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Anotações de Criminologia

A criminologia é uma ciência autônoma, empírica e interdisciplinar.


Empirismo: cria os conhecimentos a partir das observações
Interdisciplinar: recebe cooperação de outras disciplinas. O aspecto social pode
conduzir o indivíduo a cometer o crime.
Autônoma: apesar de receber cooperações, cria suas próprias teorias.

Objetos da criminologia:
1) Delito(crime) - (surge na escola clássica)
2) Delinquente (surge na escola positiva) -> por Césare Lombroso
3) Vítima -> -> após a 2ª guerra mundial.
Até então a vítima não tia voz no processo. Só queriam punir o criminoso, o crime,
pouco se importava a vítima.
4) Controle Social

A prevenção e o controle do crime é a finalidade da criminologia.


Intervir na pessoa do delinquente.
Buscar aspectos para reeducar o indivíduo. Para que ele não volte a reicindir.
Controle do crime:
Avaliar os modelos de resposta ao crime (Retributivo/Clássico x Justiça Restaurativa)

Retributivo/Clássico: Modelo mais antigo. Não visa prevenção, simplesmente punir o


indivíduo que cometeu o crime. Retribuir o mal a ele pelo mal que ele causou. Não
protege a vítima. Repressão do crime.

Justiça Restaurativa: Reparação do dano à vítima. Reestabelecer os laços sociais. Visa


acordos/conciliações. (ex. Lei 9099/95).

Diferenças entre Criminologia x Direito Penal.


Criminologia: Indutiva. Ciência do ser. Estudo do indivíduo e suas motivações para o
cometimento do crime. Causas e origens. É experimental. Parte dos experimentos.
Causal-explicativa. A partir dos experimentos, explica as causas do crime. Etiologia do
comportamento criminoso. Contrária a dogmas. Não existe verdade absoluta. Ela
sempre busca afirmar que é evolutiva e flexível. Passível de refutação (sabe que sua
ideia pode ser ultrapassada a qualquer tempo).
Passa de situações particulares >> para situações gerais.
A Criminologia e o Direito Penal são interdependentes e inseparáveis. O fato de serem
interdependentes não quer dizer que há hierarquia entre outra. Se cooperam entre si.
Crime pra criminologia é um problema social/comunitário e individual.

Direito Penal: Ciência do dever ser. Normativa. Abstrato (parte da situação geral que é
a lei e aplica-se a uma situação particular), lógico. Dedutivo.
Crime para o direito penal é fato típico, ilícito e culpável.

Arbitrariedade estatal: Haviam penas cruéis, de tortura e penas desproporcionais.


Até o momento que surge a escola clássica.

Clássicos x Positivistas

Clássico: aspecto mais humanitário para as penas.


CBF
Carrara > O crime é um ente jurídico
Beccaria em 1764 – Dos Delitos e das Penas> Principal autor que trás a ideia de penas
mais humanitárias.
Feuerbach

O criminoso é dotado de livre-arbítrio. Ele não é um ser doente, tinha poder de


escolha. Delinquente porque quer.

Positivistas: LFG Criminologia, com LOMBROSO, passa a ser considerada como ciência.
Em 1876.
Lombroso – O Homem delinquente 1876: Para ele, o homem já nasce doente, com
uma pré-disposição para o crime. Ser atávico. Que já veio determinado para o crime.
Determinismo biológico. Olhava os traços físicos das pessoas (se tinha tatuagem,
barba rala, dentre outros)
Delinquente Nato. Se já nasceu doente > ser doente.

Ferri: genro de Lombroso. Trás a ideia de um determinismo social (o meio que


influencia aquele indivíduo) – Lei de saturação criminal: em um ambiente onde está
saturado a criminalidade, acaba formando novos criminosos.

Garófalo: Defende a medida de segurança. Cria conceitos chamados de temibilidade e


periculosidade. O delinquente é periculoso. Grau de temor de alguns indivíduos.
O termo criminologia ficou conhecido mundialmente por Garófalo.
Teorias Consensuais x Conflitivas.

Consensuais: CASA > funcionalistas


Paradigma etiológico (qual a causa e paradigma do crime)

A lei é pra todos. São integralistas, integram todas as pessoas. As pessoas confiam no
sistema que está em vigor.

Chicago

Anomia > Durkheim e R. Merton.


Por Durkheim: Funcionalidade e normalidade. O Crime é algo funcional e necessário. É
com o crime que iremos conscientizar. Que iremos buscar a ressocialização social e o
respeito as leis. O crime é algo normal dentro de uma sociedade
R. Merton: Quando tivermos metas culturais (desejos, anseios) contrários aos meios
institucionais (trabalho, escola, leis) chegaremos a uma situação de anomia.

Sub. Delinquente > Albert Coen: Se justifica na função dos jovens que tiveram poucas
oportunidades e buscam aparecer, ter status, levando em consideração 3 fatores:
1) Não utilitarismo
2) Negativismo
3) Malícia na conduta
Sai pixando as casas, colocando fogo nos andarilhos. Qual a finalidade? O que está
ganhando? NADA!

Associação diferencial

Conflitivas: > argumentativas


Paradigma da reação social (não se olha mais o ato infracional em si, mas a reação que
é dada sobre ele, que siga uma carreira criminosa)
Processo de criminalização.
Os indivíduos passam a ser rotulados como criminosos.
O conflito é algo bom e necessário.
Há forte crítica ao direito penal e as leis.
É necessário que haja conflito para que haja mudança.

Labelling approach: Problema de definição


Restaurativa para os crimes de menor potencial ofensivo.
Diminuir o minimalismo penal para resolver o conflito.
As próprias rotulações/definições, definindo-o como criminoso/ficha suja/nome sujo,
vai ser um ex presidiário e não volta a ter mais oportunidades. Acaba seguindo uma
carreira criminosa.
Criminalização:
1) Primária: Criação das leis
2) Secundário: Aplicação das leis
3) Sistema penal – cárcere
Cárcere desculturação: -> começa a esquecer os laços sociais, família, amigos, pois
ele perde o contato com aquela cultura fora do ambiente penitenciário
Cárcere prisionalização ->

Para a teoria crítica, culpável é a sociedade. Critica o capitalismo.

Sistema penal e reprodução da realidade social e cárcere e marginalidade social


A Escola e o juiz agem da mesma maneira
O Cárcere não cumpre o seu papel. Quanto mais se prisionalizou
A relação que existe entre sociedade e preso – relação de egoísmo e exclusão.
Consolida o que o direito penal fez desde o início.
A própria sociedade exclui o indivíduo por meio do egoísmo e exclusão.

Marcos Rolim: Criminologia, policiamento e segurança pública no século XXI:


O livro critica:
Polícia reativa > polícia que chega pra reagir, com bastão, porrete, para reprimir e
passar medo. Não é essa polícia que vai resolver o problema.
A Mídia gera uma sensação de insegurança, pois fala que o crime está fora do controle.
Marcos critica diminuir a maioridade penal

Defende:
Polícia proativa* > Polícia comunitário e policiamento orientado para solução de
problemas
Significa: A polícia proativa é a polícia que está presente na comunidade e sabe os reais
problemas da comunidade.
Defende a ronda a pé dos policiais. Vão aumentar o contato com a população. A
própria comunidade se aproxima dos policiais.
A polícia diante da ronda a pé passa a ser respeitada e não temida.
Marcos Rolim defende a justiça restaurativa.

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