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2023
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
\ Leia a Lei:
ͳ Artigos 1º; 18; 36, III; 34, VII; 35, IV; 52, X; 59; 84, X; 127, § 1º; 97; 102, I, “a”, § 2º; 103 e 125, § 2º, da
CF.
ͳ Artigo 949, parágrafo único, do CPC/2015.
ͳ Artigos 7º; 11; 12-A; 12-H; 12-F; 21 e 27, da Lei 9.868/99.
ͳ Artigos 1º; 2º, 4º; 5º; 10; 11; 12 e 13, da Lei 9.882/99.
ͳ Lei 12.562/11.
1. CONCEITO E PRESSUPOSTOS
Controlar a constitucionalidade de uma norma nada mais é do que exer-
cer uma atividade de fiscalização da validade e conformidade das leis e atos
normativos do poder público, à vista de uma Constituição dotada de supre-
macia. Assim, através do controle de constitucionalidade é possível aferir
se uma lei ou ato normativo está, formal e materialmente, compatível com a
Constituição, ou se está chocando com os seus preceitos.
A partir desta noção pode-se afirmar que para a existência do controle
de constitucionalidade é necessário o atendimento de três pressupostos, a
saber: existência de uma Constituição formal, existência de uma Constituição
rígida (porque dotada de supremacia) e existência de, pelo menos, um órgão
com competência para o exercício do controle.
A despeito dessa compreensão, há na doutrina quem entenda possível o
controle em Constituições flexíveis. Entretanto, em provas objetivas, deve-se
seguir a orientação da rigidez constitucional como pressuposto.
\ Atenção
No Brasil, por influência da teoria norte-americana da ‘judicial review of legislation’ – revisão judicial
dos atos legislativos –, desde o surgimento do controle difuso de constitucionalidade (Constituição
Republicana de 1891), compete, como regra, a órgãos do Poder Judiciário o exercício desse controle.
2. ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
Não existe apenas e tão somente uma espécie de inconstitucionalidade.
Por isso, se passará a estudar agora os diversos vícios que podem macular a
constitucionalidade de uma lei ou ato normativo do poder público.
a) Ação x Omissão
A inconstitucionalidade por ação (também chamada de positiva ou por
atuação) é aquela que pressupõe a existência de uma lei ou ato normativo
que vá de encontro ao texto constitucional.
De outra banda, a inconstitucionalidade por omissão (também chamada
de negativa) é aquela ocasionada pela inexistência de uma lei ou ato norma-
tivo que deveria regulamentar a Constituição, mas que ainda não foi editada.
\ Atenção
Essa inconstitucionalidade, já chamada de "nomodinâmica" no concurso para Analista do Ministério
Público da União, nada tem a ver com a matéria veiculada na espécie normativa, mas apenas com o
seu procedimento de elaboração.
jurisprudência) que recai sobre as leis ou atos normativos que tenham sido
aprovados com quebra de decoro parlamentar.
Vale salientar que esta é uma hipótese oxigenada apenas no espaço dou-
trinário e que ainda não foi apreciada e reconhecida no âmbito da jurispru-
dência do Supremo Tribunal Federal.
a) Prévio ou preventivo
O controle preventivo é aquele que recai sobre um projeto de lei ou pro-
posta normativa. Assim, antes da aprovação deste projeto, é analisada a sua
compatibilidade formal e material com o texto da Constituição.
O Poder Legislativo realiza o controle preventivo de constitucionalida-
de, precipuamente, através das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ).
Estas comissões existem, no âmbito federal, tanto na Câmara dos Deputados,
quanto no Senado Federal.
O Poder Executivo desempenha o controle prévio por intermédio do
veto presidencial. É que, recebido o projeto de lei aprovado pelas casas legis-
lativas, o Presidente da República poderá sancioná-lo ou vetá-lo. Lembrando
que o veto que é considerado hipótese de controle preventivo constituciona-
lidade pelo Poder Executivo é, mais especificamente, o veto jurídico, aquele
calcado na inconstitucionalidade do projeto.
Já o Poder Judiciário, por seu turno, só exerce o controle preventivo de
constitucionalidade em uma única hipótese. Por esse motivo, você, candida-
to atento, não pode desmerecê-la. Trata-se da possibilidade de impetração
de mandado de segurança, por parlamentar, para garantir o seu direito-fun-
ção a um processo legislativo juridicamente hígido, é dizer, juridicamente
probo, ético ou moral.
Assim, se um Deputado Federal ou Senador da República perceber que
está tramitando na sua respectiva casa legislativa um projeto de lei que pos-
sui, por exemplo, uma inconstitucionalidade chapada (flagrante, segundo o
STF), este parlamentar federal poderá impetrar mandado de segurança, no
próprio Supremo Tribunal Federal, para que este obste o prosseguimento da
votação.
