Você está na página 1de 200

CRIMINOLOGIA FORENSE

Jaqueline da Cruz Monteiro


Psicóloga Forense

CRP 08/26943

Pós Graduada em Psicologia Jurídica

Mestranda em Ciências Criminológico-Forenses – UCES


Buenos Aires

Instagram: @jaquepsiforensic
E-mail: forclin@hotmail.com
Cronograma

- Introdução à Criminologia;
- Vitimologia Forense;
- Violência;
- Criminalística;
- Transtornos da Sexualidade;
- Pedofilia;
- Abuso Sexual Infantil - perfil de vítimas e agressores;
- Serial Killers;
- Perfil Criminal.
Introdução à Criminologia
Introdução à Criminologia
Conceito;

Objetos;

História da Criminologia: Idade Média


Escola Clássica
Escola Positiva
Escola Sociológica
Etimologicamente, criminologia vem do latim crimino (crime)
e do grego logos (estudo, tratado), significando o
“estudo do crime”.
Criminologia é uma ciência empírica (baseada na
observação e na experiência) e interdisciplinar.
Criminologia é uma ciência empírica (baseada na
observação e na experiência) e interdisciplinar.
Objeto de estudo:

No que se refere ao DELITO, a criminologia tem toda uma atividade


verificativa; analisa a conduta e suas causas geradoras.
Objeto de estudo:

No que se refere ao DELINQUENTE, verifica-se se o comportamento


é inato, se há deformação patológica ou um ser que pecou, ou seja,
se fez o mal somente uma única vez.
Objeto de estudo:

No que se refere à VÍTIMA, qual é o seu papel no ato delitivo;


Objeto de estudo:
O CONTROLE SOCIAL constitui-se em um conjunto de mecanismos e
sanções sociais que buscam submeter os indivíduos às normas de
convivência social.
CONTROLE SOCIAL
História da Criminologia
HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA

IDADE MÉDIA:
No período da Idade Média vigorava na Europa, o sistema
feudal e o Cristianismo era a ideologia religiosa dominante da
época.

Nesta fase, a Doutrina cita São Tomás de Aquino (1226-1274),


precursor da Justiça Distributiva, isto é, de se dar a cada um o
que é seu, segundo a igualdade.

Pobreza (etiologia/causa) desencadeava o roubo (necessidade)


Castigos utilizados na Idade Média (1200 – 1860) - Inquisição:
Guilhotina
Castigos utilizados na Idade Média (1200 – 1860) - Inquisição:
Fogueira
Castigos utilizados na Idade Média (1200 – 1860) - Inquisição:
Cadeira da Inquisição
Castigos utilizados na Idade Média (1200 – 1860) - Inquisição:
Castigos utilizados na Idade Média (1200 – 1860) - Inquisição:
Roda do Despedaçamento
Castigos utilizados na Idade Média (1200 – 1860) - Inquisição:
Berço de Judas
Castigos utilizados na Idade Média (1200 – 1860) - Inquisição:
Potro
Castigos utilizados na Idade Média (1200 – 1860) - Inquisição:
Descascador de Peles
Outro pensador medieval importante foi:

Santo Agostinho (354 a 430 d.C.) via a pena de Talião


como injustiça.

Para ele a pena deveria assumir um papel de defesa


social e promover a ressocialização do delinquente,
evitando a prática de novos crimes.
Séc. XVIII Escola Clássica: procurou construir os limites
do poder punitivo do Estado em face da liberdade
individual.

Baseada no Iluminismo: ser humano podia tornar o


mundo um lugar melhor;
Se contrapõe às torturas e desrespeito aos Direitos
Fundamentais praticados pelo antigo regime absolutista
(reis);

Direito penal = tutela;


Pena = proteção
Pena proporcional ao delito, deve ser justa.
Séc. XVIII Escola Clássica:

O fundamento da responsabilidade penal encontra-se


no livre arbítrio e na imputabilidade moral;

Homem livre para escolher entre o bem e o mal;

A pena é uma resposta objetiva a prática do delito


revelando seu cunho retribucionista;
Séc. XVIII Escola Clássica

Principal nome dessa Escola: Beccaria:

Fez surgir o movimento humanitário em relação ao


Direito de punir estatal – contra as penas de caráter
cruel e principalmente a desigualdade das penas
determinada pela classe social do delinquente.

Mais pobre = pior a pena.


Séc. XVIII Escola Clássica

O livro de Marquês de Beccaria “Dei delitti e dele pene” (1764)


nova forma de pensar o sistema punitivo. Pretende humanizar a
resposta do Estado à infração penal.

- Pena não deve ser uma violência;


- Pena deve ser convencida = pública;
- Pena mínima.
- Contra pena de morte.
- Não deveria se ter uma pena para cada criminoso e sim uma
pena para cada tipo de crime;
- Leis na mão do povo.
- Imparcialidade do julgador
História da Criminologia

• Início Séc. XIX Escola Positiva: CESARE LOMBROSO,


fundador da Criminologia Moderna;

• Em 1876 publicou um livro chamado


“ O homem delinquente”;

• Considerado o pai da “Antropologia


Criminal”, Lombroso retirou algumas
ideias dos fisionomistas para traçar um
perfil dos criminosos.

• Acreditava no delinquente nato.


História da Criminologia

• Cesare Lombroso estava fixado nas premissas básicas de sua


teoria: degeneração epilética e delinquente nato, cujas
características seriam: crânio assimétrico, cara larga e chata,
grandes maçãs no rosto, lábios finos, canhotismo (na maioria dos
casos), barba rala, olhar errante ou duro etc..

400 autópsias de criminosos;

6 mil análises de delinquentes vivos.


Museu de Lombroso
História da Criminologia

• Enrico Ferri (1856-1929), genro e discípulo de Lombroso, foi o


criador da chamada “sociologia criminal”. Classificou os
criminosos em natos, loucos, habituais, de ocasião e por paixão.

• Rafael Garófalo (1851-1934), jurista de seu


tempo, afirmou que o crime estava no homem
e que se revelava como degeneração deste;
criou o conceito de periculosidade, que seria
o propulsor do delinquente e a porção de maldade
que deve se temer em face deste.
Séc. XIX Escola Positiva

- A criminalidade é considerada um fenômeno natural de causa


determinada;
- A criminologia deve explicar as causas do delito utilizando de
métodos científicos capaz de prever meios de combater o crime;
- Criminologia assume o papel de corpo social;
- Criminologia combatendo a criminalidade – defesa social;
- A pena não deve ser aplicada como forma de retribuição e sim da
periculosidade do delinquente
- Pena preventiva: prisão perpétua e pena de morte.
Séc. XIX Escola Sociológica

Escola de Chicago: desenvolvimento econômico nos EUA;

Robert E. Park – como as pessoas reagiam na área urbana;

Sérgio Salomão Shecaira: comportamento criminoso é aprendido


devido a comunicação e proximidade entre as pessoas. Ex: políticos.

Teoria da Anomia: insucesso em atingir metas culturais – gera


comportamento desviante, Ex: terrorismo;

Desigualdade social.
História da Criminologia

• Séc. XIX Escola Sociológica: comportamento criminoso é aprendido devido a


comunicação e proximidade entre as pessoas: Sérgio Salomão Shecaira.

• Teoria da Anomia: insucesso em atingir metas culturais – gera comportamento


desviante.

• Desigualdade social.
Émile Durkheim – Teoria da Anomia:
membros das classes menos favorecidas
cometem a maioria das infrações penais e
crimes de motivação política (terrorismos,
saques, ocupações) que decorrem de uma
conduta rebelde, bem como
comportamentos de evasão como o
alcoolismo e a toxicodependência.
Comportamento Criminal

1. O que é um criminoso? É uma pessoa que executa


comportamentos que vão contra as normas sociais, realiza um
ato que é proibido por lei ou que tem uma pena determinada.

2. Como o comportamento é adquirido, evocado, mantido e


controlado.

3. Validação cultural
Então, o que é a Criminologia?
• A Criminologia deve ser abrangente e inclusivo, abarcando a investigação e o estudo da
aplicação da lei, os procedimentos penais, medidas e programas de reabilitação e reintegração
social e medidas de prevenção, assim como, o estudo da definição, interpretação e
causalidade do crime.

• A Criminologia é uma ciência social (estudo das causas e circunstâncias nos quais se
desenrola os crimes),

• A Criminologia é uma ciência cognitiva ou comportamental (para quem analisam ações,


escolhas, psicologia e personalidade dos criminosos).

• A Criminologia é uma ciência comportamental forense (para que busca respostas para
questões legais e investigativas).

• A Criminologia é uma ciência contígua à química e à genética (para quem busca correlação
entre fatores biológicos e o comportamento criminal).

• A Criminologia Forense engloba:


1. Investigação Criminal; 2. Saúde Mental; 3. Ciências Forenses; 4. Vitimologia; 4. Direito.
Vitimologia
Vitimologia

Década de 50:

• Atenção ao delito e delinquentes;

• Pouca atenção às vítimas;

• Foco no castigo do delinquente;

• Direito processual penal: ênfase no direito das


vítimas no processo penal;
Vitimologia

• No livro “The Criminal and His Victim” (1948) Hans Von Hentig apontou a
contribuição da vítima no ato delitivo, para ele existia diversos tipos de vítima;

• Benjamin Mendelsohn realizou uma classificação sobre a culpabilidade da vítima


na produção do delito.

