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1) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL:

I. CONCEITO:
Controle de constitucionalidade caracteriza-se como um mecanismo de
correção presente em determinado ordenamento jurídico,
consistindo em um sistema de verificação da conformidade de um
ato (lei, decreto) em relação à Constituição.
II. COMPETÊNCIA:

O sistema de controle de constitucionalidade no ordenamento jurídico


brasileiro consagrou a competência dos órgãos judiciários
estaduais para fiscalização em abstrato da lei ou ato normativo
estadual e municipal em face da Constituição Estadual.
III. LEGITIMADOS:

Segundo o STF, tendo como parâmetro a CF/88, os legitimados


especiais seriam: Governadores de Estado e do Distrito Federal,
mesa da Assembleia Legislativa e Câmara Municipal,
confederação sindical e entidade de classe.
IV. OBJETO:

Será objeto de controle de constitucionalidade: emendas à


Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas,
medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções, tratados
internacionais e demais atos normativos que sejam genéricos e
abstratos

V. PARÂMETRO DE CONTROLE:
O parâmetro do controle de constitucionalidade é aquela norma de
referência. Ou seja, é a norma constitucional ofendida.
VI. EFEITOS DA DECISÃO:

Em regra, as decisões de mérito nas ações declaratórias de


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo produzem efeito erga
omnes e ex tunc , ou seja, retroativos. Excepcionalmente, o STF pode
modular os efeitos da decisão, concedendo a esta efeitos ex nunc ,
conforme artigo 27 da Lei 9868/99.
2 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA – ADIN INTERVENTIVA
ÂMBITO FEDERAL E ESTADUAL
I. CONCEITO:

Também conhecida como Representação Interventiva, a Ação Direta de


Inconstitucionalidade Interventiva (ADI Interventiva) é uma ferramenta
de controle concentrado de constitucionalidade, a qual é utilizada para
solicitar a intervenção de um ente federativo em outro, sendo,
geralmente, da União nos Estados ou no Distrito
II. CITE A LEI QUE REGULAMENTA:

É a Lei n.º 12.562/2011 que regulamenta o art. 36, III, da Constituição


Federal, estabelecendo o procedimento de julgamento da ADI
interventiva perante o STF.
III. CABIMENTO:

 A ADI Interventiva poderá ser utilizada quando houver a ofensa aos


chamados princípios constitucionais sensíveis , por determinado ente
da federação, bem como em casos de recusa ao cumprimento de lei
federal 
IV. CABIMENTO DE CAUTELAR:

É possível a concessão de medidas cautelares na ação direta de


inconstitucionalidade, na ação declaratória de constitucionalidade e na
argüição de descumprimento de preceito fundamental. Na ADI, a
cautelar tem caráter de antecipação de tutela e torna aplicável o
chamado efeito repristinatório da legislação anterior.

V. LEGITIMADOS ATIVOS

A Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI Interventiva) possui


apenas um único e exclusivo legitimado, o Procurador-Geral da
República , como dispõe a CF/88: “Art. 36.
VI. EFEITOS:
 Bom, ela poderá consistir na determinação de que se
suspenda o andamento de processo ou os efeitos de
decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra
medida que apresente relação com a matéria objeto da
representação interventiva
2) Breve resumo sobre o ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL

O Brasil possui uma Constituição com grande viés social, garantindo


inúmeros direitos fundamentais a sua população. Infelizmente, na prática, a implementação
desses direitos pelos Poderes Públicos deixa a desejar. O Estado de Coisas
Inconstitucional (ECI) é um instituto criado pela Corte Constitucional Colombiana e
declarado quando a Corte se depara com uma situação de violação massiva e
generalizada de direitos fundamentais que afeta um número amplo de pessoas. O
Supremo Tribunal Federal, no julgamento da medida cautelar na ADPF 347/DF, que trata
sobre as condições desumanas do sistema carcerário brasileiro, inovou ao apresentar esse
instituto ao ordenamento jurídico do país. O objetivo do presente trabalho é levantar a
discussão sobre a declaração do ECI no Brasil, procurando verificar quais as possíveis
consequências do uso dessa ferramenta pelo Supremo Tribunal Federal em ações que
envolvem a implementação de políticas públicas. Para alcançar esse objetivo foi
necessário apoiar-se em normas, jurisprudência e doutrina sobre a proteção a direitos
fundamentais, sendo feita uma investigação jurídico-comparativo entre julgados da
Colômbia e do Brasil que envolvem esse tema. Diante disso, foi possível perceber o
crescimento do papel do Judiciário em prol dos direitos fundamentais, o que traz uma nova
configuração ao princípio da separação dos poderes.

Breve resumo sobre a FUNGIBILIDADE nas ações do


controle concentrado de constitucionalidade.

