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MANDADO DE INJUÇÃO

O QUE É O MANDADO DE INJUNÇÃO:


O mandado de injunção, previsto no artigo 5º, inciso LXXI da ​constituição​, é um dos
remédios-garantias constitucionais, sendo, segundo o (STF), uma ação constitucional
usada em um caso concreto, individualmente ou coletivamente, com a finalidade de
o ​Poder Judiciário​ dar ciência ao ​Poder Legislativo​ sobre a ausência de norma
regulamentadora, o que torna inviável o exercício dos direitos e garantias
constitucionais e das prerrogativas inerentes à ​nacionalidade​, ​soberania​ e ​cidadania​.

PARA QUE SERVE O MANDADO DE INJUNÇÃO:


Como explica Herzeleide de Oliveira, a criação deste remédio constitucional foi uma
tentativa de solucionar um problema de ordem prática. Antes de 1988, diversas
normas constitucionais relacionadas à garantia de direitos sociais não tinham
nenhuma efetividade. Apesar de assegurados com todas as letras em nossas ​cartas
magnas​, tais direitos não eram de fato implementados e assim se tornavam letra
morta. Em geral, essas normas se caracterizavam por ser genéricas ​“​programática”​,
no linguajar jurídico. Um exemplo desse tipo de norma é o inciso XX do art. 7º da
Constituição que garante a “proteção do ​mercado de trabalho da mulher mediante
incentivos específicos, nos termos da lei”. ​Diante dessa realidade, e constatando-se
que não existiam meios disponíveis para os cidadãos de exigir alguma ação efetiva do
Estado nessas questões, os constituintes de 1988 inovaram e instituíram o mandado
de injunção, inspirado em instrumentos de outros países, como o “​juicio de amparo​“,
do México, e os “​injunctions​” ingleses. Esse remédio, portanto, procura garantir a
efetividade de normas programáticas e que o Estado não se omita em relação a elas.
Na prática, o STF concede o mandado de injunção quando a pessoa ou grupo
reclamante exige a regulamentação de direitos constitucionais ainda não tratados
em leis ordinárias, como o direito de greve dos servidores públicos. A regulamentação
do mandado de injunção foi feita apenas em 2016, com a sanção da lei 13.300, que
esclarece questões como o alcance e a duração dos efeitos do remédio.

QUAL O EFEITO PRÁTICO DE UM MANDADO DE INJUNÇÃO:


Até 2007, o STF se limitava a declarar a omissão do Poder Legislativo em
regulamentar certa norma relacionada a um direito garantido na Constituição. Ou seja,
na prática não mudava muita coisa. Isso passou a mudar naquele ano, quando os
ministros passaram a adotar o entendimento de que eles próprios deveriam dar
alguma resposta ao caso concreto, passando a conceder à pessoa ou grupo
reclamante as condições sob as quais elas poderiam finalmente exercer o direito sem
precisar esperar por tempo indeterminado por uma ação do Poder Legislativo.
Retomando o exemplo do direito de greve dos servidores: até 2007, não havia
nenhuma lei que regulamentasse as condições para que os servidores pudessem
fazer greve. Por isso, vários sindicatos de servidores entraram com mandado de
injunção ao longo do tempo. A resposta do Supremo foi, além de declarar a omissão
do Congresso Nacional, aplicar as mesmas regras da greve do setor privado ao setor
público. A lei 13.300/2006 limita os efeitos do mandado apenas aos seus autores (os
chamados impetrantes) e com duração apenas até o momento em que for sancionada
uma norma que regulamente o termo. Mas os efeitos do mandado podem ser mais
abrangentes se isso for “inerente ou indispensável ao exercício do direito”, segundo a
lei. Para deixar ainda mais claro: o tribunal que recebe o mandado, constatando que a
lei de fato tem uma lacuna em relação a determinado direito, concede uma garantia à
pessoa que entrou com o mandado de injunção, que valerá via de regra apenas para
ela e que deixará de existir quando o Poder Legislativo finalmente criar a lei que
regulamenta o direito em questão.

MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO:


Assim como o mandado de segurança, o mandado de injunção pode
ser individual ou coletivo. O mandado individual é feito por qualquer cidadão ou pessoa
jurídica. Já o coletivo compete a alguns órgãos e entidades públicas: Ministério
público, partidos políticos, organizações sociais e a defensoria pública. O mandado de
injunção, ao contrário de outros remédios, não é gratuito e também precisa da
assistência de advogado.

