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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

CURSO DE DIREITO

LARISSA FRANCO DE JESUS

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

VALENÇA-BA
2023
LARISSA FRANCO DE JESUS

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Atividade apresentada à Universidade do Estado


da Bahia, no curso de graduação em Direito, da
disciplina de Direito Constitucional II, dirigido
pela docente Camila Queiroz Sobral.

VALENÇA-BA
2023
Controle de Constitucionalidade

O Controle de Constitucionalidade atua sobre as leis, sobre os atos normativos


e comportamentos ausentes das autoridades públicos. O principal interesse do
controle de constitucionalidade é averiguar a relação das leis e demais atos ou
omissões normativos com a Constituição. Sobre isso o ministro Luís Roberto Barroso,
diz que:

“Um dos fundamentos do controle de constitucionalidade é


a proteção dos direitos fundamentais, inclusive e sobretudo
os das minorias, em face das maiorias parlamentares eventu-
ais. Seu pressuposto é a existência de valores materiais com-
partilhados pela sociedade que devem ser preservados das
injunções estritamente políticas. A questão da legitimidade
democrática do controle judicial é um dos temas que têm
atraído mais intensamente a atenção dos juristas, cientistas
políticos e filósofos da Constituição, e a ele se dedicará um
tópico desta exposição.”

Existe dois tipos de controle de constitucionalidade, o controle preventivo e o


controle repressivo. O controle preventivo é exercido pelo Poder Legislativo e pelo
Poder executivo, de modo atípico pode ser exercido pelo Poder Judiciário e tem como
objetivo impedir a admissão de ato normativo inconstitucional no ordenamento
jurídico, antes que a lei entre em vigor. Já o controle repressivo é exercido pelo Poder
Judiciário, e de modo atípico pelos Poderes Executivo e Legislativo, essa forma de
controle tem como objetivo a exclusão do ato normativo que entrou em vigor no
ordenamento jurídico, mas sofre de inconstitucionalidade.

O controle judiciário repressivo, apresenta dois métodos de controle de


constitucionalidade, o controle concentrado exercido pelo Supremo Tribunal Federal
e o controle difuso que pode ser exercido por qualquer órgão do Poder Judiciário,
sendo assim um controle de constitucionalidade misto presente no ordenamento
jurídico brasileiro, o controle concentrado agindo via de ação direta de
inconstitucionalidade e o controle difuso agindo como via de exceção.

Controle de Constitucionalidade Difuso

O controle de constitucionalidade difuso é exercido por qualquer órgão do


Poder Judiciário no caso concreto de averiguação sobre compatibilidade do
ordenamento jurídico com a Constituição, o controle difuso trata das normas que
foram editadas após a Constituição Federal de 1988.

Por meio do controle difuso de constitucionalidade, o órgão do Poder Judiciário


irá avaliar a constitucionalidade da espécie normativa, com isso, decidindo o principal
objeto da ação. A inconstitucionalidade da norma não é o principal motivo da ação de
controle, mas, é através da inconstitucionalidade que é feito o pedido que será
analisado pelo controle difuso.

O efeito subjetivo do controle difuso é o inter partes, que é aplicado apenas as


partes presentes no processo, não sendo aplicada no ordenamento jurídico
completamente.

Controle de Constitucionalidade Concentrado

O controle concentrado, detêm as decisões concentradas em um único órgão,


o Supremo Tribunal Federal. Ao contrário do controle difuso, não existe um caso
concreto para ser julgado, mas sim, a lei em si, que terá a sua constitucionalidade
julgada pelo STF, sendo o principal foco do julgamento a constitucionalidade.

Com isso, a eficácia será Erga Omnes, isto é, vincula a todos, visto que, caso
um ato normativo seja considerado inconstitucional, ele vai deixar de ser aplicado em
todo o ordenamento jurídico brasileiro.

O controle concentrado pode ser exercido por meio de quatro mecanismos: A


Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que solicita ao STF que alguma lei federal
ou estadual que seja antagônica a Constituição Federal, seja declarada
inconstitucional; a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), é a concordância
no âmbito jurídico que as normas nascem com presunção relativa de
constitucionalidade, com isso, utiliza-se a Ação Declaratória de Constitucionalidade
para atribuir presunção absoluta sobre a norma; a Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) que age quando há inércia do Poder
Legislativo ou da administração em produzir norma para regularizar um dispositivo
constitucional; a Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI-I) é a ação
utilizada quando houver violação dos direitos constitucionais sensíveis, essa ação
objetiva a ação de intervenção federal ou estadual; e a Arguição de Descumprimento
de Preceito Fundamental (ADPF) é utilizado para completar as lacunas não
contempladas pelas ADI e ADC, sendo assim subsidiária e de caráter residual.

Diferenças entre o Controle Difuso e o Controle Concentrado de


Constitucionalidade:

As principais diferenças entre o controle difuso e concentrado podem ser


notadas em diversos aspectos das suas respectivas aplicações, a apresentação
diante dos tribunais, os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, entre outras
características, que podem ser observadas a seguir:

Controle Difuso Controle Concentrado

Quem pode solicitar? Qualquer pessoa Legitimados específicos

Quem pode exercer o Apenas um órgão ou


controle? Qualquer juiz ou Tribunal Tribunal na defesa de uma
Constituição.

Modo de exercício Incidentalmente a um caso Feito em tese, de forma


concreto, por via de defesa. abstrata, por via de ação.
(Interesse Subjetivo) (Interesse objetivo)

Origem Marbury vs Madison- EUA Hans Kelsen- Tribunal


(1803) Constitucional Austríaco
(1920)

Ação específica? Não existe ação específica ADI, ADC, ADPF, ADO E ADI
Interventiva

Efeito subjetivo Inter Partes Erga Omnes

Efeito temporal Ex tunc Ex tunc

Efeito vinculante Não Sim


Referências Bibliográficas:
BARROSO. Luís Roberto. Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro. 2° Ed. Rio de
Janeiro. Saraiva, 2006.
GALINDO. Guilherme Marques. Controle de Constitucionalidade. Jus Brasil. 2021

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