Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Conforme vimos anteriormente, o Poder Público brasileiro se divide em: Poder
Executivo, Poder legislativo e Poder Judiciário, os quais estão submetidos às
normas e princípios insculpidos na Constituição em virtude do reconhecimento
da sua supremacia e força vinculante.
Dessa premissa, surge a necessidade de um controle dos atos praticados pelo
Poder Público, sobretudo os atos normativos, para verificar a sua
compatibilidade com o texto constitucional e, a partir disso, se for o caso,
declarar a sua constitucionalidade ou inconstitucionalidade. A esse controle,
dá-se o nome de “controle de constitucionalidade”, que pode se dar das
seguintes formas:
Com relação a quem o realiza:
PONTO DE ATENÇÃO
PONTO DE ATENÇÃO
PONTO DE ATENÇÃO
Requisitos formais: a petição inicial deve indicar qual a lei ou ato normativo
impugnado e quais os fundamentos jurídicos de cada impugnação, ou seja,
no que e porque ele viola diretamente a Constituição Federal. Deve ser
apresentada em duas vias, ser acompanhada de instrumento de procuração
quando subscrita por advogado, e conter cópias da lei ou do ato normativo
impugnado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Além disso, deve conter de forma expressa o pedido e suas especificações.
PONTO DE ATENÇÃO
Objeto: lei ou ato normativo federal. Ao contrário da ADI, não cabe contra lei
ou ato normativo estadual.
Chama-se difuso porque pode ser realizado por qualquer órgão jurisdicional,
inclusive por um juiz de primeira instância, em qualquer ação judicial onde seja
levantada a inconstitucionalidade de um determinado ato normativo, ao
contrário do concentrado que compete a um órgão especial e feito por meio de
uma ação específica. É concreto, porque neste tipo de controle a
constitucionalidade da lei é analisada no âmbito de um caso concreto, e não a
lei em tese. Logo, não existem ações específicas nesse tipo de controle, ele
pode ser realizado no bojo de qualquer processo judicial.
DOS PRECEITOS FUNDAMENTAIS COMO PARÂMETRO DE CONTROLE
DE CONSTITUCIONALIDADE.
A sua conceituação não está prevista em lei, logo essa tem sido uma tarefa
exercida pelo STF no âmbito da sua competência de garantidor e intérprete da
Constituição. Alguns preceitos fundamentais estão expressos no próprio texto
constitucional, sendo de fácil aferição, como, por exemplo, os direitos e
garantias fundamentais constantes no art. 5º da CF/88, as demais cláusulas
pétreas previstas no art. 60,§4º: forma federativa de estado, separação dos
poderes e o voto direto, secreto, universal e periódico VII que legitimam a
intervenção federal.
A Constituição Federal em seu art. 5º, incisos XXXVII e LIII, ao determinar que
não haverá tribunal de exceção e que ninguém será processado ou julgado
senão pela autoridade competente, institui o chamado princípio do juiz natural.
Tal princípio consolida a ideia de que a competência jurisdicional deve ser
estabelecida mediante regras rígidas para garantir a independência e
imparcialidade do julgador.
STF STJ
Presidente e vice-presidente da Governadores
República
Deputados federais Desembargadores dos Tribunais de Justiça
Senadores Membros dos Tribunais de Contas
Estaduais
Ministros de Estado Membros dos Tribunais Regionais Federais
Procurador-geral da República Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais
Comandantes da Marinha do Exército e Membros dos Tribunais Regionais do
da Aeronáutica Trabalho
Membros do Tribunal de Contas da Membros dos conselhos e Tribunais de
União e dos Tribunais Superiores Contas dos municípios
Chefes de missão diplomática de caráter Membros do Ministério Público da União que
permanente atuem nos tribunais
TJE TRF
Prefeito Juízes federais da área de sua jurisdição
incluídos os da Justiça Militar e da
Justiça do Trabalho.
Deputados Estaduais Membros do Ministério Público da União.
No cenário atual, em face dos diversos processos que apuram alegados casos
de corrupção no Brasil da suposta autoria de políticos brasileiros, a discussão
sobre o foro por prerrogativa de função tem ganhado força. A questão está em
análise pelo STF, no julgamento da Ação Penal 937, onde se discute a
possibilidade de restrição da prerrogativa somente para os casos em que o
crime tiver sido cometido no exercício do mandato e quando houver relação
entre eles (entre o crime e a função exercida).
Muito bem, aluno! Pronto para praticar? Vamos ver aqui o passo a passo
para você fazer uma peça de excelência!
Para identificar a peça, verifique qual a natureza do ato que está sendo
impugnado: é um ato normativo de efeitos genéricos? E, ainda, o que ele viola:
viola um artigo da constituição, um preceito fundamental ou é o caso de uma
omissão? Assim, você facilmente logo verá qual a peça que deverá redigir.
Feito isso, você deve verificar a estrutura da petição, veja se há uma lei
específica que regula o seu procedimento, ok? Os requisitos por ela impostos
devem ser obrigatoriamente observados. Sua petição deverá observar os seguintes
pontos e formalidades:
Endereçamento: você deve iniciar por ele, indicando o órgão pelo qual
a ação será julgada. Por exemplo, se for dirigida ao STF ou STJ, você
deve fazer o endereçamento a um Ministro do Tribunal, o qual receberá
a ação por meio da distribuição automática.
Cabeçalho: onde constarão todos os dados do autor da ação, os
fundamentos legais para a sua propositura, qual ação se refere e o ato
que está sendo impugnado, para que o julgador já identifique do que se
trata a sua petição.
Tópico da Legitimidade ativa: as ações de controle de
constitucionalidade concentrado possuem um rol de legitimados ativos
limitados, por isso é importante que você elabore um tópico inicial
demonstrando a legitimidade da entidade autora, para sanar qualquer
dúvida e evitar a inépcia da inicial por ilegitimidade de partes.
Tópico sobre o cabimento da ação: da mesma forma, é importante
também que você demonstre o cabimento da ação escolhida,
fundamentando na lei e explicando porque ela foi o meio processual
escolhido e o mais adequado ao caso concreto.
Do ato impugnado: ao invés de fazer um tópico narrando os fatos,
como em outra espécie de ação, você deve fazer um tópico
especificando com detalhes o ato que está sendo impugnado e porque
ele é digno de impugnação, trazendo todos os elementos fáticos acerca
dele.
Da violação constitucional: da mesma forma, o tradicional tópico “Do
Direito” em outras ações, aqui servirá para demonstrar a violação à
constituição, as razões jurídicas pelas quais o ato impugnado merece
ser declarado inconstitucional e extirpado do ordenamento jurídico. Se
tiver provas dessa violação, é neste tópico que elas devem ser
mencionadas.
Dos pedidos: analise se há a necessidade de pedido de medida
cautelar, se sim, faça um tópico só para este pedido, demonstrando o
preenchimento dos requisitos para a sua concessão. Ao final, refaça o
pedido da cautelar, o pedido principal, e o pedido de notificação de
alguma autoridade, se necessário.
Da data e da assinatura: a peça deve ser assinada pelo autor, não há a
necessidade de representação por advogado, como vimos. Logo, o ideal
é que seja o Presidente da entidade que a propõe, ou algum membro
com poderes para tanto. A data é sempre um elemento formal
importante, imprescindível em qualquer petição.