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CONSTITUCIONAL II

MÓDULOS

Módulo I – Controle de Constitucionalidade


Módulo II – Introdução aos direitos e garantias fundamentais
Módulo III – Direitos e deveres individuais e coletivos
Módulo IV – Tutela constitucional das liberdades
Módulo V – Direitos sociais
Módulo VI – Direito de nacionalidade.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

PREMISSAS: CONSTITUIÇÃO RÍGIDA e SUPERIORIDADE FORMAL

PIRAMIDE DE KELSEN

CF Art. 1º ao 250 + TIDH aprovados com quórun de EC

Lei ordinária
Lei Complementar
Lei Delegada
Medida Provisória
Decreto legislativo
Resoluções
. CONCEITO

Serve para verificar a adequação de uma lei com a constituição, verificando


compatibilidade formal e material.
As normas constitucionais positivadas (art. 1º ao art. 250) são utilizadas como
parâmetro de controle de constitucionalidade (bloco de constitucionalidade) além da
inovação do trazida pelo § 3º do art. 5º com a EC-45.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
2. FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE

2.1 QUANTO AO TIPO DE CONDUTA:

A) INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO: ocorre quando o poder público pratica


conduta positiva incompatível com a CF/88. Os instrumentos de controle são: ADI,
ADC e ADPF (CONTROLE CONCENTRADO) e demais ações judiciais (CONTROLE
DIFUSO).
B) INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO: ocorre quando a constituição
determina uma conduta e o poder público se omite. Apenas as normas constitucionais
de eficácia limitada (que são aquelas dirigidas especificamente aos poderes públicos
exigindo lei para sua aplicação) ou não auto-aplicáveis ou não auto-executáveis
podem sofrer inconstitucionalidade por omissão. Os instrumentos de controle são:
ADO e MI (mandado de injunção).
2.2 QUANTO A NORMA CONSTITUCIONAL OFENDIDA:

- FORMAL
- INCONSTITUCIONALIDADE
- MATERIAL

- INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL: relacionada ao procedimento/processo


legislativo tratado nos art. 59 e seguinte da CF.

- FORMAL SUBJETIVA

Existem duas espécies:


- FORMAL OBJETIVA
1 - INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL SUBJETIVA: relacionada ao sujeito, à competência
para a prática do ato. (FASE DE INCIATIVA). Ex: art. 61, § 1º

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica
ou aumento de sua remuneração;
2 - INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL OBJETIVA: relacionada ao procedimento
administrativo. (FASE CONSTITUTUVA e COMPLEMENTAR).

Ex: art. 69 estabelecem o quórum de aprovação de LC:

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.


B) INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL: refere-se a normas de fundo
da constituição, que impõem deveres e concedem direitos. Ex: lei
preconceituosa que fere o princípio da igualdade.
3 – ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

3.1 - QUANTO AO MOMENTO

3.2 - QUANTO A NATUREZA DO ÓRGÃO CONTROLADOR

3.3 - QUANTO A COMPETÊNCIA


- PREVENTIVO

3.1 – QUANTO AO MOMENTO

- REPRESSIVO
- CONTROLE PREVENTIVO:

Pretende impedir que a norma inconstitucional ingresse no


ordenamento jurídico.
É exercido pelo Poder Legislativo, Executivo e pelo Judiciário.

Controle exercido pelo Poder Legislativo:

- é feito pelas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) da


Câmara de Deputados e do Senado Federal.
Controle exercido pelo Poder Executivo:

- Veto jurídico:

§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá- lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e
comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os
motivos do veto.
- Controle Exercido pelo Poder Judiciário – Mandado
de Segurança

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:


I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
- CONTROLE REPRESSIVO:

É retirada do ordenamento jurídico da lei que viola a


constituição.

