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2ª FASE OAB – PEÇAS PROFISSIONAIS PASSO A PASSO

Direito Constitucional – Mandado de Injunção Individual e Coletivo


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MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO

Existem normas de eficácia limitada, que precisam ser regulamentadas. O mandado de


injunção serve para regulamentar os artigos e incisos da Constituição que não foram regula-
mentados por se tratarem de normas de eficácia limitada.

MANDADO DE INJUNÇÃO
Fundamentação
CF/88:

Art. 5º (…)
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacio-
nalidade, à soberania e à cidadania;

Trata-se de uma tutela de direitos subjetivos constitucionais, cujo exercício esteja impe-
dido pela ausência de norma reguladora.

O PULO DO GATO
Na ADO, o processo é objetivo. No mandado de injunção, há uma tutela de direitos subje-
tivos constitucionais.

ATENÇÃO
O impetrante deve ser beneficiário do direito. Portanto, quem não é servidor público não
pode pleitear em juízo a elaboração da lei de greve, por exemplo.

Mandado de Injunção:
• Individual: pessoa natural ou jurídica;
• Coletivo: art. 12 da Lei 13.300/16;
• Polo passivo: quem tem o dever de elaborar a norma regulamentadora.
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O PULO DO GATO
O mandado de injunção ou de segurança de pessoa jurídica não serão, necessariamente,
coletivos.
5m

Competência
O mandado de injunção pode começar no STF, STJ ou TJ, mas também pode começar
em 1º grau.
A competência será do:
• STF – art. 102, I, “q”, CF – se quem deveria propor o propor o projeto era:
- Presidente da República;
- Congresso Nacional;
- Câmara dos Deputados;
- Senado Federal;
- TCU;
- Tribunais Superiores;
- STF.
• STJ – art. 105, I, “h”, CF – se quem deveria propor o propor o projeto era:
- Órgão ou entidade federal, da administração direta ou indireta, exceto os casos
de competência do STF, Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e
Justiça Federal.
• TJ, se quem deveria propor o propor o projeto era:
- Governador;
- Prefeito de Capital;
- Secretário de Estado;
- Mesa da Assembleia Legislativa.

O restante começa em 1º grau.


Lei n. 13.300/16:
Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regula-
mentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
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Se a questão mencionar a falta de uma norma regulamentadora para tornar viável o exer-
cício dos direitos e liberdades constitucionais, caberá mandado de injunção.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas
editadas pelo órgão legislador competente.
Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou
jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no
art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma
regulamentadora.
10m
Trata-se, neste artigo, do mandado de injunção individual. Além disso, também são trazi-
das as legitimidades ativa e passiva.
Art. 4º A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará,
além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado.
(…)
Art. 5º Recebida a petição inicial, será ordenada:
I – a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a se-
gunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias,
preste informações;

Obs.: O pedido é semelhante àquele feito no habeas data.


II – a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica inte-
ressada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito.

Se é o governador que tem de propor um projeto de lei, por exemplo, a ação vincula-se
ao Estado.
Art. 7º Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que
opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão.
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:

Este artigo trata dos efeitos do mandado de injunção, relacionando-se a uma posição
concretista intermediária, logo, não há adoção de extremos.
15m
I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prer-
rogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação
própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

O dispositivo acima coincide com o pedido.


Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
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I – pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa
da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
II – por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de
direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
III – por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em fun-
cionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prer-
rogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus
estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;

É mais comum que o candidato tenha que se colocar como organização sindical, enti-
dade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
1 (um) ano.
IV – pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promo-
ção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma
do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.

DIRETO DO CONCURSO
20m
1. (XXII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE) Servidores públicos do Estado Beta, que traba-
lham no período da noite, procuram o Sindicato ao qual são filiados, inconformados por
não receberem adicional noturno do Estado, que se recusa a pagar o referido benefício
em razão da inexistência de lei estadual que regulamente as normas constitucionais
que asseguram o seu pagamento.
O Sindicato resolve, então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o ade-
quado remédio judicial, a fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus filiados,
da supramencionada prerrogativa constitucional, sabendo que há a previsão do valor
de vinte por cento, a título de adicional noturno, no Art. 73 da Consolidação das Leis
do Trabalho.
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo Sindica-
to, utilizando o instrumento constitucional adequado, elabore a medida judicial cabível.
(Valor: 5,00)
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COMENTÁRIO
Como figura um Sindicato no polo ativo, sabe-se que a ação será coletiva, isto é, um man-
dado de injunção coletivo ou um mandado de segurança coletivo.
A inexistência de lei estadual que regulamente as normas constitucionais indica que se
trata de um mandado de injunção. Essa indicação é confirmada pela menção, pelo enun-
ciado, do ingresso de um remédio judicial.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Ana Paula Blazute.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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