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Direito Constitucional
Todos esses mecanismos estão previstos na Constituição Federal e alguns deles possuem,
inclusive, leis próprias que os regulamentam.
Diante da importância de cada um deles, elaboramos este artigo para que você entenda quais
são os remédios constitucionais e em quais deles é necessário a presença de advogado para
ajuizamento. Confira!
1. Habeas Corpus
2. Habeas Data
4. Mandado de Injunção
5. Ação Popular
Conclusão
Desta forma, eles são vistos como meios de proteção quando o Estado não cumpre sua
obrigação e não garante os direitos fundamentais dos cidadãos.
A previsão desses mecanismos processuais está espalhada em diferentes incisos e artigos pela
CF, conforme será demonstrado a seguir.
Como visto, os remédios constitucionais têm como objetivo proteger direitos e interesses
fundamentais dos cidadãos.
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de advocacia
A denominação de “remédio constitucional” surge para diferenciar os mecanismos das ações
de controle de constitucionalidade, como as ADIn, ADC e ADPF. Enquanto estas controlam
aspectos relacionados às normas jurídicas, os remédios constitucionais estão voltados para
assegurar aspectos individuais dos cidadãos
Para melhor compreender quais são os remédios constitucionais, listamos todos eles abaixo:
Habeas Corpus
Habeas Data
Mandado de Segurança
Mandado de Injunção
Ação Popular
A seguir, você encontrará detalhes sobre a previsão legal, legitimidade e competência para
julgamento de cada um desses remédios constitucionais. Confira!
1. Habeas Corpus
O habeas corpus é uma ação constitucional utilizada sempre que uma pessoa ver o seu direito
à liberdade ameaçado ou cessado por uma ilegalidade ou abuso de poder.
Esse remédio constitucional está previsto no art. 5º, inciso LXVIII da CF, que diz:
Art. 5º, inciso LXVIII – conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder.
Ele pode ser liberatório, quando alguém já foi privado da liberdade, ou preventivo, quando
existe uma ameaça ao direito de ir e vir de um cidadão.
Quanto ao seu cabimento, as hipóteses foram delimitadas no art. 648 do Código de Processo
Penal, sendo elas:
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
Vale destacar que o habeas corpus, além de ser gratuito, é o único remédio constitucional que
não necessita de advogado para ser impetrado.
Para saber mais sobre essa ação constitucional, leia nosso artigo completo sobre habeas
corpus.
Legitimidade ativa: A lei não define um rol de legitimados ativos, nem exara a necessidade de
capacidade civil para sua impetração, de modo que esse remédio poderá ser impetrado por
qualquer pessoa física, em benefício próprio ou de outrem, ou pessoa jurídica, que não poderá
fazê-lo em benefício próprio, evidentemente, prescinde também de capacidade postulatória e
pode ser concedido de ofício pelo juiz.
Para sabermos qual será o órgão competente para o julgamento do habeas corpus é preciso
ter em mente quem é o coator, pois sendo particular ou delegado e outras autoridades que
não tenham foro por prerrogativa de função, esse deverá ser proposto na primeira instância
estadual ou federal, de acordo com a esfera do posto ocupado pelo coator.
Se a autoridade coatora for juiz, será competente a segunda instância à qual ele se encontra
vinculado.
Por fim, se a autoridade coatora for qualquer das pessoas elencadas no art. 102, I, “d” da
CRFB/88, o Habeas Corpus deverá ser impetrado diretamente no STF.
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros do STF;
Procurador-Geral da República;
Ministro de Estado;
Comandante da Marinha;
Exército ou Aeronáutica;
2. Habeas Data
Essa ação ganha grande destaque com o advento da Lei Geral de Proteção de Dados, uma vez
que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com suas informações sensíveis e sigilosas
perante bancos de dados.
A previsão do habeas data está no artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição Federal:
b) Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo.
Vale destacar que o habeas data possui regulamentação própria na Lei 9.507/1997.
Para ser impetrado, deve haver prova da tentativa de acesso ou correção de dados de forma
administrativa perante o órgão público.