A aplicação do princípio da fungibilidade pressupõe que, por erro justificado, a parte


tenha se utilizado de recurso inadequado para impugnar a decisão recorrida e que,
apesar disso, seja possível extrair de seu recurso a satisfação dos pressupostos
recursais do recurso apropriado.Fungibilidade entre ações do controle concentrado de
constitucionalidade há de observar, ainda, critérios já assentes em relação aos
recursos em geral, de modo que a conversão de uma em outra apenas se viabilize em
face de dúvida aceitável a respeito da ação apropriada, a fim de não legitimar o erro
grosseiro

Escreva sobre o caso Marbury x Madison e o controle


difuso de constitucionalidade.

Foi nos Estados Unidos da América do Norte, onde surgiu a ideia de Constituição. Foi
também no mesmo lugar em que, pela primeira vez, se fixou que caberia ao Poder
Judiciário a fiscalização da constituição.O controle de constitucionalidade das leis, por
via de exceção, surge pela primeira vez por meio da decisão do caso emblemático
“Marbury vs. Madison”. O caso foi responsável pelo estabelecimento da doutrina do
judicial review, que nada mais é que o controle do poder judiciário sobre as leis e atos
normativos do poder legislativo e executivo.

Além de ter sido o precedente que estabeleceu a doutrina do “judicial review”, o caso
Marbury vs. Madison, teve como pano de fundo a batalha entre os federalistas,
representados pelo presidente John Adams e a oposição republicana representada pelo
presidente eleito, Thomas Jefferson.Durante todo período em que esteve comandando a
Casa Branca, Adams, que até então era membro do partido federalista, sofreu diversas
críticas dos republicanos, sobretudo sobre o posicionamento acerca do conflito existente
entre França e Inglaterra.Os federalistas discordavam dos republicanos no sentido de
que os EUA não possuíam dívidas históricas com a França, motivo pelo qual sofreu
bastante represália por tal comportamento.Nesse sentido, as eleições para o congresso
americano já aconteciam antes do pleito presidencial, sendo os federalistas derrotados
pelos republicanos. Thomas Jefferson, então vice-presidente dos EUA, membro do
partido Republicano, venceu John Adams, candidato à reeleição pelo Partido
Federalista.Por tanto, diante de sua derrota declarada e, consequentemente, a perda de
espaço no Legislativo e Executivo, John Adams opta por manter o controle do que ao
menos lhe restava, o poder Judiciário.Isso porque, antes de deixar o cargo, o presidente
Adams nomeou seus correligionários para diversos cargos públicos, inclusive os
vitalícios do Poder Judiciário, como foi o caso de seu Secretário de Estado, John
Marshall, para a Suprema Corte. Marshall, entretanto, permaneceu no cargo de
secretário de estado até o último dia do mandato de Adams, tendo sido por este
incumbido de distribuir os títulos de nomeação assinados pelo presidente a todos os
indicados a cargos públicos, não realizando conforme esperado.Diante disso, William
Marbury foi nomeado Juiz de Paz no Condado de Washington, Distrito de Columbia,
não recebendo o título de nomeação assinado pelo presidente Adams. O novo
presidente, Thomas Jefferson, determinou a seu Secretário de Estado na época, James
Madison, que não entregasse os títulos remanescentes do governo anterior.
Inconformado por não ter tomado posse, Marbury pediu a notificação de Madison para
apresentar suas razões. Madison, por outro lado, optou por não responder, motivo pelo
qual Marbury impetrou o chamado “writ of mandamus” diretamente junto à Suprema
Corte. Diante da tamanha complexidade política em que o caso pendia, a Suprema Corte
acabou não julgando o caso, motivo pelo qual causou bastante indignação da imprensa,
que influenciou a opinião pública. A situação agravou-se quando o executivo expressou
que uma decisão favorável a Marbury poderia ocasionar uma crise entre os poderes,
insinuando que o executivo poderia não cumprir uma decisão do Judiciário. Por sua vez,
para o poder judiciário simplesmente indeferir o pleito, isso lhe traria certo desgaste e
um possível descrédito, além de acabar prejudicando a posição do Poder independente.
Já em 1803, o Juiz John Marshall era presidente da Suprema Corte, exatamente o
secretário de estado do presidente Adams que não entregará a Marbury seu título de
nomeação. Dessa forma, Marshall decidiu em reconhecer no mérito, o direito de
Marbury em tomar posse no cargo, mas não concedeu que a ordem fosse cumprida em
face de uma preliminar que julgou inconstitucional o art. 13 da Lei Judiciária de 1789,
que atribuía à Suprema Corte competência originária para expedir de “mandamus”.
Reconheceu-se, assim, que a Corte poderia interferir nos textos legislativos contrários à
Constituição, demonstrando que a interpretação das leis terá que ser “in harmony of the
Constitution”. O modelo norte-americano foi se aprimorando com outras decisões da
Corte através do tempo, ganhando espaço em outros Estados, que entenderam a
importância de uma corte exercer a função de guardião do documento que organiza o
Estado.

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