• Wolfgang acusou um conceito de “precipitação” para descobrir aqueles supostos em


que a vítima havia sido a primeira a utilizar a violência, conceito que tentou
aplicar a delitos de roubo e violação.

• A primeira vitimologia convencional: culpar a vítima; análise individualista das


relações entre delinquente e vítima; uma tendência em concentrar-se em um delito
comum.
Vitimologia
Década 80

• Nova Criminologia há uma preocupação pelas necessidades e direitos da vítima e


sua sensibilidade em contrapor os direitos da vítima e do delinquente;

• As razões da nova criminologia pode se resumir em: justificativa de uma política de


lei e ordem; movimento feminista; vulnerabilidade das vítimas;

• Conceito de Vitimologia se definiu no I Congresso Internacional de Jerusalém em


1973, como estudo científico das vítimas;

• Guglielmo Gulotta, três anos depois definiu como uma disciplina que tem como
objeto de estudo a vítima de um delito, sua personalidade, características
psicológicas e biológicas, morais, sociais e culturais relacionado com o delinquente e
o papel que desempenhou para que ocorresse o delito.
Vitimologia

• Em um Congresso sobre prevenção de delito e tratamento do


delinquente da ONU em 1980 determinaram que vítima é toda
pessoa que sofreu uma perda, dano ou lesão em sua pessoa,
propriedade ou seus direitos humanos com a consequência de uma
violação da legislação penal internacional.

• Em 1985 a ONU declarou que vítimas são pessoas que


individualmente ou coletivamente sofreram danos, inclusive lesões
físicas ou mentais, sofrimento emocional, perda financeira.
Vitimologia
VITIMOGÊNESIS:

• É o estudo dos fatores que predispõem certos indivíduos a ter mais riscos
que outros de ser objetos de delito;

• Analisa como a conduta de uma pessoa pode levar um incremento de risco


de converter-se em vítima.

• Existem dois tipos de fatores: de risco (vingança, situação em que se


encontra, socioeconômico) e de vulnerabilidade (idade, sexo, local).

VITIMODOGMÁTICA:

• Conhecimento que a vítima tem do ato delitivo.


Ex: Negligência por parte da vítima (incêndio em seu comércio)
Vitimologia

FORMAS DE VITIMIZAÇÃO:

• Conhecida/Desconhecida: a vitimização transcenda a sociedade,


aos meios de comunicação, à polícia;

• Direta/Indireta: A primeira se refere a agressão sofrida de


imediato pela vítima. A segunda se refere a pessoas que tem uma
estreita relação com o agredido;
Vitimologia

• Primária/ Secundária e Terciária:

A primária é dirigida a uma pessoa em particular.

A secundária a grupos específicos de população (quando a


primária não é bem atendida pelo Estado – polícia, operadores
do direito..)

A terciária a comunidade em geral. Ex: a própria


sociedade a incentiva a vítima a não denunciar o agressor.

Cifra negra: crimes que não chegam a sociedade


Vitimologia

O estudo da vítima constitui um dos aspectos mais


importantes de uma investigação, a seguir aos vestígios físicos.
Pode ser determinante na perspectiva que o investigadores têm
do agressor, conhecerem a vítima, os seus hábitos,
vulnerabilidade, pontos fortes, etc.
Violência
Violência

É o uso intencional de poder ou força física, de fato


ou como uma ameaça, contra si mesmo, outra
pessoa, um grupo ou comunidade, que causa ou é
passível de causar danos, distúrbios psicológicos ou
de desenvolvimento, privação ou morte.
Violência

Tipos de violência:

• Violência auto infligida;


• Violência interpessoal;
• Violência coletiva.
Violência

Violência auto infligida

Violência dirigida contra si mesmo: pensamentos e


comportamento suicida, autolesões e
automutilação
Violência

Violência Comunitária

Isso acontece entre indivíduos não relacionados, sejam eles


conhecidos ou não, geralmente ocorre fora de casa e inclui violência
entre jovens, agressão sexual por estranhos e violência em ambientes
institucionais.
Violência

Violência interpessoal: Violência doméstica

Ocorre entre membros da família ou parceiros sentimentais, geralmente ocorre em


casa, inclui violência contra mulheres, crianças e idosos.
Violência Contra a Mulher
Violência Contra a Mulher
Conceito:

Qualquer ato de violência baseado no gênero, que resulte em dano psicológico,


físico ou sexual possível ou real, incluindo ameaças, coerção ou privação arbitrária
de liberdade, seja na vida pública ou privada.

Ligado à desigual distribuição de poder e relações assimétricas entre homens e


mulheres. Desvalorização do feminino e subordinação ao masculino.

A forma mais persistente, excessiva e infundada


de violação dos direitos humanos no mundo.
Feminicídio
Morte de MULHER por razão da condição de sexo FEMININO;

Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:


I - violência doméstica e familiar
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

FEMINICÍDIO:
morte de FEMICÍDIO:
mulher por ser Morte de mulher
mulher
Violência Contra a Mulher

Tipos de violência contra a mulher:

1- Física.
2- Psicológica
3- Sexual
4- Econômica e patrimonial.
Violência Contra a Mulher

1- Física

Ocorre quando uma pessoa causa dano não


acidental a outra, usando força física ou
algum tipo de arma que pode ou não causar
dano (interno ou externo).
Violência Contra a Mulher

2- Psicológica.

Qualquer comportamento que cause dano emocional, diminua a


autoestima, prejudique ou perturbe o desenvolvimento saudável da
mulher ou de outro membro da família (comportamentos
realizados em desonra, descrédito ou depreciação do valor pessoal,
tratamento humilhante, isolamento, ameaças, privação de meios
econômico indispensável).
Violência Contra a Mulher

3- Sexual

Qualquer ato ou tentativa sexual indesejada e insinuações ou


ações para comercializar ou usar a sexualidade de outra
pessoa através da coerção (ocorre em qualquer ambiente,
incluindo casa, local de trabalho, estupro por estranhos,
durante conflitos armados casamento forçado, negação da
contracepção, aborto forçado, entre outros)
Violência Contra a Mulher

4- Econômica

Inclui as medidas tomadas pelo agressor ou omissões


que afetam a sobrevivência dos membros da família. O
homem não deixa a mulher ter seu próprio sustento e
quando tem não deixa ficar com o dinheiro.
CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA
INTRAFAMILIAR EM MULHERES

Consequências para a saúde física:

• Doenças sexualmente transmissíveis / HIV


• Lesões
• Doenças inflamatórias pélvicas
• Gravidez indesejada e aborto espontâneo
• Dores de cabeça
• Abuso de álcool e substâncias tóxicas
• Comportamentos prejudiciais à saúde
Violência Doméstica

Impacto da violência intrafamiliar no lar

• Transmissão intergeracional da violência.


• Imparidade da qualidade de vida.
• Baixa participação de membros do domicílio na tomada de
decisões.
• Repetição e baixo desempenho escolar das crianças.
• Abandono de crianças e adolescentes.
• Comportamentos negativos para a saúde.
Fatores que interferem na violência (Modelo Ecológico)

SOCIEDADE COMUNIDADE RELAÇÕES AGRESSOR INDIVIDUAL

- Regras que dão aos homens controle


sobre o comportamento das
mulheres; O que leva o perpetrador à
- Aceitação da violência como forma de - Ser homem;
violência: - Conflitos conjugais;
resolver conflitos; - Presenciar violência
- Pobreza, posição - O homem controla o
- Ideia de masculinidade vinculada com doméstica na infância;
socioeconômica baixa, patrimônio e toma
a dominação; a honra ou a agressão; - Pai ausente que o rejeita;
desemprego; decisões na família.
- Papéis rígidos para cada sexo. - Sofrer abuso durante a
- Associação com companheiros
- normas que validam o uso abusivo da infância;
força pela polícia contra os cidadãos;
delinquentes;
- Baixo rendimento escolar;
- normas que apoiam os conflitos - Isolamento das mulheres e da
- Uso de álcool ou drogas.
políticos família.
A Vítima de Violência

• Uma mulher vítima de violência conjugal demora, em média, 13 anos para


terminar a relação;

• Religião: Quantas mais forem as crenças, maior é o tempo que uma mulher
ficará na relação, pois essas crenças "facilitam" e "banalizam" a violência.

• "As mulheres banalizam a violência, aceitando o seu papel na relação


agressora, atribuindo a culpa dessa violência a elas próprias“;

• A importância da crença diminui mais. quanto maior for o nível de


escolaridade.

Mauro Paulino
Criminalística
Criminalística
• Definição de Criminalística;

• Locais de Crime: Conceituação;


Classificação;
Isolamento e Preservação.
• Vestígios;
• Evidências;
• Indícios;

• Principais vestígios encontrados na cena de crime contra a


pessoa e crimes sexuais.
Criminalística
• "É a disciplina que tem por objetivo o reconhecimento e
interpretação dos indícios materiais extrínsecos, relativos
ao crime ou à identidade do criminoso" (I Congresso
Nacional de Polícia Técnica, realizando em 1961).