Vale lembrar que no MS 32033/DF (informativo 711), o STF sinalizou
que a regra é a impossibilidade de exercício deste tipo de controle em cará-
ter preventivo. Mas que essa regra comporta duas exceções: a) a proposta
de emenda à Constituição manifestamente ofensiva a cláusula pétrea; e b)
projeto de lei ou de emenda em cuja tramitação se verifique manifesta afron-
ta a cláusula constitucional que discipline o correspondente processo legis-
lativo (vício relacionado aos aspectos formais e procedimentais da atuação
legislativa).
Lembrando que se o mandado for impetrado por um parlamentar esta-
dual, a competência para julgamento será do respectivo Tribunal de Justiça
b) Posterior ou repressivo
De outra banda, o controle repressivo de constitucionalidade é aquele
que recai não mais sobre o projeto ou proposta, mas, sim, sobre a lei ou ato
normativo já perfeito e acabado.
Como visto, todos os poderes realizam tanto o controle prévio quanto o
controle posterior. Entretanto, antes de partir para o enfrentamento de cada
uma das hipóteses de controle repressivo pelos diversos poderes, analise-se
a classificação doutrinária que divide o controle posterior em político, jurí-
dico e híbrido.
Político é o controle repressivo de constitucionalidade exercido por
órgãos distintos dos três poderes. É o caso, por exemplo, de países como
Portugal, Espanha, França (que possui o Conselho Constitucional Francês),
marcados pelas existências de Cortes ou Tribunais Constitucionais.
Não é o caso do Brasil, já que, como se sabe, o controle aqui é exercido, de
maneira precípua, pelo Poder Judiciário, e, excepcionalmente, pelos demais
poderes da República.
Jurídico ou jurisdicional é o controle repressivo de constitucionalida-
de que é exercido, em regra, e com maior ênfase, pelo Poder Judiciário. É o
caso do Brasil. Já se disse que desde a Constituição Republicana de 1891,
texto que instituiu o controle difuso de constitucionalidade no ordenamento
pátrio, por influência da teoria da revisão judicial dos atos legislativos (dos
Estados Unidos da América), ordinariamente, compete ao Poder Judiciário
\ Atenção
É possível afirmar que no Brasil o controle de constitucionalidade é do tipo jurisdicional misto, já que
ele abarca tanto o controle difuso, quanto o controle concentrado.
Híbrido, por sua vez, seria o controle que, ao mesmo tempo, pudesse ser
desempenhado por órgãos distintos dos três poderes, bem como por órgãos
do Poder Judiciário. Definitivamente, este não é o caso do ordenamento ju-
rídico brasileiro.
Assim, conclui-se que no Brasil, a rigor, o controle repressivo de constitu-
cionalidade é desempenhado pelo Poder Judiciário. Entretanto, foi afirma-
do que os demais poderes também têm competência para o exercício deste
tipo de controle. É o que se passará a analisar a partir de agora.
O Poder Legislativo, segundo a doutrina, realiza o controle repressivo
de constitucionalidade, por exemplo, na hipótese de rejeição de medida pro-
visória. Sabe-se que medida provisória não é lei, mas, como espécie norma-
tiva autônoma do art. 59 da CF, tem força de lei.
Sendo a MP editada pelo Presidente da República (em caso de relevância
e urgência), ela é encaminhada ao Congresso Nacional que poderá convertê-
-la em lei ou, até mesmo, rejeitá-la. No caso de rejeição opera-se o controle
repressivo pelo Legislativo.
Já o Poder Executivo, por seu turno, desempenha o controle repressivo
de constitucionalidade na hipótese de descumprimento de lei ou ato nor-
mativo, pelo chefe deste poder, por entendê-los inconstitucionais. Lembre-
-se que esta prerrogativa não é conferida a qualquer membro, mas apenas e
tão somente ao chefe do Poder Executivo e em caso de abuso pode ensejar
responsabilização.
Pergunta comum em prova é se o Tribunal de Contas pode desempenhar
o controle de constitucionalidade. Objetivamente, a resposta ainda é positi-
va. E esse entendimento está cristalizado em posição sumulada do Supremo
Tribunal Federal.
\ Posição do STF
Súmula 347 do STF – O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a consti-
tucionalidade das leis atos do Poder Público.
4. CONTROLE DIFUSO
4.1. Histórico e nomenclatura
Quanto ao histórico do controle difuso de constitucionalidade, de ma-
neira objetiva, tem-se que nasce nos Estados Unidos da América, no ano de
1803, no célebre caso Marbury x Madison, com a decisão do Chefe de Justi-
ça John Marshall, se recusando a julgar o writ por entender que a lei que lhe
atribuía competência para dirimir tal conflito era inconstitucional, já que a
competência da Suprema Corte deveria ser ditada pela própria Constituição,
e não pela legislação infraconstitucional.
\ Atenção
As principais informações acerca do histórico do controle difuso de constitucionalidade são: Estados
Unidos da América, 1803 e "Marbury x Madison".
a) Difuso x Concentrado
Aqui se analisa a competência para o julgamento das ações onde se dis-
cute a constitucionalidade das leis e atos normativos do poder público.