No Brasil, será exercido, EM REGRA pelo PODER JUDICIÁRIO,


mas também pode ser exercido pelo Poder Legislativo, pelo Executivo.
Hipóteses de Controle Repressivo pelo Poder Judiciário: será exercido
pela via DIFUSA e CONCENTRADA.
- Hipóteses de Controle Repressivo pelo Poder Legislativo
O poder legislativo o faz apenas em dois casos:
1) art. 49, V, CF/88:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

- Ex: controle quanto à lei delegada (art. 68): o presidente solicita a delegação ao CN
que, através de resolução (art. 59), poderá delegar ao chefe de executivo a atribuição para
tratar de determinado assunto, estabelecendo os limites da delegação. Se o presidente
exorbitar esses limites da delegação, o CN poderá editar Decreto Legislativo (art. 49, V),
sustando (suspendendo) a parte do ato que exorbitou os limites da delegação legislativa.
2) art. 62, CF/88 – Medidas Provisórias

O CN pode analisar a MP quanto ao: (a) aspecto formal: relevância e


urgência; (b) aspecto material (conteúdo da MP); (c) quando for rejeitada a MP na
mesma sessão legislativa (art. 62, § 10º, da CF).

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção
ou veto do Presidente da República.
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
Hipótese de controle repressivo exercido pelo
Poder Executivo:

De acordo com alguns doutrinadores e STF ( não há previsão legal) , de forma


excepcional, o Poder Executivo pode realizar controle repressivo de
constitucionalidade.

O Chefe do Executivo pode deixar determinar aos seus órgãos subordinados


que deixem de aplicar administrativamente as leis ou atos normativos que
considere inconstitucionais.

Vide: ADI MC 221.


3.2 QUANTO A NATUREZA DO ÓRGÃO CONTROLADOR
Analisa o órgão que tem função principal de controle REPRESSIVO de
constitucionalidade.

- CONTROLE POLÍTICO

É exercido por órgãos que não pertence ao Poder Judiciário. Normalmente o


Poder Legislativo e o Executivo. Ex: França, Polônia.

- CONTROLE JURISDICIONAL, JUDICIÁRIO OU JURÍDICO

É aquele no qual cabe ao judiciário, principalmente, o exercício do controle.


Ex.: BRASIL e EUA.
- CONTROLE MISTO

É aquele que conjuga os dois sistemas de controle. Assim, dependendo do


tipo de lei o controle será exercido precipuamente ou pelo poder judiciário ou por
órgão criado especificamente para isso. Ex: na Suíça, o controle de leis federais é feito
pelo poder legislativo (sistema político), mas o de lei local (feitas pelos entes
federados: Cantões) é feito pelo judiciário (sistema jurisdicional).
3.3 QUANTO A COMPETÊNCIA

O nosso modelo de controle de constitucionalidade é o jurisdicional, do tipo


misto, porque quanto a competência do poder judiciário para o controle ele pode ser
dividido em:

- DIFUSO
- CONCENTRADO
- MISTO
- CONTROLE DIFUSO OU NORTE AMERICANO

É aquele que pode ser exercido por qualquer órgão do judiciário (juiz ou
tribunal). É assim chamado porque não existe uma competência definida,
podendo ser
exercida por qualquer um.
Surgiu nos EUA, em 1803, no caso Marbury vs. Madson (julgado por John
Marshall). Por isso, ficou conhecido como Norte Americano (Common Law).
No Brasil, surgiu com a CF/1891 que foi a primeira Constituição Brasileira
Republicana.
- CONTROLE CONCENTRADO OU SISTEMA AUSTRÍACO

É aquele que se concentra em apenas determinado órgão, tribunal. (STF e TJ).


Surgiu na Áustria, em 1920. Foi elaborado por Hans Kelsen. Adotado pela maioria
dos países europeus (civil law). No Brasil, foi introduzido pela EC 16 de 1965 (CF/46).

