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FACULDADES INTEGRADAS APARÍCIO CARVALHO – FIMCA

VILHENA SOCIEDADE DE PESQUISA EDUCAÇÃO E CULTURA, DR.


APARÍCIO
CARVALHO DE MORAES LTDA

ESTEFANNI CRISTINA TEIXEIRA DE ARAÚJO


LEANDRA SAIB ANDRADES AZEVEDO

ESCRITORES DA LIBERDADE
(ESTUDO DE CASO)

VILHENA
RO- 2023
LEANDRA SAIB ANDRADES AZEVEDO
ESTEFANNI CRISTINA TEIXEIRA DE ARAÚJO

ESTUDO DE CASO SOBRE O FILME


(ESCRITORES DA LIBERDADE)

Trabalho referente a disciplina de


Psicologia Escolar apresentado no
curso de Psicologia da FIMCA –
Vilhena. Orientado por Aline Alves de
Moraes.

VILHENA
RO- 2023
INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresentado, irá abordar sobre o filme Escritores da


liberdade, e tem como objetivo principal analisar as queixas escolares dos alunos, e
do corpo docente, bem como apresentar as possibilidades de atuação do psicólogo
escolar, frente a essa demanda.
O filme Escritores da Liberdade, foi publicado no ano de 2007, na direção de
Richard Lagravenese, que retrata um período caótico, nos Estados Unidos, onde há
existência de territórios restritos, que são demarcados por várias etnias.
Desde o início ao meio do filme há ocorrência de tribos lutando uma conta a
outra, devido questões de racismo de ambas as tribos. Neste cenário desalinhado a
professora recém graduada Erin Gruwell, representada por Hilary Swank, se torna
professora na escola Wilson, na classe de alunos que foram aceitos de forma
obrigatória, após a criação de uma lei de integração racial, que foi aprovada pela
Secretaria de Educação.
Uma sala totalmente destruída, com cerca de 150 alunos.
Infelizmente apos a integração racial, o instituto Wilson, se tornou um local de
violência, racismo e injustiças, levando a perca de seus melhores alunos.
Erin Gruwell não mede esforços durante o período em que lecionou para a
classe do primeiro ano colegial, pois tinha como inspiração seu pai, que foi defensor
dos direitos civis, durante os distúrbios raciais, que ocorreu na cidade de Los
Angeles, na Califórnia no ano de 1992.
A classe do primeiro ano colegial, era composta por negros, brancos,
asiáticos e hispânicos, que de certa forma são obrigados a conviver no mesmo
ambiente, onde por diversas vezes ocorrem cenas de violência física e verbal, uma
realidade que não era prevista pela professora Erin Gruwell.
Outros desafios enfrentados pela professora Erin, é a ausência de apoio da
parte da diretoria, que por diversas vezes se posicionou contra as intervenções e
ideias apresentadas pela mesma. Erin Gruwell sobrevive a um sistema
preconceituoso e resistente.
Em meio a todo esse caos, Erin Gruwell foi incubida a lecionar, Língua e
Língua Inglesa, que ao meu ver se trata de uma manipulação política diante da
diversidade de etnias, inclusive por diversas vezes, a professora Erin utiliza alguns
métodos, para fazer com que esses alunos se sintam acolhidos por ela, e dentro da
sala, um exemplo é colocar uma música para tocar que os alunos gostem, ou se
identifiquem.
Após um bullying cometido por um dos alunos, a professora Erin desenvolve
uma nova alternativa para uni-los, e executar a empatia entre si, apresentando o
Holocausto que foi praticado na Segunda Guerra Mundial contra os judeus, negros e
raças consideradas inferiores pelos nazistas.
O livro utilizado foi o Diário de Anne Frank, judia que passou por momentos
de grande dificuldade e injustiça, no período do nazismo, e mesmo assim escolheu
fazer o bem.
Essa analogia de certa forma foi aos poucos sensibilizando os alunos, de
forma que a união a paz e o progresso foram surgindo conforme os dias iam
passando, advindo assim o respeito, a tolerância, e aceitação.
O final do filme termina com a premissa que Erin teve em impulsionar estes
alunos a escreverem sua própria historia, sem serem avaliados, permitindo ao
mundo que conheçam o outro lado da história, os fazendo enxergar os seus valores,
e trazendo a esperança de escreverem para si uma nova historia.
Erin conseguiu ainda lecionar por mais dois anos letivos na instituição, logo
após se mudou para outra cidade.
MAPEAMENTO DAS QUEIXAS ESCOLARES

A psicologia tem tido uma vasta influência nos diversos campos da vida
humana, trazendo benefícios e reflexões a respeito dos problemas existentes.
Segundo Leonardo, Leal e Rossato (2022):

A Psicologia, como uma ciência que se constitui como tal ao final do século XIX,
tem tido uma forte influência em vários campos da vida humana e do saber
constituído e, principalmente, em relação à educação, a partir de seus conhecimentos
sobre desenvolvimento e aprendizagem.

