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quarta-feira, 9 de agosto de 2023 22:06

O filme Escritores da Liberdade traz uma reflexão profunda sobre processos educativos e aborda a
necessidade de uma educação que seja de acordo com a vivência de cada sujeito, respeitando os
limites do estudante e incentivando por meio de atividades recreativas.
O filme conta a história da professora Erin Gruwell, que chega toda idealista para dar aula em uma
turma problemática. Os alunos são vítimas de agressões físicas e psicológicas, alguns são membros
de gangues e todos são discriminados pela escola por serem de um programa de integração social.
Mas a professora não desiste e elabora uma estratégia diferenciada, que inclui desenvolver a
autoestima dos alunos através de um diário. Ela mostra que cada um pode ter seu lugar e lutar por
seus objetivos, e foi impactante ver o filme trazer essa reflexão a cerca dessa relação do indivíduo
com a sociedade e suas limitações, mostrou como a exclusão, a violência e as desigualdade sociais
afetam as relações entre as pessoas. A docente usou uma estratégia interessante para fazer os
alunos refletirem sobre suas atitudes e perspectivas. Ela levou-os a visitar o Museu do Holocausto e
ler o livro "O diário de Anne Frank", mostrando-lhes que a busca pelo poder e a violência só leva à
destruição. Os alunos encontraram respostas para suas dúvidas e foram incentivados a lutar pelos
seus interesses sem violência. A formação social do indivíduo depende das suas relações sociais
concretas.
Sabe quando olhamos para aqueles alunos que só andam com a sua turma e não dão bola pra
ninguém diferente? Pois é, aí que entra a leitura de livros pra quebrar essa segregação. Aos poucos,
eles começam a entender que todo mundo tem suas dificuldades e que as mudanças só acontecem
dependendo do grupo que a gente escolhe. A Erin, que pensava diferente dos outros professores,
não se conformou com a acomodação da escola, que se dizia inclusiva, mas não fazia nada pra
melhorar a vida dos alunos. Portanto, ela começou a trabalhar o potencial da turma que todo no
mundo achava fracassada. E não é que deu certo? Ela não ligou para preconceitos e propôs uma
prática que mudou a vida desses alunos, considerando até os aspectos socioculturais de cada um.
As teorias Psicogenéticas de Henri Wallon e Vygotsky fornecem uma perspectiva interessante para
compreender as bases educativas do filme. Vygotsky destaca a importância da interação social e da
mediação para o desenvolvimento cognitivo. Além disso, a professora reflete a ideia de Wallon
sobre a importância da afetividade na interação pedagógica, como pode - se perceber no fato de
Erin tem arrumado mais dois empregos para comprar livros, aprender mais a respeito da cultura
daqueles alunos e também levar a passeios e jantares. Ela construiu um vínculo afetivo que os fez
lutar para continuar com as aulas ministradas por ela nos próximos anos de escola. Por fim,
entendemos que este filme passa uma mensagem super importante que nos faz repensar todo esse
sistema educacional que busca "padronizar" os métodos de ensino, sendo que cada indivíduo possui
sua singularidade e aprenderá conforme as ferramentas que fizerem sentido para ele próprio.

Página 1 de psicanálise

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