante de alguma ilegalidade na privação de liberdade do indivíduo.

não cabe habeas corpus:

● quando já extinta a pena privativa de liberdade;

● para impugnar decisão do STF;

● contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por

infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada;

● para impugnar determinação de suspensão dos direitos políticos;

● para se pleitear o direito a visitas íntimas;

● para discutir o mérito de punições disciplinares militares;

● contra a imposição de pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou função

pública;

● contra determinação de perda da função pública, como efeito secundário da pena;

● originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em

habeas corpus ou no respectivo recurso;

● para impugnar pena em processo administrativo disciplinar;

● para se obter restituição de coisas apreendidas, inclusive passaporte;

● para impugnar quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico, se dela não puder

● resultar em condenação à pena privativa de liberdade.

HABEAS DATA
O habea data é um instrumento jurídico que tem por finalidade garantir que o indivíduo possa

obter informações sobre ele mesmo, presentes em bancos de dados guardados por autoridade pública.

Além de permitir que o indivíduo possa retificar (modificar) os seus dados que estão armazenados

pelo poder público.

O habeas data é uma garantia fundamental, prevista no artigo 5° da constituição federal.


É um dos remédios constitucionais que visam a proteção e garantia de seus direitos.
Tem natureza personalíssima, desse modo, o habeas data apenas pode ser utilizado para
obtenção de informações do próprio impetrante, não podendo ser utilizado para obter informações de
terceiros.
Contudo, há uma exceção, uma vez que a jurisprudência

do STF e do STJ reconhece que é possível que haja a

impetração de habeas data do cônjuge sobrevivente para

obter dados do marido falecido, na defesa de interesse

deste.

São legitimados para impetrar habeas data qualquer pessoa, física ou jurídica, que possua dados em

bancos de entidades governamentais ou de caráter público

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

O controle de constitucionalidade é a defesa da constituição, observando seus valores, para

afastar os que lhe são impróprios. Em outras palavras, visa verificar se uma norma/lei adequa-se com

a constituição, analisando dessa forma seus princípios formais e informais.

FUNDAMENTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

- PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO


Todas as normas que integram a ordenação jurídica nacional terão validade se não
confrontarem com as normas constitucionais federais. Se houver conflito entre as normas com a CF,
prevalecerá a CF/1988
- RIGIDEZ CONSTITUCIONAL
Por ser rígida, toda autoridade só encontra fundamento na constituição
A constituição é rígida e por isso é de difícil modificação (art.60 §2° CF/88)

INCONSTITUCIONALIDADE

Toda inconstitucionalidade deve ser excluída do ordenamento jurídico, pois representa a


negação da constituição, e a inconstitucionalidade justifica o controle de normas e atos.
TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE
- POR AÇÃO
Produção de atos legislativos ou administrativos que contrariem normas ou princípios
constitucionais. Lies inferiores só valem se compatíveis a superiores
- POR OMISSÃO
O legislador ordinário não realiza atos requeridos pelo legislador constitucional para tornar
aplicáveis as normas/ leis constitucionais. Ou seja, o Poder Legislativo encontra-se inerte na
regulamentação de normas constitucionais com eficácia limitada, neste caso a inconstitucionalidade
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO.
- VÍCIO MATERIAL
A inconstitucionalidade está no conteúdo da lei ou ato normativo. O que foi legislado não
encontra-se em consonância com a CF/1988
- VÍCIO FORMAL
A inconstitucionalidade encontra-se através do vício ou irregularidade no processo de criação
da lei, não sendo respeitada a previsão constitucional com base na criação das leis e atos normativos.

Portanto, a inconstitucionalidade é a contrariedade à Constituição federal, à constituição


estadual e à lei orgânica do distrito federal. NÃO EXISTE INCONSTITUCIONALIDADE
QUANDO HOUVER CONTRARIEDADE À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO.

INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL

ORGÂNICA- É a não observância da competência legislativa, o ente que deveria legislar


sobre determinada matéria não o faz. Então outro ente federativo faz.
PROPRIAMENTE DITA - DIz respeito ao rito processual
- VÍCIO FORMAL OBJETIVO -Diz respeito a quem deve iniciar o processo legislativo.
- VÍCIO FORMAL SUBJETIVO -

QUEM É RESPONSÁVEL PELO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE?


em regra a competência cabe ao poder judiciário - STF

EXISTEM DOIS TIPOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

PREVENTIVO
É aquele que surge anterior ao nascimento da lei, ou seja, impede o nascimento de uma lei
inconstitucional.
A QUEM COMPETE?

LEGISLATIVO: Através da Comissões de Constituição e Justiça CCJ – parlamentares analisam a


constitucionalidade de projeto de lei.
EXECUTIVO:: Veto jurídico (chefe do executivo), pode efetuar veto de projeto de lei seja por
inconstitucionalidade, seja contrariedade ao interesse público).
JUDICIÁRIO: Parlamentar pode impetrar mandado de segurança contra um projeto de lei que na sua
opinião é inconstitucional, alegando violação a direito e líquido e certo de participar de processo
legislativo regular/constitucional, pedindo-se ao judiciário que paralise tramitação de projeto de lei,
bem como projeto que ofende cláusula pétrea

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE REPRESSIVO

A lei e o ato inconstitucional já existem, cabe ao poder judiciário reprimi-los, atacando a


norma que apresenta em seu corpo a inconstitucionalidade.

JUDICIÁRIO: Via de regra é quem detém a titularidade do controle de constitucionalidade


repressivo, assim o fazendo seja por meio do controle difuso ou por controle concentrado.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE REPRESSIVO

A) DIFUSO - também chamado de controle concreto, incidental ou americano é quando o


judiciário se manifesta sobre a constitucionalidade de uma lei com relação a um caso
concreto. Dessa forma, qualquer juiz pode declarar uma lei inconstitucional, desde que haja
um caso concreto, onde os efeitos da decisão será inter partes (entre as partes) daquele
processo sendo discutido.
B) CONCENTRADO - também chamado de controle abstrato é quando apenas um grupo, um
órgão colegiado analisa se a norma/ lei é ou não constitucional. Competência do tribunal de
justiça e/ou STF. Desta forma o controle difuso é quando o STF julgou que o mais importante
são os efeitos desse julgamento. POSSUI EFEITO ERGA OMNES (para todos).
EXEMPLO DE A

EXEMPLO DE B

AÇÕES PRÓPRIAS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE CONCENTRADO.

ADIN - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (AÇÃO GENÉRICA)

É utilizado para solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que algum ato normativo ou/ e alguma
lei seja declarado inconstitucional, por acreditar que sua redação viola o texto da Constituição
Federal.
É marcado por generalidade, impessoalidade e abstração
não existe litígio referente a situações concretas ou individuais

A ADI pode ser ingressada para arguir a inconstitucionalidade de atos normativos federais ou

estaduais. Para isso, é importante que tal ato seja eivado de generalidade e abstração.
Podem ser objetos de ADI os seguintes atos normativos, federal ou estadual:

● Emendas constitucionais;

● Leis complementares, ordinárias ou delegadas;

● Medidas Provisórias;

● Decretos legislativos e Resoluções do Poder Legislativo;

● Decretos autônomos;

● Tratados internacionais;

● Regimentos Internos dos Tribunais e das Casas Legislativas;

● Constituições Estaduais;

● Resolução do TSE.

A legitimidade para ingressar com a ADIN:

a) PRESIDENTE DA REPÚBLICA

b) MESA DO SENADO FEDERAL

c) MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

d) MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

e) GOVERNADOR DO ESTADO OU DF

f) PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA

Os efeitos da ADIN são:

Ex tunc - ou seja, a decisão terá efeitos retroativos. Sendo assim, a lei declarada inconstitucional será

considerada inválida desde a sua criação, extinguindo dessa forma, todos os seus efeitos até então

produzidos.
Erga omnes - com a declaração de sua inconstitucionalidade, ela possui eficácia perante a todos e não

apenas as partes dentro do processo.

Efeito vinculante - a decisão é vinculada aos demais órgãos do poder judiciário e administração

pública. Contudo não vincula o legislativo e o próprio STF, podendo este decidir de maneira diversa,

perante outra ação.

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