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Livros: o homem delinquente (lombroso), Sociologia Criminal (Ferri)

CRIMINOLOGIA

Finalidade: prevenção do delito, ressarcimento da vítima, ressocialização.


Escolas criminológicas:
A) Clássica: praticar crime porque quer, achismo, sem ciência. Orientação no jus
naturalismo, apresentando o ser humano como um ser racional, igual e livre, em razão
do que possui livre-arbítrio: capaz de se autodeterminar, de optar e decidir o que
fazer, sendo todos iguais, inclusive os criminosos. O crime é algo irracional,
devendo se priorizar o fato e não o autor.
B) Positiva: o criminoso é portador de uma patologia a herdada ou adquirida, a qual retira
seu livre arbítrio. Deve-se identifica-lo e excluí-lo. Delito ligado a alguns caracteres os
quais o indivíduo não tem controle sobre eles. Defendiam o determinismo que permite a
interferência ao indivíduo classificado como criminoso nato, em prol de um bem maior
(a sociedade), buscando disciplinar esses sujeitos, a fim de organizar o capital, manter a
ordem social e garanti o pregresso da sociedade. O crime é algo natural, estudando
primeiro o autor do crime e depois o fato, baseado na sua personalidade patológica.

Lombroso (FASE ANTROPOLOGICA): através do próprio criminoso em que nos


identificamos a causa do delito provindo das características anatômicas ou fisiológicas
natas; Ferri: sugeriu o termo criminoso nato. Ambos tentavam encontrar patologias
psíquicas e anatômicas que pudessem diferencia-los das pessoas comuns, criando um
modelo antropológico de criminoso, os quais tinham tendências a desenvolver crimes e
um desenvolvimento menor que as pessoas comuns; Para Lombroso, o delinquente
autêntico mostra uma série de sintomas físicos que o marca como uma variedade
especial da humanidade e o impulsiona ao crime. A pessoa normal não viola leis por
medo do castigo, da infâmia, da religião e das faculdades morais civilizadas
O delinquente padece uma série de estigmas degenerativos comportamentais,
psicológicos e sociais, fronte esquiva e baixa, grande desenvolvimento dos arcos
supraciliares, assimetrias cranianas, fusão dos ossos atlas e occipital, grande
desenvolvimento das maçãs do rosto, orelhas em forma de asa, tubérculo de Darwin,
uso frequente de tatuagens, notável insensibilidade à dor, instabilidade afetiva.
No caso do criminoso nato, este se caracteriza, do ponto de vista físico, pelas
seguintes características: crânio pequeno, grande órbita ocular, testa inclinada,
protuberância na parte inferior traseira da cabeça. Do ponto de vista psicológico, é
insensível, impulsivo e não sente remorso.
Para começar, os criminosos seriam mais altos que a média (e isso significava
1,69m na Veneza e 1,70 na Inglaterra), teriam crânios menores que os dos homens
“normais” e maiores do que os crânios dos “loucos”, além de uma aparência
desagradável, mas não deformada, sendo que estupradores e sodomitas teriam feições

feminilizadas. Outras características comuns seriam orelhas de abano, nariz adunco,


queixo protuberante, maxilar largo, maçãs do rosto proeminentes, barba rala, cabelos
revoltos, caninos bem desenvolvidos (olha só uma prerrogativa para vampiros aí),
cabelos e olhos escuros. Ladrões teriam olhar esquivo, já os assassinos um olhar firme e
vidrado. Seriam ainda especialmente insensíveis à dor. Socialmente, criminosos teriam
preferência por tatuagens o que provaria sua insensibilidade à dor. Os locais preferidos
para tatuagens em geral (não necessariamente entre criminosos) seriam os ombros, o
peito (marinheiros) a parte interna do braço e os dedos (mineiros). Criminosos teriam
tatuagens nas costas ou nos genitais, muitas vezes denotando uma gangue ou imagens
obscenas. Criminosos seriam ainda infantis, empáticos e extremamente vaidosos (a
ponto de facilitar o trabalho de seus perseguidores) e um senso de moral extremamente
apurado. Suas paixões exacerbadas que levariam a reações desproporcionais e
criminosas às ações mais triviais. Isso sem contar seu interesse antinatural pelo
mórbido. Entre as mulheres, o que denotaria o potencial criminoso seria uma certa
masculinidade nos traços e na voz, causados por um excesso de pelos corporais,
verrugas, cordas vocais grossas com relação à laringe, mamilos pequenos ou muito
grandes e mesmo sua forma de escrever. As mulheres criminosas seriam em geral mais
cruéis que os homens, e possuiriam vitalidade, reflexos e força incomuns.