- CONTROLE MISTO

Adota os dois tipos de controle: difuso e concentrado. Adotado no Brasil e em


Portugal.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL

LEGISLATIVO (Comissão Const. E Justiça)


PREVENTIVO
EXECUTIVO (Veto jurídico)

JUDICIÁRIO ( Mandado de Segurança)


- Difuso ou via de Exceção ou
de Defesa

Regra: PODER JUDICIÁRIO

REPRESSIVO - Concentrado: ADI, ADO, ADI


INTERVENTIVA, ADC E
ADPF

- art. 62, §5º


Exceção: PODER LEGISLATIVO
- art. 49, V
PODER EXECUTIVO
EXERCÍCIO DO CONTROLE JURISDICIONAL

6. CONTROLE DIFUSO OU CONCRETO (via de exceção ou defesa)

Difuso (qualquer órgão do judiciário) e concreto (proteção de direitos


subjetivos).
A finalidade principal é proteção de direito subjetivo. Por isso a pretensão é
deduzida em juízo através de um processo constitucional subjetivo. A
inconstitucionalidade é a causa de pedir e não o pedido.
- Por via de exceção ou defesa;
- Efeitos somente para as partes, não sobre terceiros;
- Declaração: pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos membros do
Tribunal (art. 97).
6.1. Efeitos do controle difuso:

- Quanto ao aspecto subjetivo


Quanto ao aspecto subjetivo, analisam-se os sujeitos atingidos pela
decisão.
Em regra, os efeitos da decisão são Interpartes.

- Quanto ao aspecto temporal da decisão:


Em regra, a decisão tem efeito ex tunc, que significa efeito
retroativo. Nesse sentido, a lei é inconstitucional desde a sua criação
6.2. Cláusula de Reserva de Plenário
Conceito
De acordo com a cláusula de reserva de plenário ou Regra da Full Bench
(Tribunal Completo/Cheio), no âmbito dos tribunais, somente com o voto da maioria
absoluta dos membros do Pleno ou do Órgão Especial pode ser declarada a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo (art. 97 da CF/88), reforçada pela
Súmula Vinculante n. 10.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.
Súmula Vincunlante nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão
do órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.
Delegação

Poderá haver uma delegação do pleno para o órgão especial (art. 93, XI, CF/88).

O órgão especial tem previsão no art. 93, XI, CF/88, podendo receber funções
delegadas pelo pleno, mas apenas no que concerne a funções administrativas e
jurisdicionais. O órgão especial deve ser composto por, no máximo, 25 membros e, no
mínimo, 11 membros.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá
sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
(...)
XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Nesse sentido, a inconstitucionalidade de determinado dispositivo deve ser


reconhecida pelo pleno ou pelo órgão especial.
Exceções à Cláusula de Reserva de Plenário:

Art .481 parágrafo único CPC (art. 949 NCPC)


Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao
plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já
houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal
sobre a questão.

Assim, não se exige o reconhecimento de inconstitucionalidade


pela maioria dos membros do órgão pleno do tribunal:
(a) Quando o pleno do próprio tribunal já houver analisado a questão
anteriormente.
(b) Quando o pleno do STF houver apreciado a inconstitucionalidade, ou
seja, existência de anterior decisão do pleno pelo STF em controle
difuso concreto.

OBS1: A inobservância da cláusula de reserva de plenário gera nulidade


absoluta da decisão.

OBS2: não veda a possibilidade de o juiz monocrático declarar a


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
6.2. Suspensão da execução de Lei pelo Senado

Serve para conceder efeito erga omnes às decisões do STF em


controle difuso de constitucionalidade.
O art. 52, X, CF/88 estabelece a competência do Senado Federal
para suspender, no todo ou em parte, a execução de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do STF em controle difuso.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


(...)
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
- Efeitos da suspensão