VISÃO GERAL:
O mandado de injunção é fundamentado no artigo 5º, inciso LXXI da Constituição
Federal de 1988 e na Lei 13.300/16. Conceitua-se por ser um remédio constitucional à
disposição de qualquer pessoa (física ou jurídica) que se sinta prejudicada pela falta
de norma regulamentadora, sem a qual resulte inviabilizado o exercício de seus
direitos, liberdades e garantias constitucionais. Ou seja, é para suprir a falta de uma lei
Tem como natureza jurídica ser uma ação constitucional de caráter civil e de rito
sumário. O pressuposto para a ação é não haver regulamentação sobre o direito
constitucionalmente garantido. Cabe exclusivamente contra o poder público, pois tem
que haver omissão deste em relação a legislar sobre esse direito. Não cabe: quando o
direito não for garantido pela Constituição; contra lei infraconstitucional; quando a
omissão for suprida por projeto de lei ainda não aprovado pelo Congresso Nacional; ou
quando houver norma regulamentadora, ainda que omissa (há correntes contrárias
quanto a esse último item). A declaração de existência da omissão caracteriza
a mora a favor do impetrante, sendo ordenado ao Legislativo que a conserte, sem
procedimentos ou prazo para regularização. Compete julgar o mandado de injunção
àqueles compreendidos nos artigos 102, 105, 121 e 125 da Constituição Federal. Não
é admitido liminar nessa ação porque têm-se que esperar a resposta do órgão julgador
em dizer se existe a omissão ou não quanto à norma. Os procedimentos para a ação
são os mesmos cabíveis no mandado de segurança, no que for legal. A jurisprudência
do STF oscila quanto à definição do caráter dessa ação constitucional, já houve
oportunidade em que o mandado de injunção foi considerado ação constitutiva (vide
MI 689, STF), bem como há precedentes que o consideram uma ação mandamental (a
exemplo do MI 721, STF), uma vez que o julgador determina àquele com competência
para legislar sobre o assunto que assim o faça. Há, ainda, aqueles que o tomam por
ação de cunho declaratório, isso porque o mandado de injunção seria responsável por
reconhecer a omissão. Quanto ao mandado de injunção coletivo, é cabível no que for
cabível o mandado de segurança, no qual as entidades impetrantes visam a garantir
os direitos omissos de seus associados.

COMPETÊNCIA:
A competência para processamento e julgamento do mandado de injunção é definida
conforme a autoridade responsável pela edição da norma faltosa. Desta forma, será
originariamente competente o Supremo Tribunal Federal para o julgamento do
mandado de injunção, quando a edição de norma regulamentadora for de competência
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos deputados, do
Senado Federal, da Mesa de uma das Casas Legislativas Federais, do Tribunal de
Contas da União, de qualquer dos Tribunais Superiores, inclusive, o Supremo Tribunal
Federal; Em se tratando de recurso Ordinário, também será competente o Supremo
Tribunal Federal para o julgamento do mandado de injunção, quando decidido em
única instancia pelo Superior Tribunal de Justiça ou ainda, em grau de recurso
Extraordinário, quando a decisão proferida em sede de mandado de segurança
contrariar a Constituição Federal. Será originariamente competente o Superior Tribunal
de Justiça para o julgamento do mandado de injunção, quando a edição da norma
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
administração direta ou indireta, excetuado os casos de competência do Supremo
Tribunal Federal, da Justiça do Trabalho, da Justiça Militar, da Justiça Federal e da
Justiça Eleitoral. As Justiças Estaduais também têm competência para julgar o
mandado de injunção na forma prevista nas Constituições Estaduais. Em Minas
Gerais, por exemplo, compete ao Tribunal de Justiça, o julgamento do mandado de
injunção, nos casos em que a edição da norma regulamentadora for de atribuição de
órgãos estaduais ou de entidades da Administração Direta ou Indireta. Aos juízes de
Direito a competência para julgar o mandado de injunção existe quando a edição da
norma regulamentadora for atribuição de Vereadores, de sua Mesa Diretora, do
Prefeito ou de autarquia ou fundação criada pelo município.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
O trabalho foi consultado no texto de Bruno André Blume, ​Bacharel em Relações
Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no site
https://www.politize.com.br/​.
SEMINÁRIO MANDADO DE INJUNÇÃO

Aluno:
​João Henrique Rocha Carmo
Universidade:
​Universidade Católica de Salvador
Curso:
Direito
Turno:
​Matutino
Matéria:
​Direito constitucional 1
Professor:
​Luiz Carlos De Assis Junior

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