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I. CONCEITO:
Controle de constitucionalidade caracteriza-se como um mecanismo de
correção presente em determinado ordenamento jurídico,
consistindo em um sistema de verificação da conformidade de um
ato (lei, decreto) em relação à Constituição.
II. COMPETÊNCIA:
V. PARÂMETRO DE CONTROLE:
O parâmetro do controle de constitucionalidade é aquela norma de
referência. Ou seja, é a norma constitucional ofendida.
VI. EFEITOS DA DECISÃO:
V. LEGITIMADOS ATIVOS
Foi nos Estados Unidos da América do Norte, onde surgiu a ideia de Constituição. Foi
também no mesmo lugar em que, pela primeira vez, se fixou que caberia ao Poder
Judiciário a fiscalização da constituição.O controle de constitucionalidade das leis, por
via de exceção, surge pela primeira vez por meio da decisão do caso emblemático
“Marbury vs. Madison”. O caso foi responsável pelo estabelecimento da doutrina do
judicial review, que nada mais é que o controle do poder judiciário sobre as leis e atos
normativos do poder legislativo e executivo.
Além de ter sido o precedente que estabeleceu a doutrina do “judicial review”, o caso
Marbury vs. Madison, teve como pano de fundo a batalha entre os federalistas,
representados pelo presidente John Adams e a oposição republicana representada pelo
presidente eleito, Thomas Jefferson.Durante todo período em que esteve comandando a
Casa Branca, Adams, que até então era membro do partido federalista, sofreu diversas
críticas dos republicanos, sobretudo sobre o posicionamento acerca do conflito existente
entre França e Inglaterra.Os federalistas discordavam dos republicanos no sentido de
que os EUA não possuíam dívidas históricas com a França, motivo pelo qual sofreu
bastante represália por tal comportamento.Nesse sentido, as eleições para o congresso
americano já aconteciam antes do pleito presidencial, sendo os federalistas derrotados
pelos republicanos. Thomas Jefferson, então vice-presidente dos EUA, membro do
partido Republicano, venceu John Adams, candidato à reeleição pelo Partido
Federalista.Por tanto, diante de sua derrota declarada e, consequentemente, a perda de
espaço no Legislativo e Executivo, John Adams opta por manter o controle do que ao
menos lhe restava, o poder Judiciário.Isso porque, antes de deixar o cargo, o presidente
Adams nomeou seus correligionários para diversos cargos públicos, inclusive os
vitalícios do Poder Judiciário, como foi o caso de seu Secretário de Estado, John
Marshall, para a Suprema Corte. Marshall, entretanto, permaneceu no cargo de
secretário de estado até o último dia do mandato de Adams, tendo sido por este
incumbido de distribuir os títulos de nomeação assinados pelo presidente a todos os
indicados a cargos públicos, não realizando conforme esperado.Diante disso, William
Marbury foi nomeado Juiz de Paz no Condado de Washington, Distrito de Columbia,
não recebendo o título de nomeação assinado pelo presidente Adams. O novo
presidente, Thomas Jefferson, determinou a seu Secretário de Estado na época, James
Madison, que não entregasse os títulos remanescentes do governo anterior.
Inconformado por não ter tomado posse, Marbury pediu a notificação de Madison para
apresentar suas razões. Madison, por outro lado, optou por não responder, motivo pelo
qual Marbury impetrou o chamado “writ of mandamus” diretamente junto à Suprema
Corte. Diante da tamanha complexidade política em que o caso pendia, a Suprema Corte
acabou não julgando o caso, motivo pelo qual causou bastante indignação da imprensa,
que influenciou a opinião pública. A situação agravou-se quando o executivo expressou
que uma decisão favorável a Marbury poderia ocasionar uma crise entre os poderes,
insinuando que o executivo poderia não cumprir uma decisão do Judiciário. Por sua vez,
para o poder judiciário simplesmente indeferir o pleito, isso lhe traria certo desgaste e
um possível descrédito, além de acabar prejudicando a posição do Poder independente.
Já em 1803, o Juiz John Marshall era presidente da Suprema Corte, exatamente o
secretário de estado do presidente Adams que não entregará a Marbury seu título de
nomeação. Dessa forma, Marshall decidiu em reconhecer no mérito, o direito de
Marbury em tomar posse no cargo, mas não concedeu que a ordem fosse cumprida em
face de uma preliminar que julgou inconstitucional o art. 13 da Lei Judiciária de 1789,
que atribuía à Suprema Corte competência originária para expedir de “mandamus”.
Reconheceu-se, assim, que a Corte poderia interferir nos textos legislativos contrários à
Constituição, demonstrando que a interpretação das leis terá que ser “in harmony of the
Constitution”. O modelo norte-americano foi se aprimorando com outras decisões da
Corte através do tempo, ganhando espaço em outros Estados, que entenderam a
importância de uma corte exercer a função de guardião do documento que organiza o
Estado.