• É a ciência que utiliza do conhecimento de outras ciências


para extrair informações dos vestígios relacionados à
infração penal.

• Criminalística = perícia criminal


Criminalística
Objetivos da Criminalística:

• Dar a materialidade do fato típico, constatando a ocorrência


do ilícito penal;

• Verificar os meios e os modos como foi praticado um delito,


visando fornecer a dinâmica do fenômeno;

• Indicar a autoria do delito, quando possível;

• Elaborar a prova técnica, através da indíciologia material.


Criminalística
LOCAIS DE CRIME:

É a área física onde ocorreu um fato – não esclarecido até então – que apresente
características e/ou configurações de um delito. Local onde ocorreu a prática de
infração penal.
Locais de Crime
CLASSIFICAÇÃO:

1 ‐ De acordo com a natureza do crime:

2 ‐ De acordo com a natureza da área:

Relacionado
Locais de Crime
ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO:

Três Fases
Locais de Crime

ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO

• Cada pessoa não autorizada que ingressa no local do crime é


um potencial destruidor de evidência física.

• O manejo inadequado da evidência física, conduz a


contaminação, deterioração e destruição.
Locais de Crime
TÉCNICAS PARA A PRESERVAÇÃO DO LOCAL DE CRIME
Locais de Crime
TÉCNICAS PARA A PRESERVAÇÃO DO LOCAL DE CRIME
Locais de Crime
VESTÍGIO: é todo objeto ou material bruto
constatado e/ou recolhido em um local de
crime para análise posterior.

EVIDÊNCIA: é o vestígio, que após


as devidas análises, tem
constatada, técnica e
cientificamente, a sua relação com
o crime.

INDÍCIO: é uma expressão utilizada


no meio jurídico que significa cada
uma das informações (periciais ou
não) relacionadas com o crime.
Criminalística
Anotações da cena do crime:

• Data e hora do início dos exames;


• Localização exata do evento;
• Condições atmosféricas;
• Condições de iluminação;
• Condições de visibilidade;
• Completa análise das vias de acesso;
• Descrição do local, com o nível de detalhe exigido para cada
caso;
• Condições topográficas (mapa) da área.
Vestígios em locais de crime contra a
pessoa:

a)resíduo de arma de fogo, resíduo de tinta,


vidro quebrado, produtos químicos
desconhecidos, drogas; Vestígios encontrados em
b) impressões digitais, pegadas e marcas de locais de crimes sexuais:
ferramentas;
c) fluidos corporais (sangue, esperma, a) Sangue
saliva, vômito); b) Roupas
d) cabelo e pelos; c) Objetos sexuais
e) armas ou evidências de seu uso (facas, d) Sêmen
revólveres, furos de bala, cartuchos); e) Computadores
f) documentos examinados (diários, bilhetes f) CDs e DVDs com imagens ou
de suicídio, agendas telefônicas; também vídeos
inclui documentos eletrônicos tais como g) Revistas pornográficas
secretárias eletrônicas e identificadores de h) Casas de prostituição
chamadas). i) Documentos sequestrados
g) Sinais de luta
h) Sinais de violência
i) Reação de defesa
j) Tipos de ferimentos
Transtornos da Sexualidade
Sexualidade
Sexo normal: humano
adulto
vivo Até a década de 70
heterossexual
genitália

Sexo normal: humano


adulto Após a década de 70
vivo
Parafilia

O termo “parafilia” representa qualquer interesse sexual intenso e


persistente que não aquele voltado para a estimulação genital ou
para carícias preliminares com parceiros humanos que consentem
e apresentem fenótipo normal e maturidade física.

Um transtorno parafílico é uma parafilia que está causando


sofrimento ou prejuízo ao indivíduo ou uma parafilia cuja
satisfação implica dano ou risco de dano pessoal a outros.

DSM - V
Transtornos da Sexualidade

Fetichismo
Prazer por algo inanimado
Transtornos da Sexualidade

Parcialismo
Prazer pela parte do corpo do outro
Transtornos da Sexualidade

Voyeurismo
Prazer em ver outras pessoas tendo relações sexuais
Transtornos da Sexualidade

Frotteurismo
Prazer por outra pessoa vestida em lugares públicos
Transtornos da Sexualidade

Exibicionismo
Prazer em mostrar os órgãos genitais
Transtornos da Sexualidade

Esmagamento
Prazer em ser esmagado
Transtornos da Sexualidade

Urofilia
Prazer na urina do outro
Transtornos da Sexualidade

Cropofilia
Prazer em fezes do outro
Transtornos da Sexualidade

Necrofilia
Prazer em fazer sexo com cadáver
Transtornos da Sexualidade
Sadomasoquismo
Sadismo: prazer com a dor alheia;
Masoquismo: prazer pela própria dor causada por outra pessoa
Transtornos da Sexualidade
Zoofilia
Prazer em fazer sexo com animais
Zoofilia

O dono de um sítio na zona rural de Diamante d'Oeste, na região noroeste do Paraná, flagrou um vizinho abusando sexualmente dos
porcos dentro do chiqueiro da propriedade. O caso de zoofilia foi registrado pela Polícia Militar na tarde do último sábado (8/4).
O homem correu atrás do suspeito, mas ele conseguiu fugir. A PM fez buscas na região e também não encontrou o abusador.
Segundo o relato do dono da chácara, ele notou que os animais estavam agitados e foi até o chiqueiro para verificar o que estava
acontecendo. Ao chegar no local, viu o homem só de cuecas.
Ao voltar ao chiqueiro, o dono da propriedade percebeu que uma das porcas estava com a genitália ferida e sangrando.
O agricultor disse à polícia que esta não foi a primeira vez que o vizinho invadiu a propriedade.
A pena para o crime de zoofilia, que é a prática de atos libidinosos com animais, é de um a três anos de detenção e multa.
Transtornos da Sexualidade
Pedofilia
Preferência sexual por crianças
Abuso Sexual Infantil
Abuso Sexual Infantil

A Organização Mundial de Saúde define os maus-tratos


sexuais como:

[…] as atividades de caráter sexual exercida por uma pessoa


mais velha, contra a criança, com fins de prazer sexual. São
classificados como abusos sensoriais (pornografia,
exibicionismo, linguagem sexualizada); estimulação sexual
(carícias inapropriadas em partes consideradas íntimas,
masturbação) e ato sexual propriamente dito (realização ou
tentativa de violação ou penetração oral, anal ou genital).
Abuso Sexual Infantil – Perfil dos Agressores

• Sedutor (impressiona como uma pessoa boa e com boas intenções);


• Bom tratamento com a vítima de preferência;
• As vezes agressivo com o resto da familia;
• Boa conduta na sociedade e comunidade.
• Boas relações profissionais e trabalhistas, além do excelente desempenho
no local de trabalho.
• Boa conduta se detido;
• Negação sistemática do fato com justificação;
• Manifestação de perversidade.
• É comum encontrar um antecedente de abusadores que foram vítimas de
abuso sexual em sua infância;
• Geralmente são reincidentes a pesar de cumprir penas;
• Ação progressiva em seu crime (exibicionismo, masturbação, jogos
eróticos e exibição de pornografia, penetração).
• Simpatia e poder de convicção com os examinadores e magistrados
Pedofilia

Apenas 20% dos abusadores sexuais são pedófilos;


Imagem social positiva;
Disponibilidade;
Ambiente propício;
Estratégicos;
Desqualificação da vítima (mentiras);
Ameaças;
Interesse exacerbado em crianças.
Pedofilia
O QUE É CRIME QUE PODE TER RELAÇÃO COM A PEDOFILIA?

ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos.
Pena – reclusão de 8 a 15 anos.

Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.”

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pedofilia

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito


ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo
ou qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de


comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo
explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos
genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.
Características das Vítimas

• Vulnerabilidade;
• Respeito devido ao medo do agressor;
• Pânico, retraimento e excessivo temor;
• Proteção se manifesta para seus irmãos menores;
• Formas de se relacionar as vezes agressiva (maneira de pedir ajuda);
• Masturbações compulsivas;
• Sentimento de culpa;
• Baixa autoestima
• Presença de jogos eróticos;
• Dificuldade de concentração e de aprendizado;
• Alterações na fala e comportamento de evasão;
• Rebeldia, enurese tardia;
• Insônia, terror noturno;
• Anorexia, bulimia e outros transtornos alimentares;
• Dores abdominais;
• Perda da visão positiva o mundo.
ENTREVISTAS COM CRIANÇAS VÍTIMAS DE
ABUSO SEXUAL

Realizadas por Psicólogos Jurídicos e em clínicas de Psicoterapia.

