Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo: Para que o volume da produção de conteúdo jornalístico no rádio seja compreendido
pelo ouvinte é necessário o mínimo de formatação da notícia. Será uma informação para ser
ouvida, portanto deverá conter clareza e objetividade. E o rádio tem uma linguagem própria para
atingir o seu ouvinte; saber usá-la é se comprometer com a compreensão clara da mensagem.
Este projeto pretende analisar matérias veiculadas pelas rádios CBN e Jovem Pan, ambas emis-
soras de São Paulo, e comparar se o que é recomendado nos manuais de redação e por especia-
listas da área é feito na prática diária pelo repórter/redator de rádio. O resultado é apresentar
uma visão panorâmica atual desta atividade que compõe a essência do radiojornalismo.
1. Introdução
A multiplicidade de plataformas de comunicação para noticiar um fato não
mexeu com a função base do jornalismo, que é informar dos acontecimentos mais rele-
vantes socialmente. Como uma das opções, o rádio tem um dos papeis de informar e
entreter. Nele, o ouvinte precisa apreender as informações sem a necessidade de recorrer
a outros suportes, além do áudio. Por isso, texto no jornalismo radiofônico precisa pri-
mar pela clareza e objetividade. Com a preocupação de que o ouvinte deve captar a no-
tícia de maneira instantânea na mesma hora que estiver sendo veiculada, estudiosos na
1
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
2. Desenvolvimento
O uso do rádio como meio de prestação de serviço é de certa forma unânime en-
tre quem está na lida da produção e também por pesquisadores da área. No rádio, “é
necessário ser inteligível - imediatamente inteligível. Uma frase mal construída, uma
expressão ambígua, uma sentença complicada ou uma descrição de fatos sem uma se-
quência lógica podem ser fatais para um noticiário no rádio”. (CHANTLER E HARRIS,
1998, p. 50). Alguns manuais de redação já foram publicados com a intenção de que as
emissoras cobrem das equipes uma linguagem padrão de texto. Isso indica que a estru-
tura da notícia no rádio não é a mesma da usada no jornal impresso ou na televisão.
Diante deste entendimento, o lead do jornalismo de rádio teria seu próprio for-
mato. Se o rádio tem a missão de comunicar, e quando se trata da notícia, informar, de-
ve ser feito da maneira certa. O rigor do formato em nome da compreensão é orientado
por Kopplin e Ferraretto (1992), indicando como cada parte da notícia deve estar mon-
tada. Na prática, inicia-se com “o quê” ou “quem” está sendo tratado, para na sequência
optar por “onde” ou “quando”. Depois disso, é possível trazer outros detalhes, de “co-
mo” aquilo aconteceu e o “por quê”. A notícia deve ser construída por ordem decrescen-
te de importância.
2
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Este artigo busca ainda separar o texto por formatos distintos dentro de um
mesmo programa, mas que estivessem em ambos radiojornais. Quanto a estrutura do
texto, iremos dividir em o Manchetado e o de Narrativa Livre. Na narrativa livre, foram
analisados os textos em formato de nota/notícia, matéria e boletim de repórter.
A estrutura do texto da notícia manchetada é uma tendência que surgiu na déca-
da de 1980, que segundo Zuculoto (2012, p. 92), “ditava ‘moda’ radiofônica no Brasil”.
Nos materiais captados, as notícias manchetadas vêm acompanhadas de sonoras, depo-
imentos em áudio feitos diretamente pelos personagens da notícia. Já na narrativa en-
caixam-se as notas/notícias, matérias e boletins de repórter. Por notas/notícias, conside-
ra-se um pequeno texto corrido lido por somente um dos apresentadores do jornal, sobre
um acontecimento. (BARBOSA FILHO, 2003). O formato matéria é levado ao ar pelo
repórter, com a presença de pelo menos uma sonora. Para boletim de repórter, entende-
se a entrada do repórter ao vivo, seja dentro do estúdio, da redação ou em local externo
ao prédio da emissora. (FERRARETO, 2014). Ao analisar os materiais, este artigo leva
em conta os manuais de redação das duas emissoras, livros publicados e adotados como
referência por estudantes e profissionais de radiojornalismo. O fato das emissoras esco-
lhidas possuírem seus próprios manuais motivou a seleção da Rádio CBN e da Rádio
Jovem Pan. Foram utilizadas também outras bibliografias da área.