A decisão do STF deve ser proferida em controle difuso para ensejar


a suspensão da execução pelo Senado Federal.
No controle concentrado o efeito já é erga omnes e vinculante, não
havendo razoabilidade em o Senado Federal suspender a execução, que
já é feita com a decisão proferida pelo STF (art. 52, X).
No controle difuso (realizado pelo STF, que dá ensejo a suspensão
pelo Senado Federal), os efeitos subjetivos são inter partes (só vale para
as partes envolvidas) e, regra geral, ex tunc (retroativo).
- Já o efeito da suspensão pelo Senado Federal é erga omnes e ex nunc
(efeito temporal), pois o Senado Federal apenas suspende a execução
de Lei que o STF disse inconstitucional. Equivale a uma revogação,
motivo pelo qual não retroage (José Afonso da Silva)
- Natureza do Ato de Suspensão pelo Senado Federal
A suspensão pelo Senado e ato vinculado ou discricionário?
Na doutrina existem os dois posicionamentos:
1ª Corrente: Zeno Veloso: sustenta que o ato seria vinculado. Isso porque, não
poderia o Senado deixar de suspender a lei quando declarada inconstitucional.
2ª Corrente: Manoel Gonçalves Ferreira Filho, STF e Senado: entende que seria
ato discricionário (amplamente majoritário).

O posicionamento mais adotado (SF e STF e maioria da doutrina) é o de que


se trata de ato discricionário. Assim, o Senado Federal não está obrigado a
suspender a execução de lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo STF,
podendo fazê-lo se quiser e quando quiser. Isso porque, o STF, ao declarar a
inconstitucionalidade de lei, faz análise jurídica; enquanto o Senado Federal, ao
suspender a execução, não faz controle de constitucionalidade, mas sim análise
- Suspensão no todo ou em parte

No todo ou em parte se refere à decisão do STF e não a decisão


do Senado. Nesse contexto, quando a CF/88 se refere à suspensão “no
todo ou em parte”, significa que a suspensão da execução da lei pelo
Senado Federal deve se ater aos exatos limites da decisão do STF, ou
seja, se toda lei foi declarada inconstitucional, o Senado Federal só
poderá suspender a lei por inteiro; se for apenas de uma parte, a
suspensão só poderá ocorrer em relação a esta parte.
Assim, o Senado Federal tem discricionariedade para decidir se
vai suspender ou não a lei. Mas, se decidir por fazer, deverá suspender
nos limites da decisão do STF.
7 - CONTROLE CONCENTRADO OU ABSTRATO ( via de ação)

7.1 – Conceito

Visa obter a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato


normativo em tese, independentemente da existência de um caso
concreto, visando à obtenção da invalidação da lei.
Sua finalidade é a retirada do ordenamento jurídico de lei ou ato
normativo incompatível com a constituição. O STF atua como
LEGISLADOR NEGATIVO.
7.2. Espécies de ação de controle concentrado:

- ADI – Ação direta de Inconstitucionalidade


- ADC – Ação declaratória de constitucionalidade
- ADO – Ação direta de Inconstitucionalidade por omissão
- ADPF – Ação de descumprimento de preceito fundamental
- ADI INTERVENTIVA
7.3 - Previsão legal:

- art. 103, §1º e 3º da CF/88


- Lei 9.868/99 - ADI, ADC
- Lei 12.063/09 - ADI por omissão
- Lei 9.882/99 – ADPF
- art. 34, VI e VII da CF – ADI Interventiva
- Regimento interno STF: art. 169/178 (subsidiariamente)

7.4 – Competência

STF: Supremo Tribunal Federal


TJ: Tribunal de Justiça - Atos normativos estaduais ou municipais
contra a Constituição Estadual (art. 125, §2º, CF).
8 – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – ADI

8.1. LEGITIMADOS:
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
8.1.2 PERTINÊNCIA TEMÁTICA:

É a relação de pertinência entre a defesa do interesse específico


do legitimado e o objeto da própria.
Para os legitimado universais, presume-se de forma absoluta a
pertinência temática, em face de suas próprias atribuições institucionais
(legitimação ativa universal)
- Legitimados Universais:
- Presidente da República;
- a Mesa do Senado Federal;
- a Mesa da Câmara dos Deputados;
- Procurador-Geral da República;
- o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
-partido político com representação no Congresso Nacional;
- Necessidade de pertinência temática:
- a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
- o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
- confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional
8.3 OBJETO:

- Lei ou ato normativo FEDERAL OU ESTADUAL, posteriores à CF/88

Normas anteriores não são passíveis de controle concentrado (salvo por meio de
ADPF) somente controle difuso.