• Entrevista e observação;
• Protocolo NICHD;
• Hora do Jogo Diagnóstico (casa com bonecos, desenhos)
• Desenho de uma pessoa do mesmo sexo e sexo oposto.
• Testes projetivos: HTP..
CASO 1

Ana tem 12 anos e é levada a consulta devido encaminhamento do pediatra. Há tendo


uma perda de cabelo absurda sem nenhuma causa fisiológica que quase ficou careca. Seus pais
(docentes) são quem levaram a menina para consulta, expressam sua preocupação para
averiguar os motivos e as causas subjacentes que gerou tal sintoma em sua filha. Se bem que
desde pequena Ana sempre foi tímida e insegura, desde aproximadamente um ano que notarão
uma mudança em sua conduta: quase não fala com ninguém e não tem amigos de sua idade, é
ruim com todo mundo e está muito agressiva e mal humorada. Sua única diversão é se fechar
em seu quarto e escrever contos de terror ou poesias cujos temas são de desilusão pela vida e o
amor pela morte. Ana é uma menina que se veste de preto e se nega a colaborar e a aceitar a
psicóloga em seu psicodiagnóstico; razão pela qual, recém se puseram a administrar os testes
gráficos em quase seis meses de tratamento. Seus desenhos foram de muita utilidade na hora
de diagnostica-la como vítima de abuso sexual e que tardou em quase um ano, terminou
rompendo com seu segredo quando resolveu contar que já havia sido abusada por um de seus
tios à um ano. Seu tio tem 28 anos e é professor de ginástica em um clube do bairro. Ana tem
aulas de ginástica rítmica com ele, e é ali, no clube, entre colchonetes e ensaios onde este abusa
dela se atirando em cima da menina (até o ponto de quase asfixiá-la) com a dupla intenção de
esfregar suas genitálias. Com o tempo Ana termina confessando a sua psicóloga que cerca de
um ano seu pai está manuseando-a na hora de dormir, com a desculpa de contar histórias.
CASO 1
Técnica: HTP
Idade: 12 anos

Observações: desenha séria e com uma


expressão de tristeza em seu olhar.

Verbalizações: “Não sei desenhar.. vai ficar


ruim, sempre faço mal essas coisas”.

Interpretação:

- Ana não se sente segura dento de sua


família (linhas ondulantes da casa que dão
a sensação de que suas paredes se vão de
um momento para outro)
- É ali o local onde está sendo abusada
sexualmente (chaminé);
- A comunicação em sua casa é nula
(marcação nas janelas e fechadura na
porta)
CASO 1

Interpretação:

- Todas essas situações a deprimem e fazem


fantasiar com a morte (as linhas na janela
tem formato de cruz, tanto que a casa
parece ser um cemitério);
- Ana tem, nesse momento, problemas de
aprendizagem (casa sem teto).

Indicadores de ASI:
Fumaça e chaminé destacada/ Retas em
forma de cruzes/ Ausência de teto/ A
casa se apoia na base da folha.
CASO 1
Técnica: HTP
Idade: 12 anos

Observações: Desenha séria e com uma


expressão de tristeza em seu olhar

Verbalizações: nenhuma

Interpretação:

- Ana tem sofrido múltiplos traumas em


sua vida (linhas no tronco da árvore que
sobe desde sua base até o topo e ramos
cotados).
- Sua comunicação com os demais é muito
conflitiva (ramos entrecruzados).
- Sente que os demais não lhe permitem
crescer (ramos entrecruzados e cortados,
sem terminar)
CASO 1

Interpretação:

- Sente em seu entorno como agressivo, frio


e pouco empático (desenha um cone com
muitas linhas no topo).
- Ana tem um Eu muito forte e muitas
potencialidades em sua personalidade que
podem ajuda-la a superar seus traumas
(linhas fortes no tronco).

Indicadores de ASI:

Raias no tronco/ Ramos cortados/ Ramos


entrecruzados
CASO 1
Técnica: HTP
Idade: 12 anos

Observações: Desenha séria e com uma


expressão de tristeza em seu olhar

Verbalizações: nenhuma

Interpretação:

- Ana está sendo abusada sexualmente (coração


na zona genital, nariz e lábios destacados);
- O qual lhe provoca uma grande angústia
(coração cinza no peito);
- E sentimento paranoides devido aos quais está
excessivamente atenta ao que acontece ao seu
redor (olhos grandes);
- Ante essa situação implementa a
racionalização e a dissociação como
mecanismos de defesa (cabeça enorme).
CASO 1
Interpretação:

- Devido a esse mecanismos dissimula o vulnerável e


inferior que se sente a respeito dos demais (figura muito
grande com linhas firmes).
- Em realidade, Ana se sente perdida e tem uma baixa
autoestima intelectual (o modo em que desenhou a
franja na frente e cabeça muito grande).
- Sente que não tem uma base sólida que a contenha
(ausência de linha na base);
- Internamente tem pensamentos agressivos (cabelo
similar à farpas).
- E isso está se dirigindo ao seu entorno familiar (pés
dirigidos à esquerda);
- Ana se sente impotente frente ao seu abusador
sexual (braços estendidos).

Indicadores de ASI
Coração na zona genital/ Nariz
bidimensional/ Enormes lábios/ Cabeça
muito grande/ Ausência de base
CASO 1
Técnica: Desenho espontâneo

Observações: Enquanto desenha ri, mas


seu olhar reflete tristeza.

Verbalizações: “Esta é parte do próximo


livro de terror que vou escrever”

Interpretação:

- Ana é uma menina que, devido ao seu alto


grau de dissociação, precisa concentrar sua
atenção ao lado lindo da sua vida (adornos
e flores ao redor da folha);
- Portanto, no fundo sabe muito bem que
em sua casa acontecem coisas muito
obscuras (casa marcada com um quadrado
preto).
CASO 1
Interpretação:

- Ana tem pesadelos recorrentes e


sentimentos paranoides à respeito de seu
abusador sexual (telhas pretas no teto da
casa, chaminé preto com fumaça e fantasma
à direita);
-O abuso sexual acontece durante a noite,
sua mãe dorme calmamente (céu noturno
com a lua dormindo, com olhos fechados).
-Ana teme que, de um momento para o outro,
a matem (fantasma que se dirige a casa
durante a noite tem uma faca que jorra
sangue).

Indicadores de ASI
Lua com olhos fechados/ casa circulada
com quadrado preto/ figura de fantasma
com faca jorrando sangue/ chaminé
sombreada com preto.
CASO 2

Carolina, de 13 anos, inicia uma terapia sugerida pelo colégio. É levada para a terapia
por sua mãe, quem a acusa de ser uma “puta” e de provocar sexualmente seu marido, um
policial de alta classe de 50 anos. Um ano atrás, Carolina havia ficado grávida de alguém que
não conhece, mas termina sofrendo um aborto espontâneo logo depois de um golpe que sua
mãe lhe dá. Se trata de uma menina desorientada e mal vestida, de aparência submissa e
tímida. Fala pouco, na primeira conversa com a psicóloga confessa chorando seu segredo. Seu
padrasto está violando-a desde que tem 10 anos de idade e ele é responsável por sua gravidez.
Todavia essa é a consequência dos anos que tem sofrido assédio, manuseios e comentários
libidinosos feitos pelo padrasto que em aparência ingênua aparece ótimo para todos (menos
para ela), mas que resultam degradante até o ponto de terminar por destruir sua autoestima.
Apesar disso, seu padrasto sempre lhe dá lindos presentes e, exceto nos momentos de abuso, se
comporta como um “pai exemplar”. O amor e ternura é um tratamento cotidiano que sua mãe
sempre lhe nega. É assim como ao estar necessitada de afeto é confundida de respeito do que
são as caricias boas das caricias más. Carolina cai na armadilha do abuso. Os momentos de
abuso acontecem quando sua mãe fica internada por longo período por uma doença. Já se
passaram vários anos e na atualidade, Carolina gosta de meninas e sonha com algum dia poder
fazer cirurgia para mudar de sexo. Silenciou seu segredo por vários anos porque seu abusador a
ameaça dizendo que se ela falasse algo, iria fazer o mesmo com sua irmã menor.
CASO 2
Técnica: HTP
Idade: 13 anos

Observações: desenha triste e pensativa

Verbalizações: “Sou muito ruim.. para


desenhar.. minha irmãzinha também não é
boa para desenhar.

Interpretação:

- Carolina está sofrendo de um abuso


sexual (chaminé da casa é em forma de
cruz).
- Tem fantasias de assassinar alguém e
teme pela sua morte e de sua irmã (símbolo
da cruz no teto);
CASO 2

Interpretação:

- Carolina é uma menina que se dá muita


importância intelectual e raciocina tudo,
como um mecanismo de defesa (teto
destacado com telhas quadradas e linhas da
casa formando ângulos, com estilo muito
quadrangular)
- Sente a sua família fria e distante (a
impressão que produz a casa)

Indicadores de ASI
Enorme cruz encima do teto/ teto quadrado
com telhas quadradas
CASO 2

Observações: desenha triste e pensativa

Verbalizações: “Sou muito ruim para


desenhar”

Interpretação:

- Carolina se sente muito pressionada no


âmbito familiar (coroa de árvore achatada
para os lados, árvore colocada na esquerda
da folha);
- É uma menina muito fechada porque
sente que não pode se comunicar com
ninguém, que ninguém vai ouvi-la (o topo
da árvore é reto, fechado);
- Carolina está deprimida (a árvore da a Indicadores de ASI
sensação de cair de um lado). Achatamento lateral do topo/ topo borrado
CASO 2

Observações: desenha triste e pensativa

Verbalizações: “Nunca me saiu desenhar


pessoas”.