Para Ferri (FASE SOCIOLÓGICA): o ser humano não age como ele pensa, mas sim
como ele sente, por isso sofre as influências de vários fatores, insere analise de aspectos
sociais a figura do criminoso. O crime é conduzido na percepção de determinismo. A
pena não tem exclusivamente um caráter repressivo, ela também tem um caractere re-
educativo e curativo. Como o problema está no criminoso, é capaz de reeduca-lo e curá-
lo, porem por consequência essa política penal é bastante questionável já que propõe
uma pena sem prazo de duração, já que o critério temporal não estava ligado ao ato
cometido, mas sim as condições do sujeito tratado. Ou seja, o tempo que ele
permaneceria preso seria o tempo necessário para ele ser reeducado e curado para ser
reinscrito na sociedade.

Para Garófalo (FASE JURIDICA): criador do termo criminologia, o delito se encontra


dentro de cada pessoa e se manifesta externa no momento em que ele se degenerasse,
dessa forma, ele criou uma subdivisão de três espécies de criminosos:
- Criminoso Nato: aquele que agia pelo seu instinto criminoso;
-Criminoso fortuito: aquele que agia conforme a ocasião;
-Criminoso pelo defeito moral especial: composta pelos assassinos, criminosos,
violentos, ímprobos e cínicos, defendendo inclusive a pena de morte para os primeiros.
Se existir o criminoso nato também há a figura do delito nato, ele divide o crime em:
-Delitos legais: variam de acordo com o local;
-Delitos naturais: feriam a própria sociedade e a sua condição humana.

C) Escola de Chicago: teoria da ecologia criminal ou desorganização social. Analisaram


Chicago, buscavam informações sobre a realidade, concluíram que os crescimentos dos
centros humanos acabam gerando a criminalidade. Perde-se a identidade, enfraquece-se
os agentes de controle social informal, como as amizades, a vizinhança, famílias, o
sentindo com o próximo, dando lugar para a individualidade e perdendo os freios da
criminalidade. Com isso, voltou ao estudo dos meios urbanos, chegando à conclusão
que o meio ambiente influenciava a conduta criminosa. Logo, concluíram também
que os crescimentos da população nas cidades representavam um crescimento na
criminalidade. Logo, é correto concluir que à Luz da escola de Chicago a cidade era
responsável por produzir a criminalidade.
Teoria do consenso, entende-se que se a cidade passa por um desenvolvimento
desenfreado pode ser causadora da criminalidade. Características: baseada no método
empírico, finalidade pragmática; utilizava-se de inquéritos sociais.
Proposta para reduzir o crime (prevenção primária): mudanças efetivas nas condições
econômicas e sociais das crianças;
Fortalecimento dos mecanismos de controle social informal;
Estado atuante especialmente sobre a pobreza e desemprego, visando a desigualdade
social.