Controle da Compatibilidade CF/88 Controle da Constitucionalidade


Material Formal e Material

Norma pré-constitucional Norma Pós-constitucional


OBS: A lei do DF pode tratar de matéria estadual ou
municipal. Se tiver conteúdo de lei estadual pode ser
objeto de ADI, já se for de conteúdo municipal não
pode ser objeto de ADI (Súmula 642 do STF).
8.3. PROCEDIMENTO (Lei n. 9.868/99)

Art. 3 A petição indicará:


I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido
em relação a cada uma das impugnações;
(...)
Art. 5 Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.
Art. 6 O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o
ato normativo impugnado.
Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do
recebimento do pedido.
Art. 7 Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de
inconstitucionalidade.
§ 1 (VETADO)
§ 2 O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes,
poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo
anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
Art. 8 Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-
Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual,
no prazo de quinze dias.

Art. 9 Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a
todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.

Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 10 Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por
decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22,
após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo
impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
 a petição inicial é recebida;
 após o recebimento da inicial, o relator do processo
pedirá informações à autoridade da qual emanou o
ato;
 proposta a ação não se admitirá desistência
 após as informações o AGU será ouvido, em 15 dias
 após o PGR será ouvido, em 15 dias
 o relator pedirá data de julgamento
Medida cautelar: comprovado o perigo de lesão irreparável poderá ser concedida
medida cautelar que:
- Opera efeitos erga omnes;
- Conforme art. 11, a concessão da medida cautelar produz efeitos a partir da
decisão: ex nunc. (OBS: há decisões do STF modulando esses efeitos)

Art. 11.
§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com
efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia
retroativa.
§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso
existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
8.3. 1 Participação do Advogado Geral da União em Controle Abstrato

Art. 103, § 3º, CF/88.

§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar inconstitucionalidade, em tese, de


norma legal ou ato normativo, citará, previamente, Advogado-Geral da União, que
defenderá o ato ou texto impugnado.

Ao contrário do PGR, o AGU só participa de uma ação de controle concentrado


abstrato: ADI. Não participa da ADC.

Desempenha a função de defender a constitucionalidade da lei impugnada no


controle concentrado abstrato, atuando como defensor legis.

É o curador da lei questionada perante o STF; zelará pelo Princípio de Presunção da


Constitucionalidade das Leis. É obrigado a defender tanto Lei Federal como
Estadual, por isso é ‘citado’ e não ‘intimado’.

Na ADC não há sua participação, porque o legitimado que a ajuizou já defende a


constitucionalidade da lei.
8.3.1.1. Dispensa de Defesa da Constitucionalidade de Lei Impugnada
pelo AGU

(a) O AGU estará dispensado de defender a constitucionalidade de lei quando o


próprio STF, em decisão anterior, já tiver afirmado que a tese jurídica discutida é
inconstitucional (STF).

(b) Também não está obrigado quando a defesa da constitucionalidade da lei


contrariar interesse da União. O Supremo entende que, como a função principal do
AGU é o de Chefe da Advocacia Geral da União, não seria razoável atribuir a ele a
defesa do ato, contrariando interesse da União.
8.3.2 Participação do Procurador Geral da República
Art. 103, § 1º, CF/88

Art. 103
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas
ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.

Há participação do PGR em todas as ações de controle concentrado abstrato


(ADI, ADC, ADO e ADPF) e em todos os processos em tramitação no STF.

A função do PGR no controle concentrado abstrato é de custus constitutionis;


atua como fiscal da garantia da supremacia da Constituição.
9. Amicus Curiae ( art. 7º, §2º e art. 482, §3º)

Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de


inconstitucionalidade.
§ 1o (VETADO)
§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos
postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no
parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades.