Interpretação:

- Carolina se dissocia mentalmente do


abuso sexual do qual está sendo vítima
(importância da cabeça e cinturão).
-Mas se bem tenta não se conectar
emocionalmente com os sentimentos que
este lhe provoque (a pouca pressão que
exerce ao fazer as linhas do contorno do
corpo, são quase imperceptíveis);
- Pensa obsessivamente em seu problema
do abuso (tratamento do cabelo)
CASO 2

Interpretação:

- Tem sentimentos paranoides e sua


atenção está em alerta constantemente
(olhos grandes)
- Carolina se sente só e isolada do seu
entorno social (a figura não aparece
acompanhada nem sequer de uma flor).
- Se sente muito insegura (ausência de
linha de base)
- E paralisada, sem poder avançar (pernas
extremamente magras e pés muito
pequenos).

Indicadores de ASI
Nariz/ Cinturão/ Pouca pressão na linha do
tórax/ Tratamento no cabelo/ Ausência de
mãos/ Ausência de linha de base.
CASO 3
Pedro tem 8 anos quando chega pela primeira vez na consulta. É um menino de classe
média, filho de uma fonoaudióloga e de um diretor de cinema e professor de artes marciais. É
um travesso, mas também, muito simpático e inteligente. Apesar de ter muitos erros em
ortografia, é um dos melhores alunos de sua classe em quase todas as matérias, especialmente
na hora de desenhar. Sua mãe é quem participa da consulta. Ela está preocupada com seu filho,
porque o mesmo contou que seu pai fazia ele assistir filmes pornográficos desde que ia ao jardim
de infância, dois anos atrás. Ao saber disso, sua mãe decide se divorciar e realizar a denuncia,
porém foi arquivada por falta de provas: a último momento, Pedro nega tudo o que havia
confessado. Desde então, está imerso de estresse que não o deixa dormir. Se bem que não há
baixado seu rendimento escolar, mas tem outros sintomas: em uma oportunidade tentou
introduzir um lápis na vagina de sua irmãzinha menor e, desde muito pequeno se manifesta
descontrolado e desobediente, com condutas inadequadas, falta de limites e muito agressivo
verbalmente: continuamente insulta e fala com uma linguagem obsceno tanto no colégio, diante
dos professores, assim como diante do médico ou de qualquer outra autoridade. Por tais motivos
se decide realizar psicoterapia, a qual dura aproximadamente 3 anos. Ao início, as brincadeiras
que realiza são muito agressivas, brinca que assassina a todos e cada um dos bonecos do
consultório fazendo com que extraem os órgãos do corpo pela vagina ou pelo ânus.
Pedro fez alguns desenhos na terapia e na escola que foram de muita utilidade para seu
psicodiagnóstico, o que ajudou a desarquivar o caso de abuso. Pedro se anima em contar que o
pai fazia ele ver filmes pornográfico onde colocavam e tiravam coisas da vagina das mulheres. O
pai imobilizava Pedro para que ele guardasse segredo do que estava vendo.
CASO 3

Técnica: Desenho espontâneo


Idade: 5 anos

Comentários: Esse desenho é levado pela


mãe na Psicóloga. Foi realizado quando
Pedro ficou alguns dias ao cuidado de seu
pai quando a mãe ia dar a luz ao seu
irmãozinho.

Interpretação:

- Pedro se sente pressionado pelo seu pai


(imponente presencia o sol e um denso céu
pintado de marrom e azul);
- Pedro sente seu pai como sinistro, como
foi um rebanho de corvos ameaçando-lhe de
morte e ameaçando sua família (corvos
pretos destacados ao redor do sol, encima
da casa.
CASO 3

Indicadores de ASI
Franja marrom no céu/ Aves pretas
voando em círculo ao redor do sol.
CASO 3

Técnica: Desenho espontâneo


Idade: 5 anos

Comentários: Esse desenho é levado pela


mãe na Psicóloga. Foi realizado quando
Pedro estava na escola

Verbalização: “é um menino suicidando-se”

Interpretação:

-Pedro se sente incomunicável com sua


família (muitas janelas fechadas);
-Está pedindo ajuda a sua professora
(desenhou na escola);
-Está assumindo um estado de depressão
severa, com fantasias de suicídio (temática
do desenho).
Dupla
personalidade

Esperando ser
atropelado

Carro que o pai


queria comprar
Serial Killers
Serial Killers
Como tudo começa
O que leva uma pessoa a praticar atos tão extremos
como assassinatos em série?

A questão é genética ou psicológica?

Traumas infantis podem ter consequências tão


horrendas?

Quanto os pais precisam errar para criar um monstro?


VAMOS RESPONDER ESSAS PERGUNTAS

A Escola Positivista acredita


A teoria Freudiana acredita que os indivíduos não têm
que a agressão nasce de controle sobre suas ações.
conflitos internos do São determinantes de
indivíduo fatores genéticos ( Cesare
Lombroso, século XIX)

A Escola Clássica baseia-se na A Escola Sociológica acredita


ideia de que pessoas cometem que os indivíduos são
certos atos/crimes utilizando influenciados pela sociedade,
livre-arbítrio (custo X benefício), através da desigualdade social
(Marquês de Beccaria, século (Sérgio Salomão Shecaira,
XVIII) século XIX)
NÃO IMPORTA A TEORIA, SERIAL KILLERS NÃO SE
ENQUADRAM EM NENHUMA LINHA DE
PENSAMENTO ESPECÍFICA.

NA VERDADE, SÃO UM CAPÍTULO A PARTE NO


ESTUDO DO CRIME.
A expressão “Serial Killer” foi usada pela primeira vez em 1970 por
Robert Ressler, agente aposentado do FBI e grande estudioso no
assunto que deu continuidade no trabalho do psiquiatra James
Brussell - pioneiro no estudo da mente do criminoso.
• Os pesquisadores realizavam entrevistas com serial killers
condenados e presos nos EUA.
• Tentavam entrar em suas mentes e compreender o que os
impulsionava a matar.
• Recebiam detalhes de todos os crimes americanos que
aconteciam e procuravam pistas psicológicas em cada caso;
• Pelas fotos de cena de crime desenvolveram a habilidade de
descrever suspeitos e suas características de forma
impressionante.
SERIAL KILLERS
São indivíduos que cometem uma série de homicídios durante algum período
de tempo, com pelo menos alguns dias de intervalo entre esses homicídios.

O intervalo entre um crime e outro os diferencia dos assassinatos em massa,


indivíduos que matam várias pessoas em questão de horas.

Na verdade, o que define um serial killer é o motivo do crime, ou a falta dele.

As vítimas parecem ser escolhidas ao acaso e mortas sem nenhuma razão


aparente.

A vítima representa um símbolo para o criminoso.


SERIAL KILLERS
DIVIDIDOS EM QUATRO TIPOS:

Indivíduo completamente insano, psicótico. Ouve vozes e


VISIONÁRIO
lhe obedece. Pode sofrer de alucinações ou ter visões.

Socialmente não demonstra ser um psicótico, mas em seu


interior tem a necessidade de “livrar” o mundo do que julga
MISSIONÁRIO imoral ou indigno. Escolhe certo tipo de grupo para matar,
como prostitutas, homossexuais, mulheres ou crianças.

Mata por pura diversão. Tem prazer em matar e utiliza


EMOTIVO requintes sádicos e cruéis, obtendo prazer no próprio
processo de planejamento do crime.

É o assassino sexual. Mata por desejo. Seu prazer será


diretamente proporcional ao sofrimento da vítima sob tortura. A
SÁDICO ação de torturar, mutilar e matar lhe traz prazer sexual. Canibais
e necrófilos fazem parte desse grupo.
SERIAL KILLERS
DIVIDIDOS EM DUAS CATEGORIAS:

ORGANIZADOS e DESORGANIZADOS

Planejam o crime com cuidado, Agem por impulso, usam armas ou


levam suas próprias armas, deixam objetos encontrados no local de
poucas evidências no local de crime. crime. Deixam muitas evidências.
SERIAL KILLERS
ORGANIZADOS

Um local de crime organizado demonstra A vítima tende a ser um estranho, o crime reflete
planejamento da parte do agressor; controle da situação pelo agressor, geralmente, a vítima
foi controlada (corda, fios, etc) e terão ocorrido
agressões ante-mortem.
A sua ordem de nascimento pode ser entre os
primeiros filhos, pode ter um temperamento O agressor tende a ter uma vida organizada e aparência
controlado durante o cometimento do crime e bem cuidada, alguns já sofreram de TOC, pois tudo deve
poderá consumir álcool para cometer o mesmo. ter um lugar certo.
QI médio ou alto, são socialmente aptos (muitas Tende a cometer crimes e a procurar vítimas longe da
vezes são casados e têm famílias), causam boas sua área de resistência
impressões nos outros.
São extremamente suscetível a qualquer tipo de crítica e
Traços ego-maníacos e narcisistas, psicopatas. pode reagir de forma defensiva, agressiva se se sentir
criticado.
INTERROGATÓRIO
ORGANIZADOS

Sujeitos com essa característica devem ser confrontados diretamente durante a entrevista
porque respeitam competência e rigor. No entanto, é fundamental que o entrevistador esteja
absolutamente certo da veracidade e exatidão das informações que utiliza; esse tipo de
agressor tende a revelar apenas o necessário e pode detectar facilmente uma manipulação
por parte dos entrevistadores.