D) Sociológico ou social: coleta e interpretação de dados. O modo de ser e agir coletivo


influência no individual. Durkheim: não existe sociedade sem crime (delito é parte
funcional da sociedade, e não uma patologia, constatando-se o incremento das taxas de
criminalidade conforme houver evolução social). Punição é saudável, pois mostra que o
coletivo está correto.
Anomia é uma situação social desprovida de regras ou leis, podendo simbolizar
anarquia ou desorganização. Inserindo-se esse estado na avaliação de uma sociedade,
está-se apontando para a sua falta de organização, redundando em mau funcionamento,
o que pode tornar a vida das pessoas mais difícil, perturbando a compreensão dos
comportamentos adequados e éticos.
O comportamento humano é uma decorrência não só do livre-arbítrio, mas
moldado por forças sociais, que estão fora do seu controle

Teoria do consenso: Ligada ao Conservadorismo. O objetivo da sociedade ocorre


quando existe concordância com as regras de convívio. Se as instituições funcionam
perfeitamente, de modo que as pessoas compartilhem objetivos comuns e aceitam as
normas vigentes, então a finalidade da sociedade será atingida.
Teoria do conflito: Ligadas à movimentos Revolucionários. Sustentam que o
entendimento social decorre de imposição de alguns e sujeição de outros. Parte da ideia
que os membros do grupo não compartilham dos mesmos interesses, e o controle social
se presta a garantia do poder vigente. Sendo assim, o conflito natural e, até mesmo,
desejado quando controlado, para o progresso e mudanças necessárias da sociedade. Em
dado momento em que há o controle mínimo é bom porque esses conflitos é o que vai
fazer a sociedade progredir. O poder sempre está concentrado nas mãos de poucos que
sempre subjugar a maioria que compõe o corpo social para se manter no poder. De
forma controlada esses conflitos são importantes para a evolução.
-Marxistas: a causa da criminalidade estaria na luta de classes, gerada pelo capitalismo.
-Não marxistas: relacionam a criminalidade coma s tensões geradas pela distribuição
desigual de poder. A sociedade o corrompeu, a culpa é sempre de entidades abstratas e
nunca do criminoso.

E) Teoria do Labelling Aproach (rotulação/ etiquetagem): surgiu na década de 60 nos


EUA. Seus defensores principais são Howard Becker e Erving Goffman. Tenta apontar
que o sistema penal estigmatiza e rotula o criminoso, os próprios sistemas de justiça
criminal estigmatizam. Um sujeito da elite não seria tão rotulado porque interessaria o
sistema, enquanto o pobre seria estigmatizado. Dessa forma, o próprio direito penal
seria os grandes causadores do aumento da criminalidade. O sistema prisional só
aumenta a criminalidade, pois funciona como uma escola para o crime. A solução seria
evitar o cárcere, inspirando a lei 9.099. Espécie de Teoria do Conflito.
F) Criminologia crítica, radical: Tem suas bases alicerçadas no marxismo, enxergando o
crime como um fenômeno proveniente do sistema capitalista. Tem origem histórica no
início do séc. XX, com o trabalho do holandês Bonger, que, inspirado pelo marxismo,
entende ser o capitalismo a base da criminalidade, na medida em que promove o
egoísmo (que por sua vez, levaria a pessoa a delinquir). Alguns defensores são
Alessandro Baratta, Rosa Del Omo e Eugenio Raul Zaffaroni. O homem não teria o
livre-arbítrio, ou liberdade de escolha quando pratica um determinado delito por
encontrar-se sujeito a um determinado sistema de produção. Critica todas as outras
teorias e correntes da criminologia, por considerar a criminalidade um problema
insolúvel dentro da sociedade capitalista. Parte da ideia de que a divisão de classes no
sistema capitalista gera desigualdades e violência a ser contida por meio da legislação
penal. Conclui que a norma penal surge como instrumento de controle social
preconceituoso, por recair apenas sobre a classe trabalhadora e menos favorecida, não
sendo aplicada da mesma forma às elites. Inspirou 3 tendências da criminologia:
neorrealismo de esquerda; abolicionismo penal e direito penal mínimo. Características:
o direito penal se ocupa de defender os interesses do grupo social dominante; reclama
compreensão e até o apreço pelo criminoso; critica severamente a criminologia
tradicional; O capitalismo é a base da criminalidade; propõe reformas estruturais na
sociedade para a redução das desigualdades e, consequentemente, da criminalidade.
Apoia a abolição do direito penal. Se enxerga no sistema como o sistema capitalista
como opressor que acaba punindo apenas os pobres. Alguma teoria tem tido alterações,
alguns trabalhadores começaram a gostar do capitalismo, dessa forma estão deixando de
lado o agente revolucionário no trabalhador. Algumas críticas são que a teoria retira do
ser humano qualquer possibilidade de auto responsabilidade ao culpar exclusivamente o
sistema capitalista, considerando o criminoso como uma mera vítima da sociedade e da
classe em que foi inserida, não explica o crime das classes mais altas e pelos menos
favorecidos, aponta problemas em países capitalistas, deixando de analisar por
completo os crimes praticados em países socialistas e comunistas.