As queixas escolares sempre irão existir, visando a premissa de que estamos


diante de um sistema educacional corrompido a muito tempo.
Segundo Leonardo, Leal e Rossato (2022), é importante ressaltarmos que os
problemas que acontecem no ambiente escolar, como as queixas escolares, são
como um processo de longo tempo.
Dessa forma não será algo que será resolvido de um dia para o outro, é
necessário ter paciência e refletir sobre cada queixa escolar apresentada pelo corpo
docente, pelos alunos e demais colaboradores na instituição escolar.
As queixas escolares que eram proferidas pelos alunos giravam em torno de
suas vivencias, como a briga pelo orgulho da raça e respeito que dificultava muita
das vezes a permanência dos mesmos na escola, a maioria dos alunos utilizam
como via de locomoção o ónibus para chegar a escola, leva cerca de 90 minutos de
ida e volta, e da realidade enfrentada dentro de sala, na escola Wilson havia uma
divisão de salas, sendo os melhores alunos inseridos em uma sala com ótimas
condições.
A professora Erin Gruwell tentava a todo custo levar o conhecimento
diferenciado para os seus alunos, acreditando que os alunos considerados burros
tinham a capacidade de aprender e mudar, ofertando literaturas diferentes ao qual
eles não tinham acesso.
Foi exatamente uma das queixas apresentadas pela professora, o porque
estes alunos não tinham acesso a biblioteca, aos livros novos com seus conteúdos
riquíssimos e avançado.
Inclusive ela questionou a diretora se os alunos sabiam que não recebiam os
livros novos, justamente porque ninguém acreditava neles.
Ela questionou em que momento a turma teve a oportunidade de ter uma aula
diferenciada, onde eles pudessem sair daquele ambiente, em busca de
conhecimento, diante disto que a professora decide trabalhar aos finais de semana e
leva os seus alunos para visitar o museu da tolerância em Los Angeles, como
também comprou livros novos e distribuiu para a turma.
De acordo com Leonardo, Leal e Rossato (2022), a educação escolar não tem
possibilitado o acesso de forma igualitária aos conteúdos produzidos socialmente na
história da humanidade.
A professora Erin propôs uma intervenção excelente, através da literatura,
como o livro de Anne Frank, ela os fez desenvolver habilidades sociais, como o
respeito, a empatia, e a união, possibilitando também que com bons
comportamentos eles podem se tornar cidadãos melhores e promover a paz por
onde passassem.
Permitiu que eles escrevessem sua própria história, (lembrando que escrever
sobre si é terapêutico), sem serem julgados ou avaliados, permitindo que eles
percebessem a si mesmos, e aos outros que se encorajaram a ler sobre si para
todos.
A Chefe de departamento não enxergava a classe como alunos que podiam
se desenvolver, que não tinham capacidade de aprender, ela disse que eles sabiam
apenas desenhar, ela dizia que eles estragam os livros ou nunca devolvem.
Em resposta a professora, a chefe de departamento alegou que se trata de
uma instrução localizada, significa que ela e o diretor não precisam de instruções
para dar ordens, sem consultar o concelho.
A chefe de departamento contrapôs que os alunos destroem as instalações da
escola, são rebeldes e no fim se tornam especiais, e que eles deveriam ser
disciplinados.
De acordo com Leonardo, Leal e Rossato (2022):

A educação escolar não tem possibilitado o acesso de forma igualitária aos


conteúdos produzidos socialmente na história da humanidade.

Devemos entender que a escola tem como função central a transmissão de


conteúdos que foram construídos ao longo da história da pela humanidade,
garantindo que os alunos tenham a oportunidade de compreender a realidade em
que estão inseridos, atuando de forma consciente.
É essencial que seja entregue um ensino de qualidade, intencional, que os
permita aprofundar no conhecimento a respeito da realidade.
De acordo com Leonardo, Leal e Rossato (2022):

Se os estudantes aprendem, tudo fica bem, mas se não aprendem, o problema deve
ser identificado nos mesmos, em suas próprias capacidades ou nas relações que
estabelecem com a família e não na forma como o processo educativo foi
organizado. Assim, se produzem as ‘queixas escolares’, problemas que devem ser
encaminhados a outras esferas, como para a área da saúde, para que sejam
resolvidos e que, dessa forma, isentam a escola, o sistema de ensino de
responsabilidade em sua produção.