É necessário que esses agressores sejam entrevistados sempre pelo mesmo agente e por
períodos de tempo curtos e, se possível, durante a noite ou de madrugada em que nos
encontramos psicologicamente mais vulneráveis por estarmos relaxados pelo sono (menos
vigilantes.)
TED BUNDY
• Theodore Robert Cowell (1946) - Vermont;
• Filho de mãe solteira, para dissimular sua vergonha,
sua mãe lhe apresentava como irmão;
• Confessou mais de 30 assassinatos – suspeito de
100.
• Passava seu tempo livre em campus Universitários,
parques e Shoppings.

• Sofreu Bullying;
• Namorada Stephanie Brooks a deixou;
• Estudou Psicologia;
• Trabalhou para o Partido Republicano;
• Fugiu 2 vezes da prisão;
• Marcas de mordidas;
• 24/01/1989 foi morto na cadeira elétrica.
SERIAL KILLERS
DESORGANIZADOS

Uma cena de crime desorganizada geralmente A vítima e o local são conhecidos pelo agressor, o local
demonstra espontaneidade; do crime parece aleatoriamente desorganizado e
desarrumado, há presença de violência, são utilizados
Baixa inteligência, socialmente desadequados; poucos ou nenhum meio de controle da vítima, poderão
ordem de nascimento inferior; nível de ansiedade haver atos sexuais post-morte.
elevado durante o crime; nenhum ou raro uso de Frequentemente tentam ingressar nas forças militares ou
álcool. policiais onde tendem a ser rejeitados porque falham nos
testes psicológicos.
QI limitado, pouco ou nenhum contato com pessoas
do sexo oposto (no caso de heterossexuais) podem Este agressor pode ser solitário devido à segregação
isolar o indivíduo. social e não por escolha própria.

Pouco motivado com a higiene pessoal, assim como Não tem competência para planejar eficientemente seus
o seu lar, automóvel e local de crime. crimes.
SERIAL KILLERS
DESORGANIZADOS

O agressor desorganizado tenderá a voltar ao local do


Os crimes tendem a ocorrer nas zonas de conforto crime passado pouco tempo para reviver a ocorrência e
do agressor tais como vizinhança ou na proximidade também é provável que esteja presente no velório e/ou
do trabalho. no enterro das sua vítimas

Pode perder emprego ou mudar de residência, mas


Mantém registros dos seus crimes e das suas vítimas. raramente sairá da vizinhança.
INTERROGATÓRIO
DESORGANIZADOS

Entrevista deve ser baseada na empatia e no estabelecimento de uma relação com o


agressor, se este referir que agiu sob influência do diabo o agente deve mostrar
compreensão e aceitação dessa perspectiva da realidade.
Dado que o tipo desorganizado tende a ter fracas competências sociais, os agentes devem
tentar estabelecer uma relação positiva e manter o diálogo aberto à medida que introduzem
temas relacionados com o crime.

É necessário que entrevistem durante a noite quando estão em melhores condições de


colaborar.
Agressores desorganizados são psicóticos, se encontram parcialmente ou totalmente fora da
realidade.
ED GEIN
• Nasceu em La Crosse, Wisconsin – 27/08/1906;
• Mãe falava do mal em fazer sexo antes do
casamento;
• Não podia ter amigos e nem ter crianças por perto;
• Isolado;
• Pai e irmão morreram;
• Mãe teve derrame cerebral após discutir com um
vizinho;
• Roubava túmulos;
• Macabras decorações domésticas;
• Foi acusado pela morte de
duas mulheres;
• Cabeça removida, genitália
retirada, estripada;
• Cabeça objeto de
decoração, coração dentro
de uma panela no fogão
• Morreu num Hospital
Psiquiátrico – 26/07/1984.
SERIAL KILLERS
FASE ÁUREA

Quando o
assassino
começa a perder
a compreensão
FASE DA FASE DA PESCA
da realidade
DEPRESSÃO
Quando o
Ocorre após o assassino
assassinato procura sua
vítima real
CICLO DO SERIAL KILLER

FASE
FASE DO GALANTEADORA
ASSASSINATO
Quando o
Auge da emoção assassino seduz
para o assassino FASE DE CAPTURA ou engana sua
vítima
Quando a vítima
cai na armadilha
Vítima
Diferentes de outros homicídios, a ação da vítima não
precipita a ação do assassino.
Vítima

Os serial killers são sádicos por natureza e procuram


prazeres perversos ao torturar suas presas, chegando
até a “ressuscitá-las” para “brincar” um pouco mais.
Vítima
Tem a necessidade de dominar, controlar e possuir a
pessoa.
Vítima

As vítimas não são suas parceiras na realização da


fantasia, mas seu objeto de fantasia. Ele tira da vítima o que
quer e quando termina livra-se dela.
JOHN WAYNE GACY
• Nasceu em 7/3/1942 em Chicago;
• Estuprou e assassinou 33 meninos e enterrou-os sob
sua casa;
• Sofria abuso verbal e física pelo pai;
• Sofreu um acidente onde foi atingido por um balanço
na cabeça e teve diversas perdas de consciência na
adolescência;
• Casou-se e teve um filho, mas a esposa lhe deixou
depois de John ter sido preso por estupro de um
menino;
• Casou-se novamente e teve 2 filhas;
• Divorciou por preferir homens;
• Gacy torturava suas vítimas antes de
matá-las, estrangulando-as enquanto as
estuprava;
• Como palhaço visitava crianças doentes
em hospitais;
• Membro do Partido Democrático;
• Cavava sepulturas com antecedência;
• Em 1994 foi morto por injeção letal.
Vítima
O serial killer tende a escolher vítimas mais fracas que ele,
facilitando seu domínio e de forma geral, pertencem a
grupos menos beneficiados.
MULHERES SERIAL KILLERS
Na maioria das vezes são viúvas negras ou anjos da morte:
matam maridos e amantes ou idosos e doentes terminais.

Belle Gunness
VÍTIMA

Sua forma de matar é pelo contato direto


com a vítima.
Estilos de Vitimização
Estilos Violentos de Vitimização em Agressores em Série
Homicídio
• Mutilação post-mortem (evisceração, desmembramento, canibalismo)
• Posicionamento do cadáver de forma intencionalmente estilizada e/ou dramática

• Agressão sexual da vítima (violação)


• Atos necrófilos com o cadáver ou partes do cadáver
• Uso excessivo de força lesiva fatal
• Tortura ante-mortem
• Recolha de “troféus” (peças de roupas, documentos, partes do cadáver da vítima)

Violação
• Comportamento verbal estilizado
• Tratamento sádico/violento com a vítima (espancamentos, tortura)
• Outras atividades parafílicas com a vítima
• Incapacidade ou falha do agressor para penetrar a vítima
Estilos de Vitimização
Estilos Violentos de Vitimização em Agressores em Série
Fogo Doloso
• Destruição da propriedade para além dos danos causados pelo fogo
• Atividade sexual na cena do crime (masturbação)
• Comportamento de assinatura
• Comportamentos estilizados intencionais no momento de iniciar o fogo ou
durante outras atividades na cena do crime
O crime é a própria fantasia do criminoso,
planejada e executada por ele na vida real.

A vítima é apenas o elemento que reforça a


fantasia.
Aspectos gerais e psicológicos
Na infância, nenhum aspecto isolado define a criança
como um serial killer potencial, mas existem alguns
comportamentos que estão presentes em todos os
serial killers.