G) Criminologia pós moderna:

-Realismo do direito: (movimento da lei e da ordem - t.z.), onde é natural a persecução


penal, em face da aprovação social, punindo-se o menor para se evitar o maior (estado
social ao estado penal); Janelas quebradas, beisebol, etc.

- Abolicionismo (louk Hulsman), substituição por modelos informais (formas não


punitivas de resolução de conflitos), o direito penal é ilegítimo, não é racional, cria o
que quer punir. Se conecta com a criminologia radical, onde o sistema penal seria
gerador de criminalidade;

- direito penal mínimo: Outras escolas – midiática, atuarial etc.


VITIMOLOGIA:

Estudo da vítima do delito. A ideia da vitimologia é incluir a vítima no fenômeno do


qual faz parte o criminoso, estuda-la e relacioná-la ao autor do crime. Trata-se da
disciplina que tem por objeto o estudo da vítima, de sua personalidade, de suas
características, de suas relações com o delinquente e papel que assumiu na gênese do
delito.

-Primária: a vítima sobre as consequências da ação diretamente. Decorre de um delito


que viola os direitos da vítima e pode causar danos de natureza patrimonial, físico,
psicológico, etc.
-Secundária: a vítima sofre as consequências dos próprios elementos da investigação
judicial. Decorre do sistema criminal de justiça. Trata-se do sofrimento causado às
vítimas pelas investigações e cursos do processo.
-Terciária: os próprios corpos sociais viram as costas para a vítima, o momento em que
a vítima é negligenciada pela própria sociedade ou pelo sistema judicial. É caudada pela
omissão do Estado e da sociedade que não amparam as vítimas. Em alguns casos,
órgãos públicos e o próprio corpo social, além da inércia, chegam a incentivar que as
vítimas não denunciem os fatos criminosos (cifra negra).

TEORIA GERAL DA PENA:

Aspectos gerais:
O sistema repressivo é o mais rigoroso instrumento de controle social, pois usa a sanção penal
como ameaça e punição. Não existe nada pior de controlar a sociedade do que a pena. “O
Estado para controlar as pessoas, surgiu as penas”.

Teorias sobre os fins da pena (principais/ as outras que surgiram depois disso tem por de trás
dessas três). Se cada um fizer justiça com suas próprias mãos, não haverá mais controle social.
-Teorias absolutas (retributivas):
-Quem pratica um mal, deve sofrer um mal. A pena se funde na “justa retribuição”, não
servindo para outra coisa a não ser recompensar mal com mal. Racionalmente não se pode
apagar mal cometido, com outro sofrimento. A Pena não tem finalidade nenhuma a não ser
causar o mal a quem o causou. A vingança não é democrática e nem cientifica. Kant era
absolutista, a pena seria relacionada a moral e social. Um artigo interessante chama a “Ilha de
Kant”.
–O grande legado dessa teoria, são os limites estabelecidos na pena. As penas devem sem
proporcionais ao crime. Como seria feita essa proporcionalidade se ela seria apenas uma forma
de vingança. Não olham a conduta praticada, mas sim para o dado na sociedade.
Dividida em:
-Teorias relativas:
Não olham a conduta praticada, mas sim para o dado na sociedade.
Partem da concepção utilitária da pena (prevenção), por meio de seus efeitos preventivos:
Prevenção geral ((voltada para a sociedade)) pelo aspecto
“Positivo” reafirma a existência do Direito; pelo aspecto
“Negativo”, representa a pena uma intimidação, uma ameaça contra todos; o ser humano deixa
de ser humano e passa a ser um objeto utilizado pelo Estado para ameaçar os outros.