Difuso é o controle que pode ser realizado por qualquer juiz ou tribunal.
Por isso, é o controle cujo exercício é difundido, disperso, espalhado pelos
órgãos do Poder Judiciário.
Concentrado, por sua vez, é o tipo de controle ventilado em uma ação
cujo julgamento concentra-se em um único órgão. Se o parâmetro para afe-
rição da constitucionalidade for a Constituição Federal, o órgão competente
para o julgamento será o STF. Contudo, se o parâmetro for uma Constituição
Estadual, o julgamento desta ação se concentrará no âmbito do respectivo
Tribunal de Justiça.
b) Concreto x Abstrato
Nesta espécie de nomenclatura o que está em análise é a natureza do
processo. Se um processo objetivo ou subjetivo.
Controle concreto, como o próprio nome sugere, é aquele que parte de
um caso concreto. Nasce de um processo subjetivo. Um processo onde há
partes não só do ponto de vista formal, como também do ponto de vista ma-
terial, é dizer, partes em contenda, adversárias.
Do outro lado, tem-se o controle abstrato. Aqui, como pode ser extraído
do próprio nome, se está diante de um controle que não nasce de um caso
concreto. Parte de um processo objetivo. Um processo onde não há que se
falar em partes materiais (partes em contenda, adversárias), mas apenas em
partes do ponto de vista formal (legitimados).
Por todos esses motivos, o processo objetivo (típico do controle abstrato
de constitucionalidade) possui algumas peculiaridades que o distingue dos
demais processos, a saber: não admite intervenção de terceiros, não com-
porta recursos das decisões (salvo embargos declaratórios), não admite o
ajuizamento de ação rescisória, não admite desistência etc.
c) Incidental x Principal
Esta terceira espécie de nomenclatura, por sua vez, está relacionada com
a questão de inconstitucionalidade. Aqui a análise procura identificar se
Sintetizando:
Difuso Concentrado
Concreto Abstrato
\ Atenção
Isso significa que, em regra, somente o plenário de um tribunal (ou seu órgão especial, onde houver)
poderá – pelo quórum de maioria absoluta dos seus membros – decidir pela declaração de inconsti-
tucionalidade de determinada espécie normativa, não podendo os seus órgãos fracionários (turmas,
câmaras ou seções) fazê-lo.
\ Posição do STF
Súmula Vinculante nº 10 – Viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
poder público, afasta a sua incidência, no todo ou em parte.
\ Atenção
Segundo esse dispositivo, os órgãos fracionários de tribunais estarão dispensados de suscitar o inci-
dente de inconstitucionalidade quando já tiver havido manifestação do plenário do respectivo tribu-
nal ou do plenário do Supremo Tribunal Federal, noutra oportunidade, pela inconstitucionalidade
da lei ou ato normativo em questão.
8
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
\ Leia a lei:
ͳ Artigo 5º e 207, § 1º, da CF.
ͳ Artigo 57, do CC.
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autori-
dade competente.
Essa necessidade de aviso prévio serve, justamente, para se garantir que
a reunião que será exercida não irá frustrar outra anteriormente convocada
para o mesmo local. Além disso, é a partir deste aviso antecipado que o po-
der público irá tomar todas as medidas destinadas a assegurar que o direito
será exercido de modo tranquilo e sem embaraços (trânsito e policiamento
adequados, por exemplo).
Impende pontuar que a exigência de que a reunião seja pacífica, sem ar-
mas, engloba a proibição, inclusive, da utilização de armas brancas (cortan-
tes e perfurantes).
Ainda, importante anotar que o direito de se reunir é um direito coleti-
vo. A Carta Magna busca proteger as pessoas na sua coletividade e garantir
sua liberdade de expressão coletiva.
\ Atenção
O inciso XIX, por sua vez, de alta incidência nas provas e concursos, consagra que as associações
só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial.
Sendo que, em caso de dissolução compulsória (e somente neste caso), exige-se que esta decisão
judicial tenha transitado em julgado.
\ Atenção
Ora, se o texto fala em necessidade de autorização, isso indica que, neste caso, se está diante da
chamada representação processual, instituto a partir do qual se age em nome alheio, na defesa de
direito ou interesse alheio.
\ Posição do STF
É que à luz da súmula 629 do STF, a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade
de classe em favor dos seus associados independe de autorização destes. Se não há necessidade de
autorização tem-se que a associação agirá em nome próprio na defesa de direito ou interesse alheio
(substituição processual).
\ Posição do STF
Dada a importância, principalmente em face do recente julgamento, vale relembrar que o Supremo
Tribunal Federal declarou a constitucionalidade do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, hoje
nacionalmente unificado, e requisito previsto na lei instituidora do Estatuto da OAB para que o ba-
charel possa exercer a advocacia ou praticar demais atos privativos de advogados.
4. TÓPICO-SÍNTESE