ABUSO SÁDICO DE
ENURESE TARDIA ANIMAIS OU
OUTRAS CRIANÇAS

DESTRUIÇÃO DE PIROMANIA
PROPRIEDADE
Aspectos gerais e psicológicos
Outras características comuns na infância são:

DEVANEIOS
MASTURBAÇÃO ISOLAMENTO
DIURNOS
COMPULSIVA SOCIAL
(SONHOS)

MENTIRAS PESADELOS
REBELDIA CONSTANTES
CRÔNICAS

BAIXA AUTO-
ROUBOS
ESTIMA
ACESSOS DE PROBLEMAS DE
RAIVA SONO FOBIAS
EXAGERADOS

DORES DE
EVASÃO PROPENSÃO A CABEÇA
ACIDENTES CONSTANTES

POSSESSIVIDADE PROBLEMAS
CONVULSÕES
DESTRUTIVA ALIMENTARES

AUTOMUTILAÇÕES
Para o serial killer, a fantasia provê sua
necessidade de:

CONTROLE
JEFFREY DAHMER
• Nasceu em 21/05/1960;
• Introvertido e fascínio por animais mortos;
• Jeffrey foi abandonado pelos pais quando estava
perto de se formar;
• Deu carona a um homem, bateu em sua cabeça,
asfixiou, desmembrou seu cadáver enterrou;
• Bebia muito;

• Assassinou um jovem que conheceu num bar gay,


colocou o corpo em uma mala, levou para casa, fez
sexo com ele e desmembrou
• Foi preso e tinha a ideia de criar zumbis, seus
brinquedos;
• Fazia buraco no crânio das suas vitimas quando ainda
estavam vivas e derramava ácidos sobre suas
cabeças;
• Foi julgado por 15 assassinatos e condenado a 15
prisões perpétuas – foi morto por um golpe na
cabeça.
Para parecer uma pessoa normal e misturar-se às
• outras
Brudos nasceu napessoas,
Dakota do Sul,oera
Serial Killer
o mais novo desenvolve uma
de 2 filhos;
• Mãepersonalidade
ficou triste quando teve para
um filho consumo
homem ao invés externo,
de uma mulher,ou seja,
então, menosprezou e
tratou o filho com desdém;
• Mãeumabusou verniz de personalidade:
do mesmo;
• Brudos tinha fetiche por sapatos e por roupas íntimas de mulheres desde os 5 anos de idade;
• Perseguia mulheres e as asfixiava e depois fugia com seus sapatos;
• Descobriu-se em um Hospital Psiquiátrico no qual foi internado, que as suas fantasias sexuais
DISSOCIAÇÃO
tinham origem no seu ódio e vingança contra a sua mãe e contra as mulheres em geral;
• Foi diagnosticado com esquizofrenia;
• Casou e teve 2 filhos. Ele pedia à sua noiva para fazer os trabalhos em casa nua com um par de
saltos altos enquanto tirava fotos.
• Foi por volta desta altura, que ele começou a queixar de dores de cabeça e perdas de
consciência, aliviando os seus sintomas com noites em que roubava sapatos e roupas íntimas.
• Ele manteve os sapatos, roupa íntima e (durante algum tempo) os corpos das suas vítimas
numa garagem na qual não deixava entrar a sua mulher sem ser anunciada ou através de um
intercomunicador que Brudos tinha instalado;
• Brudos espancou e estrangulou 4 mulheres;
• Guardou dois pares de seios e um pé esquerdo das suas vítimas;
• Foi preso e morreu na prisão com problema no fígado.

Jerry Brudos
Para parecer uma pessoa normal e misturar-se às
outras pessoas, o Serial Killer desenvolve uma
personalidade para consumo externo, ou seja,
um verniz de personalidade:

DISSOCIAÇÃO

Jerry Brudos
EMPATIA

INTIMIDADE
REPETIÇÃO OU REECENAÇÃO
ABUSO NA INFÂNCIA

82% dos Serial Killers ABANDONO


já sofreram algum tipo
de abuso na infância
ou adolescência

FÍSICO SEXUAL

PSICOLÓGICO
IMPORTANTE

Os laços familiares na infância de um ser humano vão servir de mapa para todas as
suas outras relações.
Entre 3 e 9 meses de vida, a criança cria laços com seus pais, que devem se
preocupar em construí-los de forma profunda. A falta desses laços é o grande fator
do desenvolvimento da psicopatia.

A conexão estabelecida nos primeiros meses de vida da criança vai ajudá-la a


progredir intelectualmente, desenvolver uma consciência, lidar melhor com as
frustrações, ter mais autoconfiança e autoestima, e aprimora relacionamentos
empáticos.
ANDREI CHIKATILO
• Nasceu em 19/10/1936 na Ucrânia;
• Confessou 52 assassinatos de mulheres,
meninas e meninos;

• Irmão foi morto em uma época de


fome e sofrimento;
• Filiou ao Partido Comunista;
• Como professor, foi despedido por
ter molestado garotos dos
dormitórios da escola;
• Ele retirava partes do corpo, em
especial, as genitálias. Acredita-se
que ele comia as partes removidas;
• Foi executado com uma bala na
nuca em 1994.
ALBERT FISH
• Nasceu em 19/04/1870 em Washington;
• Pai faleceu, com 5 anos foi para um orfanato;
• Recebia castigos completamente nu e tinha enurese
com frequência;
• Fugia do orfanato constantemente e com 9 anos, sua
mãe o tirou do orfanato;
• Casou-se e teve 6 filhos, mas a mulher o deixou por
um estudante;

• Começou a ter alucinações;


• Aclamava por Deus e fazia seus filhos baterem nas
suas nádegas;
• Obcecado por dor – inseria agulhas na virilha e em
seu ânus, as vezes ateava fogo;
• Filho o expulsou da sua casa;
• Fingiu procurar emprego e sequestrou a garota
Grace - Estrangulou, desmembrou seu corpo e
durante 9 dias se alimentou do corpo, enterrando
os ossos atrás da casa;
• Enviou carta a família de Grace 6 anos depois;
• Morreu em Sing -1936.
PEDRINHO RODRIGUES FILHO
“Pedrinho Matador”
• Nasceu em Santa Rita do Sapucaí – Minas Gerais;

• Matou pela primeira vez aos quatorze anos e hoje


acumula mais de cem homicídios, sendo que 47 pessoas
foram mortas dentro dos presídios pelos quais passou.
Ainda não respondeu por todos os crimes, mas já foi
condenado a quase quatrocentos anos de prisão, a maior
pena privativa de liberdade já aplicada no Brasil;

• Matou o vice-prefeito da cidade por ter demitido seu pai


que havia roubado a merenda da escola e matou o
guarda da escola que ele acreditava pôr a culpa no pai
por roubar a merenda.

• Executou o próprio pai numa


cadeia da cidade, depois que
este matou sua mãe com 21
golpes de facão. A vingança
do filho foi cruel: além de 22
facadas, arrancou o coração
do pai, mastigou uma parte e
depois a cuspiu;
Elaboração do Perfil Criminal
Perfil do Criminoso
• O perfil criminal é realizado por um psicólogo, psiquiatra ou médico-
legista e pode ajudar bastante a polícia encontrar e identificar o
assassino.

• Todos aqueles que cometem crimes em série são considerados bons


tipos de candidatos para se fazer um perfil criminal;
Perfil do Criminoso
• Quando a polícia não tem pista alguma, o perfil pode sugerir uma
ajuda potencial no caminho a seguir;

• Fazer o perfil da cena do crime e do criminoso tem como contribuição


mínima estreitar o número de suspeitos, esboçar o motivo da ação e
conectar ou não o crime a outros similares.
Perfil do Criminoso
• Para realizar um perfil objetivo e competente deve-se
ser aceitos dois conceitos:

Em geral, ele já viveu seus Maioria dos seus


crimes em suas fantasias comportamentos satisfaz
inúmeras vezes antes de um desejo, uma
realizar na vida real necessidade
Perfil do Criminoso

• É necessário um conhecimento profundo em


psiquiatria, psicologia e ciência forense, envolvendo
criminologia e criminalística.
Profiling Criminal e Identidade Criminal

O objetivo de um perfil criminal é ajudar a estabelecer as


características psicossociais que podem permitir diferenciar um agressor da
população em geral.

Um perfil é utilizado para definir ou reduzir a lista de suspeitos


numa investigação criminal, ou, na impossibilidade de se poder traçar um
perfil, um meio de produzir sugestões investigativas.
Identificação Forense

Se refere aos métodos utilizados para classificar ou individualizar


elementos de prova para o Tribunal e difere da identificação pessoal que é
um termo que se refere ao estabelecimento exato da identidade de
indivíduos (normalmente testemunhas, vítimas e agressores).

Métodos confiáveis
Identificação Forense

Para estabelecer uma análise de um perfil criminal, devemos


primeiramente definir o que aconteceu na cena de um crime violento.

Como fazer isso?

Através da reconstrução do crime, observação minuciosa de todas as


provas e da criação de um cronograma de eventos que levaram ao crime e
se possível, após o crime.

Estudar a vitimologia do crime violento.


Identificação Forense

Porquê este crime específico? Porquê esta vítima em particular?


Porquê nesse momento? Porquê nesse local? Porquê dessa forma?

Responder a essas perguntas vai ajudar a determinar a motivação para o


crime e fornecer pistas importantes para a constituição de uma lista de
suspeitos.
Identificação Forense

Outra pergunta a se fazer é:

Como?

Reconstruir a forma como o crime foi cometido é muito importante e pode


fornecer informações valiosas sobre o agressor, a determinação do seu
nível de sofisticação, o grau do risco que correu e, delimitar as ações que
tiveram lugar, bem como aquelas que não eram necessárias para completar
o resultado pretendido do crime.

Exemplo: assinatura do agressor.


Identificação Forense

Quem?

Análise de todas as provas e na eliminação das hipóteses que não são


corroboráveis.

O criminal profiling dever ser utilizado para sugerir que tipo de pessoa
apresenta maior probabilidade de ter cometido um crime investigado, mas
não para acusar uma pessoa específica.
Dedução de traços do agressor

Resume-se a fazer as perguntas corretas relativamente aos comportamentos


relacionados com uma ocorrência.