Prevenção especial ou específica: ((voltada para o criminoso)) pelo aspecto


“Positivo”, busca evitar a reincidência, com a ressocialização do condenado; pelo aspecto
“Negativo”, busca intimidar o criminoso, aplicando-lhe a sanção penal, que, em alguns casos
pode representar sua prisão, encarceramento (ou morte).

-Teorias unitárias:
Combinam as anteriores, “reprovação e prevenção” (em todos os seus aspectos). A utilidade é
relacionada com a prevenção. O código adotou essa teoria, art. 59 do CP. Há uma tríplice
finalidade: retribuição, prevenção e ressocialização.

Teorias absolutas:
*Absolutismo: o direito penal tem que acabar,
*Direito penal máximo: Tudo tem que ser penalizado, penas cada vez mais severas

a) Fundamentos da pena: devem ser considerados 3 momentos

-Da cominação (ameaça): pena prevista em lei para cada crime. Visa a pena a proteção de bens
jurídicos de especial valor, sendo o DP a ultima ratio. No momento em que uma pena é
“prevista” em lei para determinado crime, seu fim principal é atuar sobre os destinatários
(cidadãos) para que estes não pratiquem crimes (prevenção geral). Proteção ao intolerável.

-Da imposição: com a transgressão da lei se impõe a pena, por meio da perda de bens jurídicos
(fundamento é a pratica do delito). O objetivo é demonstrar a efetividade da ameaça (prevenção
geral positiva e especial).

-Da execução: a pena tem como fundamento a sentença condenatória, a qual limita os direitos a
serem atingidos pela mesma, com a perda ou diminuição de bens jurídicos do condenado. Visa-se
a ressocialização, isto é, a finalidade é de reincorpora-lo à sociedade (prevenção social). Não se
pode executar uma pena diferente da sentenciada.

O fundamento das consequências jurídicas do delito é o controle social do intolerável; que todas
as ideias relacionadas com retribuição e prevenção estão situadas não só nas impressões que esse
controle social produz; que o controle social penal tem o Estado social e democrático de direito se
expressa através da intervenção mínima; que para que se possa identificar um caráter democrático
na imposição do controle social penal e logo, da pena, se faz imprescindível a referência ao bem
jurídico, mas, precisamente a verificação de que se com a aplicação da pena o caso concreto, que
efetivamente se está dando uma melhor proteção ao bem jurídico que justificou o castigo e se essa
medida é efetivamente necessária.

A sansão penal vai punir o criminoso tirando o bem jurídico dele, pois, o crime que ele praticou
feriu o bem jurídico de outra pessoa.

Conceito de pena: é a perda de bens jurídicos impostas por órgãos da justiça à quem comete
crimes. Trata-se de sanção característica do Direito Penal, sendo retributiva e preventiva
conforme teoria adotada no nosso código.
Princípios relacionados à pena:
Da legalidade, da personalidade, da proporcionalidade, da individualização, da humanidade; da
inderrogabilidade, (constatada a prática de um crime, a pena não pode deixar de ser aplicada,
como regra); da culpabilidade.

Obs: a medida de segurança tem caráter penal (defesa social), devendo ser assistencial, medicinal,
pedagógica, e se baseia na periculosidade do agente.

SISTEMAS PENITENCIÁRIOS

A) O primeiro sistema foi o da “Filadélfia” (1790), que se baseava na segregação e no


silencio. Os condenados eram submetidos a um período inicial de isolamento, que subsistia
durante todo o cumprimento da pena, para os autores de crimes graves, enquanto que os autores
de crimes menos graves podiam trabalhara em comum durante o dia, em silenciom. Finalidade
religiosa, mística. (Regime fechado e semiaberto). House of Correction.