Em tradução literal seria um amigo da cúria (da corte ou do tribunal). O


amicus curiae não é interessado na causa, pois não defende interesse seu. Assim, tem
como função auxiliar e contribuir para a decisão. É figura muito utilizada e inspirada
no direito norte-americano.
9.1 Requisitos de Admissibilidade do Amicus Curiae

A) Requisito objetivo: é a relevância da matéria. Não é qualquer assunto que admite a


participação de amicus curiae.

B) Requisito subjetivo: é a representatividade do postulante. Refere-se à


representatividade na sociedade.
Art. 482
§ 3o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade
dos postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros
órgãos ou entidades.

A análise do preenchimento desses requisitos deve ser realizada pelo Relator, em


despacho irrecorrível, que poderá permitir ou não a participação de amicus curiae
9.2 Amicus Curiae em ADC e ADPF

Não existe previsão do amicus curiae para a ADC e da ADPF. Mas, por analogia legis,
tem se aplicado o art. 7º, § 3º, da L. 9.868 para ADC e ADPF .

9.3. Sustentação Oral do Amicus Curiae

O STF tem admitido sustentação oral, embora não exista previsão legal. (Ex: ADI
3.510), além de defesa por petição escrita.
10 – Efeitos:

10.1 – quanto ao aspecto subjetivo:

Analisam-se os sujeitos atingidos pela decisão.


- Na decisão de controle abstrato: erga omnes.

Toda decisão proferida em controle abstrato tem efeito erga omnes, O efeito
erga omnes atinge a todos, tanto os particulares quanto os poderes públicos.
Art. 28. (...)

Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade,


inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de
inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito
vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública
federal, estadual e municipal.

OBS: Na decisão de controle difuso: interpartes


10.2 – quanto ao aspecto temporal da decisão:

- ex tunc: regra geral


- ex nunc: exceção
- pro futuro:exceção
Os efeitos da decisão no tempo podem ser:
Efeito Ex Tunc

Em regra, a decisão tem efeito ex tunc, que significa efeito retroativo. Nesse
sentido, a lei é inconstitucional desde a sua criação. Toda decisão judicial terá efeito
ex tunc quando não for ele definido expressamente de forma diversa.

Mas o STF pode fazer a modulação temporal dos efeitos da decisão, fixando
expressamente outro momento para que a norma passe a produzir efeitos. É
necessária para tanto uma maioria qualificada de 2/3.

Efeito Ex Nunc
É aquela decisão que tem efeito a partir da decisão, ou seja, não retroativa.
Efeito Pro Futuro
O STF pode fixar um momento específico para que a decisão passe a produzir
efeitos.
A modulação temporal dos efeitos da decisão pode ser feita quando
justificada em razoes de (a) segurança jurídica; (b) excepcional interesse social e pelo
voto de 2/3 dos ministros do STF.

- Assim, MODULAÇÃO DOS EFEITOS:


– 2/3 membros do STF
– interesse social OU segurança jurídica
Art. 27 ( Lei 9868/99): Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e
tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social,
poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de
seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
- JULGAMENTO:

- maioria absoluta- art. 97 da CF e art. 22 da Lei 9868/99

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou


do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos
oito Ministros.
- Efeito vinculante - art. 102, §2 da CF e art. 28 da Lei 9868/99

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
(...)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas
ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
(...)
Art. 28 ( Lei 9868/99) Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da
decisão, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da
Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão.
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade,
inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de
inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito
vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública
federal, estadual e municipal.
A vinculação se dará:
- aos demais órgãos do Poder Judiciário
- administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
( Poder executivo)

OBS: O poder legislativo não fica vinculado para se evitar o fenômeno da


FOSSILIZAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO

- Reclamação: art. 102, I, “l”


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
l - a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões;
11 – AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE – ADC

Caráter Dúplice ou Ambivalente da ADC e da ADI


\
Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta
ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade,
julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória

-A ADC é uma ADI com o sinal trocado. São ações que têm a mesma
natureza. Assim, uma ADI julgada procedente equivale a uma ADC
improcedente e vice-versa.
- Introduzida pela EC nº 3/93 e alterada pela EC nº 45/03;
- Art. 102, I, “a”;
- Órgão competente para processar e julga: STF.

