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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

De forma resumida, controle de constitucionalidade é o meio pelo qual se realiza a


fiscalização da validade e conformidade das leis e atos normativos do poder público em relação à
Constituição Federal.
Esse controle é realizado tendo em conta todas as fases de elaboração da norma até a sua
promulgação, podendo o vício de inconstitucionalidade recair, por exemplo, sobre o seu processo
de elaboração ou seu conteúdo. Por isso, é importante definir as seguintes espécies de
inconstitucionalidade:
➢ Inconstitucionalidade formal (nomodinâmica) – é a que recai sobre o processo de
elaboração da norma.
➢ Inconstitucionalidade material (nomoestática) – é a que recai sobre o conteúdo da
norma.
➢ Inconstitucionalidade por vício de decoro – é quando a norma foi aprovada com
quebra de decoro parlamentar.
➢ Inconstitucionalidade orgânica – é aquela que contém vício sobre a fase de iniciativa.
➢ Inconstitucionalidade propriamente dita – é a que recai sobre as demais fases de
elaboração da norma, tais como, quórum de aprovação ou até mesmo formalidades
da promulgação.
➢ Inconstitucionalidade por violação dos pressupostos objetivos do ato – é quando a
norma possui requisitos que não foram cumpridos, tais como, a criação das medidas
provisórias e das leis criadoras dos munícipios sem o preenchimento das hipóteses
previstas na CF.

Além das espécies de inconstitucionalidade, deve-se atentar para o momento em que pode
correr o controle de constitucionalidade, se previamente (preventivo) à norma estar pronta e acabada ou
posteriormente (repressivo) à sua promulgação e publicação, quando, possivelmente, já está
perfeita e acabada.

Controle Preventivo
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➢ O Poder Legislativo realiza o controle de constitucionalidade através de


sua Comissão de Conciliação e Justiça – CCJ, uma vez que o projeto de lei
é analisado nessa comissão sob os aspectos constitucional, legal, jurídico,
entre outros, verificando-se, assim, a sua compatibilidade com a Constituição Federal.
➢ O Poder Judiciário, por sua vez, realiza controle preventivo quando um parlamentar, no
momento em que já está sendo discutido o projeto de lei, decide ajuizar ação de Mandado
de Segurança, por entender que a futura norma é contrária à CF.
➢ O Poder Executivo pode também atuar preventivamente ao vetar projetos de lei,
especialmente quando o faz de modo jurídico, calcado na inconstitucionalidade da norma

→ Veja as quatro fases do processo legislativo, em geral:

O controle preventivo pode ocorrer em qualquer dessas fases, a exemplo da sanção ou veto,
na qual o Presidente da República pode sancionar um projeto de lei que entenda estar compatível
com a CF ou vetá-lo juridicamente, em caso contrário.

Controle Repressivo

No controle repressivo já existe uma norma pronta e acabada. Nesse sentido, o Poder
Legislativo, quando rejeita uma Medida Provisória – MP, por vício de inconstitucionalidade, e o
Poder Executivo, quando o chefe do Poder Executivo (e só ele) deixa de cumprir um ato por
entender ser contrário à ordem constitucional, estão atuando repressivamente.

O Poder Judiciário é quem mais atua nessa fase. Tanto é assim que o Brasil adota o controle de
constitucionalidade do tipo jurisdicional misto, abarcando tanto o controle difuso quanto o
concentrado.

→ Existem dois modelos de controle de ação:

➢ Controle concentrado (em que somente o órgão de cúpula do Judiciário detém a


competência)
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➢ Controle difuso (no qual todos os órgãos do Poder Judiciário realizam o


controle).

spécies de Controle de Constitucionalidade

Em relação ao momento de realização há o controle do ato de ingresso no ordenamento jurídico


(controle preventivo), ou do ato de edição da norma inconstitucional (controle repressivo).

➢ Controle Difuso – Capacidade que todos e qualquer juiz ou tribunal tem de fazer a análise
de compatibilidade de norma existente com os ordenamentos da Constituição Federal (é
sempre oriundo de um caso concreto).
➢ Controle Concentrado – Independente de um caso concreto, pode-se declarar a
inconstitucionalidade de uma lei por meio de ações especificas, isto é, ações diretas de
inconstitucionalidades genéricas, interventivas ou omissivas, além da ação declaratória de
constitucionalidade (arts 35, III, 102, I, a; e 103,§ 2°).

ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade – (Arts. 102 e 103)

Esta ação tem como basilar e retirada do ordenamento jurídico de normas e leis incompatíveis
como os ditames fixados na Constituição Federal.

→ Podem propor a Ação Direta de inconstitucionalidade e a Ação Declaratória de


Constitucionalidade.
➢ O Presidente da República; - a Mesa do Senado Federal;
➢ a Mesa da Câmara dos Deputados;
➢ a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
➢ o Governo de Estado ou do Distrito Federal;
➢ o Procurador-Geral da República;
➢ o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
➢ Partido político com representação no Congresso Nacional;
➢ Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

O Procurador Geral da República deve ser previamente ouvido nas ações de


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nconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal


Federal.

Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar


efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das
providencias necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma
legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou
texto impugnado.

ADEC – Ação Direta de Constitucionalidade

Ao contrário da ação de institucionalidade, está ação visa pacificar, por intermédio do Supremo
Tribunal Federal, a constitucionalidade de uma norma federal que esteja sendo motivo de ataque
por decisões de tribunais de juízes inferiores.

Controle de Constitucionalidade no âmbito Estadual

Cabe aos estados, a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos


normativos estaduais, ou municipais, em fase da Constituição Estadual ( competência esta atribuída
aos Tribunais de Justiça), vedada a atribuição a um único órgão da legitimação para agir.

Exercícios

. No que se refere aos controles parlamentar, judicial e administrativo, julgue o item que se segue.

competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa configura hipótese de controle político.
( ) certo ( ) errado

2. Com relação à classificação da Constituição Federal de 1988, ao controle de constitucionalidade e à


atividade administrativa do Estado brasileiro, julgue (C ou E) o item que se segue.

O sistema de controle de constitucionalidade brasileiro não admite que pessoas privadas figurem no polo
passivo de ação direta de inconstitucionalidade.

) certo ( ) errado

. A respeito do poder constituinte, julgue o item a seguir.

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De acordo com o STF, cabe ação direta de inconstitucionalidade para sustentar


incompatibilidade de diploma infraconstitucional anterior em relação a
Constituição superveniente.
( ) certo ( ) errado

Gabarito

. certo
. certo
. errado

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