3
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Entre as centenas de orientações e dicas dadas pelos manuais das duas emisso-
ras, duas delas se referem ao uso da ordem direta e o cuidado com a voz ativa. A cons-
trução de frases na ordem direta é exigência comum. Para a Jovem Pan, Porchat (2004)
explica que a ordem direta é mais simples de ser entendida, mesmo que elementos da
notícia forcem a formação de uma ordem indireta. O mesmo vale para a CBN, quando
Tavares (2011) ordena sem rodeios que as frases devem ser curtas e estar na ordem dire-
ta. O uso de voz ativa é mais uma preocupação para que a notícia seja captada facilmen-
te. Nos livros que citam a voz ativa (FERRARETTO, 2011; SQUARISI, 2014), há um
esforço para que se deixe de lado a voz passiva em detrimento da ativa.
4
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
gra.
Exemplo 1
Áudio: 08-01-2015 - CBN - ATAQUE REVISTA 1 – NOTÍCIA MANCHETADA
Tempo: 4’26’’
LOCUTOR 1:
Nas redes sociais, chargistas de todo o mundo prestaram homenagens aos mortos pelo terror. A frase
“Je suis Charlie”, Eu sou Charlie, em português, foi uma das mais usadas durante o dia. Para o jornalis-
ta e cientista político William Wack, o ataque fere todos os princípios civilizatórios.
(SONORA)
DI: Eu vivo numa sociedade baseada numa tolerância...
DF: … absolutamente inaceitável.
No exemplo 3, a frase poderia ser desmembrada em duas, pois são duas ideias.
Uma que o cartunista “ficou chocado” e outra que ele “exaltou a obra”. Para Tavares
(2011, p. 83), “A melhor alternativa é desmembrar as informações em um número maior
de frases”. Ao redigir somente o primeiro nome do cartunista em vez do nome comple-
to, o redator seguiu a norma do manual que prevê que quando a fonte é consagrada é
5
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
possível identificá-la pelo nome conhecido, sem abrir mão de citar da função.
Exemplo 3
LOCUTOR 1: Na TV Globo, o CARTUNISTA ZIRALDO disse que ficou chocado com o ataque e
exaltou a obra dos cartunistas franceses mortos, especialmente Georges Wolinsk, mestre dos chargistas
brasileiros.
(SONORA)
DI: É uma coisa imaginável…
DF: ...inclusive a minha geração aqui no Brasil, todo mundo.
6
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
do dia do fato. Tal estratégia é usada para dar sensação de que a notícia é sempre atual.
A primeira frase é o exemplo do lead ideal, com o “que, quem” no início e o “quando”
no final. O manual da Jovem Pan orienta que o “‘ontem’ no lide só deve aparecer quan-
do for necessário à informação, mas nunca no começo da frase”. (PORCHAT, 2004, p.
54).
Exemplo 5
Áudio: 08-01-2016 - JP - ATAQUE REVISTA - NOTÍCIA MANCHETADA
Tempo: 5’19’’
LOCUTOR 1: França INTENSIFICA caçada aos terroristas islâmicos que mataram 12 pessoas na
redação do jornal Charlie Hebdo, em Paris, nesta quarta-feira.
7
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
(SONORA)
DI: Essa coisa de o pessoal…
DF: ...de uma coisa desse tipo.
LOCUTOR 1: O atentado ocorre no momento que se começa a discutir a islamização da França. Dez
por cento da população do país obedece ao alcorão.
LOCUTOR 2: Professor Alexandre Hecker lembra que nesse momento não se deve crucificar segui-
mentos populacionais de culturas diferentes.
(SONORA)
DI: Nós hoje temos uma Europa…
DF: … fora da realidade.