- Finalidade: Transformar a presunção relativa de constitucionalidade em presunção


absoluta, em virtude de seus efeitos vinculantes. Transferir ao STF a decisão sobre
a constitucionalidade de um dispositivo legal que esteja sendo duramente atacado
pelos juízes e tribunais inferiores, afastando-se o controle difuso de
constitucionalidade.

- Legitimidade: Os mesmos co-legitimados à propositura da ADI (art. 103).


- Objeto: Lei ou ato normativo FEDERAL, posteriores à CF/88.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

OBS 1: Lei Estadual não pode ser objeto de ADC.


Leis municipais não podem ser objeto de ADI nem ADC. Só podem
ser objeto de ADPF ou controle difuso.
OBS 2: Lei do DISTRITO FEDERAL não pode ser objeto de ADC, pode ser
de ADPF. A lei do DF pode tratar de matéria estadual ou municipal. Se
tiver conteúdo de lei estadual pode ser objeto de ADI, já se for de
conteúdo municipal não pode ser objeto de ADI (Súmula 642 do STF).
- Pressuposto para ajuizamento: demonstração de comprovada controvérsia judicial,
relacionando as diversas ações em andamento em juízos ou tribunais, que coloque em
risco a presunção de constitucionalidade do ato normativo sob exame (que não existe
para a ADI)

Art. 14. A petição inicial indicará:


I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos
jurídicos do pedido;
II - o pedido, com suas especificações;
III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da
disposição objeto da ação declaratória.
(...)
A L. 9868 (art. 14, III) exige requisito de admissibilidade,
relacionado à presunção de legitimidade das leis, para que a ADC seja
admitida no STF: a demonstração de controvérsia judicial relevante.

Se não houvesse esse requisito o STF teria a função de órgão de


consulta. Nesse sentido, a questão discutida para justificar ADC deve ser
objeto de mais de 6 ou 7 processos.
- Procedimento:

. Lei 9.868, de 10/11/1999.


- Petição inicial em duas vias, acompanhada de cópias do ato normativo
questionado e dos documentos que comprovam a controvérsia nos órgãos do
Poder Judiciário, e a indicação da lei ou ato normativo questionado.
- Não se admite desistência.
- Desnecessidade da oitiva do A.G.U.;
- Oitiva do P.G.R., na qualidade de custos legis, no prazo de 15 dias;
- Medida cautelar: - Suspende os processos nos quais a lei esteja sendo discutida, pelo
prazo de 180 dias.

Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus
membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de
constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do
ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.

Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará


publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da
decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação
no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.
Assim, deferida a liminar gerará efeitos erga omnes, ex nunc e
vinculantes, havendo comunicações a todos os Tribunais Superiores,
Tribunais Regionais Federais e Tribunais Estaduais;

Deferida a liminar, os órgãos do P. Executivo e Judiciário não


podem mais deixar de aplicar a lei ou ato normativo, alegando a sua
inconstitucionalidade.
- Efeitos da decisão do STF:
- Erga omnes
- Vinculante a todos os órgãos do P. Judiciário e Executivo
-Retroativa(extunc)

OBS: Declarada a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo


federal em ADC, não há a possibilidade de nova análise contestatória da
matéria.
12 – AÇÃO DIRETA DE INCONSTICUIONALIDADE POR OMISSÃO – ADO
- Quanto à eficácia, as normas constitucionais podem ser divididas em:

- plena
- contida
- limitada

12.1. Instrumentos de Controle das Omissões Inconstitucionais:

- Mandado de injunção – controle difuso: art. 5º, LXXT, CF


- Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão – ADO : art. 103, §2º CF e lei
12063/09.
OBS: SINDROME DA INEFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
12.2 – Legitimados:

- Os mesmo da ADI e ADC, art. 12-A da Lei 9868/99.

Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os


legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação
declaratória de constitucionalidade. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).

12.3 – Parâmetro: norma constitucional de eficácia limitada.