B) O sistema de Auburn (NY), a ideia é q o preso tinha que custar pouco, não dar
despesas, e ter o controle máximo possível sob eles para que eles trabalhassem. Dividia-se os
presos em categorias. Os presos eram proibidos de conversarem. Jeremy Bentham criou uma torre
central envidraçada em q as celas ficavam na zona periférica. Uma pessoa sozinha tomava conta
do presidio inteiro, tendo pouco gasto. Foi utiliza em hospitais psiquiátricos e algumas escolas.
Sensação de vigia 24h por dia. (Pan-optico).

C) O Sistema irlandês (sistema progressivo): base do sistema brasileiro, o preso precisa de


um benefício enquanto mais evolui em sua pena, de um ponto mais rigoroso para um sistema
menos rigoroso, através do sistema de pontuação em que evolui gradativamente de um sistema
inicial, depois trabalhava em obras públicas, teste para liberdade sem supervisão e vigilância e
por fim livramento condicional. A base do sistema progressivo de cumprimento de pena. Esse
sistema evita comportamentos rebeldes.

ESPÉCIES DE PENAS:

1-Classificação das penas:


Art. 32 do CPB, 3 tipos de penas, privativas de liberdade e restritivas de direitos e a pena de
multa.
São proibidas (vedadas), de acordo com o artigo 5ª, XLVII da C.F., as penas de: morte, perpétua,
de trabalhos forçados, de banimentos e a cruéis.

2-Cominação das penas:

Pena cominada é aquela prevista em lei de forma abstrata. Pode existir:


-Isoladamente: somente uma espécie de pena é prevista para o crime. Exemplo, artigo 121;

-Cumulativamente: quando o tipo penal prevê mais de uma espécie de pena ao crime, devendo o
juiz aplicar todas elas (sempre tem “e” multa);

-Alternativamente: quando o tipo penal prevê mais de uma espécie de pena ao crime, devendo o
juiz escolher qual delas irá aplicar. Exemplo, o artigo 147. (Sempre tem “ou”)

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE:

1-Tipos e distinção:
-Prisão simples: não aparece para crimes, apenas para contravenções penais. É privativa de
liberdade. O preso tem que ficar separado daqueles que cometem crimes. Sem aplicação hoje.
Pode ser cumprida me regime semiaberto e aberto. Para crimes hediondos a lei determina regime
fechado.

- Reclusão: destinada aos crimes mais graves. Deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto
e aberto. Medida de segurança do tipo internação. Permite interceptação telefônica na
investigação dos crimes. Pode ser cumprida incialmente no regime fechado, semiaberto ou aberto.

- Detenção: destinada a crimes menos graves. Cumprimento em regime semiaberto e aberto. A


pena deve ser cumprida incialmente em regime semiaberto ou aberto. Medida de segurança do
tipo tratamento ambulatorial.
Obs. A previsão é do próprio tipo penal (artigo).

Limite de cumprimento de pena privativa de liberdade:

O tempo máximo de cumprimento de pena não pode ser superior a 40 anos. Tal limite se refere ao
tempo de cumprimento, mas não para benefícios legais (penais e processuais), daí se considera o
total da condenação sofrida.
Pode ser cominada pena acima de 40 anos, mas não cumprida -por mais de 40 anos. Se cominam
penas de longo prazo por razão dos benefícios legais.

- Conforme o § 1º do artigo 75, se o agente for condenado a penas cuja soma ultrapasse os 40
anos, deverá ocorrer unificação das mesmas para obedecer ao limite legal (retroatividade?
Aqueles que chama que essa alteração foi melhor, retroage, mas para aqueles que consideram pior
é considerado apenas a aqueles depois de 2019 (vigência da lei));

- de acordo com o § 2º do mesmo artigo, ocorrendo condenação por fato posterior ao início do
cumprimento da pena, realiza-se nova unificação das penas, abatendo-se o que já se cumpriu
(perde o já cumprido? Não se perde o que já foi cumprido).

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