Em primeiro lugar, deve-se definir uma característica (ex: motivação criminal


sádica);

Em segundo lugar, deve-se estabelecer que tipos de comportamentos e de


circunstâncias evidenciam essa característica (ex: evidências de que o
agressor sentiu gratificação sexual com o sofrimento da vítima)
Dedução de traços do agressor

EXEMPLO:

Durante uma agressão sexual, o agressor coloca um cinto no pescoço da


vítima e puxa a camisa desta para cima cobrindo-lhe cabeça e revelando-se
aos seus seios.
Apesar de a vítima chorar e pedir para o agressor parar, este abusa dela
sodomizando-a e, após completar o ato, deixa-a no chão com a cabeça ainda
coberta pela camisa
Dedução de traços do agressor

HIPÓTESES INICIAIS:

1. O agressor era do sexo masculino;


2. O cinto foi utilizado devido à sua disponibilidade para o agressor;
3. O cinto foi utilizado por preferência pessoal;
4. O agressor encontrou o cinto perto da cena;
5. O agressor puxou a camisa por cima da cabeça da vítima para aumentar o medo desta;
6. O agressor puxou a camisa por cima da cabeça da vítima para evitar a sua identidade
7. O agressor puxou a camisa para conseguir acesso aos seios da vítima;
8. O agressor ocultou a cabeça da vítima para poder fingir que esta era outra pessoa.
Traços chave

Depois de examinados todos os fatos e de descartadas todas as teorias


alternativas para um crime, nomeadamente através do método científico,
então o profiler pode apresentar as suas conclusões, definindo as
características/traços chave corroborados pelos vestígios comportamentais.
Elaboração do Perfil Criminal

Após a sua conclusão, um perfil criminal é um documento utilizado


em conjunto com uma investigação completa para auxiliar na identificação do
indivíduo responsável por um crime violento, através da projeção das suas
características psicossociais, ou para definir novas estratégias investigativas,
priorizando recursos e estabelecendo objetivos.
Etapas da construção do Perfil Criminal

A construção/redação de um perfil criminal envolve seis etapas


processuais cumulativas:

1. Análise do tipo/natureza do ato criminoso e comparação com os tipos de


pessoas que cometeram crimes semelhantes no passado;
2. Análise em profundidade do local do crime (quando possível)
3. Estudo e revisão dos relatórios das perícias forenses;
4. Investigação das atividades da (s) vítima (s) para identificar possíveis
motivações e/ou ligações com o agressor (vitimologia forense);
5. Análise de possíveis fatores de motivação;
6. Triangulação das informações pertinentes para a dedução das
características do agressor.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

1. ELEMENTOS DA IDENTIFICAÇÃO

Essa parte equivale à página de apresentação do parecer e deve conter:

• Identificação do crime, ex: Homicídio Natália Silves;


• Data, hora e identidade da pessoa que descobriu o cadáver, ex: 8 de Junho de
2016, corpo descoberto por José Silves (pai da vítima);
• Identificação do órgão de polícia criminal que realizou a investigação, ex:
Polícia Científica do Paraná;
• Parecer elaborado por, ex: Mariana Soares, Profiling Criminal, Curitiba;
• Data de conclusão do parecer;
• Entidade que requisitou o parecer, ex: Polícia Científica do Paraná
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

2. INTRODUÇÃO AOS PARÂMETROS ANALÍTICOS

Essa parte deve fundamentar claramente os objetivos bem como os


parâmetros analíticos do perfil, ou seja, identificar as características relevância
investigativa e probatória do perpetrador do crime em questão.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal
INTRODUÇÃO AOS PARÂMETROS ANALÍTICOS

a) Análise do crime – é a avaliação das provas de um crime, incluindo todos


os exames forenses e vitimologia contextualizando as provas
comportamentais de um crime.

b) Princípio da Troca de Locard – quando existe contato entre dois objetos


acontece uma troca de material microscópio, desde fibras, cabelos, poeira..
esses rastros devem ser revelados e compreendidos.

c) Pensamento crítico – é uma forma de reflexão racional para decidir se uma


afirmação ou observação é sempre verdadeira/falsa, com vista a influenciar
os processos de tomada de decisão.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

INTRODUÇÃO AOS PARÂMETROS ANALÍTICOS

d) Lógica analítica– é a capacidade para analisar um local do crime e todos os


vestígios documentados por forma a chegar a conclusões lógicas e bem
fundamentadas.

e) Dinâmica dos vestígios – refere-se a qualquer influência que altera,


influencia ou anula vestígios físicos, independentemente da intenção do
agente.

O profiler deve, ainda nessa seção, declarar se os materiais utilizados foram


suficientes para identificar lacunas na investigação e para formular sugestões
para redirecionar esta.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

3. MATERIAIS UTILIZADOS

Nessa seção deve ser elencados os elementos de prova utilizados pelo profiler
na sua análise, incluindo:

a. Entrevistas realizadas pela Polícia;


b. Relatórios da Polícia e das provas examinadas;
c. Relatórios da investigação vitimológica;
d. Fotos do local de crime;
e. Relatório e fotos da autópsia;
f. Fotos da casa da vítima (exterior e interior, sobretudo do quarto da vítima).
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

4. ANTECEDENTES DA OCORRÊNCIA

Nessa seção deve-se descrever os eventos da ocorrência de forma sucinta e sem


incluir elementos interpretativos.

5. CRONOLOGIA DA OCORRÊNCIA

A cronologia deve recuar no tempo e ser a mais detalhada possível, baseando-se


nas entrevistas realizadas pela polícia e nos relatórios desta.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

6. VITIMOLOGIA FORENSE

A vitimologia é uma ferramenta investigativa que pode levar à caracterização do


contexto em que ocorreu o crime, possíveis ligações entre informações apuradas
e uma orientação para a investigação.
No caso de crimes sem resolução nos quais o agressor é desconhecido, um
exame vitimológico rigoroso pode ajudar a definir um grupo de suspeitos.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

No caso de haver 2 ou mais vítimas na mesma ocorrência devem estabelecer-se


os seguintes itens separadamente por cada vítima.

• Nome da vítima; • História familiar;


• Raça da vítima; • História social;
• Gênero da vítima; • Antecedentes criminais;
• Data de nascimento; • Uso/abuso de entorpecentes/álcool;
• Idade; • Saúde física e mental;
• Altura e peso; • Avaliação de risco/vulnerabilidade
• Cor dos olhos;
• Cor do cabelo;
• Membros do núcleo familiar (nome, idade e relação com a vítima);
• Localização da residência familiar
• Tipo de residência e descrição;
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

7. RECONSTRUÇÃO DO CRIME

É a parte fundamental da análise e deve ser a mais rigorosa e descritiva possível e


deve conter os seguintes elementos:

a) Reconstrução do crime – é a determinação das ações e eventos subjacentes ao


cometimento do crime. Deve fundamentar-se nos relatos de testemunhas, na
confissão de um suspeito, no relato de uma vítima sobrevivente ou na
avaliação e interpretação das provas físicas;

b) Elementos da reconstrução – surgimento de novas informações, a sequência


de eventos e deduções resultantes devem se reconsideradas.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

7. RECONSTRUÇÃO DO CRIME

c) Discussão dos resultados do processo de reconstrução – nessa seção é feita a


análise e interpretação da informação apurada na reconstrução do crime. É nesse
momento em que se devem discutir e eliminar hipóteses.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal
8. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO CRIME

Caracterizar o local do crime assenta sobretudo na determinação da relação


entre a cena do crime e o comportamento criminal.
Deve conter os seguintes elementos:
• Local do crime;
• Localização do crime; • Preparativos e planejamento;
• Seleção da vítima; • Objetos recolhidos;
• Local de contato; • Elementos oportunistas;
• Corpo/Cadáver;
• Estilo de aproximação;
• Comportamento verbal;
• Método de ataque; • Atos preventivos (contra medidas
• Força utilizada; jurídicas);
• Meios de controle; • Vestígios de encenação;
• Resistência da vítima; • Motivação.
• Tipos e sequências de atos sexuais;
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

9. DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO AGRESSOR

Nessa seção recomenda-se que a informação seja elencada de acordo e pela


sequência proposta.

• Motivação;
• Indicadores de destreza (qualidade) criminal;
• Familiaridade com a vítima;
• Familiaridade com o local do crime;
• Familiaridade com métodos e materiais;
• Características físicas;
• Número de agressores.
Estrutura do parecer sobre o perfil criminal

10. SUGESTÕES INVESTIGATIVAS

Essa seção deve incluir uma lista de sugestões para redirecionar a investigação,
com o objetivo de estabelecer os fatos subjacentes ao crime

11. CONCLUSÕES SUMÁRIAS

Devem elencar as conclusões mais pertinentes para a investigação do crime.


Elaboração do perfil criminal

É um processo moroso e complexo, que obedece a etapas cumulativas e que


depende da determinação de vestígios físicos e comportamentais.
MUITO OBRIGADA!
Jaqueline da Cruz Monteiro

Psicóloga Forense
CRP 08/26943

Contatos: (41) 99716-7953


E-mail: forclin@hotmail.com
psijaquemonteiro@hotmail.com

Você também pode gostar