12.4 – Efeitos:

- dar ciência ao órgão omisso para:

- Se for órgão administrativo: suprir a omissão em 30 dias, ou prazo superior.

- Se for órgão legislativo: ciência da omissão.

OBS: Na ADO 3682, onde se discutiu a inércia do legislador em elaborar LC


federal, prevista no art. 18, §4º da CF, fixando o prazo de criação de novos Municípios,
o STF deu ciência ao poder legislativo de sua omissão e fixou o prazo de 18 meses para
adotar as providências legislativas necessárias ao cumprimento do dever
constitucional imposto no art. 18, §4º da CF. Todavia, não houve imposição de sanção
para o descumprimento pelo Poder legislativo
12.5 Diferenças entre Mandado de Injunção e Ação de Inconstitucionalidade
Omissão

- Decisão de Mérito no Mandado de Injunção:

1ª Corrente - Não Concretista


2ª Corrente - Concretista
A) Concretista Geral - MI 670, 708, 712: direito de greve dos servidores públicos.
B) Concretista Individual
C) Concretista Intermediária
13. ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
(ADPF)

- Previsão - art. 102, § 1º, CF/88 e L. 9.882/99.


§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental,
decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal, na forma da lei.

- Legitimados:
Os legitimados são os do art. 103 CF (Mesmos da ADI, ADC e ADO)
Hipóteses:
a) evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do
Poder Público;

b) reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato


do Poder Público;

c) quando for relevante o fundamento da controvérsia


constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou
municipal.
- Requisito de Admissibilidade da ADPF: A ADPF só é cabível quando
não houver outro meio eficaz de sanar as lesividades; converte-se em
ADI, quando não puder ser conhecida. (art. 4º, §1º).

Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for
o caso de argüição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum
dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.

§ 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental


quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
- Procedimento: Lei 9.882, de 03/12/1999.

- Concessão de medida liminar: pela maioria absoluta dos membros

- Objeto da ADPF :

1 . Quando ao aspecto temporal:


Pode ser lei/ato normativo anterior ou posterior a CF.
Mesmo lei revogada pode ser objeto de ADPF.
2. Quanto ao aspecto espacial

O ato pode ser federal, estadual ou municipal. Lembrar: ADI –


Lei federal e estadual e ADC – Lei federal.

Assim lei municipal não pode ser objeto de ADC e ADI, mas pode
ser objeto de controle abstrato em face da ADPF.
- Efeitos da decisão

- ex tunc

- modulação temporal dos efeitos da decisão com os mesmos


requisitos da ADI e da ADC: quorum de 2/3 dos Ministros, por razões
de segurança jurídica ou excepcional interesse social.
14 - Ação direta de Inconstitucionalidade Interventiva – ADI – Interventiva

14.1 Intervenção Federal

A regra é o princípio da não intervenção. Os entes públicos federados são


autônomos. Assim, a União não pode intervir nos Estados-membros (art. 36, CF/88). A
intervenção federal (da União nos Estados) é situação excepcional.

14.1.2 Decretação da Intervenção

Legitimidade Ativa:
É do PGR a legitimidade para ajuizar ação interventiva.
14.1.3 Parâmetro para ajuizamento da ADI Interventiva:
a) Quando o Estado violar princípio constitucional sensível (art. 34, VII, CF/88).
b) Recusa a execução de lei federal (art. 34, VI da CF)

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento
- 14.2 Requisitos (art. 36, III):

a) provimento do STF;
b) representação do PGR;
c) hipóteses de violação de princípio constitucional sensível 34, VII e no
caso de recusa à execução de lei federal.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
(...)
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII,
e no caso de recusa à execução de lei federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Exercícios:
1. Explique os termos:
a) Competência originária;
b) Legitimidade ativa;
c) Legitimidade passiva;
d) Difuso, incidental e “in concreto”;
e) Abstrato e concentrado;
f) “Inter partes”;
g) “Erga omnes”;
h) “Ex tunc”;

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