Para saber mais, leia nosso artigo completo sobre habeas data.
E para sua impetração, enfim, é necessário haver direito líquido e certo, e todas as provas
devem acompanhar a peça inicial, que prescinde de forma específica.
Legitimidade passiva: toda a Administração Pública direta ou indireta, bem como pessoas
jurídicas de direito privado que mantenham banco de dados aberto ao público.
O art. 20 da Lei 9.507/1997 dispõe que o habeas data será julgado originariamente pelo(s):
Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da
República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
Juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos
tribunais federais;
3. Mandado de Segurança
Esse remédio constitucional tem como objetivo proteger um direito líquido e certo que está
sob ameaça ou foi violado por uma autoridade ou órgão público.
Seu cabimento é subsidiário, ou seja, somente será utilizado nos casos em que não for cabível
habeas corpus ou habeas data.
Ou seja, é utilizado sempre que um cidadão desejar combater um ato ilegal ou abusivo, que
fira algum de seus direitos constitucionais, desde que não seja o direito de ir e vir (liberdade) e
o acesso à informação.
Além disso, ele pode ser dividido em individual e coletivo, sendo o primeiro referente a
direitos individuais, e o segundo referente a direitos de determinadas entidades.
O mandado de segurança está previsto no art. 5º, incisos LXIX e LXX da Constituição Federal:
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público;
Diferente do habeas corpus e habeas data, o mandado de segurança não é gratuito. Para ser
impetrado, é necessário contar com um advogado.
Legitimidade ativa nos mandados de segurança individuais: qualquer pessoa física ou jurídica e
universalidades de direito que estejam sob ameaça ou que tenham sofrido violações a direito
líquido e certo do qual são titulares.
Legitimidade ativa nos mandados de segurança coletivos: estão elencados no art. 5º, LXX da
CRFB e no art. 21 da lei 12.016 de 07 de agosto de 2009, e são:
STJ, quando for contra ato do Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército,
da Aeronáutica ou do próprio Tribunal. E em recurso ordinário decididos em única instância
pelos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados, Distrito Federal e
territórios, quando a decisão for denegatória.
TRF, contra atos do próprio Tribunal ou de Juiz Federal (art. 108, I, c).
Juízes Federais, contra atos de autoridades federais, salvo as de competência dos tribunais
federais (art. 109, VIII).
Para saber mais, leia nosso artigo completo sobre mandado de segurança.
4. Mandado de Injunção
Seu objetivo é fazer valer uma norma constitucional, quando não existir uma lei
regulamentando o exercício de um determinado direito fundamental.
No que concerne ao Mandado de Injunção coletivo, a Lei 13.300/16 dispõe em seu art. 13 que
a sentença somente fará coisa julgada aos integrantes da coletividade demandante.
A natureza da decisão de procedência por parte do órgão judicante também foi objeto de
questionamentos doutrinários, tendo em vista que, tento em decorrência do princípio da
separação dos poderes quanto pelo fato de não ser atribuição típica do judiciário legislar, esse
não ter poderes de suprir a falta de norma regulamentadora através de atividade legiferante,
questionando-se então se a sua postura deveria ser não concretista ou se de fato deveria
tomar providências práticas à efetivação do direito objeto da demanda.
Aos poucos, as decisões eminentemente não concretistas foram cedendo espaço para decisões
mais substantivas, em que a posição concretista do Supremo Tribunal permite que o Judiciário,
por meio de uma decisão constitutiva, declare a existência da omissão administrativa ou
legislativa e implemente o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa constitucional até
que sobrevenha regulamentação do poder competente.
Legitimidade ativa: são legitimados para propor essa ação todas as pessoas, físicas e jurídicas,
titulares de direitos, liberdades ou prerrogativas fundamentais cujo exercício esteja obstado
pela ausência de norma regulamentadora.
Quanto ao Mandado de Injunção coletivo, o art. 12 da lei em comento traz o seguinte rol de
legitimados para a sua propositura:
Ministério Público, se tutela for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
Partido político com representação no Congresso Nacional, desde que para resguardar direitos
e prerrogativas de seus integrantes ou que a demanda guarde relação com a finalidade
partidária;
Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção
dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados.
