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CRIMINOLOGIA

Prof. Dr. Gustavo Noronha de Ávila

27/06/2023

“Não existem soluções simples para problemas complexos”

 Falar sobre criminologia é falar sobre o que?

o “Como disciplina, a criminologia é moldada apenas em uma pequena


extensão pelo seu próprio objeto e problema. Seu estatuto
epistemológico é pobre, a fazendo suscetível a pressões e interesses de
todas as partes” – David Garland (Obra: Cultutra do controle).

 Quais são as causas do delito?

o Perspectiva etiológico: buscar na pessoa do criminoso as razões do


delito.

 É possível definir violência?

o “A violência não constitui o resto anacrônico de uma ordem bárbara em


vias de extinção, mas algo intrínseco ao fato social, tanto que ela está
presente nos grandes centros urbanos e também nas cidades mais
isoladas.” - Perspectiva Durkainiana

 Objeto da Criminologia: Controle social, vítima, delinquente, delito.

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04/07/2023
Datas de provas – Semestral:

 24/10;

 12/03;

O que é crime?

As definições dependerão de cada legislação e podem mudar por inúmeras razões:


necessidade política, pressão, pública, ultrajes morais, mudanças sociais e segurança
nacional.

 Falar sobre crime não pode ser apenas sobre uma perspectiva formal, é
necessário entender o substrato destas condutas.

 O “dever ser” não interessa para a criminologia, e sim o “ser”- desse modo
interessa descrever o comportamento/fato e compreender as suas razões.

 Direito x criminologia: o direito utiliza o método hipotético dedutivo, já a


metodologia de pesquisa na metodologia trabalha com uma técnica indutiva
(teorização sobre a extensão de determinado caso a outros) e empírica
(observação, levantamento de dados, produção de estatísticas, entrevistas).

→ Por qual motivo é ilegal dirigir a 120 km/h, mas não o é fazer carros que podem
chegar a 200 km/h?

→O crime é claramente horrível, mas por qual motivo responder a ele impondo os
nossos próprios horrores?

→Como educar para a liberdade aprisionando?

→Cifra oculta da criminalidade: numero de delitos, inquéritos e condenações.


(Paradoxo da pena)

Positivismo criminológico

A medicina veio salva o paradoxo entre a suposição de um contrato social produtor de


indivíduos como pactantes livres e iguais, e o fato de que o Estado , e os capitalistas
privados, usasse a violência contra alguns, aqueles fora, na realidade, do contrato e que,
portanto não seriam iguais. A medicina individual, e dentro dela particularmente a
psiquiatria alienista, unida a medicina social e higienismo, mostrariam que mesmo
quando o sujeito humano tem base física e temperamental imodificável, é possível fazer
uso em relação de determinados sujeitos portadores de anomalias ou imperfeições, para
o bem deles mesmo e de todos.

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11/07/2023
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18/07/2023

Filme: o segredo dos seus olhos / Youtube: Introcrim

POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO

Crítica ao art. 59 do CP, principalmente no que diz respeito a “personalidade do


agente”, visto que o juiz não possui contato suficiente com o réu para auferir este
requisito.
Raffaelle Garofalo (1851 a 1934) : seu imaginário de enfrentamento contra a
criminalidade passa tão somente pela premissa de contenção.
 Cominou o conceito do delito natural: os delitos não são os mesmos em cada
sociedade, e, portanto, os “inimigos” também poderiam variar. Por, isso ele
afirmava que as sociedades que diferem em suas valorações das europeias são
degeneradas. Em suma, trata-se de uma ideia lombrosiana, visto que considera
que a pessoa que não reúne os traços do Europeu ocidental tem tendências
criminosas.
 O delinquente natural é o sujeito que rompe com dois preceitos básicos e
naturais da sociedade europeia, sendo eles a piedade e a probidade.
o Piedade: ausência de compaixão, solidariedade, empatia ao violar a
integridade física e a vida. Herança da escolástica medieval;
o Probidade: elevação da ideia de propriedade – para ele probidade
significa respeito a probidade alheia.
 Periculosidade: definida como ‘perversidade constante e ativa’, mediante a qual
recomendava que a pena não devia ser proporcional ao dano ocasionado, mas
sim à dita periculosidade do sujeito. Ao unir critérios dos psiquiatras e médicos
do século XIX com os que eram próprios da ciência jurpidica, Garófalo
conseguiu aumentar o aspecto repressivo de ambos. Por conseguinte ele
criticava o que chamava de benevolência – ou má atuação médica e judicial –
para reprimir e separar os perigosos daspessoas probas e piedosas.
 Declara guerra contra o delito – privilégio do direito penal do autor.
 Parâmetros para medir a periculosidade: contexto, foma de execução, número de
delitos, habitualidade...
Ferri: além da premissa de contenção, leva em consideração outras vertentes.
O enfrentamento puro e simples do agente que comete delitos não tem surtido os
necessários efeitos.