LOCUTOR 1: Mas professor de relações internacionais da USP reconhece que o atentado tende a
fortalecer os extremistas dispostos a barrar imigrantes.
LOCUTOR 2: Samuel Feldberg entende que cabe ao governo francês prosseguir no esforço de inte-
gração dos muçulmanos e barrar os extremismos.
(SONORA)
DI: Por um lado…
DF: … dessa populações imigrantes.
LOCUTOR 1: Foi o segundo atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo que em 2011 foi destruí-
do por um incêndio criminoso.
LOCUTOR 2: Nesta quarta-feira, o presidente norteamericano, Barack Obama, colocou o FBI a dispo-
sição do governo francês para ajudar nas investigações.
LOCUTOR 1: A presidente Dilma Rousseff divulgou nota afirmando que as mortes no Charlie Hebdo
constituem um atentado contra a liberdade de imprensa.
A última frase do trecho, no exemplo 6.2, volta a optar por frases grandes e que
contém mais de uma ação. Salvo se o locutor emendou as frases por conta própria:
Exemplo 6.2
LOCUTOR 2: Em Paris, cem mil pessoas saíram às ruas em solidariedade as vítimas e a mensagem do
jornal estampava na internet Je sui Charlie - Eu sou Charlie, que se espalhou pelo mundo.
2.3 Matéria
Neste material existem diferenças de abordagem entre as matérias das duas rá-
dios. A justificativa para o uso é que ambas tem a declaração do prefeito de São Paulo
em 2015, Fernando Haddad, sobre o questionamento da pouca aparição em público. A
da CBN foi mais ampla, abordando problemas causados pela falta de energia elétrica na
cidade de São Paulo, um dia antes da matéria ir ao ar. Já a Jovem Pan focou na polêmica
da fala do prefeito.
8
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Esta matéria é antecipada por uma introdução (cabeça) lida pelo ânco-
ra/apresentador. Na CBN, o manual orienta que a cabeça seja escrita pelo repórter e não
deve repetir o início do áudio da matéria. (TAVARES, 2011). No exemplo 7, abaixo,
abaixo, pode-se constatar que a regra foi seguida, sendo a cabeça, um chamariz para o
ouvinte ficar atento ao conteúdo. Na formatação, as frases têm tamanho ideal para com-
preensão e estão na ordem direta.
Exemplo 7
9
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
A última frase, do exemplo 7.1 pode ser considera um pouco grande para a faci-
litação da captação do conteúdo. Na assinatura da matéria, foi seguida a orientação do
manual com o registro do local da matéria e o nome do repórter.
10
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
2.4 Nota/notícia
Existem poucas explicações sobre o formato nota e notícia, algo justificável pelo
seu tamanho e simplicidade. Para Barbosa Filho (2003), nota é resultado de uma infor-
mação nova e resumida em poucas linhas com tempo curto, em média 40 segundos. Já
Ferraretto (2014) calcula que uma notícia pode ter aproximadamente um minuto.
11
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
12
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
No exemplo 9, o texto segue a ordem direta e a voz ativa, com frases curtas.
Possui rigor quanto a identificação do cargo e nome. A nota/notícia em si tem 22 se-
gundos. Incluímos aqui o que pode-se considerar o comentário do âncora, o que resultou
num total de 48 segundos. No rádio, existe a possibilidade de repetição de palavras, em
vez de usar sinônimos pouco conhecidos. Porém o redator abusou no uso do pronome
em duas frases seguidas, causando a sensação de pobreza de vocabulário.
Exemplo 9
Áudio: 27-01-2015 - JP - NETINHO DE PAULA – NOTA/NOTÍCIA
Tempo: 48’’
Âncora:
OLHA, o vereador Netinho de Paula, ELE usou verba de gabinete pra pagar um site eleitoral usado em
2014. ELE foi candidato a deputado federal, NÉ, pelo PC do B. ELE pediu reembolso de 27 mil e
quinhentos reais que foram repassados para a empresa PN mídia. A companhia criou o site de campa-
nha do Netinho, que não conseguiu se reeleger. ELE alega ter se equivocado nas contas.
