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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Controle de constitucionalidade consiste na verificação da compatibilidade das leis e


dos atos normativos com a Constituição.

Com isso, todos os atos estatais que contrariem diretamente ou indiretamente os


dispositivos constitucionais devem ser objeto de fiscalização, cujo desiderato maior é retirar-lhes
de circulação com a sua declaração de invalidade, em nome da supremacia constitucional.

São dois os sistemas de controle de constitucionalidade:

a) SISTEMA DIFUSO: é aquele exercido por qualquer órgão jurisdicional. Todo e


qualquer juiz exerce controle de constitucionalidade difuso. É chamado de difuso porque seu
exercício ocorre de forma dispersa entre os órgãos do Poder Judiciário.

Os efeitos do controle difuso de constitucionalidade aplicam-se somente às partes,


são inter partes.

b) SISTEMA CONCENTRADO: é exercido por apenas um órgão jurisdicional.


Chama-se concentrado porque não está disponível ao exercício por qualquer juiz. Se o parâmetro
para o controle é a Constituição Federal, apenas o STF o exerce.

Desenvolve-se, em ambiente federal, por meio das ações propostas originariamente


perante o Supremo Tribunal Federal.

Dois são os tipos de inconstitucionalidade que merecem destaque:

✓ INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL: que ocorre quando o conteúdo da lei


ou ato normativo fere a Constituição. Assim, se o conteúdo de uma lei violar as regras ou princípios
constitucionais, poderá ser declarado inconstitucional, pelo vício material.

✓ INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL: na qual o problema, o vício, está no


processo de criação da norma, na sua forma, portanto.

A doutrina majoritária divide a inconstitucionalidade formal em:

a) SUBJETIVA: recai sobre alguma violação à iniciativa (ex.: art. 61, § 1º; 60, I, II e
III; 93, caput, da CF) ou à competência (ex.: arts. 21 a 25; 30, da CF).
b) OBJETIVA: vício nos demais atos do processo legislativo (ex.: rito/procedimento,
discussão, sanção, veto, votação, promulgação).

O controle de constitucionalidade pode ser observado sob diversos aspectos, a seguir


analisados:

✓ COM RELAÇÃO AO MOMENTO: a) Preventivo: quando exercido sobre a norma


durante o seu processo de elaboração com o intuito de evitar que entre em vigor norma violadora
da Constituição. O objeto do controle é o “projeto de lei” ou a “proposta de emenda”. b)
Repressivo: quando exercido sobre a norma pronta, acabada, e visa à paralisação de sua
eficácia. Seu objeto, por conseguinte, é a “lei” ou a “emenda”, já promulgadas.

QUANTO AO ÓRGÃO: a) Político: quando realizado por órgãos políticos como o


Poder Legislativo e o Poder Executivo, em regra (Ex.: parecer da CCJ) b) Jurisdicional: quando
realizado apenas por quem presta jurisdição: só por juízes ou órgãos do Poder Judiciário.

São ações do controle concentrado a:

a) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: é a principal ação do controle


concentrado federal abstrato de constitucionalidade e visa defender a Supremacia da Constituição.

Com previsão no art. 102, l, "a" da CRFB/88 e a Lei 9868/99, a referida ação visa
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.

b) AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE: sua finalidade é a de


obter do STF uma decisão de cunho declaratório, quanto à constitucionalidade de determinada lei
ou ato normativo federal sobre o qual existiam sérias divergências jurisprudenciais (art. 102, l, "a"
da CRFB/88)

c) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO: cabível


quando há omissão legislativa no que diz respeito a norma constitucional de eficácia limitada,
pendente de regulamentação.

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: só será


admitida quando inexistir outro meio eficaz para sanar a lesão a preceito fundamental.

A legitimidade ativa é um aspecto comum das ações do controle concentrado.


São legitimados para propor as ações do controle concentrado de constitucionalidade
os órgãos, entidades ou pessoas previstas no art. 103, da CF.

A doutrina divide tais legitimados em: a) especiais (aqueles previstos nos incisos IV,
V e IX); e b) universais (aqueles previstos nos incisos I a IIIe VI a IX).

Do primeiro grupo - os especiais - é exigida a pertinência temática.

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