25/07/2023
Fui a aula porém não estudei;

01/08/2023
A criminalidade de colarinho branco – Sutherland e o Pioneirismo;
Principais ideais de Sutherland:
 O artigo consiste em texto clássico da autoria de Edwin Hardin Sutherland, publicado
em 1940. A importância do trabalho advém do fato de ser o primeiro a empregar o
termo “crime de colarinho branco” na âmbito da criminologia;
 O autor busca evidenciar o equívoco das teorias criminológicas da época, que
ignoravam o absurdo poder econômico e, assim, propõe uma nova abordagem ,
sugerindo a aplicação dos conceitos de associação diferencial e desorganizacional
social;
 Cifra oculta – nem todo crime é apurado pelas autoridades.
 Objetivo: “é uma comparação do crime ocorrido na classe alta, ou de colarinho branco –
representada por responsáveis ou, no mínimo respeitados empresários e profissionais
liberais – e o ocorrido na classe baixa, composta por pessoas de baixo status
socioeconômico”;
 Seletividade Penal: significa o fato de que o sistema de justiça criminal costuma
criminalizar com maior frequência determinados grupos em comparação com outros –
categoria fundante do nosso sistema penal.
 Problemas das Estatísticas Criminais: Os criminólogos têm utilizado estudo de caso e
estatísticas criminais derivados dessas agências da Justiça Criminal como sua principal
base de dados. Assim, a partir dessas, eles formularam teorias gerais do comportamento
criminoso e sustentam que, uma vez que o crime está concentrado na classe baixa, ele é
causado pela pobreza ou características pessoais e sociais que acreditam estar
estatisticamente associadas com a pobreza, incluindo enfermidades mentais, desvios
psicoáticos, bairros carentes e famílias “degeneradas”. Essa afirmação, evidentemente,
não faz jus às qualificações e variações presentes nas teorias convencionais do
comportamento criminoso, mas representa corretamente a tendência central delas.
 Os pobres não cometem, necessariamente, mais crimes, porém são, isto sim, mais
criminalizados.
 Tese: A tese deste trabalho é a de que o conceito e explicação para o crime, como
descritos, são inadequados e incorretos, que o crime, de fato, não está estritamente
correlacionado com a pobreza ou com condições psicopáticas e sociopáticas associadas
com a pobreza e que uma explicação adequada do comportamento criminosos deve
proceder por caminhos diversos.
 As explicações convencionais são inválidas, sobretudo, porque derivadas de amostras
enviesadas. Elas são enviesadas porque não incluem vastas áreas do comportamento
criminoso de pessoas que não pertencem à classe baixa. Uma das áreas negligenciadas é
o comportamento criminoso de empresários e outros profissionais , a qual será objeto de
análise neste trabalho.”
 Tese: Na medicina, aqui utilizada como exemplo porque é bem provável que ossua
menos incidência criminal do que outras profissões, há venda ilegal para criminosos,
pareceres e testemunhos fraudulentos em acidentes, casos extremos de tratamento
desnecessários, falsos especialistas, restrição de competitividade.
 Vitimização difusa: Os crimes de colarinho branco quebram a relação de confiança e,
por isso, gera desconfiança, o que reduz a moral, social, e produz desorganização social
em larga escala. Já outros crimes produzem pouco efeito nas instituições sociais ou na
organização social.
 Fracasso positivista: Em primeiro lugar, a generalização é baseada em uma amostra
enviesada que omite quase que completamente o comportamento de criminoso de
colarinho branco. Os criminólogos restringiram sua base de dados, mais por razões de
conveniência e ignorância do que por princípio, na maioria das vezes, aos casos das
cortes criminais e varas da infância e juventude, e estas agências são usadas
principalmente para criminosos de baixos estratos econômicos. Consequentemente, suas
bases de dados são grosseiramente enviesados do ponto de vista do status econômico
dos criminosos e a generalização de que a criminalidade está vinculada com a pobreza
não se justifica.
 Em segundo lugar, a generalização de que a criminalidade está estritamente associada
com a pobreza, obviamente não se aplica aos criminosos de colarinho branco. Com rara
exceções, eles não estão na pobreza, não foram criados em bairros carentes ou por
famílias deterioradas e não são enfermos mentais ou psicopatas. Eles raramente eram
crinaças problemáticas nos primeiros anos de vida (...)
08/08/2023
ASSOSIAÇÃO DIFERENCIAL E TEORIAS ECOLÓGICAS