Legitimidade passiva: será legitimado passivo o órgão competente para a edição da norma.
Para saber mais, leia nosso artigo completo sobre mandado de injunção.
5. Ação Popular
Os bens e direitos amparados por essa lei são a moralidade administrativa, o meio ambiente e
o patrimônio histórico e cultural.
A ação popular está prevista no art. 5º, inciso LXXIII da Constituição Federal, que diz:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Além disso, a lei prevê que quais atos são considerados nulos, a competência para julgamento
da referida ação, os sujeitos passivos do processo e todas as etapas do procedimento judicial.
Entidades
Autárquicas;
De empresas públicas;
De instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou
concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua;
A ação civil é outro remédio constitucional, que se diferencia no aspecto do seu ajuizamento.
Enquanto para os demais remédios o cidadão pode ajuizar a ação, por meio de advogado, no
caso da ação civil pública ele não pode fazê-lo; apenas as entidades indicadas em lei específica
podem ajuizá-la.
O objetivo da ação civil pública é proteger direitos difusos e coletivos da sociedade, ou seja,
bens que são de interesse de todos os cidadãos ou de grupos específicos. São eles:
O meio ambiente;
Direitos do consumidor;
A ordem econômica;
A ordem urbanística;
A possibilidade de ajuizamento da ação civil pública está prevista no art. 129, inciso III, da
Constituição Federal, que diz:
[…]
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Mas, vale destacar, não é apenas o Ministério Público que pode ajuizá-la.
A Lei 7.347/85, responsável por regulamentar a ação civil pública, define que o remédio
constitucional também pode ser ajuizado pela Defensoria Pública, pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, por autarquias, empresas públicas, fundações e sociedades de economia
mista, bem como associações que cumprirem os requisitos legais.
O art. 5º da Lei 7.347/85 traz como legitimados para interpor essa ação os seguintes:
Ministério Público;
Defensoria Pública;
Associação que esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil e que
inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos
raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico.
O requisito de pré-constituição, aqui descrito, poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja
manifesto interesse social, de acordo com a dimensão ou característica do dano, ou relevância
do bem jurídico a ser protegido, nos termos no § 4º do art. 5º da mencionada lei.
Após a propositura, é possível que um dos legitimados desista de prosseguir no feito, o que
fará de forma fundamentada, caso em que o Ministério Público ou outro legitimado poderão
dar continuidade. Ademais, o Poder Público e outras associações podem habilitar-se como
litisconsortes de qualquer das partes
O juízo competente será o do local do dano, sendo esta uma regra de competência absoluta, e,
ainda, ressalta-se que o juízo que a receber se tornará prevento para ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Para saber mais, leia nosso artigo completo sobre ação civil pública.
Qualquer cidadão pode ingressar com os remédios constitucionais, com exceção da Ação Civil
Pública.
O habeas corpus é o único remédio constitucional que não necessita de advogado; todos os
demais precisam da presença do profissional judicialmente.
Conclusão
Diante do exposto, nota-se que os remédios constitucionais são instrumentos de grande valia
para os cidadãos, pois contribuem para assegurar diversos de seus direitos fundamentais.
Por outro lado, o tema é de essencial conhecimento, também, para os advogados, visto que
para boa parte deles é necessário a presença do profissional para ingressar com a ação.
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Palestrante, professor e um apaixonado por um mundo jurídico cada vez mais inteligente e
eficiente.
VIEW COMMENTS
Humberto da Cunha
Parabéns! Excelente matéria para quem está começando no curso de direitos como eu.
(Primeiro semestre de direito da Anhanguera – São José dos Campos).
Jamille
O artigo ajuda muito e é esclarecedor mas por ser um site de caráter jurídico existem muitos
erros de português e gramática escrita, que acaba confundindo o leitor que for um pouco leigo
do assunto.
Tiago Fachini
Olá, Jamille! Obrigado pelo seu comentário. Vamos revisitar esse artigo, fazendo uma revisão
no texto.
Um abraço!
Vanessa Garcia
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