Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ao discurso da pacificação.
1. INTRODUÇÃO
O Rio de Janeiro se transformou num palco de corpos pobres agonizantes e
barbarizados, expostos à mídia como animais abatidos. O Estado que se manteve
ausente durante décadas trata de cidadãos como detritos, refugiados humanos. A
militarização da marginalidade urbana vai assumir uma face cruel de extirpador de
vidas, tornando o cenário carioca um ambiente desalentador.
A política criminal das batalhas armadas, da vigilância incessante e do extermínio
seletivo segue o seu curso no Rio de Janeiro, representando as táticas de eliminação
típicas do Direito Penal do Inimigo. O medo como mecanismo indutor e justificador da
política autoritária de controle social se pretende levar a efeito. A sociedade se torna
refém da insegurança criada por sua própria histeria punitiva enquanto as redes de
solidariedade social se desfacelam.
A incorporação do conceito de inimigo permite a consolidação de um estado de
exceço permanente, em que uma "violência pura" atua sem qualquer limitação jurídica.
A ordenação da exceço se torna um paradigma de governo, escondendo a aceitação
de uma "guerra suja" em que a inocuização do inimigo é um imperativo e a vida
humana se torna sacrificável.
O Direito Penal do Inimigo no Rio de Janeiro é uma política criminosa abertamente
genocida que permite a identificação do jovem pobre da favela como uma
excrescência que deve ser extirpada. Esta aplicação de corre das bases históricas
permitiu identificar o jovem pobre da favela como uma excrescência que deve ser
extirpada.
A incorporação da Ideologia da Segurança Nacional pelas políticas é uma lógica
belicista na política de segurança pública aparentemente difícil de desgarrar. No por
outra razão, o estreótipo de inimigo interno conseguiu migrar facilmente do militante
político revolucionário para a figura esdrxula do comerciante varejista de drogas ilcitas.