Comentário do âncora:
O Netinho tá se enchendo de coisa, tá se enchendo de denúncia contra ele. Uma hora porque bateu na
mulher. Uma hora porque pegou dinheiro da câmara, porque desviou da daqui, porque foi de lá. Inte-
ressante que eu conheci o Netinho mais ou menos em 1992, 93, quando ele tinha o grupo Negritude
Junior. Ele fez uma campanha, ele fez um trabalho até muito bonito lá pra Cohab de Taipas, na zona
Norte de São Paulo. Eu conheci o trabalho dele lá. De repente virou político, daí virou isso, né.
O termo boletim de repórter é usado aqui para tratar das entradas dos repórteres
ao vivo durante os radiojornais. Alguns livros sobre rádio (FERRARETTO, 2014) che-
gam a nomear boletim de repórter como reportagem, inclusive os próprios manuais das
emissoras analisados neste artigo. Mas aqui, o boletim de repórter terá um caráter de
notícia rápida, que não ultrapassa 60 segundos de duração, com informação de serviço e
utilidade pública.
13
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
14
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Tempo: 49’’
Âncora:
Agora a repórter Renata Perobeli tem informações sobre a cidade de São Paulo. Bom dia, Renata.
Repórter:
BOM DIA Raquel, bom dia ouvintes. Raquel, NA SUA TERRA, NA PARAÍBA, AS FRUTAS CA-
EM DE MADURO, COMO SE DIZ AÍ NO JARGÃO POPULAR. MAS AQUI EM SÃO PAULO AS
ÁRVORES CAEM DE PODRE. E isso aconteceu mais uma vez na Vila Santa Catarina, na rua Djalma
Pinheiro Franco que está interditada. É uma importante via de ligação entre a Cupecê e a região da
avenida Roberto Marinho. Esta… um galho desta frondosa árvore caiu ontem à noite sobre três carros
e ainda acabou destruindo um muro de um condomínio. Resultado: todo mundo sem luz neste calor
infernal na cidade de São Paulo.
3. Conclusão
15
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Foi para verificar a aplicação da linguagem indicada para o rádio que este artigo
se propôs a analisar textos de dois dos principais radiojornais brasileiros. Encontrou-se
um cenário de textos, em sua maioria, seguindo os manuais, mas sofrendo com os desli-
zes possivelmente originados da grande quantidade de informações a se noticiar: algu-
mas frases longas, outros fora da ordem direta, a maioria com preocupação na passagem
entre texto e sonora. Ainda é difícil se desvencilhar da escrita voltada para veículos im-
pressos. Como nos exemplos acima de Notícia Manchetada, Matéria e Nota/Notícia, é
preciso ainda fazer um esforço para diminuir as frases, cada uma com seu verbo e cada
sentença marcando uma ação.
Com a consolidação sem voltas das redes sociais e a publicação dos conteúdos
nos sites da emissoras, fica a tarefa de analisar como o texto pode convergir nas plata-
formas do rádio e da internet. E o rádio mais uma vez só tem a ganhar. Tavares (2011)
também se preocupou com essa convergência e dedicou dois capítulos no Manual de
Redação CBN para os cuidados na publicação do site e a interatividade com o uso de
redes sociais. O perfil do comunicador/âncora no Twitter ou Facebook serve para se
comunicar com o ouvinte, assim como as contas oficiais das emissoras. Squarisi (2011)
recomenda que seja qual for o veículo, a mensagem precisa atender a requisitos essenci-
ais, como clareza, precisão e dinamismo. Mas, estas são questões para novos estudos
sobre o uso da linguagem e a construção de novas estruturas de texto em tempos de
convergência. De qualquer forma, cada meio de comunicação deve continuar com sua
vocação, especificidade, mas o objetivo deve ser o mesmo, informar com respeito e
compromisso com o público.
Referências
16
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
14º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Palhoça – Unisul – Novembro de 2016
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
17