 Crimes são cometidos por pessoas que se associarem a grupos nos quais aprenderam a
praticar ilícitos.

 Em síntese:

o 1) A criminalidade do colarinho branco é realmente criminalidade sendo em


todos os casos violação da lei penal;
o 2) A criminalidade de colarinho branco difere da criminalidade da classe baixa,
sobretudo, na aplicação do direito penal, ao segregar administrativamente os
criminosos da primeira classe dos demais;
o 3) As teorias criminológicas de que o crime deriva da pobreza ou de condições
psicopáticas e sociopáticas, estatisticamente associadas com a pobreza, são
inválidas porque se baseiam em amostras que são grosseiramente enviesadas no
que diz respeito ao status socioeconômico; não se aplicam aos criminosos de
colarinho branco; e, não explicam sequer a criminalidade de classe baixa, visto
que os fatores não estão relacionados a um processo característico geral de toda
a criminalidade.
o 4) Uma teoria do comportamento criminoso que explique tanto a criminalidade
de colarinho branco como a da classe baixa é necessária;
o 5) Uma hipótese desta natureza é sugerida nos termos de associação diferencial
e desorganização social;
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12/09/2023

Subculturas criminais: visão que a sociedade costuma a ter em ralação à classe média.

Indicação de livro: Gabriel Anitua – Histórias dos pensamentos criminológicos.

→ Características do comportamento criminoso:

1) Se considera que com menos de 18 anos completos, não terão a caracterização de um


crime, mas sim de ato infracional e também de trabalha com a perspectiva de que
estas pessoa não se submeterão a pena, e sim a condutas socio educativas.
2) Malicioso, obtém prazer por incomodar a moral geral ou quem a respeita;
3) Negativista, que se definem por oposição aos valores da cultura geral ou da classe
média, não tem referência autônoma, mas são exatamente o contrério do que aquela
(a cultura geral) prescreve.
4) Variáveis, que os jovens de gangues são se especializam num comportamento delitivo,
mas sim, realizam uma grande variedade de atos delitivos ou que sem chegar a sê-lo
aparecem como contrários a esses valores gerais – desde furtos, até provocarem
desordens ou faltar a aula ou à boa educação.
5) Hedonistas a curto prazo, o que se relaciona com o anterior, pois não realizam
atividades planificadas, mas sim respondem ao impulso.
6) Reforçadores da independência do grupo, mediante a hostilidade e a resistência a
outros grupos, especialmente à autoridade ou a instituições que a representam,
família, escola, etc.

19/09/2023

Crime no sentido jurídico tem sempre uma forma normativa de compreensão.


Ideia de legalidade: tudo o que não é proibido é permitido.
O desvio não significa apenas uma violação da moralidade comum, visto que significa a
incorporação dos valores significados socialmente.
A reação ao crime, via de regra, é semelhante à reação do desvio.
Desvio, é o intermédio entre o ato ilícito e o crime.

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