Diante da escuta acredito que o psicólogo escolar, primeiramente deveria


iniciar uma avaliação abrangente de toda a situação, para de fato entender a
extensão dos problemas apresentados, como também avaliar o ambiente escolar,
incluindo a cultura da mesma e as políticas existentes.
Com os alunos seria interessante realizar sessões em grupo para desenvolver
projetos onde eles possam expressar sua subjetividade, e desenvolver respeito
pelos demais.
De acordo com Concelho Federal de Psicologia (2019):

À(ao) psicóloga(o) cabe uma prática que conduza a criança e o jovem a descobrir o
seu potencial de aprendizagem,16 auxiliando na utilização de mediadores culturais
(música, teatro, desenho, dança, literatura, cinema, grafite, e tantas outras formas de
expressão artísticas) que possibilitam expressões da subjetividade

Em suporte aos professores, oferecer estratégias para promover um ambiente


escolar que seja mais inclusivo e seguro.
De acordo com Concelho Federal de Psicologia (2019):

É função da(o) psicóloga(o) participar do trabalho de elaboração, avaliação e


reformulação do projeto, destacando a dimensão psicológica ou subjetiva da
realidade escolar. Isso permite sua inserção 44 Conselho Federal de Psicologia no
conjunto das ações desenvolvidas pelos profissionais da escola e reafirma seu
compromisso com o trabalho interdisciplinar
Entender como de fato funciona as políticas escolares desta instituição e
trabalhar em conjunto com a administração da escola para revisar e atualizar as
políticas escolares, pensando no benefício não só dos alunos, mas também da união
do corpo docente.
De acordo com Concelho Federal de Psicologia (2019):

Ao se deparar com o contexto escolar para elaborar planos de intervenção, levando


em conta o projeto político pedagógico, é necessário compreender e conhecer dados
objetivos relativos à organização escolar. Entre eles destacamos: o número de
estudantes, de turmas, de professores, serviços prestados à comunidade, reuniões
que estão planejadas; índice de aprovação, reprovação e evasão; membros das
equipes pedagógicas, administrativas e de prestação de serviços gerais; o perfil
socioeconômico da comunidade escolar; informações sobre características do
território em que a escola está localizada, bem como sua história

É indispensável o psicólogo conhecer todo o corpo docente como também a


equipe pedagógica, pontuando sua formação académica, salários e condições de
trabalho, informações a respeito do trabalho pedagógico, para colher informações de
como ocorre a prática pedagógica incluindo a metodologia utilizada, recursos e
conteúdos.
CONCLUSÃO

Concluímos com este trabalho que as queixas escolares serão pertinentes, e


que se trata de problemas infindáveis, no entanto com a colaboração do corpo
docente e de toda equipe escolar, a uma grande esperança de resolução de
problemas, não de forma imediata, mas paciente e longa.
É extremamente importante manter, o diálogo com os educadores
entendendo que o educador é a ponte entre o aluno e o ensino, assim permitindo ao
psicólogo uma parceria concreta com o educador, frente a resistência de alguns
componentes do corpo docente.
Estabelecer métodos e estratégias para entender as queixas escolares, de
ambas as partes, fara com que o psicólogo seja mediador, e resultara na formulação
da resolução dos problemas apresentados.
Cabe a instituição colaborar com o psicólogo, pois o mesmo não pode passar
por cima da equipe pedagógica.
A realidade apresentada através do filme, permanece em nosso meio,
racismo, e queixas que de certa forma inferiorizam os alunos, e retiram a
responsabilidade da instituição.
Ainda existem professores que trabalham em situações precárias, e por um
baixo salário, tendo que muita das vezes suportar o que não merecem, e enfrentar
inúmeras diversidades dentro das instituições.
A colaboração entre psicólogo escolar e o corpo docente é essencial, pois
juntos podem promover mudanças significativas na cultura escolar. No entanto
reconhecemos que não se trata de uma mudança fácil e a resistência pode ser um
obstáculo.
Erin Gruwell fez mais do que podia sua conduta representa a conduta de muitos
profissionais, que sem amparo da diretoria e demais educadores, se desafia a ir
alem do que pode por seus alunos.
REFERENCIAS

Direitos para esta edição – Conselho Federal de Psicologia: SAF/SUL Quadra 2,


Bloco B, Edifício Via Office, térreo, sala 104, 70070-600, Brasília/DF (61) 2109-0107
E-mail: ascom@cfp.org.br/www.cfp.org.br Impresso no Brasil – agosto de 2019

LEONARDO, N. S. T..; LEAL, Z. F. de R. G..; ROSSATO, S. P. M. As queixas


escolares: análises a partir da Psicologia Histórico-Cultural. Obutchénie.
Revista de Didática e Psicologia Pedagógica, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 80–105, 2022. DOI:
10.14393/OBv6n1.a2022-64385.
Disponível em:https://seer.ufu.br/index.php/Obutchenie/article/view/64385.
Acesso em: 19 out. 2023

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